ABRUPTO

5.1.08


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje de manhã à noite.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Neve em Budapeste. (Nuno Delgado)



Lisboa ao fundo. (António Cabral)



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)



Linha do Estoril. (António Cabral)



Artigo publicado hoje no El País sobre o centro de informação turística Colón, em Madrid, projectado por Siza Vieira. (António Marques)





Cenas de estrada no Quirguistão. (João Nabais Antunes)



Pista de gelo em Lisboa. (RM)



Fotógrafos no farol da Foz em dia de alerta laranja.. (Paulo Loureiro)



Manhã no Terreiro do Paço. (RM)



Nevoeiro. (susana)

(url)


EARLY MORNING BLOGS


1193

I was chiefly disgusted with modern History. For having strictly examined all the Persons of greatest Name in the Courts of Princes for a hundred Years past, I found how the World had been misled by prostitute Writers, to ascribe the greatest Exploits in War to Cowards, the wisest Counsel to Fools, Sincerity to Flatterers, Roman Virtue to Betrayers of their Country, Piety to Atheists, Chastity to Sodomites, Truth to Informers. How many innocent and excellent Persons had been condemned to Death or Banishment, by the practising of great Ministers upon the Corruption of Judges, and the Malice of Faction. How many Villains had been exalted to the highest Places of Trust, Power, Dignity, and Profit: How great a Share in the Motions and Events of Courts, Councils, and Senates might be challenged by Bawds, Whores, Pimps, Parasites, and Buffoons: How low an Opinion I had of human Wisdom and Integrity, when I was truly informed of the Springs and Motives of great Enterprises and Revolutions in the World, and of the contemptible Accidents to which they owed their Success.

(Jonathan Swift)

*

Bom dia!

(url)

4.1.08


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje na noite.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Museu de Arte Antiga.



Praça da República, Montijo. (António Cabral)

(url)


BOAS / MÁS / PÉSSIMAS COISAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA EM 2007
VISTAS POR UM GRANDE (EM QUANTIDADE) CONSUMIDOR 6



Segue-se a lista 1 , lista 2 , lista 3+lista 4 comentários.

Ao princípio julguei ser uma questão de mediatismo, mas pela forma como a comunicação social está a tratar a corrida (maratona?) eleitoral americana parece haver apenas dois candidatos: Obama e Clinton. Os restantes parecem ser mesmo isso, apenas o “resto”. Tudo seria natural se cada um dos candidatos “mais candidatos que os outros” fossem de dois partidos diferentes. Mas não é assim... para a nossa comunicação social parece que a decisão para o cargo de futuro presidente dos EUA reside entre um democrata e outro democrata. Se estivesse nos EUA se calhar até votaria Obama, mas seria interessante saber o que pensa Mike Huckabee, por exemplo, ou outros republicanos... Ainda ontem, um directo num canal de TV se limitava a entrevistar uma representante dos democratas. No fundo a comunicação social portuguesa – e a europeia também? – parece querer tentar “vender” a hipótese de que, a existir uma solução, esta será democrata e, dadas as características de Mike Huckabee já se percebe que este será menorizado pela sua opção religiosa. No fundo é a “democracia” bem pensante dos media a mostrar a sua face...

(Emanuel Ferreira)

*
Concordo, ainda que não seja de descurar a maior participação eleitoral dos democratas. É verdade que há um efeito sensacional na novidade de uma mulher e um negro se candidatarem e terem hipóteses de ganhar. Porém, é importante considerar a surpresa europeia nas eleições de 2004. Também aí houve múltiplos entusiasmos, de Dean a Kerry, para depois assistirmos a uma mobilização sem precedentes do lado republicano. A compreensão do fenómeno só foi possível com anos de distância, em documentários e reportagens fora do circuito "telejornalístico" que ilustravam, entre outros, a importância da espiritualidade na política americana, a complexidade da guerra para quem a vive, e a realidade das alternativas. Só mais tarde viemos a saber porque é que, nos Estados Unidos, não é "escandaloso" apoiar as tropas ou ir à missa, e porque é que um democrata "progressista" que faz "flip flop" tem muito menos credibilidade que um republicano que esteve sempre no mesmo sítio. Mais: a figura de Kerry, como a de Ségolène, apagou-se da noite para o dia, sem que chegássemos exactamente a saber em que é que as campanhas "grassroots" ou "de proximidade" afectam as formas de fazer política. Deixo ainda as minha maiores dúvidas da noite do Iowa: qual é a estratégia dos "big states" de Rudy Giuliani e como se explica a figura de John Edwards, além da superfície pretensamente vaidosa e do histórico de derrota perante Bush?

