ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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13.1.07
(url) MISSÃO 3 As viaturas são portuguesas e o heli espanhol procede ao reabastecimento, algures, para a missão poder continuar sem regressar ao quartel. (Se clicar sobre as fotos pode vê-las no tamanho original.) (url)
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 13 de Janeiro de 2007 A acrescentar às boas coisas da comunicação social: começa a existir, pela primeira vez na história recente da comunicação social portuguesa, um ambiente favorável à verificação da qualidade do trabalho jornalístico. Durante anos a fio, sem grandes resultados, insisti na ideia de que não tinha sentido existir um controlo rigoroso de qualidade para os iogurtes e as salsichas e nenhum controlo da qualidade de jornais, rádios e televisões. Durante os mesmo anos fui também claro na ideia de que esse controlo deveria vir dos pares e dos leitores, do debate público e do trabalho científico e não de qualquer regulação imposta pelo Estado. Combati Leis de Imprensa, Altas Autoridades e Entidades Reguladoras, confiante de que uma combinação da lei geral com o debate público, é que eram a solução. Felizmente os tempos mudaram e hoje começam, ainda que de modo ténue, a ver-se os resultados e acima de tudo as vantagens. No caso português dois factores foram fundamentais: o trabalho de alguns Provedores dos Leitores e os blogues. O Provedor dos Leitores do Público não caiu nem na complacência corporativa nem no receio de ser mal visto pelos jornalistas da casa. A Direcção do Público, como se vê no recente e exemplar caso de plágio (ver a documentação publicada), não deixou também morrer o assunto, mostrando como o jornal não é apenas de "referência" por se auto-nomear como tal. Por seu lado, os blogues mudaram tudo e tornaram o escrutínio da comunicação social em tempo quase real um ponto sem retorno. Blogues como o Bloguitica fazem muita gente subir pelas paredes da sua redacção acima, exactamente porque o estilo seco e objectivo do seu autor não deixa muita margem para esconder os erros e as manipulações evidentes. Outros blogues, em muitas áreas tem trazido o mesmo tipo de análise, comentário, debate aos produtos da comunicação social. Claro que há exageros e, às vezes, injustiças, mas há hoje na blogosfera a "coluna" que nunca nenhum jornal quis ter: havia crítica de televisão, não havia crítica de jornais. Agora há. Alguns jornalistas reagem com uma imensa irritação ao verem o seu trabalho escrutinado. Não adianta, os tempos já mudaram mesmo e não voltam atrás. Etiquetas: comunicação social (url) Em Paderne, Algarve (José Farinha); nas Termas de São Pedro do Sul (José Manuel de Figueiredo); junto dos moinhos de Kinderdijk, perto de Roterdão, (Diogo Cavaco); no Burggarten, Vienna (José Paulo Andrade). (url) COISAS DA SÁBADO: UM OLHO CEGO E OUTRO QUE VÊ A Quercus protestou contra a instalação de uma unidade de aquacultura da Pescanova numa zona protegida pela rede Natura, chamando a atenção para que o mesmo projecto tinha sido impedido em Espanha. Provavelmente tem razão, e é bom que a Quercus ou qualquer outro grupo ambientalista mantenha um olho aberto face à destruição acelerada do nosso ambiente. Só que uma passagem pelo sítio da Quercus na Rede e uma leitura do seu balanço do melhor e do pior de 2006 mostra como há um outro olho firmemente fechado, quando não cego de todo: aquele que não vê a rápida desaparição da nossa paisagem natural com a colocação de aerogeradores, as “ventoinhas” por tudo quanto é monte e linha de horizonte ainda bravio. Percebe-se infelizmente porquê: trata-se de um grande negócio, um dos grandes negócios dos dias de hoje, fortemente subsidiado, movendo interesses cada vez mais alargados – empresas multinacionais, autarquias, grupos empresariais, e … ecologistas – e que alastra com a mesma velocidade rapace de outros que o precederam. A