ABRUPTO

7.9.07


A MUNTAGNA



Hoje, pela primeira vez sem nuvens, ao Sol do Sul. uma nuvem diferente, longa e difusa, caminha para o mar.

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6.9.07


VULCOES E ERUPçOES, PALAVRAS SEM ACENTO E PERTURBAçOES NA COMUNICAçAO

acabaram por vir todas em pacote. No vulcao em que estou ha uma erupçao em curso. Nao e como o Piton de la Fournaise, que resolver dar sinais de vida na tarde da manha em que de la sai. Isto para dizer aos leitores do Abrupto que tem enviado fotos, comentarios e outras colaboraçoes que logo que possa, terao o seu lugar no blogue. E que podem esperar mais noticias da erupçao, que espero nao faça estragos para alem das chuvas de cinzas que prejudicaram umas colheitas e perturbaçoes nos voos. O vulcao e traiçoeiro, tem uma longa historia de tragedias, mas bem pode rugir sem estragar nada. mas se calhar nao esta na sua natureza.

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5.9.07


LENDO/VENDO/OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 5 de Setembro de 2007
A ERC NO CENTRO DA POLÍTICA DE HOJE

(Com pedido de desculpa de erros e impossibilidade de consultar os documentos originais, devido às condições em que a nota foi escrita.)

A entrevista do Presidente da ERC, Azeredo Lopes, a Mário Crespo na SICN foi das mais embrulhadas a que jamais assisti. Se não se percebesse bem demais o que ele queria e não queria dizer, não se percebia mesmo nada. Claro que este "perceber" é para os cognoscenti, porque para qualquer pessoa aquilo era mesmo incompreensível.

Por detrás do hermetismo e de algum malabarismo jurídico, está a "entidade", uma das instituições que já é central no debate político actual. Não no debate sobre a comunicação social, mas no debate político puro e duro. As razões são genéticas da "entidade", deste tipo de "entidades" no modelo dirigista do estado, na tradição europeia de interferência na comunicação social, e, no caso português, da vontade de governos e partidos terem um "polícia" numa área muito perigosa para os políticos. A actual ERC com os poderes reforçados que lhe foram dados tem mostrado à evidência o seu papel na legitimação do poder. Sou, por tudo isto e já do tempo da AACS, partidário da sua extinção. Para "regular" a comunicação social, basta a auto-regulação e a lei geral para punir os crimes e abusos. Se um e outra não funcionam em Portugal, porque os jornalistas são avessos à auto-regulação e os tribunais erráticos na defesa do cidadão contra os abusos da comunicação social, trate-se antes de os melhorar e os tornar eficazes.

*


Dito isto, convém não deixar de comentar o artigo de Estrela Serrano em resposta a Cintra Torres hoje no Público. Ele revela o caminho em que a ERC se está a enredar, e o beco sem saída em que se vai meter. Trata-se da introdução de análises qualitativas do "conteúdo" das notícias, usando alguns modelos académicos, mas cujo resultado numa avaliação em última instância política, é enganador. Na polémica com Cintra Torres ambos discutem o número de notícias "favoráveis"/"desfavoráveis" dos candidatos às eleições da CM de Lisboa, como forma de avaliar se a comunicação social favoreceu um ou outro candidato, até agora apenas medido de forma quantitativa pelo número de notícias. Este caminho é muito arriscado e corre o risco de funcionar como as caixas chinesas, dentro de uma há outra, etc., etc.

A questão é que o "sentido" e "conteúdo" não pode ser avaliado fora do contexto. Há notícias "desfavoráveis" que acabam por ser positivas, como por exemplo, vários ataques a Carmona Rodrigues que produziam um efeito de vitimização "favorável" ao candidato. Como é que isso se mede? Mais: nem todas as notícias "desfavoráveis" são iguais, há umas mais "desfavoráveis" do que as outras. Um jornalista hábil pode conduzir uma campanha ad hominem sem parecer mal nas estatísticas da ERC. Por exemplo, que candidato não trocaria uma única notícia "desfavorável" dura (as que envolvem dinheiro, a apropriação de bens públicos, as que favorecem o caldo demagógico popular) por cem notícias "desfavoráveis" que se limitem a retratar tricas partidárias, pequenos lapsos, silêncio incomodados, que são facilmente "lidos " por jornalistas que lhes atribuem importância, mas que são irrelevantes para a maioria dos eleitores.

A ERC pode querer convencer-nos que está a dar passos em frente no escrutínio da pluralidade da comunicação, mas não é difícil com estes critérios obter de antemão qualquer resultado que se deseje, ou seja, a análise diz muito pouco sobre o que acontece. É que o "sentido" é um poço sem fundo, necessita de um contexto o que implicaria ir muito mais longe e nesse longe o subjectivo está sempre presente. E a campanha de Lisboa não é excepção com Costa "favorecido" logo `a cabeça, de mil e uma maneiras, mesmo que com cem notícias "desfavoráveis"...