(João Machado)

(url)


COISAS DA SÁBADO:
QUAL É O JORNAL QUE MENOS INTERESSE TEM MOSTRADO NOS PROBLEMAS DO CRIME NO PORTO?


Um jornal do Porto, o Jornal de Notícias. A razão, vamos fazer a interpretação benévola, é política. No Porto, tudo o que pareça dar razão a Rui Rio é anátema para o Jornal de Notícias e para a redacção do Porto do Público. Rio mostrou insatisfação com a actuação da PJ local e apoiou a decisão do PGR de mandar uma equipa de Lisboa para chefiar a investigação, logo soaram as trombetas do imbecil regionalismo “porto-portista”, que no fundo são a expressão política do stato quo ante, ante Rio. Havia “Super Dragões” a mais nos presos da “Noite Branca”, eliminam-se as referências a esse emblema exemplar da vida da cidade, e fala-se o menso possível de matéria tão delicada. Não é a coisa mais normal do mundo aí haver “polícias e ladrões”, como é suposto ser habitual em todo o lado? Um antropólogo membro da claque veio explicar as profundas raízes sociais que justificavam a sua existência repetindo o discurso que também se ouvia sobre os pobres hooligans, que desabafavam a sua ira social pelo desemprego partindo as cabeças alheias. Esta antropologia de justificação vem mesmo a calhar. Tudo está bem, tudo esteve bem, a violência é “nossa” nem se lhe pode tocar nem com um cabelo. Daí o silêncio que só os “tablóides lisboetas” que não são tão sérios e responsáveis como o Jornal de Notícias, ousam romper. Pobre Porto, que estás tão mal servido de falas e cheio de silêncios comprometedores!

(url)


NUNCA É TARDE PARA APRENDER: A LIDERANÇA AMERICANA NA GUERRA DO IRAQUE (3)

Onde desde há muito existe uma evidência sobre os erros americanos na ocupação do Iraque é na inexistência de um plano efectivo para a administração do país, a partir do momento em que a vitória militar estivesse adquirida. Os EUA tinham um precedente, o Japão governado pelo general MacArthur, mas não o queriam seguir. Nem a esse precedente, nem a precedente nenhum, porque, como Woodward mostra, uma consideração séria do destino a dar à administração iraquiana só começou a ser feita quando o caos já estava instalado. O destino nacional do Iraque nunca foi questão porque os americanos não o queriam ocupar, mas sim entregar rapidamente a soberania aos iraquianos. Só que não sabiam como e, com o passar do tempo, cada vez tinham menos condições para o fazer sem o risco de uma guerra civil ou de criar uma República Islâmica igual ao Irão.

No livro referem-se as discussões de autoridade e território, entre o Departamento de Estado, o Departamento da Defesa e o Conselho Nacional de Segurança, que bloquearam as decisões fundamentais e que permitiram outras que se vieram a revelar trágicas, como a da dissolução do exército iraquiano e a de impedir os antigos militantes do Baath de manter os lugares que possuíam em todo o aparelho de Estado iraquiano. Ambas as decisões foram tomadas com a maior das ingenuidades ideológicas, por pressão do grupo de exilados iraquianos, e revelaram-se o ponto de viragem ao alimentar a revolta sunita. Com base nos relatos de Woodward, a tentativa inicial do grupo à volta de Jay Garner surge a melhor luz do que a de Paul Bremer, um dos responsáveis pelas decisões sobre o exército e o partido de Saddam. Ambas falharam mas a aproximação de Garner parecia mais realista do que a de Brenner.

Caídos do nada, numa cidade que desconheciam, deslocando-se usando mapas turísticos, sem saber onde eram os ministérios que tinham que administrar, sem verdadeiro apoio quer dos militares, que não chegavam para as encomendas, quer dos diplomatas do Departamento de Estado, que incluiam arabistas com experiência do Médio Oriente, mas que Rumsfeld e outros como Wolfowitz, não queriam ver imiscuidos na gestão iraquiana, os homens de Garner tentaram repor alguma normalidade falando com os antigos responsáveis dos ministérios. Depois das decisões de Bremer todos estes homens desapareceram e o vazio, que já era gravíssimo, tornou-se insustentável.