velocidade das eólicas é semelhante na sua imposição de situações”económicas” de facto à construção civil, ao urbanismo selvagem, às suiniculturas no tempo em que davam dinheiro fácil. Existem, como é óbvio, recomendações europeias, muito tímidas aliás, sobre os efeitos de degradação do ambiente, poluição sonora, destruição da linha da paisagem, etc, mas nem essas débeis resoluções recebem qualquer atenção dos nossos ecologistas que vendo tudo em todo o lado, sapos e cogumelos, isótopos e transgénicos, não vêm o caos que está a ser a colocação de aerogeradores em tudo quanto é cumeada livre e com vento. Não se trata de ser contra a energia eólica – sou completamente a favor – mas de prevenir para que a vontade de dinheiro rápido e fácil não exerça o mesmo efeito de degradação de bens nacionais, acrescentando mais uma camada ao caos paisagístico português. * Tomada de posição da Quercus há 3 anos: (url) JARDINS DE INVERNO (url) EARLY MORNING BLOGS 950 - Sentimento del tempo E per la luce giusta, Cadendo solo un'ombra viola Sopra il giogo meno alto, La lontananza aperta alla misura, Ogni mio palpito, come usa il cuore, Ma ora l'ascolto, T'affretta, tempo, a pormi sulle labbra Le tue labbra ultime. (Giuseppe Ungaretti) * Bom dia! (url) (url)
VER A NOITE
Voltou o brilho ao céu de inverno. O frio ajuda muito. Verifico que tudo está a funcionar na máquina celestial. Orion, presente, reinando. As Ursas atrás, em sequência regular. A matéria negra continua negra. Há ordem nos céus, proclama o astrónomo chinês. (url) 12.1.07
COISAS DA SÁBADO: VIAGENS COM OU SEM MEMÓRIA Entre os elogios que ouvi à viagem que o Presidente da República vai fazer à India conta-se o de que esta vez não haverá o lastro do Vasco da Gama a pesar na agilidade negocial. É conforme com os tempos do esquecimento, este elogio, mas duvido que seja coisa para elogiar. Bem sei que os nossos tecnocráticos governantes, como Sócrates, podem ir a França em pleno aniversário das batalhas da I Guerra em que morreram portugueses e não visitar, ou fazer qualquer coisa que lembrasse, os portugueses que lá estão sepultados. Nem ingleses, nem americanos, nem canadianos, nem franceses, nem belgas, nem alemães, lhes passaria sequer pela cabeça pôr os pés num país onde estão os seus mortos em combate sem os lembrarem. Pode-se ir à Índia sem Vasco da Gama? Talvez possa, mas para um português, não se deve. Não digo tanto “sem Vasco da Gama”, mas “sem Goa”, sem a memória da nossa identidade que lá ficou um pouco enterrada e está a cair aos bocados. Mas mesmo que já estivesse toda no chão, enterrada por desprezos diversos, o lugar está lá, as almas estão lá num canto qualquer a assombrar-nos. A história é assim: não se pode ir à Índia com inocência absoluta, nem aliás os indianos nos responderão com inocência. A história pesa. Não é saudosismo, é respeito por nós próprios que fomos feitos por aqueles homens que por lá andaram à espadeirada, à pimenta, na pirataria, brutos, cruéis, gananciosos, vaidosos, crentes, santos, líricos, o que se queira, mas nossos. Vem nos Lusíadas, que tanto patriota cá da casa gosta de bater no peito, para esquecer quando vê um call center deslocalizado. Prejudica os negócios? Duvido. Atrapalha, talvez, mas não tanto como se pensa, saiba a gente tratar com o mesmo respeito que exige para nós, o outro lado. Ou seja saber alguma coisa sobre a milenária civilização hindu que combatemos, e sobre o país que nacionalistas indianos educados em Inglaterra fizeram entre lealdades contraditórias. E a verdade é que se a Índia só existe para nós desde que faz software, serviços baratos e indústria espacial, e exporta matemáticos para o Plano Tecnológico, não sabemos verdadeiramente nada. (url) (url) MISSÃO 1 O Abrupto vai publicar uma série de fotografias originais que documentam a missão dos paraquedistas portugueses no Afeganistão (Portuguese Quick Reaction Force das Forças Nacionais Destacadas, International