ABRUPTO

13.9.03


EARLY MORNING BLUES 39

Foram os “Early Morning Blues” que deram o nome aos “Early Morning Blogs”. Há vários e em várias versões. Aqui está uma dos The Monkees:


A distant night bird mocks the sun.
I wake as I have always done,
To freshly scented sycamore
And cold bare feet on hardwood floor.

My steaming coffee warms my face
I'm disappointed in the taste.
But there's a peace the early brings
The morning world of growing things.

I feel the moments hurry on
It was today, it's died away,
And now it is forever gone.

And I will drink my coffee slow
And I will watch my shadow grow
And disappear in firelight
And sleep alone again tonight.


*

Ontem, o Abrupto teve o seu recorde absoluto de visitas. Obrigado.

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12.9.03


ONDE POUSAR?


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VÁRIA

Blogues em que aprendo, indicações, grafismos, notícias: o Sopa de Pedra, arejado e limpo. e o Retorta. São blogues que experimentam para nós e experimentam por nós.

*

João Carlos Costa escreve-me revelando o “segredo de Marcelo Rebelo de Sousa...”, para ler sessenta livros por mês, um método de leitura rápida. Nem assim, nem assim. Experimente ler um dicionário.

*

Alexandre Monteiro enviou-me uma espécie de teoria das efemérides:

"JPP escreveu: "(..) a equivalência do 11 de Setembro de 1973, o golpe de Pinochet, e o 11 de Setembro de 2001, os ataques da Al Qaeda aos EUA. A mera colocação, no mesmo plano de uma capa, das duas datas, ligando acontecimentos de natureza muito diversa, que nada une (..)"

Nada as une? Aconteceram na mesmo dia, do mesmo mês. Ou será que tal ligação não pode ser considerada factor unificador?

Ou será que se fecham os olhos a estes pormenores comezinhos, contudo evidentes, em nome de um maniqueísmo subjectivo? Por outro lado, o golpe de Estado de 1973 ocorreu até há um número redondo de anos (30), o que o torna mais evocativo de acordo com as nossas apetências por efemérides, comemorações e outras celebrações quejandas... ou será que seria mais conveniente que se deixasse este acontecimento nas curvas da história? Ou duvida que, a não ter acontecido o ataque terrorista ao WTC, o golpe de Estado no Chile seria ainda mais recordado e enfatizado do que foi ontem - tendo sido, senão relegado para notas de rodapé, até esquecido?

E porque não relembrar outros acontecimentos desse dia? Como o 11 de Setembro de 1814 em que os americanos ganharam a batalha naval do Lago Champlain? (Pode não ser muito relevante agora, mas foi-o para os Estados Unidos e para mim, que andei há uns anos, a mergulhar no lago e a recuperar parte das barcaças afundadas então num projecti do Lake Champlain Maritime Museum...) E porque não relembrar, on a lighter side, o nascimento do Moby e do Brian de Palma e, on a darker side, de Ferdinando Marcos? Ou o 11 de Setembro de 1297, em que William Wallace derrotou os ingleses na batalha Stirling Bridge (até se fez um blockbuster sobre o tema e tudo..)? Ou falemos então do massacre dos 3000 realistas, feito às mãos de Oliver Cromwell em Drogheda, na Irlanda, no dia 11 de Setembro de 1649... ou evoquemos a invasão das Honduras pelos Marines norte-americanos, em 1919.. ou o 11 de Setembro de 1939, em que o Iraque e a Arábia Saudita declararam guerra à Alemanha Nazi...

Afinal, porque há-de ser este dia o dia em que SÓ se pode evocar o ataque ao WTC, e nada mais, como se o mundo tivesse parado de acontecer há 2 anos atrás?”


*

Filipe Gomes de Pina lembra, a propósito dos EUA , “a teoria de Maquievel segundo a qual um Principe temido é mais respeitado que um Principe amado."