Um livro que vale a pena ler em complemento do de Woodward é o de Rajiv Chandrasekaran, Imperial Life in the Emerald City: Inside Iraq's Green Zone, escrito também por um jornalista e que retrata a vida na "zona verde" de Bagdad, a área de máxima segurança, onde se concentra a administração americana, a Embaixada e um conjunto de serviços muito sensíveis ligados à ocupação. A história de como se formou a "zona verde" no meio das atribulações dos últimos quatro anos e a vida estranha que se vive dentro dessa espécie de bunker são um retrato dos erros, ilusões e ingenuidades, mas também da força, convicção, dedicação e coragem dos americanos . É uma zona de Bagdad que conheço, a partir do Hotel Al-Rasheed até aos antigos palácios presidenciais, e sobre a qual talvez venha a escrever a pretexto do livro de Chandrasekaran.


(Continua.)

*
Não tive a oportunidade de ler o Estado de Negação do Bob Woodward se bem que tivesse lido o Bush Em Guerra do mesmo jornalista, por sinal um fraco livro. Pelo que tenho lido nalguma imprensa estrangeira e nalguns blogs de iraquianos e militares, o ultimo ano constituiu um emendar de erros passados, pelos estrategas politico-militares que estão no Iraque, nomeadamente pela forte pressão exercida pelo Gen. Petraus sobre os terroristas e um maior apoio dos cidadãos iraquianos e milícias das diversas facções no combate à Alqaeda. O resultado parece ter sido a diminuição e desmantelamento dos principais grupos da Alqaeda ...coisa certamente desagradável para aquela imprensa que apenas noticia o Iraque quando se regista mais um atentado.Será que é desta que a situação se vai inverter ? não sei, mas a imprensa mundial não parece fazer muito para noticiar qualquer progresso, por mais pequeno que seja.Que contraste com a situação em Timor, que praticamente saiu do mapa, certamente porque os timorenses devem ter encontrado o paraiso.

(Jorge Bento)

*

Sinceramente o JPP parece-me um comunista do PCP, a tentar explicar o
falhanço da URSS, mas sem nunca por em causa o comunismo em si, no melhor
estilo "os ideais eram bons, mas os erros cometidos desvirtuaram-nos e o
resultado não foi lá muito bom".

Parece-me incrivel que alguem com a inteligência do JPP venha comentar
este livro agora e não se tenha interrogado na altura própria, isto é
antes da invasão, sobre quais as hipoteses de uma aventura deste tipo
correr bem.

No caso da invasão do Iraque os seus conhecimentos em história deveriam
ter-lhe lembrado que ocupar paises que estão "quietos" (mesmo apesar de
governados por facinoras como o Sadam H), nunca deu bom resultado. As
evidentes incapacidades intelectuais do presidente Bush e a inqualificavel
quadrilha que o apoiava liderada por Donald R não lhe fizeram acender
luzes vermelhas?

Um comunista pode ter sido iludido pela nobreza dos ideias, mas depois
depois do pacto germano soviético acreditou quem quis.

Admito que o JPP possa ter sido enganado numa primeira fase e ter
acreditado na opção do presidente Bush, mas partir das descoberta das
mentiras sobre armas de destruição em massa e o caos que se seguiu a
invasão, acreditou no que quis.

Agora vem com a analise de um livro que mais não faz do que contar o
obvio, o que o livro relata só teria sido diferente em caso de milagre e
eu não acredito em milagres.

Ha assuntos em que o JPP parece o MST a falar co FCP ou da lei antitabaco.

(nuno granja)

Etiquetas:


(url)


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Sol matinal. (Ochoa)



Nascer do Sol e a Lua. (C. Oliveira)



Milano, della nostra finestra, la neve... (Celia Regina Fulcher)

(url)


EARLY MORNING BLOGS


1192 - Morning at the Window

They are rattling breakfast plates in basement kitchens,
And along the trampled edges of the street
I am aware of the damp souls of housemaids
Sprouting despondently at area gates.

The brown waves of fog toss up to me
Twisted faces from the bottom of the street,
And tear from a passer-by with muddy skirts
An aimless smile that hovers in the air
And vanishes along the level of the roofs.

(T. S. Eliot)

*

Bom dia!

(url)


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Noite. (RM)



Chuva. (Ochoa)



Rio Minho. (Pedro Castro)

(url)

3.1.08


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 3 de Janeiro de 2008

Grande Mário Crespo (agora na SICN) a não deixar o alter-ego socrático, o Ministro Silva Pereira, fugir de discutir a entrevista de Ferro Rodrigues e mais uma série de assuntos quentes para o governo! E continua, como o coelhinho da Duracell, com bons modos, perguntando, perguntando, perguntando, fazendo verdadeiras perguntas que mostram como é hoje tão raro ter verdadeiro jornalismo na televisão. Mas que diferença!


