ABRUPTO

13.9.08


LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (14)

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Numa miscelânea de partituras para piano e canto de uma casa nobre do Norte nas primeiras décadas do século XX.

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LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 13 de Setembro de 2008

O PS prepara-se-se para as eleições.

Nos Açores, o Governo regional distribui o "kit autonómico" (fantástica designação):
Distribuído a pouco mais de um mês das eleições legislativas regionais, o "Kit Autonómico" é o exemplo acabado de uma campanha que é o culminar de quatro anos de propaganda que passou despercebida na comunicação social do Continente, sempre atenta à Madeira. A questão autonómica, que sempre concedeu a quem dela se socorreu dividendos políticos, tem agora honras de "Kit", com um CD com o Hino dos Açores, um Guia com as Insígnias Honoríficas Açorianas, dois autocolantes (para colocar no pára-brisas, presumo) e uma carta do Presidente do Governo Regional, Carlos César, que é o cabeça-de-lista do PS. Tudo com o dinheiro dos contribuintes açorianos, que não consta que "nadem em dinheiro".





(Rafael Hitlodeu)

*
O lema “antes morrer livres que em paz sujeitos” por baixo de “Governo dos Açores” que aparece no fundo da primeira imagem que publicou é muito interessante, principalmente quando enquadrado no momento eleitoral e a meio do conflito institucional que decorre. Já tinha visto um comentário sobre a existência deste kit, mas pensei tratar-se de uma daquelas graçolas eleitorais. Está encontrado o bosão dos Açores, uma partícula desconhecida mas que se sabia existir, que une o possível ao imaginário e redefine completamente a noção de “infinito” e “big bang” da política.

(Paulo Loureiro)
*


Na emigração, perante a indiferença geral (por cá, porque na emigração os protestos chovem), o PS prepara-se para acabar com o voto por correspondência, que nunca foi controverso, e é uma prática comum em vários países mais que democráticos para condições em que o voto presencial exige longas deslocações. Se se tiver em conta o encerramento de muitos consulados (e já agora, porque se está a lidar com um processo de má fé, que garantias temos que o encerramento dos consulados não obedece também a uma geografia eleitoral destinada a favorecer o PS?), isto significa que muitos emigrantes não vão poder votar a não ser que estejam dispostos a longas viagens. Como medida de integração dos emigrantes na vida política portuguesa é brilhante como se vê, mas parece que obedece ao cálculo de que cada deputado conta e na emigração onde o PSD tem peso eleitoral, há que diminuir as hipóteses do PS perder posições.

Encolhamos os ombros a isto, porque "não é a notícia do dia" , como ouvi na SICN, mais uma vez no excelente exercício de não julgar as coisas pelo seu conteúdo e mérito, mas apenas pela sua "oportunidade" mediática. O PS agradece.

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LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (13)

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LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (12)

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LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (11)


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LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (10)



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LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (9)



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EARLY MORNING BLOGS


1386 - Why Did I Dream of You Last Night?

Why did I dream of you last night?
Now morning is pushing back hair with grey light
Memories strike home, like slaps in the face;
Raised on elbow, I stare at the pale fog
beyond the window.

So many things I had thought forgotten
Return to my mind with stranger pain:
- Like letters that arrive addressed to someone
Who left the house so many years ago.

(Philip Larkin)

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INTERIORES / EXTERIORES: CORES DESTES DIAS

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver



(Sandra Bernardo)



Panfleto colado a um poste de electricidade em "dowtown" Providence. (Luis Pinto de Sá)



St.Petersburgo. Um policia de trânsito verifica os documentos de um militar, depois de o mandar parar por condução em sentido contrário. (Joao Santos)



Sede do PCP na freguesia de Odeceixe. (Jorge Almeida)





Quinta da Taberna - Vidmonte - Serra da Estrela. Habitantes: 2. (Nuno Marta)



Lua de ontem. (ana)



Caloura São Miguel Açores. (Jorge Delfim)







Estados de Lisboa. (Medina Ribeiro)







Comboio histórico que faz a viagem entre a Régua e o Tua. (Mónica Lopes)

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12.9.08


LIVROS DE QUATRO GERAÇÕES (8)



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OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: "DEMÓNIOS" DE VENTO



em Marte.

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OUVINDO

Um Kalsum a cantar Inta Omri.

