ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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31.8.08
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OUVINDO
Melody Gardot a cantar Sweet Memory. Sweet Memory Talking bout a sweet memory It goes round and round in my head Pretty soon I’ll want the real thing instead But for now I got this sweet memory Sunny day Sunny day Not a cloud crosses the sky Not a tear comes to my eye On this sunny day Sweet Memory Talking bout a sweet memory It goes round and round in my head Pretty soon I’ll want the real thing instead But for now I got this sweet memory Sweet Memory Sweet Memory (url) (url) O QUE FAZ FALTA: ESCRUTÍNIO, TÓNUS CRÍTICO, CRÍTICA (1) O que faz falta é animar a malta O que faz falta O que faz falta é acordar a malta O que faz falta (Zeca Afonso) A recente entrevista do ministro da Administração Interna (MAI) à RTP foi mais um exemplo das encruzilhadas deste Governo e do cansaço e impasses em que se meteu. Admirava-me pouco se o primeiro-ministro estivesse a preparar uma remodelação, e com ela levasse o MAI, cuja adequação à função é, para ser suave, distante. Vistas bem as coisas, passados três anos, com condições excepcionais de governação (convém sempre lembrar este facto que o Governo nunca refere, uma maioria absoluta sólida, um presidente institucionalmente cooperante e uma oposição muito débil e descredibilizada), os resultados deste Governo são bem medíocres, muitos dos ministros têm mostrado igualmente serem medíocres no exercício das suas funções e o todo só é sustentado pelas habilidades propagandísticas do primeiro-ministro e pela enorme deficiência de escrutínio da governação, quer por parte da oposição (voltaremos aqui), quer pela ausência de uma cultura crítica, de um tónus crítico na vida pública portuguesa. Até pelo seu carácter estrutural, que vem da nossa história recente, da omnipresença de estado, da escassez de independência face a retaliações, da pequenez do país onde todos são "primos" uns dos outros, da fraca vida intelectual, do débil debate, o problema mais grave que se instalou no espaço público português é um enorme défice de escrutínio da governação. Pode haver um clima depressivo e de "mal dizer", mas não há um clima crítico da governação como é suposto existir numa democracia. O actual Governo vive nesse e desse clima que fomenta, utilizando dois grandes instrumentos evidentes, e um menos evidente e mais sombrio. Os instrumentos que estão à vista de todos, mas cujo próprio escrutínio é também ferozmente atacado (veja-se como Eduardo Cintra Torres, o crítico de televisão deste jornal, é patrulhado ao milímetro, ameaçado por processos judiciais e por uma campanha de descredibilização, a arma típica para isolar os críticos), são por um lado o seu controlo da comunicação social do estado; e depois a sua própria máquina de informação e comunicação a partir dos assessores de imprensa e das agências de comunicação do primeiro-ministro, dos ministérios e dos gabinetes dependentes do estado, incluindo empresas públicas, etc., etc. A comunicação social do estado para além de doses de "circo" que nenhum serviço público justifica, serve acima de tudo como instrumento de controlo dos danos, limitação da agenda aos temas benignos e do acesso ao pódio apenas aos críticos "construtivos". O aspecto mais sombrio é o da utilização da máquina do estado para intimidar, pressionar e punir todos os que não aceitam a "ordem" governamental. No mesmo dia em publiquei isto a RTP no Telejornal das 13 horas dava um escandaloso exemplo de manipulação informativa, exactamente para cobrir o MAI. A ERC continua silenciosa 24 horas depois e faz mal. A própria RTP deve ter pensado duas vezes após a denúncia da manipulação visto que no noticiário das 20 horas do mesmo dia, já não passou o ministro Santos Silva. (Na peça principal, o ministro estava omitido, em relação às 13 horas, mas não posso garantir se depois apareceu porque não vi o resto do Telejornal.)Poucas vezes na história da democracia portuguesa uma tão vasta máquina de poder está tão "consensualmente" e invisivelmente instalada. Aliás, todos os dias se reforça com muito cuidadas nomeações e escolhas quer para a comunicação social pública quer privada, onde o longo