ABRUPTO

7.9.08




(Sandra Bernardo)

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O QUE FAZ FALTA: ESCRUTÍNIO, TÓNUS CRÍTICO, CRÍTICA (2)

O que faz falta é animar a malta
O que faz falta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta

(Zeca Afonso)
1ª Parte do artigo.
4. Manipulação de estatísticas
A manipulação de estatísticas é uma especialidade do primeiro-ministro. Chega a ser chocante como são manipulados os números do emprego/desemprego, contra todas as evidências e realidades. O primeiro-ministro tem uma técnica que qualquer professor conhece nos estudantes que querem disfarçar o que não sabem: argumenta que o que lhe perguntam (ou o facto que é suposto comentar) não é "importante", o que é "importante" é um factóide lateral, uma comparação conveniente com uma série qualquer sem valor estatístico, ou com um facto desirmanado do seu conjunto. Um truque estatístico típico é a comparação (sem qualquer valor estatístico) com os anos 2002-2004 dos governos PSD/CDS, esquecendo que, na esmagadora maioria dos casos, os resultados desses anos só se compreendem integrados nas séries estatísticas mais longas, em particular incluindo os governos Guterres, de que José Sócrates fez parte. A realidade é que nos últimos treze anos é o PS que governa Portugal, com um pequeno hiato de três anos de governos PSD/CDS. Qualquer referência ao "passado", e ao que nele se fez ou não se fez, atinge em primeiro lugar o PS.
5. Ocultação de dados ou informações relevantes para o escrutínio de uma política.
Quando o ministro da Administração Interna alegou que desconhecia que número de polícias tinham saído, para se saber se, na relação entre novas entradas e saídas, havia um saldo positivo, não fez mais do que seguir uma política consistente neste Governo de ocultação sistemática das informações que pensa serem prejudiciais, não só para a apresentação propagandística das suas medidas como para a sua contestação. Embora já poucos se lembrem, a história futura do "caso Ota" há-de lembrar que foi exactamente assim que ele começou a ser polémico. Na fase inicial da contestação da Ota, já a matéria era tida como adquirida pela comunicação social, foram os blogues que exigiram a publicação dos estudos realizados para sustentar essa opção. A resposta inicial foi negativa, mas face a essa pressão, admitida pelo primeiro-ministro e ministro das Obras Públicas na Assembleia, lá foram colocados alguns dos estudos na Internet. A partir daí passou a ser claro para muitos que não só a opção estava mal pensada como faltavam elementos decisivos para o seu julgamento. Depois foi a bola de neve.

No momento em que escrevo, um número significativo de requerimentos existem na Assembleia da República sobre documentos básicos para o julgamento do plano de obras públicas do Governo, em particular no plano rodoviário. O Governo nega-se a responder.

6. Pressões para que não se faça o escrutínio de informações potencialmente danosas para o PM.
O facto singular que mais me preocupa na maneira como este Governo, em particular o primeiro-ministro, usa o poder foi o modo como reagiu às dúvidas e acusações sobre dois aspectos do seu currículo profissional, as suas qualificações académicas e a sua actividade de autor de projectos de casas. Houve um cheiro de Watergate no episódio. Em nenhum dos casos as dúvidas fundamentais foram respondidas e muitos aspectos obscuros persistem por esclarecer. Alguns dos documentos são particularmente bizarros, como as emendas ao currículo na Assembleia da República, e o primeiro-ministro mostrou um conceito muito elástico da verdade, fugindo de responder ao que lhe perguntavam.

Mas ainda pior e mais preocupante foi o modo como se tratou este "caso", com o Governo e o primeiro-ministro a tudo fazerem primeiro para o abafar, quando ele ainda estava confinado a um blogue, depois para o circunscrever ao jornal que o lançou, e, depois de este ter alastrado, para desacreditar quem o tinha suscitado, o Público. Tratava-se de uma investigação com inteira legitimidade jornalística, visto que em qualquer país democrático é normal o escrutínio do currículo profissional do primeiro-ministro, que aliás estava oficialmente publicado pelo Governo e depois foi alterado.

