ABRUPTO

27.11.07


EARLY MORNING BLOGS


1167 - Segunda señal: pierde el conocer

Otra señal, muy más apertada,
que ya no conoce; que es más perdimiento.

Ya no conoce a su criador,
Ya no conoce para qué es criado,
Ya no conoce qué cosa es pecado,
Ya no conoce se tiene señor;
Ya no conoce a su Redemptor,
Ya no conoce sus santos consejos,
Ya no conoce ni mozos ni viejos,
Ya no conoce cuál cosa es mejor.

(Gil Vicente, Señales del Fin del Mondo )

*

Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



Anoitecer em Lagos. (João Almeida)



Luz da noite em Setúbal.



Último minuto de Sol em Setúbal. (Ochoa)



Presépio no centro de Braga. (Jorge Costa)



Anoitecer junto de Fátima. (Luis Reino)



Dia de Sol na Lagoa de Óbidos. (António)

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26.11.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 26 de Novembro de 2007


Cada vez mais os jornalistas tem a informação que lhes dão e não a que procuram. Isto faz uma diferença abissal.

*

"A menina (...) estava a comer na cozinha, quando a TV lhe deu a nova. Começou a dar murros na cabeça, na mesa, até acalmar no colo da 'mãe'."

(Destaque da página 20 do caderno principal do Expresso desta semana, com conteúdo semelhante no corpo do texto.)

Gostaria de saber como é que o Expresso garante a fiabilidade desta informação. Foi-lhe dada por quem, e com que credibilidade? Caso tenha sido apenas informação da família que actualmente mantém consigo a menor em causa, considero isto um insulto ao leitor, mais até do que uma enorme manifestação de incompetência. Mas pode ser que haja uma boa justificação... Aguardo desenvolvimentos.

(Tiago Azevedo Fernandes)

*
Parece que chegou o momento, a propósito da nossa comunicação social, a adicionar à caracteristica que já identificou, de deixar de relatar factos apurados para passar a ser mero transmissor de informação que outros proporcionam (preferencialmente já com o texto integral, que é ainda mais simples, nomeadamente com as notas oficiais). Concretamente, o que está (também) em causa é a qualidade dos referidos jornais e jornalistas. E entre muitos casos, abordamos apenas dois.

Um é a palavra que, depois do primeiro, todos os jornalistas passaram a noticiar: os remédios (nas OPA´s já se vê). Mas porquê este nome e não o mais apropriado: condições (ou termos). É que ainda por cima os dois conceitos não têm nada que ver um com o outro, dado que remédio é algo para erradicar um problema (mas acabando com ele) e condição é um requisito para algo se concetizar (continuando o seu substrato). E, depois, já todos falam de "remédio" para cá, "remédio" para lá e quem não consegue entender o porquê de tal designação só pode deduzir que "o rei vai nú".

O segundo caso é o da proposta (falhada) de fusão do BPI com o BCP (por incorporação deste naquele, diga-se aliás). Salvo erro, todos os jornais e jornalistas, mesmo os que supostamente são "especializados" na área, indicaram logo no inicio que a proposta era de "troca de 2 acções do BCP por 1 do BPI", o que deixa logo muito desconfiado qualquer ser racional. Então a entidade maior troca 2 acções suas por 1 da menor! Mas ainda assim, os referidos especialistas não foram capazes de detectar que estavam a ver tudo "ao contrário", sendo que teria sido suficiente, e fácil, ler, por exemplo no site do BPI, qual a proposta que estava em causa: "2. Relação de troca: a cada acção do Banco Comercial Português, SA corresponderão 0,5 acções do Banco BPI, S.A". Ou seja, se 2 acções do BCP correspondem a 1 do BPI, então o termo de troca é precisamente o inverso: 1 acção do BCP por cada 2 do BPI.

Em conclusão, e o que está em causa, é o seguinte: se quem, supostamente, divulga informação, mais ainda especializada, comunica o contrário do real, não existe dúvida que também aqui se confirma que o problema nacional é o amadorismo sob a capa do "jeitoso". E também se verifica que, além do problema da matemática, também o do português é determinante na actual situação nacional.