*

É sempre muito estimulante ler as suas opiniões sobre a comunicação social e, em particular, sobre a ERC. Digo-o sem ironia, porque, como sabe, sou leitora assídua dos seus artigos e do seu blog.

Como também sabe, não partilho muitas das suas ideias e análises, o que não me impede de admirar e acompanhar outras posições suas, e não apenas sobre os media. Dito isto, gostaria de comentar o seu post na parte em que se refere ao meu artigo de 4ª. feira no Público.

Em primeiro lugar, quero dizer-lhe que ao contrário do que afirma, a ERC não faz “avaliação política” nem “em última” nem em qualquer outra “instância”. Esse é um elemento mistificador de qualquer análise sobre o trabalho da ERC. Percebo que, como analista político, queira dar às suas análises sobre a ERC um enfoque político. Mas não é isso que transforma a ERC num órgão político ou governamental.

Não vou voltar a invocar a legitimidade que lhe foi conferida através da eleição dos seus membros pela Assembleia da República e compreendo que seja politicamente correcto atacar a ERC ou pedir a sua extinção, como faz. Tão pouco pretendo discutir e comparar m aqui os sistemas e as práticas de regulação dos media nos EUA e na Europa. Vivemos com as nossas realidades, a nossa Constituição e as nossas leis. Como membro do órgão regulador nacional, compete-me, precisamente, respeitar e
cumprir o quadro normativo português.

O resto é discussão para políticos e, sem diminuir essa discussão, não é isso que me leva a escrever-lhe. Trata-se, antes, de responder ao questionamento que faz no seu post sobre a introdução de metodologias de análise de conteúdo na regulação dos media, concretamente nas deliberações da ERC, considerando-a um “caminho arriscado”. Ora, é precisamente o contrário. Qualquer regulação que não se baseie em critérios rigorosos, susceptíveis de conferir substância a conceitos jurídicos indeterminados, como sejam, o rigor informativo, a isenção, o pluralismo, a diversidade, a ética de antena, e outros constantes da legislação aplicável ao sector, corre o risco de ficar à mercê dos gostos e da inspiração do regulador. Isso sim, seria
arriscado.


Os “modelos académicos” da análise social e da análise dos media a que se refere, são aqueles que conferem rigor às decisões, uma vez que, ao preverem a definição de categorias e indicadores para a avaliação dos conteúdos, os cidadãos e os próprios media podem sempre conhecer os critérios e os métodos adoptados e conferir os resultados obtidos. Isso é transparência de actuação, ao contrário de decisões sem critério, baseadas no “acho que” e no “porque sim”.


É verdade, como diz, que o "sentido" e o "conteúdo" na informação política (mas também noutros campos) “não pode ser avaliado fora do contexto”. Ora, é precisamente a avaliação qualitativa que fornece o contexto e, por isso, eu recuso as leituras apressadas que por aí pululam, como a de que quem tem maior cobertura é favorecido. Nenhum desses indicadores pode ser lido por si só, como faz a análise puramente quantitativa. É a ponderação (elemento qualitativo) de vários factores que nos conduz ao contexto e a uma leitura minimamente rigorosa.

Os exemplos que refere confirmam o que acabo de dizer. Sugiro que leia a Deliberação sobre as autárquicas de 2000 (o chamado Caso Carrilho). Ela confirma que, afinal, o que parecia, não foi o que a análise do contexto veio a revelar.


Devo dizer-lhe que a ERC não está a inventar nada. Outros reguladores com maior experiência usam metodologias qualitativas. Uns fazem-no com meios internos, outros em ligação a universidades, outros usam os dois meios como a ERC está a fazer. Mas não deixa de ser curioso que o que se critique à ERC é ela “fazer”, não é “não fazer” ou “fazer mal”. Aliás, as promessas/ameaças de quem, cada vez que a ERC faz um relatório, diz que vai “desmontá-lo” continuam por concretizar.


Permita-me, Dr. Pacheco Pereira, que lhe confie a minha interpretação pessoal sobre a fixação de algumas pessoas na ERC. É que, a partir do momento em que um organismo oficial apresenta trabalho baseado em métodos transparentes, susceptíveis de confirmação e, naturalmente, sujeitos a escrutínio, fica mais difícil usar o palpite como argumento.

Estrela Serrano

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4.9.07


JUDEU ERRANTE





Mais uma corrida, mais uma viagem.
Sem acentos.


Em breve, Scritti Veneti e Vulcões. Por ordem caótica. Como puder ser. Até onde der o fio. Até quando no ar houver sinal.