O modo como quem teve coragem de suscitar estes casos foi pressionado, atacado na sua credibilidade e isolado, com a conivência de muitos silêncios incomodados, foi e é um dos mais sinistros sinais do modo como este Governo condiciona a liberdade crítica através de um sistema de pressões explícitas e implícitas.
7. Manipulação de informação através da comunicação social controlada pelo Governo.
Depois de ter escrito a primeira parte deste artigo, a RTP ofereceu um excelente exemplo daquilo para que serve ao Governo: no dia 30 de Agosto, no noticiário das 13h, a RTP mostrou serviço. Estava-se em pleno apogeu de notícias sobre a criminalidade violenta e o MAI tinha metido os pés pelas mãos nas entrevistas dos dias anteriores. Uma operação espectacular apresentada como sendo de resposta à criminalidade violenta, convenientemente acompanhada por tudo o que é jornalista (o que diz muito sobre a sua confidencialidade), punha na rua centenas de polícias, GNR, carros e helicópteros. Na verdade, o que se estava a passar tinha bem pouco a ver com a criminalidade violenta, mas era apenas uma gigantesca operação stop, dando os resultados que se esperam de uma operação stop: condução com excesso de álcool, doses de droga para consumo, meia dúzia de armas brancas. O puxar de todos os recursos para essa operação dava aliás uma excelente oportunidade ao crime, visto que o policiamento, já de si escasso, de muito do país, ficou ainda mais ausente. Mas era preciso fazer o show e o show foi feito. Não terá continuidade, porque não há recursos e a sua eficácia é limitada a crimes menores, mas passa bem na televisão.

Mas a RTP fez mais. Fez uma peça sobre a criminalidade, montada com as declarações que tinham feito na véspera o PP e o PSD, intercaladas por declarações especiais feitas para o efeito do ministro dos Assuntos Parlamentares, por coincidência o ministro da tutela da RTP. Ou seja, tudo estava montado para a peça servir para o ministro responder na televisão, sempre com o direito à última palavra numa peça de encomenda. A coisa era tão escandalosa que à noite já não foi repetida, dados os protestos.
8. Áreas importantes da governação não têm qualquer escrutínio.
O Governo beneficia da falta de atenção comunicacional a áreas inteiras da governação que não têm qualquer escrutínio. Isso deve-se quer à falta de especialização ou de interesse dos jornalistas, quer a uma ideia de falso consenso sobre essas matérias. Entre as áreas que não têm qualquer escrutínio sistemático contam-se a cultura, a defesa, os negócios estrangeiros. A cultura é talvez um dos casos mais flagrantes de falta de qualquer tratamento comunicacional crítico, o que igualmente traduz quer a pequenez do nosso meio cultural, sem grande espaço para a independência crítica, quer o modo como se condicionam as "imagens" na área cultural. O ministro entrou incensado pelas vozes do sector e basta isso para depois ninguém lhe tocar.
Outro caso, mais grave ainda, foi a presidência portuguesa da UE, em que o escrutínio crítico desaparece substituído por um "jornalismo de causas" que partilha com o Governo um "desígnio" nacional e patriótico e "europeísta".
9. Colocação no mesmo plano das propostas da oposição e das do Governo e pressões para que a discussão se centre nas propostas da oposição "igualizando-as" às do Governo.
Há uma diferença fundamental entre a oposição e o Governo, é que o Governo é que detém o poder, é ele o primeiro a dever ser escrutinado por todos os meios possíveis. No essencial, é ele que "faz" ou não "faz", é ele que detém os meios e a informação, os peritos e o know how, o conhecimento detalhado das condições financeiras e outras. Isso não significa que a oposição não deva igualmente ser escrutinada nas suas propostas. Só que não é a mesma coisa, nem deve parecer que é a mesma coisa. Aliás, existe muitas vezes o erro de a oposição querer parecer que é idêntica ao Governo na sua capacidade de apresentar propostas de governação. Não é, nem deve procurar ser, deve apresentar propostas que tenham outra lógica, a de alternativas de políticas, mas evitar na maioria dos casos a apresentação de medidas concretas no mesmo plano de uma proposta governamental. Interessa aos governos esta "igualização" comunicacional como típica política de distracção e desresponsabilização.
*

Estes são alguns exemplos do modo como o actual Governo de José Sócrates foge de ser escrutinado como devia e como um sistema complacente e acrítico o protege de revelar os medíocres resultados de uma governação que, à partida, tinha excepcionais e únicas condições para ser diferente.

(Versão do Público de 6 de Setembro de 2008.)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES (Actualizado)


Em sequência da série 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. e 10.

No que diz respeito a traduções, tivemos esta semana uma impagável peça na TV (não fixei o canal) em que, falando do Google Chrome, o jornalista que fazia a locução transformou, sistematicamente, "browser" em "motor de busca"!

(José Campos)

*

Muitos dos comentários dos seus fiéis leitores sobre erros grosseiros de tradução têm-se centrado em filmes e documentários. Bem mais grave são os erros na literatura oficial.
Como V/ bem sabe, atualmente uma parte importante da nova legislação tem origem na UE, seja através das diretivas a transpor internamente, seja através de regulamentos que nem sequer carecem de transposição. Toda essa massa legislativa é redigida em inglês antes de ser traduzida. Erros nessas traduções passam a ser lei e as aberrações são frequentes. E há imensos disparates que são depois virtualmente impossíveis de corrigir.