Security Assistance Force) numa zona de operações particularmente perigosa (enviadas por Miguel Silva Machado). A sua publicação é uma forma de homenagear os nossos homens e mulheres que estão em missões militares fora de Portugal e que merecem que não os esqueçamos. Se clicar sobre as fotos pode vê-las no tamanho original. (url) JOSEPH RATZINGER, A IGREJA E O MUNDO Os textos de Joseph Ratzinger escritos como teólogo e homem da Igreja antes da sua escolha para Papa, deixando de parte os mais técnicos, centram-se em meia dúzia de temas recorrentes bastante virados para a relação da Igreja com o "mundo", com a história, com os sistemas de valores circulantes, a interpretação das características da sociedade moderna, e as relações entre a fé, a ciência, a arte e a ética, a guerra e a paz, o legado da antiguidade clássica e o papel da Igreja na construção europeia. Ratzinger é autor de um número significativo de livros, artigos, conferências, intervenções, entrevistas, quer no mundo académico, quer em grandes órgãos de comunicação social, a que não falta um ânimo de polémica, uma vontade de discutir pouco comum na discrição habitual dos círculos mais elevados da Igreja. Ratzinger está há muito tempo presente na edição portuguesa, embora as suas obras fossem pouco conhecidas fora dos círculos ligados à Igreja e à teologia, em contraste com a presença muito activa na comunicação social centro-europeia e americana. Antes da sua escolha como Papa, estavam publicados desde os anos oitenta vários dos seus textos como Diálogos sobre a fé, A Igreja e a nova Europa, Introdução ao espírito da Liturgia, João Paulo II: vinte e dois anos na história com Fátima presente, Questões sobre a Igreja, O sal da terra: o cristianismo e a Igreja Católica no limiar do terceiro milénio, etc. Depois de ser Bento XVI assistiu-se à saída de muitos outros textos e à reedição de alguns. A Introdução ao Cristianismo é o mais interessante dos textos recentemente publicados.Ele próprio reconhece que não é tarefa fácil para "quem tenta anunciar a fé no meio de pessoas envolvidas na vida e no pensamento hodiernos pode sentir-se (...) como alguém que se levantou de um sarcófago antigo e se apresenta ao mundo de hoje com os trajes e pensamento de antigamente, sendo incapaz de compreender este mundo e de ser compreendido por ele", retratando-se a si próprio como o palhaço de Kierkegaard, que corre a avisar a aldeia que o fogo que começou no circo a vai atingir, e em quem ninguém acredita pelas suas roupas ridículas. A história de Kierkegaard está no seu livro Enten-Eller (que conheço traduzido em inglês como Either/Or). Aqueles a quem o palhaço queria avisar aplaudiam-no pensando que era mais um número de circo. O texto de Kierkegaard era ainda mais sombrio na sua conclusão (cito da versão inglesa): It happened that a fire broke out backstage in a theater. The clown came out to inform the public. They thought it was just a jest and applauded. He repeated his warning, they shouted even louder. So I think the world will come to an end amid general applause from all the wits, who believe that it is a joke. Ratzinger expressa esse sentimento da dificuldade, quase inutilidade, do seu discurso. Há momentos em que se percebe um certo cansaço, suportando um outro "cansaço da Igreja" que ele próprio diagnosticou. Mas a sua escolha como Papa mostra que o tempo em que resistiu a contraciclo ao "catolicismo progressista", à "teologia da libertação" e a um conjunto de propostas teológicas, eclesiais e litúrgicas de "abertura" da Igreja ao mundo que, no seu entender, a descaracterizavam, o tornou menos "como alguém que se levantou de um sarcófago antigo", mas sim como alguém que merece ser escutado, até porque nos anuncia o risco de um incêndio. Foi o que lhe aconteceu no discurso de Ratisbona, presumo até que com alguma surpresa própria. É aqui que a obra intelectual de Ratzinger é interessante porque, sendo