braço do Governo consegue chegar, "aconselhando" os privados contra os custos de fazerem escolhas que podem ser vistas como "hostis" ou "excessivas". Em três anos de governação, só há um caso em que esta máquina não controlou os acontecimentos, embora tenha recuperado na fase final, e em que a opinião pública (blogues, ordens profissionais, técnicos e, no fim, comunicação social) actuou no sentido de evitar um erro clamoroso que o Governo se preparava para fazer: o "caso" do aeroporto da Ota. Vejamos uma lista dos procedimentos em que este Governo, e em particular o primeiro-ministro, assenta a sua governação e a sistemática ausência de escrutínio que já é mais que visível pelos resultados nestes últimos três anos: 1) Anúncios de medidas inexistentes ou que não passam de processos de intenção Exemplo recente: o ministro da Administração Interna foi confrontado na sua entrevista televisiva com uma dessas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro há mais de um ano e teve que admitir que ela não teve qualquer implementação. Foi o caso do anúncio, no Parlamento, pelo primeiro-ministro, de que "as alterações orgânicas na GNR e PSP vão libertar 4800 efectivos para funções operacionais" (Lusa, 28/2/2007). Como se pode ver pelos anúncios vários feitos nessa sessão parlamentar, nenhuma das medidas foi cumprida nos prazos referidos e muitas nem sequer foram iniciadas mais de um ano depois do seu anúncio. Se um igual escrutínio fosse feito a muitos dos anúncios deste tipo, ver-se-ia que a regra é o incumprimento total, parcial ou muito atrasado e incipiente das medidas anunciadas. É assim que o primeiro-ministro "ganha" os debates parlamentares. Outro aspecto grave das declarações do MAI foi a afirmação de que não sabia que número de polícias tinham abandonado a PSP, de modo a perceber-se se o ratio entradas-saídas significava aumento das forças policiais. Para além de ser absurdo que o MAI não saiba este número, sempre podia aproveitar para desmentir Paulo Portas que o divulga todos os minutos e bem, mostrando que saíram mais polícias dos que os que entraram.2) Anúncios de medidas assentes ou na omissio veri ou na sugestio falsi; anúncios propagandísticos de medidas sem verdadeiro significado ou impacto; anúncios de medidas, iniciativas, projectos ou realizações que não são de autoria ou responsabilidade governativa, etc. O mundo virtual dos anúncios do Governo daria toda uma série de artigos, de tal maneira aí está centrado o grosso da propaganda governamental (traduzida nos "momentos-Chávez" da RTP) e também as mais graves ausências de escrutínio da comunicação social. Um exemplo recente: o "computador Magalhães", anunciado como sendo "português", como dando origem a um elevado número de postos de trabalho e como fazendo parte de um investimento participado pela Intel. Nada disto é verdade, mas tudo isto foi dito pelos gabinetes governamentais e divulgado pela Lusa. É interessante notar a simbiose entre as notícias da Lusa e os anúncios governamentais na construção da "imagem" de um evento antes de ele se realizar. Criada a "imagem" do evento, principalmente na televisão, de pouco valem as informações mais precisas, de nada vale o responsável pela Intel ter dito que o investimento era "zero", vir a saber-se, em grande parte pela acção dos blogues, que o "Magalhães" nada tinha de português e que não era líquido que uma opção típica de um país do Terceiro Mundo (para quem o Classmate da Intel foi pensado, tal como se apresenta na Internet: "focused on people in the world's developing communities") fosse adequada na Europa, onde programas deste tipo não existem, por regra. As armas são desiguais. 