Muitos exemplos bem elucidativos podem encontrar-se nas normas internacionais de contabilidade que estão agora a tornar-se obrigatórias para quase todas as empresas. Todos os contabilistas sabiam o que eram as existências. Agora, as ditas existências passam a chamar-se inventários. Porque em inglês, se escreve "inventory" e foi fácil de traduzir "inventory" como inventário, sem haver a preocupação de notar que, tecnicamente, o inventário não é o conjunto das mercadorias (ou seja das existências), mas o ato de contar essas mesmas mercadorias, ou a listagem dessas mercadorias. Os empréstimos de cobrança duvidosa passam a empréstimos com imparidade. Porque em inglês se trata de "impaired loans". E não houve a preocupação de saber que imparidade nos bons dicionários de português tem um sentido bem diferente. Os ativos incorpóreos passaram a ativos intangíveis. Até nem está mal, mas havia mesmo a necessidade de substituir incorpóreo por intangível só porque em inglês é "intangible"? Valorização passou a mensuração. Também não está mal, mas era necessário mudar estes termos que muito de nós na vida da empresas utilizávamos.

E muito outros casos haveria a assinalar desde que a entrada na CEE, e a legislação sobre o IVA, nos trouxe esse lindo adjetivo que é o forfetário.

Também se podia contar a vez em que um relatório oficial especificava que o défice público deveria ser calculado de acordo com as regras da "AEE". E só depois de verificar o original se pôde concluir que em inglês se tratava das regras "ESA" (European System of Accounts), em português SEC (Sistema Europeu de Contas), e que o tradutor traduziu o acrónimo ESA como AEE porque pensou tratar-se da European Space Agence (ESA), em português Agência Espacial Europeia (AEE). ...

Cumprimentos (em breve diremos 'resguardos', etimilogia: "regards")

(Pedro K(C) Ferreira)

*

Nos DVD's da série "Rome", ficamos a saber que "a irmandade de Miller" (dos moleiros) fez muito pão aquando da partida de César para a Grécia em perseguição a Pompeu; que o falo de Vulcão ("Vulcan's dick", ou a picha de Vulcano porque os legionários não teriam todos sido grandes eruditos no que ao uso do vernáculo concerne) era quente; ainda que havia conhecimento da Tabela Periódica de Mendeleev, já que o plutónio ("Plutonic Ether") fazia inchar cadáveres no mar, e em pleno Egipto, rodeados de esfinges e camelos, dois romanos comentavam haver ali muitos ciganos ("gippos", bom exemplo de extrapolação do calão da época para o idioma da produção, e que para o tradutor não pode significar egípcios...) e ainda outro Miller, decerto primo dos primeiros.

(Fernando Melro dos Santos)

*

Um dos erros recorrentes na tradução, e que ainda há dias vi num dos canais do cabo, tem sido o de falar em "igrejas romanas" do séc. XI ou XII, numa confusão permanente com o termo "romanic", em inglês, e que se refere obviamente ao estilo românico, escola de arquitectura iniciada em França no séc. X.


(Fernando Correia de Oliveira)

VARIA

1.
A propósito do discurso de Manuela Ferreira Leite, a RTP-N exibiu uma peça "informativa" que me pareceu pouco séria. Primeiro foram mostradas imagens da intervenção policial no assalto ao BES (em que foi abatido um dos sequestradores). Passou-se em seguida às declarações de Manuela Ferreira Leite, criticando as recentes mega-operações policiais para televisão ver. Conclui a repórter que Manuela Ferreira Leite criticou a forma como a polícia agiu no caso do assalto ao BES. Má-fé, concluo eu.

2.
No "Expresso da Meia Noite", na SIC Notícias, debateram-se as eleições em Angola. Um dos convidados foi Luís Paixão Martins, consultor de comunicação do governo Angolano. Outro foi a jornalista Cândida Pinto, impedida pelo governo angolano de cobrir as ditas eleições. A determinada altura, o primeiro dirige-se à segunda com a seguinte frase: "como a SIC não esteve lá, posso acrescentar alguma informação de base directa".

À excepção de alguns sorrisos, esta frase ficou sem reparo. Infelizmente, digo eu. Não só por causa do seu profundo cinismo (porventura involuntário), mas pelo à-vontade com que foi dita.

Quantas mais vezes não terá Luís Paixão Martins já dito a jornalistas: "como você não esteve lá, posso acrescentar alguma informação de base directa"?