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EARLY MORNING BLOGS
1102 - Sterminator Vesevo



Qui sull'arida schiena
Del formidabil monte
Sterminator Vesevo,
La qual null'altro allegra arbor nè fiore,
Tuoi crespi solitari intorno spargi,
Odorata ginestra,
Contenta dei deserti.
(...)
Questi campi sparsi
Di ceneri infeconde, e ricoperti
Dell'impietrata lava,
Che sotto i passi al peregrin risona;
Dove s'annida e si contorce al sole
La serpe, e dove al noto
Cavernoso covil torna il coniglio;
Fur liete ville e colti,
E biondeggiar di spiche, e risonaro
Di muggito d'armenti;
Fur giardini e palagi,
Agli ozi dei potenti
Gradito ospizio; e fur città famose,
Che coi torrenti suoi l'altero monte
Dall'ignea bocca fulminando oppresse
Con gli abitanti insieme. Or tutto intorno
Una ruina involve;
Dove tu siedi, o fior gentile, e quasi
I danni altrui commiserando, al cielo
Di dolcissimo odor mandi un profumo,
Che il deserto consola.

(Leopardi)

*

Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Brincando com o fogo.



Et l'hippopotame.



Mr. Da Silva e os seus tigres. (RM)



Noite chega a Setúbal.



Fim da luz do dia em Setúbal. (Ochoa)



Fim do dia em Nevogilde. (Paulo Loureiro)



Entrada da barra na Nazaré. (RM)



Douro Internacional , Penedo Durão, Freixo-de-Espada-à-Cinta”. (Gil Regueiro )



Castelo de Paiva, vista panorãmica do Douro desde S. Domingos. (Helder Barros)

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3.9.07


MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Portugal a 40°52'48.54"N 8° 4'21.46"W: um sobreiro.

(José Manuel de Figueiredo)

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A DEMOCRACIA, A LIBERDADE, A ORDEM PÚBLICA, A INTELIGÊNCIA, O GOVERNO E OS "VERDEUFÉMIOS" 21



A mais completa e total legitimação da "ceifa" dos "verdeufémios" não foi feita por Miguel Portas. Longe disso. Portas ainda hesitou, e enunciou uns "mas", mesmo na sua declaração inicial. Na verdade, a completa legitimação da "ceifa", sem um "mas", sem uma hesitação, foi feita num texto que passou despercebido de Boaventura de Sousa Santos na Visão de 30 de Agosto:
"Frequentemente, um pequeno acontecimento revela aspectos da vida colectiva que, apesar de importantes, permanecem submersos na consciência dos cidadãos e na opinião pública. A destruição de um campo de milho transgénico no Algarve é um desses acontecimentos. Atraves dele revelaram-se, entre outras, as questões da legitimidade das lutas sociais, da propriedade privada, da influência dos interesses económicos nas legislações nacionais, do papel do Estado nos conflitos sociais, da construção social da perigosidade de certos grupos sociais e da possivel nocividade dos organismos geneticamente modificados (OGMs) para a saúde publica.

As lutas sociais são frequentemente compostas de acções legais e ilegais. Os actos fundacionais das democracias modernas foram, quase sem excepção, ilegais: greves e manifestações proibidas, lutas clandestinas, insurreições militares (como 0 25 de Abril), actos que hoje consideramos terroristas (como os do "terrorista" Nelson Mandela). Em certos contextos, os activistas podem escolher entre meios legais e ilegais (como no caso vertente), noutros não tem outra opção que não a da ilegalidade.

A propriedade privada é um alvo dificil, porque as concepções sociais a seu respeito são muito contraditórias e evoluem historicamente. Os primeiros impostos sobre o capital industrial não foram considerados pelos empresários como uma violação do direito de propriedade? Há violacões da propriedade privada que não causam qualquer comoção social apesar de serem graves, por exemplo, os salários em atraso. No caso dos transgénicos, o tratamento do direito de propriedade apresenta contradições flagrantes. Por um lado, a polinização cruzada faz com que culturas convencionais venham a ser contaminadas pelos OGMs, o que, sendo uma violação do direito de propriedade, não levanta nenhum clamor. "
A linguagem é académica, mas a intencionalidade política do artigo é o essencial na sua economia: a acção da "ceifa" tem significado "social" e como "movimento social" comporta uma legitimidade própria, sendo a sua expressão "legal" ou "ilegal" secundária para a sua interpretação, a não ser para os que a criticam. Esses são um "lóbi", uma expressão de interesses, um degrau abaixo dos portadores dos "movimentos sociais".

O texto de Boaventura de Sousa Santos tem o mérito de colocar a discussão da acção dos "verdeufémios" no sítio certo: uma discussão sobre a democracia, a legalidade, a propriedade privada, o direito, e o papel daquilo a que chama "movimentos sociais" (chamar aos "verdeufémios" movimento social já levaria a uma grande discussão). Na verdade, discutir os transgénicos na sequência da "ceifa" é puro benefício do infractor, ou seja, é dar o "sentido" desejado pelos "ceifeiros" à sua acção, o que é uma forma de a justificar.