"Naturalmente a ideia base é que não existe inconveniente algum em ser amado (situação que alguma Europa tenta arduamente e que os EUA deveriam sinceramente realizar um maior esforço por ser). Simplesmente sem ser temido (o que essa alguma Europa não quer perceber e os EUA pelos vistos percebem) é impossível o respeito de grupos e organizações que neste novo mundo globalizado facilmente são tentados a tirar daí vantagem em prejuízo do mundo civilizado. É também um dos maiores desafios, seja em que domínio nos encontremos: conseguir ser simultaneamente temido e amado (só Deus talvez o vá conseguindo, embora cada vez menos). Este pode ser também outro sub-tema: como ser amado e temido no mundo de hoje.”

*

E agora , apesar da irritação de alguns com os contadores de visitas, o Abrupto já ultrapassou há vários dias as 200000 consultas . No fim do mês de Setembro , analisaremos estes números.

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EARLY MORNING BLOGS 38

A discussão sobre os “onze de Setembro” dominou os blogues ontem, o que é natural e mostrou as fracturas ideológicas, que são também fracturas da memória, o que também é natural. O problema tem a ver com o “contexto” , como dizia o Satyricon, porque o “contexto” é do domínio da interpretação.

A blogosfera deve ser um dos últimos sítios em que a discussão ainda se centra num forte pendor classificativo esquerda-direita, sobrevivência da sua génese e de uma afirmação forte de pertença à direita ( que a Coluna Infame fazia) e do acantonamento da esquerda à volta do Blog de Esquerda. Hoje, a blogosfera política traduz uma realidade diferente desses primeiros tempos, com um número mais significativo de blogues à esquerda. Seja como for, a herança da génese permanece num centramento excessivo nas classificações.

Os termos de direita-esquerda só tem sentido se utilizados numa de duas perspectivas: ou filosófico-antropológica (uma posição sobre a bondade ou a maldade original do homem) ou tradicional, envolvendo a memória afectiva, colocando-se a bandeira em função de uma tradição de actos e gestos do passado. No primeiro caso, a distinção é filosoficamente sustentável, no segundo já as ambiguidades da formulação acabam por se revelar mais tarde ou mais cedo na discussão, em particular se forem cruzadas com outros conceitos como o de conservadorismo, tradição, revolução, etc.

(A classificação pela memória, pela escolha de uma tradição, é que explica, por exemplo, que um blogue de esquerda como o Barnabé se chame “Barnabé”. Ao principio, perguntei-me: que raio de nome, onde é que eles foram buscá-lo? A uma canção de Sérgio Godinho. Está escolhida a tradição.
As ambiguidades começam quando Ivan Nunes escolhe A Praia, ou Paulo Varela Gomes, o Cristóvão de Moura e nunca mais acabam. A tradição já não é o que era. Nem a deles, nem a nossa, nem a nossa que foi deles, nem a deles que foi nossa. Nem a que nos faz dizer "eles" e "nós".)



OS DOIS 11 DE SETEMBRO

No caso dos “onze de Setembro” o que me parece falsificar tudo à partida ( ou se se quiser ter logo à partida a resposta e não a pergunta) é a comparação dos dois eventos. Ela remete de imediato para uma culpabilidade americana, directa no Chile e indirecta no terrorismo da Al Qaeda. Juntem-se os eventos e não pode dar outra coisa senão isto. Sendo que “isto” é exclusivamente uma interpretação do 11 de Setembro de 2001: a capa do Público não é sobre o golpe do Chile e (mais) sobre os atentados de Nova Iorque e Washington, é só sobre os atentados e nada mais. Juntando-se, interpreta-se o 11 de Setembro de 2001 e não o 11 de Setembro de 1973.

Se se quer fazer o processo inverso, ou seja interpretar, trinta anos depois, o golpe de Pinochet, à luz do 11 de Setembro de 2001, então a única comparação que tem sentido é, como nalguns blogues de fazia, com a Cuba de Fidel. Saber porquê a ditadura chilena acabou e a de Cuba continua. Se seguirmos este caminho, insisto, o inverso do que se nos propõe quanto ao 11 de Setembro de 2001, então o golpe de Pinochet é minimizado na sua importância. É um caminho que não pretendo trilhar, mas que é necessariamente induzido pela comparação, é um efeito perverso da comparação entre 1973 e 2001.