ele conservador, é essa espécie especial de conservador que, tendo sido "progressista", mudou por um movimento da reflexão e experiência individual que acompanhou a história recente da Igreja, depois do Concílio Vaticano II. Por isso é conservador, sem ser reaccionário, e, sem aceitar nem se submeter ao ruído do "mundo", não se volta contra ele negando-o. Como teólogo, combateu sempre a dissolução da identidade cristã e católica no "século", esforçando-se por o compreender, sem aceitar o seu império, e sem "secularizar" a Igreja. Ratzinger demarca-se da Igreja reaccionária do século XIX e grande parte do século XX que combateu a ciência, defendeu a monarquia absoluta, que combateu a industrialização, a democracia, o liberalismo, político e económico, como fizeram muitos papas nos últimos 200 anos. Ratzinger valoriza o facto de o Concílio Vaticano II "ter coragem de falar não apenas na Igreja santa, mas também da Igreja pecadora" e lembrou que "os séculos da história da Igreja estão tão cheios de todos o tipo de falhas humanas que até podemos compreender a visão horrenda de Dante que viu sentada no carro da Igreja a meretriz de Babilónia"...Não é esse combate de reacção e negação que o conservador Ratzinger continua, mas sim o de um outro tipo de resistência ao relativismo cómodo, à perda de identidade e de valores sociais, à perda da história e da memória civilizacional, usando a linguagem da filosofia, da história e da cultura contemporâneas. Ao envolver a Igreja nesse debate em termos que podemos considerar, para além da fé, como fazendo parte da nossa linguagem civilizacional comum, Ratzinger dá uma contribuição intelectual, mesmo quando a faz como um testemunho de fé. E é exactamente porque é entendida como um testemunho da fé - alguns dos seus mais interessantes textos são análises do Credo - que nos comunicam alguma coisa, porque se fundam na convicção da Igreja como uma construção divina. Ao ajudar a dar solidez à "pedra" de Pedro, Ratzinger reforça também um dos nossos alicerces civilizacionais, porque essa "pedra" não sustenta apenas o Vaticano, nem a Cúria, nem a Igreja, mas também o nosso mundo. Por tudo isto não nos são indiferentes as suas posições e polémicas sobre o papel da Igreja, porque também delas depende o modo como o corpo da Igreja, do Papa aos fiéis, entende a instituição de que faz parte e o corpo de "saberes" que transporta. Se colocarmos em confronto dois teólogos católicos de relevo no século XX, Ratzinger e Hans Kung, verificamos como as respostas que dão ao posicionamento da Igreja têm efeitos no "mundo" muito distintos. Se a Igreja Católica, em nome de um reforço do seu sucesso temporal se tornasse numa instituição multicultural e "inter-religiosa", com fronteiras indefinidas, como aconteceria se as propostas de Hans Kung e de outros teólogos "liberais" e anti-Papado fossem para a frente, rapidamente se dissolveria no "mundo" como mais uma entidade religiosa, sem centro e direcção e certamente sem magisterium reconhecido. Um dos aspectos que mais fragilizam o islão e mais o impedem de se modernizar é a ausência de vozes interpretativas autorizadas. Num certo sentido, e com excepção do xiismo, no islão não há nem Igreja, nem magisterium, e isso contribui para fixar uma interpretação literal do Alcorão, e das suas componentes jurídicas e societais, como a sharia, nos tempos medievais. A Igreja Católica foi capaz de manter um equilíbrio entre o que considera "revelação" e o "mundo" que lhe permitiu sobreviver como instituição global num mundo fortemente laicizado, porque tinha uma autoridade central que interpretava e uma hierarquia que levava a autoridade dessa interpretação aos fiéis. Como laico, eu valorizo o magisterium da Igreja, mesmo quando dele discordo na sociedade e na política. Prefiro uma Igreja institucional e conservadora a mais um "movimento" com fronteiras indefinidas, mesmo que fundado numa fé genuína dos seus