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LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 3 de Setembro de 2007


Notas avulsas de um leitor compulsivo de jornais e revistas, em linha e em papel:

- o Expresso melhorou muito a sua componente em linha embora a pouca selectividade dos feeds perturbe a leitura de "última hora" que permanece melhor no Público ;

- o "Actual" do Expresso parece que tem sempre a mesma capa e a capa é muito baça e pouco interessante;

- a Focus está melhor na direcção de Nuno Ramos de Almeida;

- o mais estranho de todos os semanários portugueses é o Semanário, um verdadeiro mistério na sua existência, na sua redacção, no seu arranjo gráfico, nas suas "notícias". Estas são na sua maioria delirantes, e basta coleccionar os títulos de primeira página para o perceber. E no entanto, de vez em quando, contém informações de primeira mão e de primeira água, a que ninguém liga, mas que falam a favor do carácter muito peculiar das suas fontes.
As fontes do PSD no Semanário são também transparentes para um conhecedor, mas interessantes sobre os bas fonds parlamentares e outros. São uma sobrevivência quase arqueológica do tempo em que quase todo o noticiário político era aí produzido.

*
Escrevo-lhe por ter visto um momento no Telejornal da RTP1 deste domingo que me deixou profundamente incomodado, quer pela reacção dos entrevistados, quer pela “normalidade” com que este tipo de acontecimentos vai sendo encarado por parte do público.

Num directo a propósito do regresso dos portugueses de férias e do trânsito (invariavelmente esta classificação de “portugueses” mais não é, para os canais televisivos, do que os lisboetas que regressam à capital no final de Agosto), dois agentes da Brigada de Trânsito da GNR, mandavam alguns automobilistas sair da estrada e encaminharem-se para um ponto de reportagem da RTP onde eram questionados sobre assuntos tão diversos como o seu local de origem, o local de destino e o tempo que teriam perdido na fila à entrada da Ponte 25 de Abril. Assim, sem mais, e com o próprio jornalista a referir-se a um “ponto de reportagem improvisado” com a complacência das autoridades para poder saber o que tinham os automobilistas a dizer sobre o facto de estarem numa fila há 1h30 minutos! Aliás, pelo que percebi, e apesar de viver nos Açores, as filas de ontem nem sequer seriam maiores do que o normal num qualquer dia de trabalho, tendo em conta que, por exemplo, em Dezembro do ano passado demorei uma hora e vinte para fazer o trajecto entre o Aeroporto e o Estádio da Luz.

Sinceramente, nem sei o que pensar quando vejo agentes da autoridade aceitarem servir de ajudantes de produção dos canais televisivos, seleccionando “figurantes” para participarem num Telejornal. Mais estupefacto fico quando vejo que a generalidade dos automobilistas aceita este tipo de comportamento por parte das autoridades e aceita passivamente que polícias fardados se dediquem a este tipo de actividade.

Será normal, por esse mundo fora, colocar os agentes da polícia a seleccionar automobilistas para participarem em Telejornais?

(Nuno Mendes)

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UM BLOGUE PERTO DE SI, NUMA GALÁXIA MUITO LONGE



NESTES DIAS

PÔR OS PÉS NA TERRA - sobre o retorno da malvada realidade e a usura do "estilo" socrático. + comentários.

COISAS DA SÁBADO: DISCORDEM, MAS COM RESPEITINHO - sobre a entrevista de Mário Crespo e o alarme que grassa no BE com a perda do respeitinho ao radical chic.

LENDO VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 31 de Agosto de 2007- sobre os "momentos-Chávez" da RTP, com comentário do Director de Informação da RTP e nota de resposta.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

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Nascer do Sol em Setúbal, hoje.



Últimas luzes da madrugada em Setúbal, hoje.

(Ochoa)

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EARLY MORNING BLOGS
1102 - A Horace

J’ai déjà passé l’âge où ton grand protecteur,
Ayant joué son rôle en excellent acteur,
Et sentant que la Mort assiégeait sa vieillesse,
Voulut qu’on l’applaudît lorsqu’il finit sa pièce.
J’ai vécu plus que toi; mes vers dureront moins;
Mais au bord du tombeau je mettrai tous mes soins
A suivre les leçons de ta philosophie,
A mépriser la mort en savourant la vie,
A lire tes écrits pleins de grâce et de sens,
Comme on boit d’un vin vieux qui rajeunit les sens.