*

Então já é trivial?

Foi notícia, hoje, na TV, que a segunda fase da operação «Noite Branca» (da PJ do Porto) foi cancelada à última hora porque se veio a descobrir que os alvos dela (e até jornalistas!) tinham sido avisados devido a uma fuga-de-informação.

O curioso é que isso, que devia ser motivo de escândalo e de "caixa alta" (pelo menos na blogosfera), parece ser já tão corriqueiro que dificilmente se encontra quem se lhe refira!

(C. Medina Ribeiro)

(url)


NUNCA É TARDE PARA APRENDER: A LIDERANÇA AMERICANA NA GUERRA DO IRAQUE (2)

Esta história dos primeiros e conturbados anos americanos no Iraque (2003-6) justifica o título freudiano: "estado de negação". O autor aplica-o ao Presidente Bush, de forma explícita no fim do livro, mas, lendo-se com atenção o texto, não se percebe até que ponto este "estado" é de verdadeira "negação". Não é claro se Bush não quer aceitar a realidade iraquiana posterior à vitória militar, se a "nega" por defeito de liderança, ou se o faz porque vive numa "bolha" e não foi devidamente informado ou, ainda, se é uma atitude do Presidente, uma postura, um teatro, para não deixar a mínima dúvida nos seus colaboradores sobre a sua decisão, contra tudo e contra todos, de ter sucesso no Iraque. Provavelmente é um pouco de tudo, porque, mesmo se fosse puro teatro, o actor a uma dada altura já não saberia como sair da pele da personagem e "negava". Churchill actuou várias vezes da mesma maneira nos momentos mais dificeis da guerra de 1939-45.

Bush aparece como pouco curioso, pouco atento, às vezes, agarrado a todas as falsas esperanças com que o alimentam, vivendo num contínuo e poderoso wishfull thinking, mas com uma forte convicção da sua missão e dominado por sentimentos genuínos. Por exemplo, nem Bush nem Cheney parecem ter duvidado da existência de armas de destruição massiva, convicção genericamente partilhada pela maioria dos altos responsáveis civis e militares americanos. Havia dúvidas sobre a solidez das provas, ou sequer se havia provas, dúvidas expressas numa dada altura pela CIA ainda que de uma forma ambígua, mas todos tendiam a acreditar na sua existência. Ou seja, não houve deliberada "mentira".

As personagens à volta de Bush são dominadas pelo "mau" da peça, Rumsfeld. O responsável pela Defesa, logo pelo Pentágono e pelos militares, aparece como um governante brutal, obcecado por controlar tudo, indiferente às críticas, actuando como um bulldozer, esmagando todos menos os seus fiéis. No relato de Woodward, é Rumsfeld o verdadeiro responsável pelos erros de julgamento ocorridos após a derrota militar de Saddam, recusando-se a aumentar o número de tropas, permanecendo indiferente à tarefa de reconstrução do Iraque, permitindo desde os primeiros dias o caos e os saques, que começaram a envenenar a situação e gerar hostilidade contra os invasores. A indiferença de Rumsfeld aos problemas políticos, que inevitavelmente surgiriam a seguir à invasão e à ocupação, colocou as forças armadas americanas à margem da garantia da ordem e, posteriormente, tornou-as no alvo privilegiado dos grupos de Baathistas sunitas e da Al-Qaida, a que esporadicamente se somaram os xiitas radicais.

(Continua.)

Etiquetas:


(url)


NUNCA É TARDE PARA APRENDER: A LIDERANÇA AMERICANA NA GUERRA DO IRAQUE (1)

Bob Woodward, State of Denial. Bush at War Part III, lido na versão portuguesa Estado de Negação. Bush, da Eleição às Derrotas no Iraque, Lisboa, Relógio d' Água, 2007.

(Tradução que soa muitas vezes bizarra, estranha, mesmo para além dos americanismos coloquiais difíceis de traduzir, com frases que não são nem português, nem inglês. Apesar disso lê-se razoavelmente bem.)