(Luis Cupertino)

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



As praias da Bafureira e Avencas hoje com o pescador de polvo. (David Estêvão Gouveia)


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PROBLEMAS DE UM ENCICLOPEDISTA MODERNO (2): POR QUE É QUE AS MULHERES USAM OS NOMES DOS MARIDOS QUANDO CASAM?

Só tenho uma resposta: para me complicar a vida, aumentando a dificuldade da procura dos nomes femininos na Rede para a enciclopédia. Acabo por me tornar tão feminista como os autores do Dicionário do Feminino que resolveram abolir os nomes dos maridos apensos aos das mulheres nas entradas do livro, o que me pareceu mal se elas os usavam como acrescento de identidade. Para além disso eram mulheres do século XIX e dos primeiras décadas do século XX, percebia-se, era costume. Agora antigas esquerdistas, revolucionárias, bolcheviques modernas, maoístas, trotsquistas, soixante-huitards, que acabaram com o nome do marido no fim, já é matéria de estudo, mesmo apesar das complicações da identidade. Agora, minhas amigas, companheiras, camaradas, por favor, se casarem agora deixem o nome como está, não me compliquem a vida.

*

Porque uso o sobrenome do marido:

- Porque é um acrescento à identidade

- Porque mulher gosta de acrescentos, como de bijutaria

- Porque marido serve para usar

- Porque mulher gosta de usar o marido

- Porque é um disfarce

- Porque mulher gosta de disfarce

- Porque mulher gosta de qualquer disfarce

- Porque - esquerdista, revolucionária, bolchevique, moderna, maoísta, trotsquista, soixante-huitard - a mulher disfarça sempre

- Porque começa logo a disfarçar como filha, como mãe, como

- Porque maior disfarce é usar apenas o nome do pai

- Porque igual disfarce é usar apenas o nome da mãe

- Porque há vida para além da rede, das enciclopédias e dos registos

- Porque ‘never mind mind, essence is not essential, and matter doesn’t matter’ (Woody Allen – ‘My Philosophy’ in Getting Even, 1996, cap 4, sec. I)

(MJ)

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PROBLEMAS DE UM ENCICLOPEDISTA MODERNO: OS NOMES COMUNS, OS SILVA, OS OLIVEIRA, OS COSTA, OS SANTOS

O enciclopedista moderno tem o Grande Livro da Rede à sua frente, a realização dos mais bravios e improváveis sonhos de todos os enciclopedistas do passado. Vale bem duzentos nègres, mais do que os de Dumas, a escreverem-lhe os romances, ou os assalariados do Dr. Johnson a prepararem as entradas do dicionário. Vale bem mil listas telefónicas, um dos instrumentos do enciclopedista antes da Rede. Listas, catálogos, reportórios. Mas este aprendiz de enciclopedista, que entre outras coisas, labora com cerca de 1700 entradas biográficas, a crescer todos os dias, defronta-se com uma praga: os nomes comuns, vulgares, os Silva, os Costa, os Pereira, os Santos. Para cada um dos 1700 nomes , de pessoas a 80% vivas, 20% mortas, faço uma pesquisa na Rede. Os esquerdistas, minha matéria biográfica, deixam, de um modo geral, abundantes traços na Rede. Com excepção dos operários e de outros trabalhadores, que esses não existem no mapa electrónico, sobra a maioria que era constituída por estudantes, e que hoje são professores, académicos ilustres, membros do governo, jornalistas, escritores, publicitários, médicos, advogados, autores de blogues, autarcas, deputados, empresários, ou seja, uma parte substancial da elite portuguesa na sua faixa etária, quarenta para cima. Eu lido só com os que deram sinais de esquerdismo antes do 25 de Abril e foram muitos.