(Carlos Carvalho)

*

Gostava apenas de assinalar as palavras do Ministro dos Assuntos Parlamentares Augusto Santos Silva em resposta a Manuela Ferreira Leite, em que mais uma vez e com palavras bonitas os disse o que realmente se passa em matéria de segurança, em que a ilusão vale mais que tudo!

Mais ou menos isto: "A Dra. Ferreira Leite criticou operações de transmissão de sentimento de segurança à população". Mesmo que não estejamos seguros, desde que pensemos que o estamos, está tudo bem!

(Ricardo Salgado )
*

Ouvido hoje no telejornal das 20:00 da RTP1: as quase 9000 armas novas distribuídas às forças de segurança vão estar «de mira apontada à criminalidade violenta». Foi, como pode ver, um comentário factual, objectivo e desapaixonado ao evento em questão.

(José Carlos Santos)

*

Começo por o citar:

“(…) não suportamos que nos digam sempre as mesmas coisas mesmo que sejam as fundamentais, não suportamos que não haja “novidade”, efémera e ficcional seja. (…)”

Depois,… já reparou como no linguarejar moderno a palavra “diferente” adquiriu um significado muito próximo de “bom”? Ouço frequentemente pessoas, quando querem referir algo como sendo bom, interessante, atractivo, dizerem simplesmente que é diferente, como se o facto de ser diferente fosse, só por si, uma condição de superioridade.

(José Farinha)

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INTERIORES / EXTERIORES: CORES DESTES DIAS

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver



Ontem, no glaciar de Grossglockne, na Áustria. (Fernando Correia de Oliveira)











(José Manuel de Figueiredo)



(Isabel Leal)



(Mónica Granja)







Bairro de Benfica - Luanda, 5SET2008 - dia de eleições
- Por do sol sobre o Mussulo visto do Bairro
-Assembleia de voto frente ao BFA
- Vista geral do Bairro

(Joaquim Figueiredo )



Ribeira, hoje às oito da manhã. (José Paulo Andrade)



Igreja da Cartuxa. (Ana Ferreira)

TERRAS DO SUL



Terras do Sul.







Touros em Montalvão.





Casas.



Vidas.

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EARLY MORNING BLOGS


1380 - Stone Villages

The stone-built villages of England.
A cathedral bottled in a pub window.
Cows dispersed across fields.
Monuments to kings.

A man in a moth-eaten suit
sees a train off, heading, like everything here, for the sea,
smiles at his daughter, leaving for the East.
A whistle blows.

And the endless sky over the tiles
grows bluer as swelling birdsong fills.
And the clearer the song is heard,
the smaller the bird.

(Joseph Brodsky)

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6.9.08




(António Leal)

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EARLY MORNING BLOGS


1379 - The Liars

A Liar goes in fine clothes.
A liar goes in rags.
A liar is a liar, clothes or no clothes.
A liar is a liar and lives on the lies he tells and dies in a life of lies.
And the stonecutters earn a living—with lies—on the tombs of liars.

Aliar looks ’em in the eye
And lies to a woman,
Lies to a man, a pal, a child, a fool.
And he is an old liar; we know him many years back.

A liar lies to nations.
A liar lies to the people.
A liar takes the blood of the people
And drinks this blood with a laugh and a lie,
A laugh in his neck,
A lie in his mouth.
And this liar is an old one; we know him many years.
He is straight as a dog’s hind leg.
He is straight as a corkscrew.
He is white as a black cat’s foot at midnight.

The tongue of a man is tied on this,
On the liar who lies to nations,
The liar who lies to the people.
The tongue of a man is tied on this
And ends: To hell with ’em all.
To hell with ’em all.
(...)

(Carl Sandburg)

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5.9.08


COISAS DA SÁBADO:LOGOMAQUIA


Discussão inútil” (Dicionário da Academia)

Em Agosto a vida não parou e o Algarve é só um espelho parcial da nação. Que o digam os operários da Yazaki Saltano, entretanto despedidos, as vítimas dos crimes violentos, os que concorrem desesperadamente a lugares sobre lugares, a ver se ficam professores, se ficam funcionários, se ficam polícias, se ficam empregados de escritório, se ficam caixas de supermercado, etc,. etc. A ver se não ficam desempregados.

A vida também não parou para os negócios de gabinetes, para essa abafada, obscura e contínua conversação sobre recursos (nossos), dinheiro (nosso), projectos (deles), planos (deles), sobre os quais só descobrimos ou quando já tudo é um facto consumado, ou quando a Procuradoria abre um processo e há um escândalo. Isso também não parou em Agosto e não foi a férias, até porque não precisa de ir em Agosto, e certamente prefere outras paragem melhores que o Algarve. O país move-se pelo hábito, pela inércia, pela apagada e vil tristeza. E uma ínfima parte move-se pelas coisas boas, criativas, novas, mas que são a muito pequena excepção.