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11.9.03


11 DE SETEMBRO II


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MORTE DE ZÉ LUÍS NUNES

Já não o via há algum tempo, o Zé Luís Nunes, que conhecera em Direito em 1967. Era aquilo que os ingleses chamam um “character” , uma personalidade, um homem feito por si próprio e não pela imitação dos outros. O Zé Luís Nunes vinha de outros tempos. Sabia muita coisa, de Napoleão à gastronomia, e vivia naturalmente a bizarra combinação de ser portuense, monárquico, mação e hedonista. A seu tempo, o PS correu-o das listas de deputados.

Manuel Alegre descreveu os dois aspectos sobre os quais toda a gente falaria primeiro porque identificavam o Zé Luís Nunes sem hesitação. Um, o tique complicado com o nariz e que desafiava qualquer lógica da economia dos gestos, mesmo obsessivos. O outro, a sua idêntica obsessão com as questões militares, que o faziam mais militar do que qualquer militar. Lembro-me de ter com ele uma discussão sobre qual era o equivalente civil da continência, e o que é que se devia fazer quando passava a bandeira. Ele seguia a prática americana de colocar a mão no peito.

.Antes do 25 de Abril, ele era socialista e eu maoista e, na altura, isso era uma diferença abissal. Mas foi ao Zé Luís Nunes que deixei, nos tempos da clandestinidade, uma procuração para ser meu advogado, caso fosse preso. Nunca foi precisa, mas era uma prova de grande confiança e amizade, de um para o outro.

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PRESENTES

Um presente para a Formiga, que ela provavelmente já conhece, o artigo de Brian Hayes, “ In Search of the Optimal Scumsucking Bottomfeeder”, no último American Scientist.

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CORREIO, MAIS UMA VEZ

Desta vez, com a caixa entupida por “your details” , “thank you”, e “wicked screensaver”, não entrou o correio enviado em parte do dia 9 e todo o de 10 de Setembro. Quem tiver mandado alguma coisa nesses dias e achar que se justifica repetir, é bem-vindo o reenvio.

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11 DE SETEMBRO

Alguém do Público anda a ler os blogues e encontrou aqui a inspiração para fazer uma capa do jornal com uma mensagem política inadmissível: a equivalência do 11 de Setembro de 1973, o golpe de Pinochet, e o 11 de Setembro de 2001, os ataques da Al Qaeda aos EUA. A mera colocação, no mesmo plano de uma capa, das duas datas, ligando acontecimentos de natureza muito diversa, que nada une, cujo significado político actual não é confundível, que remetem para realidades políticas estruturalmente distintas, é todo um programa.

Na TSF, José Manuel Pureza explicou aquilo que a capa do Público diz: tinha sentido associar os dois onze de Setembro pois estes estavam unidos pelo “expansionismo americano”. Está tudo esclarecido. É uma forma de pensar próxima do negacionismo do holocausto. E campos de concentração será que houve?

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10.9.03


EM BREVE

continua, como nas histórias aos quadradinhos, quando pousar outra vez. Vida de pássaro.

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9.9.03


DESTINO


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LIVROS: NÃO HÁ FOME QUE NÃO DÊ FARTURA

Depois de dois meses sem livros bruxelenses, lá se foi uma pequena fortuna na Waterstone's e na Tropismes, gasta com alegria. Entre os livros que comprei, dois têm como objectivo a curto prazo o Abrupto. Um , uma história ilustrada da firma Delhaize, a grande cadeia de supermercados belgas, para escrever uma nota sobre o “meu” Delhaize, no bairro belga onde habito, um supermercado muito especial como vão ver (ler). Outro que não é propriamente para ler, mas folhear, o Stupid Whitemen de Michael Moore, para escrever uma nota sobre o personagem, um clown moderno de que os radicais gostam muito.