Os resultados positivos das procuras na Rede são vários: as profissões e cargos actuais, os locais de trabalho, alguns artigos e entrevistas, um ou outro blogue, endereços de e-mail, a ocasional notícia de uma morte. Bons pontos de partida para as fases seguintes - estrutura, estrutura, que é o que mais se deseja na abertura de uma entrada. Pilares, estrutura, pontos de partida, marcadores de identidade, fronteiras com a entrada anterior, com a seguinte. Só que muitas vezes aparece a Praga. A Praga dos nomes comuns, vulgares, que dão milhares de resultados no Google e nenhum útil. As múltiplas variantes dos "José Silvas" e dos "Antónios Costas" e das "Marias Santos", em Portugal, no Brasil, nas genealogias depositadas no Utah, nas notas das turmas da brasileira Aparecida, ou nas actas da Assembleia Municipal de Silves. O tempo perdido a "folhear" páginas inúteis dava para mais 1700 nomes novos complicados. E não adianta em muitos casos ter nomes completos, porque quase ninguém tem o nome completo na Rede a não ser nalguns casos em listas eleitorais, cubes de caçadores ou em despachos burocráticos e há sempre dez brasileiros com o mesmo nome direitinho. Como eu desejo os nomes raros, os Tibúrcios, os Anacletos, os Donas, os Sentieiro, os Teixeirinha, os Teives, os Vidaul, os Barracosa, os nomes estrangeiros a seguir a um Manuel ou a um José, senão aparecem-me australianos ou brasileiros, embora haja sempre um brasileiro algures. E se fosse possível durante uns anos, para efeito de facilitar o trabalho do enciclopedista, também não seria mau um número único, um código de barras, um chip.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.

"To collect photographs is to collect the world."

(Susan Sontag, On Photography)



Lua na manhã de hoje. (RM)

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EARLY MORNING BLOGS


1166

tsure mo naku no ni suterareshi fuyu no tsuki

Sem ter companhia,
E abandonada no campo,
A lua de inverno.

(Roseki, tradução de Edson Kenji Iura)

*

Bom dia!

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25.11.07


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.

"To collect photographs is to collect the world."

(Susan Sontag, On Photography)



Serralves hoje. (Mónica Granja)



Hoje de tarde. Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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A EMERGÊNCIA DO PARTIDO-EMPRESA


Era tão inevitável como a revolução dos astros: a impregnação da política pela linguagem da economia em que o "economês" se junta ao "futebolês" no mesmo lugar do pensamento e do discurso, no léxico do "politiquês". Nos últimos anos a ascensão do "economês" na política e no jornalismo traduzem a crise do referente político-ideológico, por um lado, porque este se transformou num mundo estereotipado de metáforas mortas, desgastado comunicacionalmente; por outro, porque a iliteracia política também cresceu com a ascensão ao poder das "juventudes" partidárias, formadas num jargão utilitário muito reduzido no seu vocabulário e na sua instrumentação teórica. Futebol e economia, jornais desportivos e imprensa económica fornecem chavões e palavras de encher o ouvido, que todos entendem porque lêem e vêem o mesmo, logo funcionam como lubrificante do discurso. Quem é que não percebe quando se diz que "o PS meteu um golo na sua própria baliza", ou que no PSD há agora um CEO e um chairman, como repetiam à exaustão os jornalistas no último congresso do PSD? Passou-se pois assim do relvado e do mister para os players no mercado eleitoral, ou seja, o que antigamente chamávamos "o povo".

Convém, no entanto, não nos iludirmos muito com o brilho modernizador da linguagem acreditando que lá porque se fala "moderno" se pensa e se age "moderno". É evidente que há muita coisa que esta linguagem com funções propagandísticas esconde e que é muito mais terra-a-terra e bem fácil de classificar de modo antigo. Por exemplo, por detrás de uma "reorganização" e "qualificação" do "pessoal" (nos partidos nunca há um downsizing), trata-se de substituir um corpo de funcionários por outro, com base nos mesmos esquemas de patrocinato, clientela e obediência pessoal e de grupo com que se constituiu o anterior.