O método

Este livro é um típico produto do "alto" jornalismo americano e implica uma relação de confiança do leitor com o seu autor. Na verdade, nas notas a cada capítulo refere-se que este foi escrito com base em duas, três, cinco, dez fontes anónimas credíveis, para além do material em on, entrevistas, declarações públicas, artigos e livros. Muitas vezes essas fontes são anónimas só no papel, porque em reuniões em que estão presentes cinco ou seis pessoas, incluindo os mais altos cargos da governação americana, a começar pelo Presidente, ou mesmo em conversas a dois, só é possível que a fonte seja quem todos percebemos quem foi. Por exemplo, Andy Card, durante muitos anos o chefe de gabinete de Bush, ou o Príncipe saudita Bandar Bin Sultan, durante muito tempo embaixador em Washington e mentor de Bush filho.

O resultado é perigoso no seu fascínio e
é necessária uma considerável reserva ao lê-lo, mas isso não limita outros méritos do livro. (Uma crítica dura ao método Woodward feita por outro jornalista encontra-se aqui. ). O que não o torna é o relato histórico definitivo dos eventos que conta, por muito sedutora que seja a sua reconstrução. Woodward conta reuniões ao mais alto nível na administração americana, relatando os diálogos em estilo directo, do género Bush perguntou isto, Condolezza Rice respondeu aquilo, como se tivéssemos à nossa frente a própria reunião e os seus protagonistas. Isto dá um excelente texto, corrido, sobre o qual não se pensa, mas também a partir do qual vamos formando a nossa opinião sobre o carácter das personagens. Ora, Woodward obteve o relato de fontes inteiramente envolvidas no mesmo processo de decisões, que à luz das consequências posteriores, desejam preservar-se. A "história" é assim movida pelas fontes de Woodward, que, nalguns casos, são as únicas testemunhas do que se passou dispostas a contá-lo a um jornalista.

(Continua.)

Etiquetas:


(url)


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Temporal. (Ochoa)

(url)


EARLY MORNING BLOGS


1191 - The Wind begun to rock the Grass

The Wind begun to rock the Grass
With threatening Tunes and low -
He threw a Menace at the Earth -
A Menace at the Sky.

The Leaves unhooked themselves from Trees -
And started all abroad
The Dust did scoop itself like Hands
And threw away the Road.

The Wagons quickened on the Streets
The Thunder hurried slow -
The Lightning showed a Yellow Beak
And then a livid Claw.

The Birds put up the Bars to Nests -
The Cattle fled to Barns -
There came one drop of Giant Rain
And then as if the Hands

That held the Dams had parted hold
The Waters Wrecked the Sky,
But overlooked my Father's House -
Just quartering a Tree -

(Emily Dickinson)

*

Bom dia!

(url)

2.1.08


A "TEMPERATURA DO PRESENTE"



recolhida todos os dias pelos leitores do Abrupto.

Olhares. Coisas. Gestos. Restos. Movimentos. Paragens. O olhar que fixou numa noite de trabalho, que é de festa para muitos, duas raparigas numa estação de serviço, um barco que sai para a pesca, a primeira luz do Sol naquela rua pela manhã, as nuvens sobre o rio, uma nuvem longínqua, a primeira neve, a chuva, a passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro, com a sua haste partida cada vez mais próxima do chão, pessoas, que entram, que chegam, que partem, que estão mas não estão, os barcos numa doca, os esteiros, o trânsito, um nevoeiro que se levanta, a Lua, a escuridão da noite, o brilho das lâmpadas no crepúsculo, uma barragem numa paisagem de cimento e pedra, tão fria e sinistra como a água negra em baixo, trivialidades, costumes, o Agnus Dei, caminhos, caminhos que não levam a nenhuma parte. Coisas que ninguém está a ver, que nenhuma atenção suscitam, mas que ficam por cá, fixadas no seu próprio tempo, no seu instante de perpetuidade, como se no "artefacto" da fotografia se reduzisse um tempo a uma superfície, uma passagem do tempo para o espaço. Momentos, clichés, excentricidades, boas técnicas, más imaginações, más fotos, boas fotos, isso pouco importa. Esta é a parte mais filosófica do Abrupto. Com ironia, sem ironia.

(url)


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Fim de festa. Usando o Abrupto como janela.
.
(Susan Sontag, On Photography)







No Funchal. (João Almeida)



O "Homem do Leme" adornado. (Amândio)



Avenida de Roma, Lisboa. (Luis Reino)

(url)

1.1.08


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.
.
(Susan Sontag, On Photography)



Chegam as nuvens. (Ochoa)



Avenida de Lisboa às 16 horas do primeiro dia de 2008 .(Isabel G.)



Um sítio qualquer visto do Intercidades a caminho de Lisboa. (António Marques)



Hoje de manhã. Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]