crentes. Penso que sem magisterium a Igreja verdadeiramente nunca seria capaz de mudar e que é pelo magisterium que muda. Um retorno à Igreja comunitária primitiva, a negação do papel do Papa e uma recusa da Igreja hierarquizada trariam ainda mais confusão e um maior deslaçamento da sociedade. A oposição de Ratzinger a estas teses e a Igreja que agora como Papa tem autoridade para ajudar a construir pode não chegar para evitar o velho fantasma que nos ronda as casas, o da "decadência do Ocidente", mas ajuda a esconjurá-lo. Compreendo que dentro da Igreja, muita da resistência ao "século" pareça empobrecedora para os católicos - por exemplo, a recusa da ordenação das mulheres, ou as posições da Humanae Vitae sobre a contracepção - mas, para "fora", uma Igreja que mude só com solidez e prudência, que afirme um sistema de valores que comunica com outros valores sociais e os reforça é fundamental. Nos dias de hoje, os aspectos mais socialmente negativos das posições da Igreja (sobre moral sexual, por exemplo) parecem-me de todo circunstanciais e, a prazo, acabarão por mudar, mas é essencial que essa mudança se faça sem pôr em causa a autoridade da Igreja enquanto presença moral e espiritual. Pode parecer contraditório desejar ao mesmo tempo mudanças e prudência, mas não é. Sem a Igreja cristã, seja a "apostólica romana", sejam as igrejas ortodoxas, luteranas, protestantes e a anglicana, o teor do debate "moral" na nossa sociedade seria certamente muito menor. Como tudo puxa para que ele seja pouco e tenda ainda a ser mais escasso, precisamos dessa face da nossa identidade, mesmo que para muitos essa seja uma identidade nostálgica e perdida. Perdida ou actual, ela está lá. O caso do aborto é típico. Ao resistir à introdução de legislação que permite a interrupção voluntária da gravidez em nome de uma cultura da “vida” face à “morte”, a Igreja não muda a minha opinião (o meu “sim”) mas obriga-me pela sua resistência e pelos seus argumentos, com relevo para os que traduzem posições éticas, a discutir a “vida” e aquilo que se tem nomeado como a “cultura da morte”, o que eu posso – e devo – fazer num contexto laico. E posso e devo fazê-lo, porque há valores envolvidos na decisão de abortar que transcendem os argumentos correntes a favor do "sim" e levantam dilemas morais genuínos . Do mesmo modo se espera que os defensores do "não" considerem existir outro tipo de dilemas morais tão genuínos como os suscitados pela questão da "vida". Uma gravidez não desejada, - e pode ser não desejada por inúmeros motivos - , é também profundamente perturbadora (pode também "matar" em vida) e suscita questões morais que não são menores do que aquelas que se levantam à volta da "vida". Reconhecer uma idêntica valoração moral quer aos motivos da decisão do "sim" quer do "não", é o único ponto de partida para um debate sério e não relativista.Para o "mundo", faz mais falta uma Igreja sólida, lenta e prudente, ou seja conservadora, do que uma Igreja "progressista". Para "progressismo" e "politicamente correcto", já temos que chegue. Para além disso, marxistas e "progressistas" fazem muito melhor "progressismo" do que faz a Igreja. Este é também o sentido da obra teórica de Ratzinger. (No Público de 11 de Janeiro, aqui anotado.) Etiquetas: Bento XVI, catolicismo, Igreja, Joseph Ratzinger (url) EARLY MORNING BLOGS 949 - ordinary wind is winding(cold face blush ordinary wind is winding(cold face blush wind is winding here there tomorrow)( graceful dove wind theatrical scar wind thunderclapclapclap(clapclapstrike) struckwinding wind (e. e. cummings) * Bom dia! (url) 11.1.07