Mas, sobre este movimento contínuo, os calendários da vida moderna, parte feitos pelo estado burocrático, como sejam as férias escolares, parte feitos pela sociedade impregnada de espectáculo, exigem rupturas, paragens, recomeços. O dia 31 de Julho já se sabe que é maldito para dizer coisas importantes (que o diga o Presidente que rompeu os costumes do calendário), o mês de Agosto é silly por excelência e nele só cabem silly things. Depois, é suposto haver uma rentrée, um acto de recomeço, um momento que tem que ter surpresa e novidade, porque é isso que vende jornais e abre noticiários de televisão. Não adianta argumentar que sobre os problemas do pais se pode sempre dizer o mesmo desde o século XIX, ou, se se quiser ser mais modesto temporalmente, desde o defunto governo Guterres (inclusive). Que se pode sempre dizer que as coisas vão de mal a pior, todos os dias andamos para trás e sabemos muito bem porquê e sabemos muito bem porque não há forças endógenas que empurrem para a frente.

Mas não adianta. Temos pois que dizer sempre coisas novas, espectaculares para saciar o monstro comunicacional e os seus viciados, ou seja quase todos nós. Não suportamos o silêncio, mesmo quando é o silêncio dos actos, não suportamos que nos digam sempre as mesmas coisas mesmo que sejam as fundamentais, não suportamos que não haja “novidade”, efémera e ficcional seja. A logomaquia tem que continuar. Ai de quem a interrompa!

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INTERIORES / EXTERIORES: CORES DESTES DIAS

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver







Banda de Gaitas de Cardielos, na Romaria de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo. (Bruno Correia)



" Mestre Elias na vigia " - Santa Maria, Julho de 2008

"una vela bianca che attraversa la linea blu dell´orizzonte è una delle immagini più semplici e seduttive dell´immaginario collettivo"

(Nuno Pimentel)



Mercado do peixe, em Bergen. (Olga Flora)

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EARLY MORNING BLOGS


1379 - More and More

More and more frequently the edges
of me dissolve and I become
a wish to assimilate the world, including
you, if possible through the skin
like a cool plant's tricks with oxygen
and live by a harmless green burning.

I would not consume
you or ever
finish, you would still be there
surrounding me, complete
as the air.

Unfortunately I don't have leaves.
Instead I have eyes
and teeth and other non-green
things which rule out osmosis.

So be careful, I mean it,
I give you fair warning:

This kind of hunger draws
everything into its own
space; nor can we
talk it all over, have a calm
rational discussion.

There is no reason for this, only
a starved dog's logic about bones.

(Margaret Atwood)

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4.9.08




(António Leal)

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EARLY MORNING BLOGS


1378 - The Dark Day

A three-day-long rain from the east--
an terminable talking, talking
of no consequence--patter, patter, patter.
Hand in hand little winds
blow the thin streams aslant.
Warm. Distance cut off. Seclusion.
A few passers-by, drawn in upon themselves,
hurry from one place to another.
Winds of the white poppy! there is no escape!--
An interminable talking, talking,
talking . . .it has happened before.
Backward, backward, backward.

(William Carlos Williams)

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3.9.08


OUVINDO

Hank Williams a cantar Lost Highway.
I'm a rolling stone, all alone and lost,
For a life of sin, I have paid the cost.
When I pass by, all the people say
"Just another guy on the lost highway."

Just a deck of cards and a jug of wine
And a woman's lies make a life like mine.
Oh, the day we met, I went astray,
I started rollin' down that lost highway.

I was just a lad, nearly twenty-two,
Neither good nor bad, just a kid like you,
And now I'm lost, too late to pray,
Lord, I've paid the cost on the lost highway.

Now, boys, don't start your ramblin' round,
On this road of sin or you're sorrow bound.
Take my advice or you'll curse the day.
*

Horowitz tocar a Sonata K. 330 de Mozart.

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OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: DANÇA DA TERRA E DA LUA



vista a cerca de 5o milhões de quilómetros, pela sonda Deep Impact (que mandou um murro no cometa Tempel em 2005) e que ainda anda por lá. Hoje no Astronomy Picture of Today.