3) Ausência de fact cheking Num país onde se valoriza o debate público, há sempre quem faça em tempo útil a verificação dos factos com origem governamental. Em Portugal, isso quase não existe, em detrimento da repetição acrítica da propaganda. Um exemplo recente encontra-se na última entrevista do MAI, quando este referiu que o verdadeiro aumento da criminalidade se dera nos anos 2003-4, os anos do Governo PSD-CDS. Por muita asneira que os governos PSD-CDS tivessem feito, não me parece que se tenha assistido a um incremento exponencial da criminalidade, que possa ilibar ou sequer ser comparado com a situação actual. O MAI não resistiu a fazer aquilo que os gabinetes de propaganda normalmente preparam, ou seja, comparações fixadas nos anos 2003-4. Acontece que a maioria dessas comparações não tem qualquer sustentação estatística em comparação com outras, com muito mais significado, como seja com os governos Guterres, que a actual propaganda evita como o Diabo a cruz. Aliás, as tendências estatísticas que permitem uma análise de mais longa duração mostram que o crescimento de todos estes problemas vem dos governos PS. Fui ver os relatórios de segurança e as suas estatísticas, ou seja, fazer o fact checking do que o MAI disse. O que encontrei foi o oposto do que ele disse: "Pela análise do gráfico, pode-se verificar que, entre 1998 e 2003, houve uma subida gradual da criminalidade participada, com excepção para o ano 2000, em que não houve grande oscilação de valores. A partir do ano de 2003, a criminalidade desceu nos dois anos consecutivos, voltando a subir um pouco no ano de 2006 e estabilizando no ano de 2007." (Relatório Anual de Segurança Interna - Ano de 2007)No que diz respeito à "criminalidade grupal" o ano recorde é 2006. Mesmo para a "criminalidade violenta e grave", que era o que se discutia, e para além de dificuldades de comparação estatística suscitadas pelo incremento de crimes como o car jacking , o que se diz é que "este tipo de criminalidade tem vindo a subir, com excepção para o ano 2005 e para o ano de 2007, no qual se assiste à maior descida observada nos últimos dez anos e ao menor valor dos últimos seis anos" sendo que essa descida de deve à "diminuição observada no crime de roubo na via pública (excepto esticão)". Como se vê, o MAI enganou-nos e é pena que muitos governantes não encontrem jornalistas preparados com os números, para não haver benefício do infractor. (Continua para a semana com vários outros pontos: Manipulação de estatísticas; Ocultação de dados ou informações; Pressões para que não se faça o escrutínio de informações potencialmente danosas para o Primeiro-ministro; Manipulação de informação através da comunicação social controlada pelo governo; Isolamento de críticos e críticas mais duros e menos "simpáticos" com o governo, a favor da promoção de "críticos" "construtivos", "moderados", de meias tintas, no pódio comunicacional; Áreas importantes da governação que não têm qualquer escrutínio (cultura, negócios estrangeiros, defesa, etc,); Colocação no mesmo plano das propostas da oposição e das do governo e pressões para que a discussão se centre nas propostas da oposição “igualizando-as” às do governo; etc., etc.) (Versão do Público de 30 de Agosto de 2008) (url) O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: COMENTÁRIOS SOBRE A SAGA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E OS ANÚNCIOS DO GOVERNO Em sequência da série 1 e 2. Fotos tiradas esta semana, durante o horário de expediente dos CTT, nas avenidas da Igreja e de Roma, em Lisboa. Note-se o requinte da máquina que, embora não tendo trocos para dar, disponibiliza a venda de selos com o - inexistente - "Porta-moedas Multibanco"... (C. Medina Ribeiro) EDP (...) Eu aborreço-me mesmo é com os apagões que têm ocorrido em Oeiras e - dizem-me - no Estoril, propícios à insegurança e ao banditismo, o dos assaltos a bancos e o dos assaltos a pessoas e automóveis (vidros partidos, riscos, etc.). Quanto à iluminação pública, a CMO não parece corresponder aos alertas nem parece pressionar a EDP, pelo simples facto de o problema persistir há mês e meio, pelo menos na zona compreendida entre a Av. Sá Carneiro (onde também ficam os SMAS, a Biblioteca e a Assembleia Municipal) e a Rua do Chafariz, incluindo os vários Largos que entre as duas artérias se situam! A EDP, que tem um número (800506506) para comunicação de situações anómalas (chamam-lhe cortes), não atendeu às 21.00 horas de uma sexta-feira, 29/8, ontem... De facto, desde Julho, a iluminação é muitas vezes accionada demasiado tarde (21.20, 22.15, 23.00 e mais)..., deixando as artérias às escuras! Não é um corte? Então o que é? Na zona de Cacilhas de Oeiras, dizem-me que os apagões ocorrem noite alta, e a polícia terá andado, na madrugada de 30/8, a patrulhar os arruamentos de vivendas próximas do centro comercial. Mas, se há avarias, não deverão estas ser detectadas, corrigidas e testadas durante o dia? Eu estava habituado a ver luzes acesas durante o dia por causa deste tipo de manutenção... (...) (António Guedes da Silva) (url) (url) 30.8.08