Avec toi l’on apprend à souffrir l’indigence,
A jouir sagement d’une honnête opulence,
A vivre avec soi-même, à servir ses amis,
A se moquer un peu de ses sots ennemis,
A sortir d’une vie ou triste ou fortunée
En rendant grâce aux dieux de nous l’avoir donnée.
Aussi, lorsque mon pouls inégal et pressé
Faisait peur à Tronchin, près de mon lit placé,
Quand la vieille Atropos, aux humains si sévère,
Approchait ses ciseaux de ma trame légère,
Il a vu de quel air je prenais mon congé;
Il sait si mon esprit, mon cœur, était changé.

(Voltaire)

*

Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Baía do Funchal. (Carlos Oliveira)





Hoje, domingo, em Vilar de Perdizes na chamada ‘Feira do Oculto’. (Carlos Cunha )





Ilha das Flores, esta tarde. (Paulo Henriques)


Na entrada da "Câmara Municipal" de Liverpool, uma carta enviada pela Câmara Municipal de Leiria está em exposição. (Luis Cunha, Chester, UK)





Jogadores de Futebol a cumprimentarem-se no inicio da partida, entre o Amarante F.C. e o Brito. (Helder Barros)



O Grande bazar de Istambul, ontem à tarde. (Fernando Correia de Oliveira)

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2.9.07


PÔR OS PÉS NA TERRA



Acabadas as férias, os portugueses que saíram de casa (menos do que se pensa) chegam tão cansados quanto partiram. Esta é a natureza das férias modernas, mas ainda vai demorar algum tempo até que as pessoas se apercebam que é assim. Os aviões, os aeroportos, o destino das bagagens, os engarrafamentos, os furacões tropicais e a chuva fora de época são os bodes expiatórios do cansaço, mas o mal vem de uma característica das sociedades modernas: haver muita gente a fazer as mesmas coisas, nos mesmos sítios, ao mesmo tempo e sem muito dinheiro. Dá sempre torto.

Agosto é o mês do escapismo total, para 11 meses de escapismo parcial. É o mês da silly season oficial, para 11 meses de silly season oficiosa, que é o reino da espectacularidade em tudo o que é espaço público. Talvez por isso, o contraste com a realidade que passa pelos interstícios do escapismo é mais poderosamente depressor que noutras alturas. Voltar a casa, voltar ao trabalho, voltar à escola, voltar ao quotidiano, voltar à vida de todos os dias, é uma experiência sem entusiasmo, sem esperança. Pode-se escrever o mesmo todos os anos, porque todos os anos é o mesmo.

Só que este ano está pior e não é apenas um estado de alma, uma impressão, um pessimismo avulso. É a malvada da realidade. Não há escapismo que oculte que Portugal não anda para a frente, o que significa que anda para trás. A economia portuguesa não arranca, o desemprego aumenta e vai continuar a aumentar, a qualidade de vida dos portugueses deteriora-se no seu bolso, na sua casa, na sua vida. Estamos mais pobres, vamos ainda ficar mais pobres. Ponto final.

A meio do ciclo político deste Governo, se o país está cansado, o Governo está exausto, com excepção do primeiro-ministro, para quem governar tem uma parecença próxima com o jogging, com as vantagens e os defeitos de uma actividade que não se caracteriza por ter um destino, mas sim um trajecto. À sua frente só tem dificuldades que já não pode assacar aos seus predecessores com o mesmo à-vontade com que o tem feito. Ele continuará a fazê-lo por inércia e porque não sabe fazer doutra maneira, mas cada vez mais é o Governo Sócrates que será medido e não os Governos Barroso-Lopes, por muito incompetentes que tenham sido. E as medições, algumas que já se conhecem, outras cujos resultados já se sentem na pele, não lhe vão ser favoráveis, com excepção do controlo do deficit público.

O choque da realidade, por muitas distracções, propaganda, "momentos-Chávez" que haja na benigna RTP, fará com que as pessoas cansadas tenham pouca paciência e essa impaciência voltar-se-á contra o estilo. O estilo do homem. O estilo do nosso primeiro-ministro. O que ele é, o âmago da governação socialista actual. Sócrates é um governante "moderno" dos tempos do spin e do espectáculo, com poucas ideias e muitos slogans e, acima de tudo, muita pose. O estilo é o homem, mas o problema do homem é que o estilo gasta-se muito depressa.