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NUNCA É TARDE PARA APRENDER: UMA II GUERRA MUNDIAL COMO NUNCA SE TINHA OUVIDO FALAR (3)

O que Davies faz, e que muda muita coisa, é centrar a guerra onde a guerra se perdeu e ganhou, no confronto entre a Alemanha nazi e a URSS de Staline, com a Polónia pelo meio. Outros historiadores já o tinham feito tão evidente é o facto de que Hitler perdeu a guerra a Leste e não a Oeste (quando o primeiro soldado americano colocou os pés no extremo sul do continente, na Sícilia, já o exército alemão perdera toda a capacidade ofensiva face aos soviéticos, ou seja, já tinha, para todos os efeitos, perdido a guerra). Mas Davies vai mais longe e isso é que enfureceu os seus críticos: ele retrata a URSS com o mesmo tipo de olhar que habitualmente usamos para a Alemanha nazi, ou seja como um regime criminoso que em muitos aspectos superou a crueldade nazi em políticas de genocídio, crimes de guerra, execuções em massa de civis e prisioneiros de guerra, retaliações contra povos e etnias inteiras, limpezas étnicas, violações em massa, todo o tipo de violência imaginável. Olhando assim para a guerra ela parece mais um gigantesco conflito entre dois estados totalitários e criminosos, a Alemanha hitleriana e a URSS estalinista, e tudo o resto é pouco mais do que paisagem. O resto é aquilo que a esmagadora maioria dos filmes ingleses e americanos retrata: o Dia-D, Dunquerque, Anzio, Al Alamein, a ponte de Remagen, "band of brothers" e o Soldado Ryan. Ou a visão da guerra como uma luta entre os estados democráticos e o totalitarismo nazi. Cinquenta anos de guerra fria devia ensinar-nos que não foram os ingleses nem os americanos que ganharam a guerra em 1945 e que só a ganharam (admitindo que era a mesma guerra, o que é defensável) em 1989. Mas uma coisa é certa, houve um aliado inglês e francês que a perdeu, a Polónia, e perdeu-a face aos seus aliados e face aos seus inimigos.

(Continua.)

*
Já que tem abordado a questão da nova visão histórica da segunda guerra mundial, recomendo-lhe a obra “War without Garlands”, de Robert Kershaw, livro publicado pela Ian Allan Publishing. A análise e o relato incidem sobre a operação Barbarossa (1941-1942 – invasão da URSS pela Alemanha nazi). Mas a visão da guerra é nos dada pelos olhos e pelas impressões dos soldados e dos oficiais que efectivamente a combateram no terreno – com base em cartas dos soldados alemães enviadas para a Fatherland, diários pessoais dos soldados, relatórios de combate e arquivos secretos das SS. Sendo um facto notório que a guerra no leste foi especialmente brutal, Kershaw também analisa de que forma o facto de estarmos na presença de dois oponentes com regimes totalitários, com militares motivados ideologicamente, terá contribuído para os excessos cometidos, quer sobre os militares inimigos, quer sobre as populações civis. Kershaw discorre sobre a pressão que cada um dos aparelhos ideológicos terá exercido sobre os executantes no terreno e, por causa disso, sobre a responsabilidade moral dos soldados. O que os motivava?

(Rui Estrela de Oliveira)

*

Norman Davies não diz nada de novo sobre o comportamento das tropas soviéticas durante a IIª Guerra Mundial. Antony Beevor, nos seus livros “Estalinegrado” e “A Queda de Berlim – 1945”, retrata com fiabilidade estes dois momentos da guerra, bem como a crueldade e a bestialidade usadas pelas tropas soviéticas, quer num, quer noutro momento. As tropas soviéticas não ficaram atrás das alemãs neste capítulo negro da história da humanidade. As razões que levaram à existência do Tribunal de Nuremberga, aplicam-se da mesma forma ao horror infligido pelos soviéticos, quer no seu próprio país, quer nos países da Europa do Leste e parte da Áustria e Alemanha que ocuparam.

No prefácio de “A Queda de Berlim – 1945”, diz o autor: “Para o final da guerra, a dimensão da tragédia humana ultrapassava a imaginação de todos os que não a viveram, especialmente daqueles que cresceram na sociedade desmilitarizada da era do pós-Guerra Fria”. É bom não esquecer isso.

(Eduardo Tereso)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES


Em sequência da série 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, e 9.

Das traduções, a minha preferida vai para aquela do cinema produzido no país ao lado, em que uma moça se apresenta cabisbaixa perante a família e diz estar grávida. Tradução: “estou embaraçada”. Outro caso muito interessante, tipo ratoeira, é o “pourtant” do francês, que passa directamente a “portanto”, está-se mesmo a ver! Por infelicidade, poder significar “contudo”, “no entanto”, etc. Em obras na área do direito ou da medicina, por exemplo, isto pode ter efeitos devastadores, imagino eu, cá do alto da minha ignorância. Possivelmente o problema não está na tradução, sim no modo como o trabalho é executado, como se escolhe quem o faz, por que se escolhe assim, e onde estão as pessoas que o sabem fazer bem feito.