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LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 30 de Agosto de 2008 Para que serve a RTP ao governo? O Telejornal das 13 horas de hoje dá um magnífico exemplo, tão escandaloso como inequívoco. Todo ele foi construído para responder às críticas ao Ministro da Administração Interna e ao governo sobre a incapacidade de lidar com o agravamento da criminalidade. Depois de várias reportagens sobre operações realizadas um pouco por todo o país, um típico caso do uso das forças policiais para disfarçar um problema político de fundo, sem sabermos se os resultados são satisfatórios, se este tipo de acções são as adequadas à situação actual, se têm ou não continuidade, etc., etc., típicas acções destinadas a "encher o olho", os responsáveis pelo Telejornal foram visitar ao seu gabinete o Ministro da tutela da RTP e da propaganda, certamente a seu pedido, para este fazer uma declaração de ataque à oposição. Em contraponto, há apenas imagens antigas de declarações da oposição, entremeadas pelos ataques do Ministro Santos Silva, feitos de encomenda para a peça da RTP. A estrutura da peça é a do discurso governamental, com a agravante de ser feito de encomenda, - o Telejornal não o discurso -, para controlar os danos e dar o pódio ao Ministro. O problema de entidades como a ERC e os seus métodos é que realidades como a do Telejornal de hoje, - insisto, uma peça escandalosa de manipulação de opinião pública, - diluem-se numa estatística e enganam-nos quanto ao uso propagandístico da RTP. Gostava de ver os homens e mulheres honestos da ERC a falarem ainda hoje sobre este Telejornal que não engana a ninguém e não oferece dúvidas. É que senão beneficiam o infractor e demitem-se do seu papel. Para quem tenha dúvidas, veja-se o Telejornal quando a RTP o colocar em linha. (url)
OUVINDO
Um muito jovem Vladimir Ashkenazy ganha o prémio do concurso de piano Tchaikovsky e toca esplendorosamente na Bolshoy Zal do Conservatório de Moscovo. Tudo o que há de melhor na grande cultura russa. * Fischer-Dieskau cantar "Ging heut Morgen übers Feld" de Mahler. (...) * Fischer-Dieskau cantar "Der Erlkönig" de Schubert. Wer reitet so spät durch Nacht und Wind? (url) (url) 1374 - Storm Fear When the wind works against us in the dark, And pelts with snow The lowest chamber window on the east, And whispers with a sort of stifled bark, The beast, ‘Come out! Come out!’-- It costs no inward struggle not to go, Ah, no! I count our strength, Two and a child, Those of us not asleep subdued to mark How the cold creeps as the fire dies at length,-- How drifts are piled, Dooryard and road ungraded, Till even the comforting barn grows far away And my heart owns a doubt Whether ’tis in us to arise with day And save ourselves unaided. (Robert Frost) (url) 29.8.08
OUVINDO
Jessye Norman canta Je te veux de Erik Satie. J’ai compris ta détresseHeinz Hollinger a tocar o Concerto para Oboé de Mozart. (url) Os críticos do curso político dos últimos anos da UE tem dito sempre que as aventuras de engenharia político-institucional que deram origem aos falhados exercícios de Constituição e de Tratado de Lisboa, são distracções do essencial que poderia existir, houvesse vontade política, mesmo com os tratados actuais. Para a UE confrontar o que é essencial – ter políticas de “fronteira”, mesmo com base no mínimo denominador comum (ele próprio muito melhor do que a confusão actual) – são necessárias duas coisas absolutamente interligadas: ser credível do ponto de vista militar e reconstituir a aliança transatlântica com os EUA na base da boa fé e na prossecução de objectivos comuns. Existe um instrumento muito poderoso e que tem a vantagem de unir os “velhos” da UE com os “novos” e de poder servir de base para dar uma nova credibilidade à Europa: a OTAN. É verdade que nem todos os países da UE fazem parte da aliança militar e alguns que fazem traíram-na ainda há muito pouco tempo (os belgas em particular tiveram um procedimento de efectiva traição no início do conflito iraquiano quando bloquearam o reforço do dispositivo defensivo da Turquia, à revelia das obrigações do tratado). Mas a OTAN é a única força armada das democracias europeias e dos EUA que pode contar para conter as ameaças russas à integridade territorial dos países fronteiriços como a Geórgia, e as vindas de países como o Irão. Houvesse empenho em a retirar do limbo em que se encontra e, mesmo sem qualquer tratado, a Europa ficaria mais forte. (url) (url)