Veja-se o caso exemplar, talvez o mais exemplar deste Governo, que ainda está vivo e aos saltos e ainda vai dar muito que falar: a escolha do novo aeroporto de Lisboa, a questão da Ota. Da voz dos "técnicos" oficiais (os que o Governo escolheu) vai sair um veredicto limitado à partida apenas a duas escolhas: ou Alcochete ou Ota. Se sair Ota, o que certamente o Governo desejaria e a solução com que muitos "técnicos" já estão comprometidos, numa semana o Governo faz outro PowerPoint, com filmes de computador em apoio e fará uma farândola de propaganda sobre o acertado da sua decisão, atrasada criminosamente pelos do costume. Um mês depois põe lá os camiões, as terraplenagens e o betão num átimo, até porque bem precisa para combater o desemprego. Como qualquer decisão que favoreça a Ota está à partida inquinada pela maneira como o Governo fez as coisas, não convencerá ninguém sobre a sua seriedade, e ficará sempre com a suspeita que andou a montar uma distracção para o Presidente da República ver. Mário Lino poderá então continuar o seu "projecto pessoal". Se sair Alcochete, o Governo terá que fazer alguns malabarismos, deitará borda fora o ministro Mário Lino, mas terá muita dificuldade em explicar por que razão a teimosia e o "quero, posso e mando" do primeiro-ministro esteve a um nanossegundo de nos fazer deitar biliões para o sítio errado. O estilo é o homem e o estilo, quando deixa de ser "estiloso", mata.

A Ota é apenas um exemplo, porque se começássemos a fazer o escrutínio sobre como muitas das reformas anunciadas estão a ser conduzidas, veríamos a enorme diferença entre a amplitude do anúncio e a escassez de resultados. Pior ainda: como algumas anunciadas reformas eram muito bonitas no papel, obtiveram muito apoio como intenção, mas na prática estão a agravar os problemas que pretendiam resolver. O modo populista e punitivo como as reformas foram lançadas colocou contra as reformas, numa amálgama de recusa, os melhores e os piores profissionais e isso impede que haja forças que lhes sirvam de sustentação. Nos discursos oficiais, as palavras são muito bonitas; no interior das escolas, das repartições, dos hospitais, dos serviços públicos, a realidade é o caos e a desorganização, é um agravar dos problemas sobre um enorme mal-estar, em que o que é mais afectado é o melhor e não o pior dos serviços do Estado.

Esta análise "micro" das reformas é pouco jornalística, mas é urgente. É urgente que se vá às escolas e às repartições saber como estão a ser aplicadas medidas como a hierarquização dos professores ou os critérios de mobilidade na função pública, para encontrar ambientes de cortar à faca, em que não é o mérito que impera, mas sim o acantonamento burocrático, os privilégios para os que estão, os conflitos de todos contra todos, as prepotências das chefias, a paralisia entre uma greve de zelo universal não proclamada mas eficaz nos seus efeitos de resistência e uma lei do silêncio e do medo. Corre-se o risco de ter como resultado a diminuição do já muito escasso know how e do capital de experiência existente nos serviços públicos e das medidas aplicadas terem apenas efeitos de contenção financeira, deixando os serviços públicos muito pior do que estavam. Em sectores cruciais como o ensino e a saúde, o preço será muito elevado se a retórica "macro" das reformas esconder a realidade "micro". E não adianta vir dizer que todas as reformas são assim, têm estes efeitos, porque não é verdade. Pode, de facto, estar apenas a assistir-se a mais uma operação de aperto financeiro, sem cuidar dos efeitos perversos que ficam pelo caminho e sem conteúdo reformista real. O barato pode-nos sair muito caro.
Um exemplo da necessidade da análise micro referido já há algum tempo no Abrupto era o das escolas onde "os professores vivem situações dramáticas muitas das quais pouco têm a ver com qualquer reforma de per si, mas sim com medidas mal pensadas, atabalhoadas, incompetentes e por critérios que estão a atingir os professores com um rastro de reais injustiças, sentidas em primeiro lugar pelos melhores entre eles. O sentimento de injustiça é profundo e, em demasiados casos, justificado. " Alguns socialistas protestaram no Abrupto e noutros blogues negando que tal correspondesse à realidade. O secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira vem confirmar o que escrevi:

"A tutela vai permitir o acesso a professor titular, por nomeação, dos docentes do antigo décimo escalão que foram ultrapassados por colegas da mesma escola ou agrupamento com classificações mais baixas, explicou hoje o (...) Admitindo que as regras deste primeiro concurso a professor titular criaram "injustiças", Jorge Pedreira anunciou hoje a um grupo de jornalistas que "o Ministério da Educação admite criar um mecanismo transitório" para que "sejam também providos a professor titular" os docentes do décimo escalão com menos de 95 pontos de classificação de escolas ou agrupamentos onde outros professores de escalões inferiores acederam ao topo da carreira com notas mais baixas." (Público)

O desgaste do estilo, logo, do homem, não se manifesta de forma catastrófica. Até um dia. Não se revelará tão cedo nas sondagens, a não ser como uma usura lenta, porque estas têm uma inércia própria e verdadeiramente só mudarão quando o tempo for de eleições e houver alternativa, mas o cansaço, a impaciência estão já cá. O ambiente torna-se volátil e é essa volatilidade, e não "erros" da máquina comunicacional do Governo, como alguns dizem, que é propícia para que cada dificuldade se amplie, cada caso se torne um escândalo. O ar cheira a cansaço, a apatia, a impaciência, a fatalismo, a desesperança e a repetição do show optimista habitual, neste ambiente miasmático, dissolve qualquer estilo como se fosse ácido. Só os stand up comedians proliferam nesta atmosfera. O tempo ainda lhes pertence, mas a prazo será de quem aparecer como alternativa. Espero que ainda haja suficiente realidade para não nos deixarmos levar por mais "estilosos".