(Paulo Loureiro)

*

Ainda no capítulo das traduções inteligentes, há uma que jamais esquecerei e que permitiu a um serial killer deixar notas escritas com uma caneta fonte! Tenho, como coleccionador, tentado encontrar uma destas canetas em Portugal, mas insistem comigo que tal não existe. Será conspiração orquestrada dos papeleiros?

(Raul Almeida)

*

Na continuação deste tema (daria pano para mangas), não posso deixar de mencionar um caso de uma tradução errada de uma palavra "falsa amiga" mas o erro é tão clamoroso que passa a ridículo. Passava o filme "Miss Congenility" (Miss Detective) no canal Hollywood, e num diálogo a protagonista respondia ao facto de o desfile de biquíni valer 30% da pontuação:

"What's the other 70 percent, cleavage?". A tradução correcta seria algo como "Quais são os outros 70 por cento, o decote?". Na legenda apareceu "clivagem" como tradução de "cleavage"...

(Romeu)

*

(...) esqueci-me de um daqueles exemplos flagrantes na tradução de títulos de filmes. Traduzir "collateral" por "colateral" é tão rídículo que acho que ninguém teve coragem na altura de apontar o erro porque ninguém acreditava que seria possível cometer um erro desses. "Colateral" sem mais nem menos em Português não quer dizer nada, é um adjectivo que faz sentido aposto a algo como "danos colaterais". Mas "collateral" em Inglês, e no contexto do filme, quer dizer "garantia", tal como a garantia de um empréstimo (um fiador).
Para além das traduções há o problema do próprio português que se anda a escrever por aí. É preciso não esquecer que as revistas cor-de-rosa, (essa chiclete do espírito tão apetecível no Verão), têm tiragens fabulosas. A minha mãe adora lê-las nesta altura em que é preciso fingir que nada pode ser assim tão sério que nos possa estragar as férias. E numa delas viu uma frase qualquer, de um viP qualquer, no título da reportagem (!), mais ou menos assim "Queria uma casa onde me SINTI-SE bem". Com esta forma, tal e qual.

(Paulo Lourenço)


VARIA


Qualquer pessoa com dois dedos de testa consegue concluir que o chip nas matrículas nunca será útil para evitar o CARJACKING, nem tão pouco descobrir as viaturas roubadas deste modo.

Hoje em dia os criminosos destroem os sistemas de navegação por GPS das viaturas roubadas, apesar de estes sistemas não possibilitarem a localização da viatura. Ou seja, quando as matrículas tiverem chip, a primeira coisa que os assaltantes fazem é destruir o chip.

Mas há NOVOS perigos que os chips nas matrículas vão trazer, tal como as novas tecnologias de protecção das viaturas trouxeram o CARJACKING. O CARJACKING existe porque a tecnologia tornou impossível roubar o carro sem a chave.

Aproveito para indicar uma discussão sobre o assunto, onde é possível perceber porque razão a maioria dos Portugueses engolem todas as mentiras que lhes queiram contar.

(Nuno Ferreira)
Gostei muito de ver a ideia do leitor Nuno Ferreira sobre o problema da "cada vez melhor segurança". De facto, a melhor segurança apenas transfere o problema para as pessoas das vítimas. Quando se tornar moda a biometria, os scans de retina, impressões digitais, etc., quanto tempo levará até que os ladrões comecem a decepar mãos ou a literalmente "arrancar olhos", para conseguir dar à ignição do carrito? (Sinto cada vez mais necessidade de voltar a ler ficcção científica, nós já vivemos lá de qualquer maneira...)
(PL)
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Por razões de saúde graves não me foi possivel ir gozar uns dias de praia como habitualmente faço. Passei o mês de Agosto entre HUC e casa, com pouca disposição para ler. Assim pensei que poderia ter alguma companhia com a TV. Engano e horror!

É inescritível o que as TV's 1,3 e 4 apresentam durante todo o dia. Estórias de "faca e alguidar"; apelo ao que melhor para uns e pior para outros se possa imaginar. Comentadores que se dão ao luxo de falar nas "mamocas" de silicone de...nem sei nomes. De tragédias que o não são e de convidados que pretendem demonstrar "qualidades" há muito anquilosadas: caso de Zézé
Camarinha e quejandos.

O Engº Socrates pode distribuir computadores, apelar à modernidade. Saberá ele que para tudo isso terá que começar por apelar à educação? Será que temos que distrair as nossas "donas de casa", reformados, doentes, e isolados em aldeias longe de tudo, com este lixo nauseabundo?
Se a TV3 e 4, são privadas, já a RTP 1 é paga com o dinheirinho dos meus impostos, de trabalho que tanto me custa. Se soubesse como, impediria de canalizar um centimo que fosse, para aquela Empresa. É um desabafo, mas creia que se tiver só por companhia um aparelho de televisão o meu conselho é mantê-lo desligado. Poupamos energia e não embrutecemos ou enfurecemos.