Motoristas, secretárias, funcionários diversos, nos partidos e nos grupos parlamentares, raras vezes chegaram a essa situação por mérito, mas, nos primeiros tempos, por militância, depois por cunhas e pagamentos de favores a nível nacional, ou regional. Havia quotas locais e regionais, quotas dos secretários-gerais e dos presidentes do partido, e assim se constitui uma burocracia que depois funciona pelas regras da própria burocracia, muito depois de passarem os líderes e os secretários-gerais. Em seguida, como é normal, depois de estarem "dentro", com o poder que isso significa (se há sítio onde os funcionários "sabem" de mais é nos partidos políticos), exercem o poder "de dentro", para chamarem famílias inteiras, maridos, mulheres, filhos, primos, namorados(a), etc., em pacote. Aqui, os partidos não são muito diferentes de muitas outras instituições portuguesas, mesmo muito "modernas", como foi a Gulbenkian, e não só, durante muitos anos.

Se a vida política não se tivesse degradado, seria normal, em particular quando os lugares têm uma componente política de confiança, que as pessoas saíssem com aqueles com quem entraram. Do mesmo modo que os novos ocupantes também saberiam que teriam de sair com os seus empregadores. Um partido não é uma burocracia com funcionários públicos, e a legislação permite, por exemplo, que um funcionário do grupo parlamentar seja "despedido" a qualquer momento por uma assinatura, exactamente porque se pretendeu salvaguardar a condição intangível da "confiança". Se fosse o retorno à dedicação cívica e política, à militância, como norma do trabalho dentro de um partido, que estivesse em causa nesta "modernização" de que se fala agora, eu seria o primeiro a aplaudir. Mas isso é certamente considerado caduco, pouco "moderno", ineficaz, antiquado, coisa de outros tempos, do pós-25 de Abril.

Não é pela utilização do "economês" reorganizativo que se esconde o facto de que o problema para a nova direcção é que eles não fazem parte da "casa", da "casa" de Lisboa, da "sede nacional" e que esta pouco tem a ver com o grupo de fiéis nortenhos (e os fiéis sulistas dos fiéis nortenhos) que querem trazer para ocupar os lugares já tomados pelos velhos habitantes da "casa". Por isso, por detrás de muito deste mambo-jambo "modernizador", há uma simples vontade de despedir aqueles em quem não se tem confiança e dar os lugares e os empregos aos amigos e próximos da nova liderança. É para pagar indemnizações e fazer novos contratos de pessoal que é necessário vender o património. Como escreve João Marques Santos numa análise lúcida do "PSD, SA":
"[Menezes ] quer ser o accionista número um da empresa PSD. Quer que a empresa trabalhe para o patrão, como todas as empresas que se prezam. E que dê lucros. Anseia por dividendos. Prefere, por isso, desdenhar militâncias e pagar a quem o sirva. Para melhor poder despedir quem não execute as suas ordens. Porque os militantes não se despedem, mas os trabalhadores da empresa sim."

(Correio da Manhã)
Um problema complementar tem a ver com aquilo de que uma direcção política (nome que, como antiquado que sou, prefiro a liderança) precisa do aparelho partidário. E aqui também a linguagem do "economês" e o pensamento do partido-empresa é, para além de uma moda, uma ocultação da questão de fundo. É verdade que os recursos do partido estavam erradamente distribuídos (como os do PS aliás, embora um partido no poder compre esses "serviços" a partir do governo), não sobrando meios para apoiar um trabalho de qualificação da acção partidária que deve centrar-se nos governo-sombra e think tanks, organizados dentro e fora do "movimento" partidário. É verdade que sobram motoristas, secretárias e funcionários sem qualificação e faltam economistas, juristas e "estrategos da comunicação" (curioso sinal dos tempos, ninguém fala dos seguranças que parece terem-se tornado mais necessários...), mas o lugar da falta não é o mesmo.