COISAS DA SÁBADO: O SR. MINISTRO, CONSULTADO, AUTORIZA A ATIRAR A MATAR
Um exemplo que passou despercebido mostra a relação pouco sadia do Ministro com as forças de segurança e vice-versa. Mostra também como funciona a máquina da propaganda para tentar inverter a imagem de moleza do Ministro. O Ministro, o ministério, ou alguém por ele, “passou” para os jornais a informação de que fora o próprio Ministro que autorizara a atirar a matar no caso do sequestro de Campolide. Na verdade, se tal aconteceu, é sinal que muitas coisas estão erradas no âmbito das forças de segurança. Primeiro, porque na actuação de polícias altamente especializadas em casos de criminalidade violenta, em particular no caso de forças como os GOE ou os atiradores especiais, existem protocolos de procedimentos que servem de base à sua actuação. Quem está no comando operacional dessas forças tem toda a autoridade para decidir o que for necessário para evitar males maiores, neste caso, proteger reféns em perigo, mesmo que isso signifique atirar a matar em último recurso. Só espero que agora os comandantes operacionais não vão telefonar ao sr. Ministro, seja este ou qualquer outro, para que partilhe com eles uma responsabilidade que é só sua e que vem com a função. Procedendo de outro modo, como parecem indicar as notícias tão convenientemente colocadas, seja o pedido de autorização por iniciativa do responsável operacional, ou por iniciativa do Ministro, não só se está a violar um protocolo como a agravar um perigo. O sinal que se dá é duplamente errado: ou se indicia que as polícias tem receio de usar meios mais duros para repor a lei, porque isso as coloca como alvo de críticas, em vez dos malfeitores, como infelizmente acontece todos os dias; ou o Ministro resolveu envolver-se numa acção policial ultrapassando a cadeia de comando, para vir tirar louros do que aconteceu. Se a coisa tivesse corrido mal, certamente a intervenção ministerial não seria publicitada. O resultado é estar-se a politizar uma decisão que deveria ser apenas “profissional” e só um Ministro que não compreende o “ethos” deste tipo de acções violentas é que se lembraria de as usar para compor a sua imagem. (url) (url) 1373 - The Fascination Of What's Difficult The fascination of what's difficult Has dried the sap out of my veins, and rent Spontaneous joy and natural content Out of my heart. There's something ails our colt That must, as if it had not holy blood Nor on Olympus leaped from cloud to cloud, Shiver under the lash, strain, sweat and jolt As though it dragged road-metal. My curse on plays That have to be set up in fifty ways, On the day's war with every knave and dolt, Theatre business, management of men. I swear before the dawn comes round again I'll find the stable and pull out the bolt. (William Butler Yeats) (url) 28.8.08
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OUVINDO
Música no Conservatório de Moscovo: Bach, Concerto para Oboé e Violino. Música no Conservatório de Moscovo: Kostantin Igumnov toca Sonhos Nocturnos de Tchaikovsky. Música no Conservatório de Moscovo: a "Guerra Sagrada" (Svyaschennaya voina). Música no Conservatório de Moscovo: Fantasia Coral de Beethoven na Bolshoy Zal. John Lee Hooker cantando One bourbon, one scotch, one beer One bourbon, one scotch, and one beerJohn Lee Hooker cantando Hobo Blues When I first thought to hobo'in, hobo'in, O Mio Babbino Caro do Gianni Schicchi de Puccini cantado por Montserrat Caballe. O mio babbino caro,Luigi Alva cantando Il mio tesoro do Don Giovanni de Mozart. Il mio tesoro intanto (url) (url) (url) 1372 - Wind Who'd have thought