(Fortunata de Sá)

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Se bem me lembro, o Sr. Primeiro-Ministro anunciava, em plena crise energética e económica, uma das suas medidas "sociais": o congelamento dos passes socias nas regiões da Grande Lisboa e Porto. Que eu saiba, ninguém perguntou quais seriam os efeitos dessa medida nos serviços prestados em empresas públicas com prejuízos crónicos (que eu até estou disposto a deixar passar, porque reconheço que a cobrança do preço real dos transportes seria incomportável para muitas das pessoas que pagam para os utilizar). Mas não notei grande diferença; até comecei a pensar, na minha ingenuidade, que, desta vez, havia alguma realidade por trás da medida.

O despertador tocou na semana passada; ainda não parou. Comecei a ouvir a campainha quando precisei, na semana passada, de me deslocar ao Campus da Universidade Nova, no Pragal. No meu caso, a opção mais cómoda para esta pequena viajem é apanhar o comboio da Fertagus para o Pragal e, como não sou passageiro frequente do dito comboio, tentei fazer o que costumo e que penso ser uma opção em qualquer país civilizado: comprar um bilhete de ida-e-volta; ou seja, para que fique bem explícito, comprar o direito de fazer duas viagens curtas.

Fui cilindrado pelo progresso segundo Sócrates. Já não é possível comprar um bilhete para uma viagem isolada: os transportes de Lisboa (e suponho que os do Porto também) aderiram à "Bilhética Sem Contacto", daqui em diante referida como BSC (que é parecido com BSE); o Grande Passo em Frente da BSC obriga toda a gente que queira viajar (mesmo uma pequena viagem ocasional) a comprar um cartão "Lisboa Viva", "Sete Colinas" ou "Viva Viagem" e carregá-lo com o valor da dita. Tive então que pagar o cartão mais a viajem: quase dez vezes mais do que pagava anteriormente. Não vale a pena dizerem-me que agora sou portador de um cartão "Sete Colinas", que é uma porcaria impressa em cartão e que não durará mais do que umas semanas (também sou obrigado a ser portador do "Lisboa Viva", que tem um "chip" que já se avariou três vezes, e que fui obrigado a pagar cada uma das vezes).

Mas a história continua: o passe que costumo comprar deixou de existir em papel, novamente graças à BSC, de modo que agora tenho que andar com o cartão e com o recibo da compra, pois se a electrónica falha e o leitor do revisor afirma que eu não comprei o passe, já não tenho a salvaguarda física do selo para provar a minha legitimidade como passageiro. Não vou falar das incompatibilidades várias entre os sistemas da CP e do ML, dos atrasos na implementação (o passe só vai estar à venda amanhâ, dia 1 de Setembro, no ML; até os trabalhadores das bilheteiras estão com medo do caos que vem aí).

Mas a verdadeira questão é esta: se estamos em plena crise económica e energética, e se estas empresas têm prejuízos crónicos, como é que foi pago um sistema tão caro (e pior que o anterior, passado o fascínio com tecnologias mal compreendidas)? Quem é que ganhou com este negócio? Quem é que vai fazer a manutenção de um sistema tão frágil? Ou vamos ter um episódio semelhante à invasão de Lisboa pelos radares, na maior parte das vezes que passo por um, está fora de serviço?

(João Soares)

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(Susana)

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INTERIORES / EXTERIORES: CORES DESTES DIAS

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver





S. Tomé e Príncipe. (Carlos Filipe)




Na casa da D. Ermelinda, em Vildemoinhos, Viseu, o dia começa cedo. Às seis da manhã, já a família se encontra reunida para amassar a famosa broa trambela, feita com farinha de milho branco moída em moinho de água, a que se juntou um pouco de farinha de centeio para ficar mais macia. Dentro do pequeno cubículo, o calor faz transpirar os corpos, mesmo os que não se aproximam do forno de lenha, onde a broa é cozida a cerca de 250 graus. A D. Ermelinda irá levá-la, depois, para o mercado da cidade, onde, todos os dias, se esgota. (Sandra Bernardo)





Sra. do Desterro, S. Romão, Serra da Estrela. (Miguel R.A.)





Fotografias de Inhaca, Moçambique, Agosto de 2008. (Cristina Figueiredo)



Azenha no Tâmega. (Helder Barros)



Ucraniano. (José Milhazes)

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© José Pacheco Pereira
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