É interessante notar que a nova direcção do PSD, que entende fazer concursos dentro do partido para os lugares de assessores, nunca lhe passou pela cabeça deixar de contratar agências de comunicação profissionais, certamente porque estas lhe fornecem uma ponte para os órgãos de comunicação social já previamente existente e que os assessores que vão contratar não lhe podem dar. Eu, se fosse jornalista, preocupava-me muito com o facto de o aconselhamento económico, jurídico, técnico em geral poder ser dado por assessorias ad hoc e que a "estratégia de comunicação", ou seja, a propaganda moderna, só possa ser feita por agências profissionais.
A sucessão de notícias sobre a "reorganização" do PSD em jornais como o Expresso e o Público revela o novo funcionamento das "fontes" denunciado por Alcides Vieira e comentado por mim aqui. É muito interessante ver como as notícias controladas e as mensagens que intencionalmente são divulgadas, o spin, sobre esta matéria, resultam em notícias favoráveis em termos de propaganda, acríticas e assépticas. São o equivalente das sessões que o Primeiro-ministro organiza com casting de meninos da escola, powerpoint e filmes com animações de computador. Governo e PSD tem hoje as relações com os jornalistas muito profissionalizadas, em detrimento da qualidade da informação e da sua independência crítica. Cada vez mais há "papinha feita", é só comer.
A questão de fundo é que também este tipo de aconselhamento especializado está longe de ser administrativo ou burocrático, mas sim um problema político, porque o que rompeu a ligação do partido à sociedade, aos grupos profissionais, de onde viria toda a informação e aconselhamento necessário foi a crise de credibilidade partidária agravada pela última experiência governativa do PSD. Para além disso, não há aconselhamento, por capaz que ele seja, que supere as deficiências da produção de políticas pelos órgãos próprios (comissão política e permanente) e da sua "locução", por exemplo, no Parlamento, onde escasseiam competências em muitas áreas cruciais do debate público, como se pôde ver na recente discussão parlamentar.

Não são assessores que fornecem um conselho político, sob forma "profissional", quer dizer assalariada, que podem remendar uma crise de credibilidade que rompeu a relação do PSD com os sectores mais dinâmicos da sociedade e dos grupos profissionais, como não são cibercafés que dão um toque tecnológico às sedes do PSD, nem carros pretos que dão a imagem de Estado.
O Expresso de 17 de Novembro explica que dentro de um plano de gestão de imagem, Menezes vai passar a andar sempre em classe executiva nos aviões e a deslocar-se pelo país com staff , em " dois ou três carros escuros" (ipsis verbis). O artigo é consituído por declarações de Ribau Esteves, de um "especialista" da agéncia de comunicação Cunha e Vaz e Associados e por várias frases de fontes anónimas, não se percebe bem porquê. A conclusão assinada por Ângela Silva é esta : "para quem leva dois meses de líder, nada mau!", com ponto de exclamação e tudo.
Não é às fábricas de aparências, cor-de-rosa ou cinzentas, que se deve ir buscar inspiração, nem aos mitos do "futebolês" e do "economês", mas ao conhecimento da sociedade, às virtudes cívicas e à política ao serviço do "bem comum". Seria mais útil lerem, por exemplo, Sá Carneiro, esse político antiquado e pouco "moderno".
Uma "resposta" a este artigo e a outro de teor semelhante de Vasco Pulido Valente encontra-se no blogue de Pedro Santana Lopes.
(No Público de 24 de Novembro de 2007.)

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EARLY MORNING BLOGS


1165


The image “http://www.bl.uk/learning/images/21cc/utopia/houyhnhnms.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.I am not in the least provoked at the Sight of a Lawyer, a Pick-pocket, a Colonel, a Fool, a Lord, a Gamester, a Politician, a Whore-Master, a Physician, an Evidence, a Suborner, an Attorney, a Traitor, or the like: This is all according to the due Course of Things: But when I behold a Lump of Deformity, and Diseases both in Body and Mind, smitten with Pride, it immediately breaks all the Measures of my Patience; neither shall I be ever able to comprehend how such an Animal and such a Vice could tally together.