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LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 11 de Janeiro de 2007 Dia das leituras bizarras: * "Jornalismo de causas", ou seja, política em vez de jornalismo. Um exemplo do Público de ontem sobre a ratificação da convenção da UNESCO na Assembleia da República, onde não há "notícia" mas apenas opinião do jornalista disfarçada de notícia. Numa notícia, seria suposto haver aspas, no título e no lançamento do texto, em particular, nas palavras que são valorativas porque resultam de uma determinada interpretação, mesmo que seja a dos defensores da convenção da UNESCO. A legenda da fotografia, idem. Um jornalista (José J. Mateus neste caso) não pode escrever que "sem esse documento, a cultura nacional estaria em perigo", ou, pior ainda, começar o seu texto com a seguinte frase: "O documento que hoje à tarde vai ser debatido na Assembleia da República é , usando o futebol, o contra-ataque da Cultura [com C grande] à ameaça que vem da Organização Mundial do Comércio." Todo o resto da "notícia" é assim, um artigo de opinião disfarçado. Péssimo jornalismo. (url) (url) (url) EARLY MORNING BLOGS
948 - There is another sky There is another sky, Ever serene and fair, And there is another sunshine, Though it be darkness there; Never mind faded forests, Austin, Never mind silent fields - Here is a little forest, Whose leaf is ever green; Here is a brighter garden, Where not a frost has been; In its unfading flowers I hear the bright bee hum: Prithee, my brother, Into my garden come! (Emily Dickinson) * Bom dia! (url) 10.1.07
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LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 10 de Janeiro de 2007 Para o debate sobre a Wikipedia (neste caso a versão francesa), no Republique des Livres: C’est le principe de Wikipédia qui demeure toujours aussi discutable, cette idée bien dans l’air du temps que, au fond, tout le monde est encyclopédiste puisque tout le monde est déjà journaliste, cinéaste, critique d’art, critique littéraire, critique de cinéma, critique gastronomique, photographe etc. Voudrait-on nous faire croire que Wikipédia est à l’Universalis ou la Britannica ce que la démocratie d’opinion est à la démocratie représentative que l’on ne s’y prendrait pas autrement. On ne nous a pas encore fait le coup de “l’encyclopédie citoyenne” mais, au train où va la démagogie qui sous-tend cet état d’esprit, ça ne devrait pas tarder.Depois apontam-se vários erros da Wikipedia, mesmo em artigos fundamentais como o artigo sobre Dreyfus e a sua utilização para autopromoção de determinados autores. A ler também os comentários, tão habituais quanto previsíveis. * Remeto-o para este artigo em que o seu fundador, Jimmy Wales, afirma: Etiquetas: Wikipedia (url) (url) EARLY MORNING BLOGS 947 - DE LAS CIRCUNSTANCIAS. Hase también de tener en cuenta en [e]sta consideración y memoria para tener arrepentimiento y hazer deuida confessión, no solo con la substancia destos peccados desnudamente sino también con las circunstancias que los han acompañado, especialmente, con las que agrauan de manera que mudan la especie y naturaleza del peccado o la alteran notablemente, assí como cometer el hombre algo contra sus padres o prelados o peccar en lugar sagrado. Las circunstancias communes son siete: 1. Quién. 2. Quál. 3. Quánto. 4. Porqué. 5. En qué lugar. 6. En qué tiempo. 7. Quántas vezes, pocas más o menos. Quién, es a saber, qué perdona, qué officio tiene y en qué vocación está puesto el penitente sino fuere notorio el confessor. Quál, es a saber, la persona con quien o contra quien se pecca. (...) Quánto, es a saber, la quantidad del peccado o del daño o del menosprecio que enel peccado se haze y del detenimiento en él. Porqué, el fin o intención con que se pecca. En qué lugar, es a saber, si es público o secreto, profano o sagrado o lugar de oración. En qué tiempo, si es día de fiesta o de ayuno o de pública oración. Quántas vezes, circunstancia es que está de sí clara. Y no piense el christiano que esta meditación de su vida se ha de hazer ansí seca y fríamente sino con recogida y atenta consideración de sus peccados y arrepentimiento efficaz y verdadero dellos con esperança y fiuzia de su misericordia, estribada en la sangre y mérito de Iesú Christo, nuestro señor, y con verdadero propósito de la enmienda porque poco aprouecharía hauerse traýdo a la memoria su mala vida passada sino procurasse, con el ayuda de Dios, arrepentirse y tener contrición verdadera de sus peccados. (Martín de Ayala, Compendio para bien examinar la consciencia en el juizio de la confessión, 1567) * Bom dia! (url) 9.1.07
