ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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24.11.07
Todos os dias, um jovem pastor levava um rebanho de ovelhas às montanhas perto da aldeia. Um dia, por brincadeira, ele correu de lá de cima gritando: - Um lobo! Um lobo! O Habitantes da aldeia trataram de apanhar pedaços de pau para caçar o lobo. E encontraram o pastorzinho às gargalhadas, dizendo: - Eu só queria brincar com vocês! E, vendo que a brincadeira realmente assustava os aldeões, gritou no dia seguinte: - Um lobo! E novamente os moradores da aldeia trataram de apanhar suas armas de madeira.Os alertas da Protecção Civil quanto ao mau tempo agora, e antes quanto ao calor, ao Sol e aos incêndios, têm-se sucedido como nunca antes tinha acontecido. Será que subitamente o Mundo mudou e todas as chuvadas são catastróficas e todo o calor ceifa pelos velhos adiante? Será mais uma prova do distúrbio ambiental que os ecologistas e o Sr. Al Gore querem colocar como tema número um na agenda mundial? Será que finalmente nos apercebemos da nossa fragilidade estrutural a qualquer Inverno e a qualquer Verão mais rigoroso? Ou será apenas um excesso de precaução, não vá o diabo tecê-las e depois aparecerem os mal-avontadados do costume a pedir contas ao governo? Não sei, mas é capaz de ser um pouco de tudo e, sendo um pouco de tudo, apenas a última razão me parece de acautelar. O efeito da trivialização dos alertas tem relação directa com a sua frequência, mas também com o modo como os órgaõs de comunicação social, em particular as televisões os ampliam. Como os alertas ainda são uma relativa novidade e o medo é muito televisivo, as televisões ampliam a dramatização e as pessoas fecham-se em casa. Depois, se não se verificar um cataclismo cada vez que há um alerta, funciona o princípio do rapaz e do Lobo, de tanto gritar que vem aí o Lobo, quando ele efectivamente aparece, as pessoas já não tomam a sério o alerta. (url)
© José Pacheco Pereira
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