(No Público de 1 de Setembro de 2007.)

*
Foi com enorme pesar que assisti ao silêncio ensurdecedor de tanta gente, com responsabilidades a vários níveis, acerca deste malfadado concurso, cujas consequências só serão contabilizadas daqui a algum tempo. No entanto, vale mais tarde do que nunca.

Sou professora há mais de 21 anos. Deveria ter passado ao 9º escalão em Março de 2007, tendo até frequentado acções de formação, na área disciplinar a que pertenço, correspondentes ao número de créditos de que necessitava. Concorri a professora titular. Obtive 144 pontos, apesar de terem sido considerados apenas 7 anos da minha vida profissional. Tenho a pontuação máxima na assiduidade, pese embora o facto de, nestes sete anos, ter estado hospitalizada em dois anos consecutivos. Não fui provida, dado que no meu departamento só havia 1 vaga, que foi preenchida pelo Presidente do Conselho Executivo. Tenho a segunda pontuação mais elevada da minha escola e não fui provida. Alguns cargos, como a direcção de instalações, ou a representação da escola na Comissão Pedagógica de um Centro de Formação de Professores, nem sequer foram considerados. A direcção de turma foi completamente desvalorizada, apesar de todos saberem que é um dos cargos que mais trabalho dá. Outros cargos, como o de presidente da Assembleia, foram completamente inflacionados em termos de pontuação. Não se percebe que critérios foram usados na abertura de vagas, apesar do site do ME ter publicitado uma fórmula que não chegou a ser publicada juntamente com o aviso de abertura do concurso.

Na minha escola passou-se o seguinte: um docente esteve no ano lectivo de 2006/2007 destacado no Conselho Executivo. O docente é QZP e está afecto noutra escola. Como refere o ponto 3 do artigo 6º do DL nº 200/2007, os docentes de QZP concorriam na escola onde estão afectos. Então, o colega foi aconselhado, pela Direcção Regional, a concorrer na escola onde exerce funções, tendo por base o ponto B2 do Manual de Instruções Interactivo, disponível no site da DGRHE, que refere que, em regra, os docentes concorrem onde exercem funções. Essa regra é válida para os docentes de QE. Parece-me que o artigo 6º é claro. Temos assim um Manual de Instruções a contrariar a própria legislação. Isto é legal? Claro que não pode ser. Bastava consultar-se a lista definitiva de admissão, onde, à frente do nome do docente, era mencionada a alínea d), que correspondia ao seguinte texto: " docente que concorre na escola onde está afecto". O que não era verdade. Ou seja, é provido num lugar de um quadro ao qual não pertencia, ultrapassando colegas com mais tempo de serviço que ficam assim impossibilitados de concorrer àquele lugar. Dei uma vista de olhos a algumas escolas da área da minha Direcção Regional. Muitos dos candidatos providos têm pontuações inferiores à minha. Ficaram vagas por preencher (três, mais concretamente), no departamento a que pertenço, nas restantes duas escolas do meu concelho. E também em concelhos limítrofes. Na minha escola foram providos três docentes, que equivalem a 12% dos docentes do quadro. Como só existia uma docente do 10º escalão e dois dos docentes providos fazem parte do Conselho Executivo, restam apenas dois titulares. Atendendo à proporção que existe entre o número de alunos e turmas das diversas escolas, criar-se-ão situações de enorme desigualdade. Vejo escolas a abarrotar de titulares e outras onde praticamente não existem. Por curiosidade, consultei a página de uma escola da zona de Lisboa. No departamento a que também pertenço foram providos dezanove docentes do 10º escalão e abertas 6 vagas que, neste momento, devido à igualdade na pontuação, já representam oito providos dos 8º e 9º escalões (o que também não estava previsto na legislação, pois o desempate seria efectuado tendo por base a formação académica e a assiduidade e, nesta, é demasiada coincidência dois docentes terem exactamente o mesmo número de dias e de tempos de faltas. E atenção que a criação de vagas adicionais não ocorreu em todas as escolas!). Ou seja, ao todo, vinte e sete titulares no departamento de matemática e das ciências experimentais. Existem muitas outras situações que nem sequer vou referir. Quem está nas escolas conhece-as demasiado bem.