Previno desde já que não li nenhum dos livros que aqui nomeio, mas apenas refiro as razões porque os comprei. Este aviso tem algum sentido, porque, com alguma surpresa, vi Marcelo Rebelo de Sousa insistir na última revista Os Meus Livros na ficção de que lê sessenta livros por mês, incluindo dicionários, monografias locais, livros de gestão, histórias infantis. Diz ele na revista, acusando o toque dos cépticos como eu, que sabem o que é ler livros e o tempo que demora, que não tem culpa dos outros lerem pouco porque dormem mais. Ele lerá as listas imensas de livros, que enumera no “li e gostei”, porque dorme pouco. Será que Marcelo acha que é o único que lê e que convence alguém de que, mesmo sem dormir um minuto, se pode ler dois livros por dia? Estamos no domínio das lendas urbanas.

Comprei livros muito diferentes, por razões muito diferentes. Eis alguns deles: na ficção o último livro de Coetzee, intitulado Elizabeth Costello. Desde que li Disgrace , passei a ler tudo de Coetzee, porque Disgrace é uma das grandes novelas contemporâneas. Depois, on the light side, o último livro de Robert Harris, Pompeii. De novo, porque gostei dos anteriores, do Fatherland, do Enigma e do Archangel. Nunca li nada de Harris, e acho que li quase tudo, sem ter a sensação, que costuma ser descrita nos elogios da contracapa, de não conseguir parar.

Na não-ficção, comprei uma tradução francesa de Peter Handke, intitulada Autour du Grand Tribunal sobre os julgamentos do TPI em Haia, e um livro de Haruki Murakami intitulado Underground sobre os ataques com sarin no metro de Tóquio. Não sei se este livro é bom ou mau, mas o subtítulo “The Tokyo gas attack and the Japanese psyche” interessou-me, porque dificilmente tenho mais a impressão da alteridade cultural do que quando vejo qualquer coisa japonesa. Filmes, banda desenhada, anime, desenhos animados. Aquilo é outro mundo com um traço de sado-masoquismo e de violência muito alheio à cultura ocidental. Como não os percebo, interessam-me.

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FESTA DO AVANTE (Actualizado)

Compras e vendas. Na primeira Festa do Avante! o grande must era o "boné à Lenine". "Olha a Festa do boné à Lenine", "camaradas comprai o boné à Lenine".

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Joao A. recorda: "numa festa do Avante, lá para os idos de 80, numa daquelas bancas exteriores ao recinto, vendiam reproduções do "Ângelus" do pintor Jeran-François Milet (um casal de camponeses em oração) com o pregão: "Olha a Reforma Agrária!"


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GALILEO (Actualizado)

No dia 21 deste mês, morre de morte natural, embora violenta, um dos mais eficazes objectos jamais construídos pelo homem: a sonda Galileo. Lançada em 1989, chegou a Júpiter em 1995, e o que viu, “sentiu”, fotografou, revolucionou o nosso conhecimento do sistema solar. Mesmo antes de morrer, derretida na atmosfera, observará Amaltea, um pouco conhecido satélite de Júpiter. Há um artigo muito interessante na última Astronomy intitulado “The long goodbye” sobre os seus feitos.

A minha grande nostalgia do futuro é esta, a conquista do espaço. Não chego a tempo.

*

Maradona chama atenção para " este artigo da New Yorker sobre a maravilhosa odisseia da Galileo Orbiter tem o mérito adicional de dar uma ideia absolutamente impagável daquilo que é o trabalho das pessoas que lidam com esses maravilhosos objectos."

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8.9.03


UMA TRAGÉDIA



Não pude ler muito do que aqui se tem escrito, mas pareceram-me escassas as referências à crise do chamado “roteiro para a paz” no Médio Oriente, uma verdadeira tragédia se se confirmar. O plano não era apenas um “plano americano”, mas sim da UE e da Rússia. Os EUA não estavam sós, embora, como de costume, só a influência dos americanos contasse nos dois lados do conflito.