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INTENDÊNCIA
Em actualização as bibliografias dos ESTUDOS SOBRE O COMUNISMO. Actualizadas as notas BOAS / MÁS / PÉSSIMAS COISAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA EM 2006 e PARA A HISTÓRIA DA SUBSIDIODEPENDÊNCIA DAS ARTES E DAS LETRAS: A "POLÍTICA DO ESPÍRITO" DE ANTÓNIO FERRO / SALAZAR. (url) EARLY MORNING BLOGS 946 - Exemples Quelque différence qu'il y ait entre les bons et les mauvais exemples, on trouvera que les uns et les autres ont presque également produit de méchants effets. Je ne sais même si les crimes de Tibère et de Néron ne nous éloignent pas plus du vice que les exemples estimables des plus grands hommes ne nous approchent de la vertu. Combien la valeur d'Alexandre a-t-elle fait de fanfarons! Combien la gloire de César a-t-elle autorisé d'entreprises contre la patrie! Combien Rome et Sparte ont-elles loué de vertus farouches! Combien Diogène a-t-il fait de philosophes importuns, Cicéron de babillards, Pomponius Atticus de gens neutres et paresseux, Marius et Sylla de vindicatifs, Lucullus de voluptueux, Alcibiade et Antoine de débauchés, Capon d'opiniâtres! Tous ces grands originaux ont produit un nombre infini de mauvaises copies. Le vertus sont frontières des vices; les exemples sont des guides qui nous égarent souvent, et nous sommes si remplis de fausseté que nous ne nous en servons pas moins pour nous éloigner du chemin de la vertu que pour le suivre. (La Rochefoucauld) * Bom dia! (url) 8.1.07
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BOAS / MÁS / PÉSSIMAS COISAS NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PORTUGUESA EM 2006
VISTAS POR UM GRANDE (EM QUANTIDADE) CONSUMIDOR 3 NOVAS / MÁS / PÉSSIMAS COISAS Apesar do comentário de João Melo, há, na minha opinião, um programa e um nome que se destacam na grelha de programação da TSF: Pessoal e Transmissível de Carlos Vaz Marques. As entrevistas são bem preparadas e é frequente os entrevistados serem pessoas que acrescentam ideias. Para além disso há a busca da intimidade, sem contudo o programa se tornar cor-de-rosa. * Nomeadamente na RTP: • Existe um espólio de grande qualidade na RTP, pelo menos no que toca a programas de humor (é a área onde tenho mais interesse, mas acredito que a situação seja semelhante noutras), que continua por ser editado em DVD, tal como merecia. Penso por exemplo em quase tudo o que Herman José fez na RTP (com especial destaque para Herman Enciclopédia) ou na série Paraíso Filmes, com José Pedro Gomes e António Feio. • Os horários em que muitas séries estreiam não são os mesmos em que vêm a acabar, sendo este regra geral mais tardio. Aconteceu, por exemplo, com a série Jack & Bobby e com “O Portugal de…”. (Frederico Silva)* O Modelo da TSF , na altura inovador , parece -me esgotado. 3 Blocos noticiosos numa hora , com muita publicidade e musica de pouca qualidade ( saída directamente das Play -Lists ..) é massacrante para os ouvintes . O que mais me cansa na TSF é a falta de proximidade. Não sei o nome de nenhum dos locutores ( que raramente falam ) e dos jornalistas , idem . Na rádio, que é o orgão de Comunicação Social mais intimista, isso é um erro . Erro ainda mais porque me parece que é feito para minorar o erro , para não dar lugar ao improviso , em que não se gosta de arriscar e em que o trapezista só actua com rede. A TSF tornou - se uma rádio cinzenta e sem chama. (João Melo) (url) (url) (url) (url)
© José Pacheco Pereira
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