ABRUPTO

13.8.08


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES:
COMENTÁRIOS SOBRE A SAGA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E OS ANÚNCIOS DO GOVERNO

Em sequência da série anterior.

BOLSA DE EMPREGO PÚBLICO

Quanto aos serviços que não funcionam, tenho outro caso que não tem sido muito falado. Trata-se do site da Bolsa de Emprego Público (BEP). Há uma particularidade interessante (só para não dizer estúpida) que é o facto de se ter de renovar a nossa inscrição de 3 em 3 meses. Ora, em qualquer site de uma empresa de recursos humanos, renovamos os nossos dados quando quisermos. Mas no caso da BEP, se não formos lá renovar a nossa inscrição no prazo que eles querem, aquilo bloqueia-nos o acesso. E o resultado é que temos de fazer tudo de novo, ou seja preencher dados pessoais e fazer o CV todo outra vez e agora com uma nova inscrição.Digamos que é um site "porreiro, pá!".

(João Paulo Brito)

CTT



Tive um professor no IST que costumava dizer que os portugueses são muito bons a inventar coisas mas péssimos a mantê-las operacionais. Aqui fica mais uma prova de que ele tinha razão:

Quando um utente dos CTT se dirige a esta máquina para comprar um selo correspondente à tarifa de livro, clica em Português > Correio Normal Nacional > Livro.

Em seguida, a máquina pede-lhe que coloque o envelope na balança e, uma vez feito isso, responde:

«O seu pedido não pode ser satisfeito. A correspondência ultrapassa o peso limite 0g».

Ora, como os livros que pretendo enviar pesam sempre mais do que "zero gramas", a solução é ir para a fila - o que tenho de fazer várias vezes por semana.

Já reclamei inúmeras vezes, por boca e por escrito.

A resposta, na versão oral, é que «A máquina não está configurada»; na versão escrita, é: «(...) Pelo incómodo causado, que muito lamentamos, apresentamos o nosso pedido de desculpas, aguardando que nos volte a comunicar qualquer ocorrência futura que possa ser motivo de insatisfação».

E mais não dizem - nem é preciso...

(C. Medina Ribeiro)

ÁGUAS DO PORTO

Não sei se tem espaço para esta saga lá no Abrupto mas, de cada vez que vejo os comentários sobre os CTT (que subscrevo) lembro-me da minha saga, ainda em curso, com as Águas do Porto, que tentarei resumir.

1. Precisando de refazer a ligação de um contador de água de uma garagem do meu condomínio que estava desligado há anos, da primeira vez que ligo para as Águas do Porto, explicam-me que as informações que pretendo só prestadas entre as 9 e as 16h.

2. Lá arranjo um dia para estar ao telefone em casa essa hora (porque é sempre um telefonema demorado, com minutos imprevisíveis em fila de espera, sempre a pagar o que contra-indica chamadas a partir de telemóvel). Desta feita atende-me um sr que me dá notícias fantásticas: posso tratar de tudo por e-mail.

3. Mal podendo acreditar, envio toda a documentação necessária para o e-mail indicado no dia 0.

4. No dia 8, ainda sem ter notícias, resolvo telefonar a saber do meu pedido. Sou então informada de que os pedidos feitos por e-mail demoram mais de 1 mês, enquanto que os feitos ao balcão do Gabinete do Munícipe são tratados na hora.

5. No dia 10 vou ao gabinete do Munícipe, onde as Águas do Porto são o balco com maior demora, e após 2 horas de espera pedem-me uma cópia do e-mail enviado, que os documentos não valia a pena, e que aguardasse um contacto para se marcar a ligação.

6. No dia 19, ainda sem notícias, volto a ligar e sou informada de que me deveriam ter feito a marcação quando me desloquei ao balcão e que a chamada seria encaminhada para o “expediente” para resolução do assunto. Passo boa parte da manhã e da tarde ao telefone, enquanto espero passam as 16 horas pelo que, sem esperança, desligo.

7. No dia 22, volto ao Gabinete do Munícipe. Confirmam que sim, que o contrato deveria ter sido feito na anterior deslocação, ainda indagam quem me atendeu porque não o fez sendo a resposta “foi naquele dia que estava muita gente”. Saio com um contrato assinado e uma marcação de ligação para 48 horas depois.

8. Como a marcação não pode ser feita pelos serviços a uma hora exacta, mas sim “entre as 9 e as 13h”, alerto 2x vezes a funcionária que me atendeu para o facto de não estar ninguém na garagem e de ser necessário tocar no meu andar, 10 metros ao lado mas noutro número de outra rua. Garante-me com um sorriso de aplacar impaciências que isso está devidamente assinalado.

9. No dia 24, durante a manhã, recebo um telefonema de um electricista que por acaso foi à garagem avisando que me procuravam por lá. Era o funcionário das Águas do Porto e que não, que não tinha indicação para tocar em nenhum andar. Mas que, de qualquer modo, não seria possível fazer nada, disse, estendendo-me uma fotocópia de uma pré-instalação que um picheleiro que eu chamaria teria de realizar primeiro. Que ligasse para os serviços quando tivesse aquilo pronto para então, sim, se fazer a ligação. Perguntei o que havia de errado com a garagem, se até já tinha tido água. Que não havia nada, eram as coisas que mudavam.

10. Como ainda não arranjei um picheleiro, a saga está suspensa.

Acrescento só que tentei reclamar no portal das Águas do Porto, mas, na página própria, as reclamações têm de se resumir a 250 caracteres. São espertos, eles sabem que é praticamente impossível contar estas histórias em tão poucos caracteres.

(Mónica Granja)

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