Sem o “roteiro para a paz” não há qualquer outro plano alternativo, nem se imagina de onde possa vir qualquer outra iniciativa a favor da paz a curto prazo. Sem “roteiro” só há dois desenvolvimentos possíveis: ou uma contínua degeneração da situação com acções militares punitivas israelitas e atentados suicidas pontuais dos vários grupos terroristas, ou Israel resolve tentar a exterminação completa do Hamas, invade a faixa de Gaza, avança com o muro, anexa ilegalmente os territórios ocupados onde há colonatos e acaba com a relativa autonomia dos palestinianos. Não é brilhante.

Por isso, o silêncio é ensurdecedor, em particular dos opositores e críticos portugueses do plano, que sempre desejaram o seu fracasso e que seria interessante dizerem-nos se agora se está melhor e como é que se sai desta situação .

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7.9.03


FLASHBACK

Embora falando em causa própria, e antes da eventual migração do Flashback para fora da TSF, há um aspecto em que penso o programa ter sido único – o facto de não ter sido renovado, a não ser por motivos de força maior, o de ter permanecido igual durante tanto tempo, o facto de não ter novidades, de ser previsível, de toda a gente que o ouvia conhecer bem o estilo de cada um dos intervenientes e as suas posições.

É significativo que nos blogues de jornalistas (como o Glória Fácil) o programa tenha sido criticado exactamente com os mesmos argumentos que a actual direcção da TSF usou: a necessidade de “renovação”. Ora é isso que penso constituir um dos seus aspectos mais originais e um elemento do seu sucesso num horário muito difícil, domingo ao fim da manhã. Sim, porque o Flashback tinha uma audiência acima da TSF (vejam-se os números publicados na última Focus, TSF 0,3 , Flashback 0,9) e nenhuma razão de audiência justificava o seu fim .

Um dos aspectos dos mecanismos mediáticos de hoje é a contínua produção de novidade. O Flashback contrariava essa lógica com uma continuidade de mais de uma dezena de anos. Exactamente por isso funcionava de outra maneira, pela habituação, pelo “crescer com”, que tantas cartas que recebi referem como tendo marcado os seus ouvintes, pela identificação de sectores do público com A ou B ou C dos seus intervenientes. Para além disso, é uma fórmula difícil de repetir: leva pelo menos dez anos a ter um produto semelhante.

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BIG BROTHER

Vi, pela primeira vez, uma parte desta série do Big Brother. Tenho imenso pena de não ter oportunidade de ver tudo, porque isto dava um grande livro, à anglo-saxónica, divertido de fazer, como uma espécie de diário da coisa, porque não há imagem, nem palavras que não tenham interesse para analisar e discutir. Há ali todo um mundo. Devo dizer-vos que este programa está muito bem feito, muito bem feito. É trash mas é bom.

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EARLY MORNING BLOGS 37 II



O opiniondesmaker pergunta: "E já agora caro Abrupto, com que bichito do Bosch é que você se identifica mais ?..."
Com este.

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EARLY MORNING BLOGS 37

Nós pensamos que nos quadros de Bosch já tinhamos visto tudo, figura estranha a figura bizarra a figura absolutamente inclassificável a figura não sei o que dizer dela. Longe disso. Comprei um livro sobre Bosch que recomendo a todos, antes de tudo pelas reproduções ampliadas de mil e um pormenores escondidos pela repetição obsessiva num canto qualquer. O livro intitula-se Bosch , é de Laurinda Dixon, e é editado pela Phaidon.
Para se ver até que ponto Bosch era um visionário, lá encontrei, num canto do jardim das delícias terrestres, este magnífico retrato da blogosfera.


E como livros e blogues pela manhã combinam ("I love the smell of napalm in the morning", belo nome para um blogue) leiam uma pequena edição muito bem feita da Dom Quixote de Uma Antologia da Poesia Erótica de Bocage. O melhor e imediato milagre de nos reconciliarmos instantaneamente com a pátria é a poesia portuguesa. Se estivéssemos no tempo da Arcádia a blogosfera seria em verso e parecida com a “Ribeirada” ou a “Empresa nocturna”. Em pior, mas parecida.

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© José Pacheco Pereira
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