ABRUPTO

12.9.03


VÁRIA

Blogues em que aprendo, indicações, grafismos, notícias: o Sopa de Pedra, arejado e limpo. e o Retorta. São blogues que experimentam para nós e experimentam por nós.

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João Carlos Costa escreve-me revelando o “segredo de Marcelo Rebelo de Sousa...”, para ler sessenta livros por mês, um método de leitura rápida. Nem assim, nem assim. Experimente ler um dicionário.

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Alexandre Monteiro enviou-me uma espécie de teoria das efemérides:

"JPP escreveu: "(..) a equivalência do 11 de Setembro de 1973, o golpe de Pinochet, e o 11 de Setembro de 2001, os ataques da Al Qaeda aos EUA. A mera colocação, no mesmo plano de uma capa, das duas datas, ligando acontecimentos de natureza muito diversa, que nada une (..)"

Nada as une? Aconteceram na mesmo dia, do mesmo mês. Ou será que tal ligação não pode ser considerada factor unificador?

Ou será que se fecham os olhos a estes pormenores comezinhos, contudo evidentes, em nome de um maniqueísmo subjectivo? Por outro lado, o golpe de Estado de 1973 ocorreu até há um número redondo de anos (30), o que o torna mais evocativo de acordo com as nossas apetências por efemérides, comemorações e outras celebrações quejandas... ou será que seria mais conveniente que se deixasse este acontecimento nas curvas da história? Ou duvida que, a não ter acontecido o ataque terrorista ao WTC, o golpe de Estado no Chile seria ainda mais recordado e enfatizado do que foi ontem - tendo sido, senão relegado para notas de rodapé, até esquecido?

E porque não relembrar outros acontecimentos desse dia? Como o 11 de Setembro de 1814 em que os americanos ganharam a batalha naval do Lago Champlain? (Pode não ser muito relevante agora, mas foi-o para os Estados Unidos e para mim, que andei há uns anos, a mergulhar no lago e a recuperar parte das barcaças afundadas então num projecti do Lake Champlain Maritime Museum...) E porque não relembrar, on a lighter side, o nascimento do Moby e do Brian de Palma e, on a darker side, de Ferdinando Marcos? Ou o 11 de Setembro de 1297, em que William Wallace derrotou os ingleses na batalha Stirling Bridge (até se fez um blockbuster sobre o tema e tudo..)? Ou falemos então do massacre dos 3000 realistas, feito às mãos de Oliver Cromwell em Drogheda, na Irlanda, no dia 11 de Setembro de 1649... ou evoquemos a invasão das Honduras pelos Marines norte-americanos, em 1919.. ou o 11 de Setembro de 1939, em que o Iraque e a Arábia Saudita declararam guerra à Alemanha Nazi...

Afinal, porque há-de ser este dia o dia em que SÓ se pode evocar o ataque ao WTC, e nada mais, como se o mundo tivesse parado de acontecer há 2 anos atrás?”


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Filipe Gomes de Pina lembra, a propósito dos EUA , “a teoria de Maquievel segundo a qual um Principe temido é mais respeitado que um Principe amado."

"Naturalmente a ideia base é que não existe inconveniente algum em ser amado (situação que alguma Europa tenta arduamente e que os EUA deveriam sinceramente realizar um maior esforço por ser). Simplesmente sem ser temido (o que essa alguma Europa não quer perceber e os EUA pelos vistos percebem) é impossível o respeito de grupos e organizações que neste novo mundo globalizado facilmente são tentados a tirar daí vantagem em prejuízo do mundo civilizado. É também um dos maiores desafios, seja em que domínio nos encontremos: conseguir ser simultaneamente temido e amado (só Deus talvez o vá conseguindo, embora cada vez menos). Este pode ser também outro sub-tema: como ser amado e temido no mundo de hoje.”

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E agora , apesar da irritação de alguns com os contadores de visitas, o Abrupto já ultrapassou há vários dias as 200000 consultas . No fim do mês de Setembro , analisaremos estes números.

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© José Pacheco Pereira
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