*

Grandpa Jones e Ramona Wonder a cantar Where My Darlin' Is Tonight? no Grand Ole Opry, Nashville, Tennessee.

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COISAS DA SÁBADO: OS HOMENS QUE SONHAM COM FERRARIS

Alguém terá que contar aos homens que sonham com Ferraris, um daqueles típicos sonhos de potência masculina que o Dr. Freud explicava muito bem, um velho paradoxo grego de autoria de Zenão de Eleia, e que, como é óbvio, só anima os pobres intelectuais que o percebem:

Aquiles nunca pode alcançar a tartaruga; porque na altura em que atinge o ponto donde a tartaruga partiu, ela ter-se-á deslocado para outro ponto; na altura em que alcança esse segundo ponto, ela ter-se-á deslocado de novo; e assim sucessivamente, ad infinitum.”

Esta história só tem um problema que é ter-se que chamar Aquiles aos sonhadores de Ferraris. Só mesmo por razões de fidelidade ao fragmento de Zenão.

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(Susana)

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EARLY MORNING BLOGS


1385 - The Red Wheelbarrow


so much depends
upon

a red wheel
barrow

glazed with rain
water

beside the white
chickens.

(William Carlos Williams)

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11.9.08


COISAS DA SÁBADO: “FALTA NOVIDADE”

O par novidade / não-novidade é puramente comunicacional, remete para critérios que tem a ver com a necessidade jornalística num mundo espectacular de estar sempre a dizer amanhã algo de diferente do que disse hoje. É uma espécie de fast food do tempo rápido e ligeiro da comunicação. Mas fora do espectáculo, a “novidade” não é necessariamente um valor, nem nada que se pareça. Nunca ninguém disse que a “novidade”, como a “diferença”, tem algum valor de per si, fora do domínio do espectáculo, ou, se se quiser ir para mais nobres actividades, fora do domínio da estética e da criação, onde também partilha os louros com o valor do “clássico” e da “imitação” que lhe são opostos. Porém na política, a novidade é bem pouco importante em si mesma.

A “NOVIDADE” SERIA TÃO CÓMODA PARA O GOVERNO!

Sim, esta semana não podemos falar de segurança interna. Não é novidade. Esta semana não podemos falar de desemprego. Não é novidade. Esta semana não podemos falar dos números péssimos da economia. Não é novidade. Etc., etc. Que bom seria, não era senhor Primeiro-ministro?


*
Uma área em que esta obsessão da novidade se sente diariamente é na legislação. Muda-se de regime jurídico como quem muda de camisa sem curar se o novo regime é melhor o antigo, se compensa ou não o custo - e há um grande custo, a começar pela celeridade dos tribunais - de mudar a lei. Para quem aprendeu que a Constituição Americana tinha a grande virtualidadede se manter a mesma (com pequena alterações) desde a fundação, e que isso dizia da qualidade do legislador, quem aprendeu que o direito civil se baseia nas mesmas instituições do ius romanum, não pode de olhar esta ferocidade legiferante com preocupação. Navega-se conforme o vento, também aqui.

Lembro-me de uma história tradicional nas Universidades de Direito, sobre um chefe de Estado que mandava publicar as suas leis numa torre tão alta que ninguém podia conhecê-las. Servia a história para mostrar que tal lei não podia legitimamente obrigar quem não a conhecia. Essa torre existe hoje, feita de camadas e camadas de Diários da República. Não a vemos, porque é electrónica e portanto tão virtual como o Estado de Direito.

(Nuno Dias)

*

Sobre a novidade na política: Em 1989, Lula da Silva e Collor de Mello, ambos na casa dos 40 anos de idade, dividiam as intenções de voto da imensa maioria da população brasileira. A chapa de Ulisses Guimarães, candidato a presidente, e Waldir Pires, a vice presidente, ambos na casa dos 70, era relegada aos últimos lugares da corrida presidencial. Uma repórter perguntou a Waldir Pires se esses dados não indicavam claramente o desejo de novidade na política brasileira. "Mas a novidade é velha, minha filha, a novidade é muito velha", ponderou Waldir Pires, com a característica doçura bahiana. Elegeu-se Collor de Mello. Deu no que deu.

(Mário Negreiros)

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Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver.