(Jonathan Swift, A Voyage to the Country of the Houyhnhnms)

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Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Esta noite em Znojmo, Republica Checa. Usando o Abrupto como janela.

"Photographed images do not seem to be statements about the world so much as pieces of it, miniatures of reality that anyone can make or acquire."

(Susan Sontag, On Photography)









Bar / discoteca em Znojmo, Republica Checa, esta noite. (MC)

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24.11.07


COISAS DA SÁBADO: VEM AÍ O LOBO

Todos os dias, um jovem pastor levava um rebanho de ovelhas às montanhas perto da aldeia. Um dia, por brincadeira, ele correu de lá de cima gritando: - Um lobo! Um lobo! O Habitantes da aldeia trataram de apanhar pedaços de pau para caçar o lobo. E encontraram o pastorzinho às gargalhadas, dizendo: - Eu só queria brincar com vocês! E, vendo que a brincadeira realmente assustava os aldeões, gritou no dia seguinte: - Um lobo! E novamente os moradores da aldeia trataram de apanhar suas armas de madeira.

Tantas vezes o fez que a gente da aldeia não prestava mais atenção aos seus gritos. Mais uns dias e ele volta a gritar: - Um lobo! Um lobo! Socorram-me! Um dos homens disse aos outros: - Já não acredito. Ele não nos engana mais.

E era de fato um lobo, que dizimou todo o rebanho do pastorzinho.


(Esopo)
Os alertas da Protecção Civil quanto ao mau tempo agora, e antes quanto ao calor, ao Sol e aos incêndios, têm-se sucedido como nunca antes tinha acontecido. Será que subitamente o Mundo mudou e todas as chuvadas são catastróficas e todo o calor ceifa pelos velhos adiante? Será mais uma prova do distúrbio ambiental que os ecologistas e o Sr. Al Gore querem colocar como tema número um na agenda mundial? Será que finalmente nos apercebemos da nossa fragilidade estrutural a qualquer Inverno e a qualquer Verão mais rigoroso? Ou será apenas um excesso de precaução, não vá o diabo tecê-las e depois aparecerem os mal-avontadados do costume a pedir contas ao governo? Não sei, mas é capaz de ser um pouco de tudo e, sendo um pouco de tudo, apenas a última razão me parece de acautelar.

O efeito da trivialização dos alertas tem relação directa com a sua frequência, mas também com o modo como os órgaõs de comunicação social, em particular as televisões os ampliam. Como os alertas ainda são uma relativa novidade e o medo é muito televisivo, as televisões ampliam a dramatização e as pessoas fecham-se em casa. Depois, se não se verificar um cataclismo cada vez que há um alerta, funciona o princípio do rapaz e do Lobo, de tanto gritar que vem aí o Lobo, quando ele efectivamente aparece, as pessoas já não tomam a sério o alerta.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Entre ontem e hoje em Lisboa, Almada, Funchal, Amarante, Porto, Setúbal , Barreiro, Hungria e Índia.
Usando o Abrupto como janela.

"To photograph is to appropriate the thing photographed. It means putting oneself into a certain relation to the world that feels like knowledge -- and, therefore, like power. "

(Susan Sontag, On Photography)



Barreiro. (António Cabral)



Lua de Setúbal. (Ochoa)




Anoitecer sobre o Barreiro. (António Cabral)



"Feira do livro" em Deli. (LM)



Pai Natal no Centro Comercial de Almada.



Na Ponte. (RM)





Porto: Feira de Vandoma.



Porto: Rua de S. Catarina e Loja do Cidadão - Torre das Antas. (Álvaro Leite de Sá)



Preparações de Natal no Funchal. (João Almeida)



Aeroportos: Porto e Lisboa. (J. Rego)



Luz de Amarante sobre o Tâmega. (Helder Barros)



Amanhecer sobre a Hungria. (Gil Regueira)



Anoitecer no Funchal. (Carlos Oliveira)

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© José Pacheco Pereira
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