that snow falls it always circled whirling like a thought in the glass ball around me and my bear Then it seemed beautiful containment snow whirled nothing ever fell nor my little bear bad thoughts imprisoned in crystal beauty has replaced itself with evil And the snow whirls only in fatal winds briefly then falls it always loathed containment beasts I love evil (Frank O'Hara) (url) 27.8.08
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OUVINDO
Rachmaninoff tocando o seu próprio Concerto nº 2. Gilels tocando o Prelúdio Op. 23 de Rachmaninoff Adagietto da 5º Sinfonia de Mahler. Les Champs Elysées. (url) (url) (url) Em sequência da série 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Antes de mais, e provando realmente a gente horrorosa que são os juristas (acreditem que é mesmo verdade) e a sua inegável tendência para se juntar nos sítios mais estranhos como por exemplo um blog, quero mandar um abraço ao Pedro Múrias de quem fui colega no curso de 1991-1996 e ao Doutor Moura e Silva de quem fui aluno nas aulas práticas de Direito Comunitário no 3.º ano do curso de Direito. E também dou mais um exemplo de uma tradução mal feita que, penso que não se deverá apenas a faltas de tempo ou ordenados baixos, mas antes a uma falta algo grave de conhecimento e neste caso concreto, da língua inglesa. Na série Lost, que seguramente terá sido imaginada por juristas, as personagens quando vêem os seus planos de fuga da ilha frustrados, soltam um "Crap!" ou um "Damnned!". Qualquer destas expressões seria satisfatoriamente traduzida por "Bolas!", "Caraças!", "Porra!" ou então o mais literário "Maldição!". No entanto, e por qualquer razão muito estranha, o que surge na legendagem é um inócuo e deslocado "Treta!". Ainda tentei depois gritar um "treta" quando me acontece ficar parado no trânsito ou quando preciso de levantar dinheiro com urgência de uma caixa de Multibanco e não há levantamentos disponíveis. Mas não é a mesma coisa. Falta aquela explosão de raiva e frustração. Sendo assim, a legendagem da série Lost só pode ter sido feita por gente muito calma e simpática ou que não apanha trânsito e tem sempre levantamentos disponíveis nas caixas de Multibanco. João Paulo Brito (também jurista, e bem horroroso) * No momento em que escrevo, a TVI faz uma mega-reportagem sensacionalista sobre os assaltos verificados hoje durante o dia. Em rodapé aparece constantemente o termo "Encapuzados". A Média Capital é dominada por accionistas espanhóis, talvez eles não se ofendam com o "encapuzados", mas eu como bom português, preferia que usassem a expressão portuguesa: encapuçados. E o bom povo semi-analfabeto que vê a televisão em casa, aprende que "encapuçados" se escreve com "Z". O menino vai à escola no dia seguinte, escreve uma composição com a palavra "encapuzados" e um colega diz-lhe que está errado - e o rapaz retorque: "mas eu vi na televisão!...". (mc) * Provavelmente já alguém terá feito esta correcção, mas aqui vai de qualquer maneira. Um dos seus leitores indignava-se contra o termo "encapuzados", mas sem razão. De facto, é assim mesmo que se escreve, como se poderá confirmar por alguns artigos e respostas no Ciberdúvidas: * A propósito das deficiências de algumas traduções, um exemplo de "inglês técnico", numa obra do Porto da Caloura, em São Miguel. (Miguel Borges Pombo) * Apenas para responder ao Sr. Fernando Correia: Sim, eu sei que existe legendagem para as pessoas com problemas auditivos, mas habitualmente só estão disponíveis em formatos "offline", tipo DVD e afins, e não no momento da própria emissão do programa. Contudo, como sei que a RTP tem (ou tinha?) um serviço de teletexto de legendagem em português, posso estar errado e ser prática das cadeias norte-americanas emitir as séries com legendagem em inglês. Em relação à minha frase "seria como os programas falados em português fossem legendados... em português)", estava a referir-me por exemplo a séries de ficção, novelas, etc, e principalmente de canais privados. Alguma vez viu por exemplo os Morangos Com Açucar serem transmitidos com legendagem em português? Pode ser que na edição em DVD dos Morangos surjam as ditas legendas em PT, mas entre a emissão do episódio e o lançamento dos DVDs há um período de tempo durante o qual as legendas não existem, e é essa lacuna que a comunidade habitualmente consegue colmatar. (Helder Nascimento) (url) (url)
© José Pacheco Pereira
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