(Fotografia pinhole de António Leal)

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EARLY MORNING BLOGS


1384

Dans le fallacieux combat entre l'ordre et la justice, Michel Charles s'est déjà rangé du côté de l'ordre. Il croira toute sa vie qu'un homme bien né, bien élevé, bien lavé, bien nourri et bien abreuvé sans excès, cultivé comme il convient qu'un homme de bonne compagnie le soit de son temps, est non seulement supérieur aux misérables, mais encore d'une autre race, presque d'un autre sang. Même s'il se rencontrait, parmi beaucoup d'erreurs, une petite parcelle de vérité dans cette vue qui, avouée ou tacite, a été celle de toutes les civilisations jusqu'à nos jours, ce qu'elle contient de faux finit toujours par lézarder toute société qui se repose sur elle. Au cours de son existence d'homme privilégié, mais pas nécessairement d'homme heureux, Michel Charles n'a jamais traversé de crise assez forte pour s'apercevoir qu'il était en dernière analyse le semblable de ces rebuts humains, peut-être leur frère. Il ne s'avouera pas non plus que tout homme, un jour ou l'autre, se voit condamné aux travaux forcés à perpétuité.

(Marguerite Yourcenar, Archives du Nord )

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10.9.08


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 10 de Setembro de 2008



Claro que é isto mesmo que escreve o João Gonçalves:
"Nesta obsessão idiota pela fala que tomou conta de toda a gente, estranho que não se questione a fala do primeiro-ministro e que, pelo contrário, haja tanta preocupação com o registo discursivo de Ferreira Leite. Sócrates manda há quatro anos no PS e há três anos e meio no país. Ferreira Leite mal manda no PSD. Por que é que não existe a mesma exigência - e sabe Deus como as redacções e a blogosfera estão cheias de "exigentes" escrutinadores - para com a fala de Sócrates? É porque ele é poder e o respeitinho ainda é uma coisa linda? Ou é porque o significante não "bate" com o "significado" quando ele fala de mediocridade ou de sucesso? É que é Sócrates quem vai ser avaliado por uma legislatura em maioria absoluta. Não são os outros. Se ainda não perceberam esta banalidade (ou não lhes interessa que se perceba), metam urgentemente explicador. Não invertam os termos da equação como se fossemos todos obtusos."
e isto mesmo que escreve Filipe Nunes Vicente:
"O principal objectivo do líder da oposição é ser ouvido. Manuela Ferreira Leite, como qualquer pessoa concordará, foi ouvida atentamente. Sobretudo pelo ministro da economia que, certamente por coincidência, anunciou hoje um plano para salvar Veneza.

Um dos requisitos para se ser ouvido é falar apenas quando se quer e MFL cumpriu-o. Falar a toda a hora sem se importar com o destino da mensagem é função do speaker da Volta a Portugal. Entretanto comem-se tremoços. As coisas são que são e MFL é MFL. Não houve música de Vangelis, criancinhas saídas de uma nave espacial nem distribuição de frigoríficos ( a especialidade do mais recente apoiante gondomarense de Sócrates). Houve um discurso e ponto final.

Pode não ser suficiente se as pessoas quiserem festarola, altas velocidades para as Rias Bajas e governo pela televisão. É a democracia."

Mas estamos todos tão ao contrário, que nem se dá por ela. Mas o PS agradece.

*

Sobre outro aspecto desta sobreposição de critérios espectaculares à política, o fetichismo da "novidade" e do "diferente", escrevo esta semana na Sábado. Não tenho dúvida que José Sócrates e o PS muito agradeceriam que se deixassem cair os temas sem "novidade": segurança, desemprego, resultados da economia, corrupção.

*

É interessante ver a sanha com que Manuela Ferreira Leite é atacada pelos donos e empregados das agências de comunicação que pululam nos blogues, muitas vezes sem se identificarem como tal. Compreende-se bem: para eles seria insuportável que um político obtivesse resultados sem a ajuda dos "profissionais" de comunicação.

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES:
Porque é que os nossos telejornais não avisam que o Mundo pode acabar na Quarta-Feira? (2)




Ver a discussão lá em baixo.

Após remover vários elementos ao longo do túnel que bloqueavam a passagem do feixe, e sucessivas correcções para melhorar a precisão, este completou uma volta completa de 27Km, regressando ao ponto de injecção. Para mais informações, os leitores do Abrupto podem acompanhar a par e passo esta aventura ciêntifica aqui.

(Daniel Rodrigues)

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