ABRUPTO

4.1.08


BOAS / MÁS / PÉSSIMAS COISAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA EM 2007
VISTAS POR UM GRANDE (EM QUANTIDADE) CONSUMIDOR 6



Segue-se a lista 1 , lista 2 , lista 3+lista 4 comentários.

Ao princípio julguei ser uma questão de mediatismo, mas pela forma como a comunicação social está a tratar a corrida (maratona?) eleitoral americana parece haver apenas dois candidatos: Obama e Clinton. Os restantes parecem ser mesmo isso, apenas o “resto”. Tudo seria natural se cada um dos candidatos “mais candidatos que os outros” fossem de dois partidos diferentes. Mas não é assim... para a nossa comunicação social parece que a decisão para o cargo de futuro presidente dos EUA reside entre um democrata e outro democrata. Se estivesse nos EUA se calhar até votaria Obama, mas seria interessante saber o que pensa Mike Huckabee, por exemplo, ou outros republicanos... Ainda ontem, um directo num canal de TV se limitava a entrevistar uma representante dos democratas. No fundo a comunicação social portuguesa – e a europeia também? – parece querer tentar “vender” a hipótese de que, a existir uma solução, esta será democrata e, dadas as características de Mike Huckabee já se percebe que este será menorizado pela sua opção religiosa. No fundo é a “democracia” bem pensante dos media a mostrar a sua face...

(Emanuel Ferreira)

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Concordo, ainda que não seja de descurar a maior participação eleitoral dos democratas. É verdade que há um efeito sensacional na novidade de uma mulher e um negro se candidatarem e terem hipóteses de ganhar. Porém, é importante considerar a surpresa europeia nas eleições de 2004. Também aí houve múltiplos entusiasmos, de Dean a Kerry, para depois assistirmos a uma mobilização sem precedentes do lado republicano. A compreensão do fenómeno só foi possível com anos de distância, em documentários e reportagens fora do circuito "telejornalístico" que ilustravam, entre outros, a importância da espiritualidade na política americana, a complexidade da guerra para quem a vive, e a realidade das alternativas. Só mais tarde viemos a saber porque é que, nos Estados Unidos, não é "escandaloso" apoiar as tropas ou ir à missa, e porque é que um democrata "progressista" que faz "flip flop" tem muito menos credibilidade que um republicano que esteve sempre no mesmo sítio. Mais: a figura de Kerry, como a de Ségolène, apagou-se da noite para o dia, sem que chegássemos exactamente a saber em que é que as campanhas "grassroots" ou "de proximidade" afectam as formas de fazer política. Deixo ainda as minha maiores dúvidas da noite do Iowa: qual é a estratégia dos "big states" de Rudy Giuliani e como se explica a figura de John Edwards, além da superfície pretensamente vaidosa e do histórico de derrota perante Bush?

(João Machado)

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