Aliás, se o sistema anterior era perverso, essencialmente porque quem tinha o dever de exercer o poder hierárquico não estava para se aborrecer, obtendo satisfaz quem trabalhava e quem se esquivava ao trabalho, este concurso revelou-se diabólico.

(Maria Amélia Bento Ferreira)

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Escrevo-lho apenas para lhe dizer que está enganado quando me classifica como socialista (" Alguns socialistas protestaram no Abrupto…”) pelo facto de eu ter rebatido os seus argumentos relativamente ao concurso para professor titular. Também nunca tive simpatia pelo anarquismo como a ministra Maria de Lurdes Rodrigues e muito menos gosto da política da senhora. Penso que pela sua capacidade de discutir um assunto não precisa de usar comigo a técnica de me identificar com um grupo do qual conhece sobejamente os argumentos e as manhas.

O que motivou a fazer o comentário, que o Pacheco Pereira gentilmente publicou no Abrupto, é chamar a atenção para a sua argumentação que é débil, nada rigorosa e com falsidades. As perguntas e desafios que lhe fiz permanecem sem resposta e ao contrário do que o Pacheco Pereira afirma o secretário de Estado não lhe dá razão porque as injustiças a que se referiu não se enquadram naquilo que o Pacheco Pereira escreveu, ou melhor só com um relativismo muito grande se pode achar que se estar a falar do mesmo.

Para que fique mais claro quero dizer-lhe que acho que o concurso para professor titular um processo conduzido com uma incompetência gritante e que parte de princípios e pressupostos com os quais discordo, mas não por pelos motivos que aparecem agora nos media. O que este concurso fez foi, na generalidade, manter tudo rigorosamente na mesma, isto é, manteve toda uma hierarquia baseada não em critérios de mérito mas apenas na antiguidade. Quando por “acidente” isto não funcionou pretende-se repor a “justiça” deixando tudo como estava antes. Assim sendo não me parece que seja argumentando como o Pacheco Pereira o fez que se põe em causa a “justiça” deste concurso.

(Cândido Pereira)

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Tenham santa paciência, mas chamemos as coisas pelos nomes! Por que razão se insiste em chamar “concurso” àquela coisa inventada pelos nossos governantes para poupar uns trocados fazendo passar a falsa ideia (amplificada pelos comentadores de serviço)de que, assim, cuidavam da “qualidade no ensino”? Tratou-se, isso sim, de um sorteio. Com critérios bizarros, gratuitos, tontos, é certo, mas sorteio. Concurso é algo de completamente diferente.

Claro que o pudor e a honestidade intelectual são atitudes arcaicas, impecilhos nesta selva onde se deve salvar quem puder. Mas, caramba, haja algum rigor terminológico! E o que se promoveu com este sorteio? A injustiça de pôr em pé de igualdade professores recém-chegados ao 8º escalão (por via académica) e professores que já estariam no 10º em condições normais (ainda que com doutoramento); que privilegia quem está no 8º escalão em prejuízo de quem está no 10º; que atribui os mesmos pontos a quem teve sete turmas de vinte e seis alunos e a quem teve apenas uma turma de dez; que considera que o trabalho de direcção e coordenação realizado durante largos anos, mas antes de 99/00, é lixo se comparado com uns fictícios cargos de “coordenação (?) de departamento”, “representante na
assembleia de escola” com que muita gente foi brindada (agraciada, aliás, posto que até reduzia na componente lectiva sem descontar na pontuação desse item)após essa data; etc. Pois, “o povo é sereno”; pena que os professores e seus representantes,
aceitando tudo isto, sejam ridículos.

Nicolau Marques

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Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Ria de Aveiro. Uma gaivota e uma alforreca, que andam por aí. (José Carlos Santos)



Peixe apanhado nas águas de Tróia, que já não anda por aí. (Ochoa)

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EARLY MORNING BLOGS
1101 -La Montagne qui accouche

Une montagne en mal d’enfant
Jettait une clameur si haute
Que chacun, au bruit accourant,
Crût qu’elle accoucherait, sans faute,
D’une cité plus grosse que Paris:
Elle accoucha d’une souris.

Quand je songe à cette fable
Dont le récit est menteur
Et le sens est véritable,
Je me figure un auteur
Qui dit: ‘Je chanterai la guerre
Que firent les Titans au maître du tonnerre.’
C’est promettre beaucoup; mais qu’en sort-il souvent?
Du vent.

(Jean de La Fontaine )

*

Bom dia!

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1.9.07


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Aviões no Red Bull. (A.)





Visto do Mosteiro da Serra do Pilar. (Ricardo Prata)





Mais gente do que no S.João. (João Tomas C.Melo)





(Tiago Azevedo Fernandes)

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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