ABRUPTO

30.9.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 30 de Setembro de 2007


O Presidente da CM de Loures considera que as inundações no seu concelho se devem ao facto da "natureza" estar "no seu pleno direito" de encher as ruas, os passeios e os esgotos e ninguém tem nada com isso.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Paredes de Lisboa. (Z-MM)

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 7:
ERROS NO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE HOJE




Editorial do Diário de Notícias:
O primeiro grande teste para perceber para onde Menezes vai levar o PSD é a forma como irá constituir a sua Comissão Política e apontar o líder parlamentar. A margem é pequena, porque o PSD e a Oposição - que em qualquer sistema democrático se quer substantiva e interveniente - só ganham com a troca Mendes-Menezes se as escolhas privilegiarem sociais-democratas de prestígio (como Ângelo Correia e Arlindo de Carvalho, ambos ex-ministros de Cavaco Silva) ...
Ângelo Correia nunca foi ministro de Cavaco Silva.

*
Noutro artigo:
Pedro Passos Coelho foi um muito popular líder da JSD durante o cavaquismo e um dos estrategas em 1995 da candidatura (falhada) de Durão Barroso à liderança do partido. "Roubou" a distrital de Lisboa a Pacheco Pereira, mas, mais tarde, abandonou a vida política activa.
Passos Coelho perdeu a distrital com Pacheco Pereira e não o contrário. Nessas eleições , Manuela Ferreira Leite, que concorria na lista de Pacheco Pereira, ganhou as eleições a Ângelo Correia que concorria na de Passos Coelho.

Com jornalismo desta qualidade não se vai longe.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

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Imagens do Outono hoje em Lisboa. (RM)

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A CULTURA "OFICIAL" DA UNIÃO EUROPEIA

Forum Cultural
A reunião em Lisboa do Fórum Cultural para a Europa foi mais um passo para definir uma política da União Europeia da "cultura", ou seja, como hoje se diz em burocratês, definir uma "agenda para a cultura". A seu tempo, como é habitual na UE, as "agendas" transformar-se-ão em "agências", embriões de ministérios europeus. No caso da "cultura", isso deve corresponder à institucionalização do modelo francês Malraux-Lang como norma europeia de "cultura". É natural que assim seja, porque os países mais dirigistas em matéria de cultura, França, Portugal, Bélgica, Espanha, adoptaram-no há muito em detrimento do modelo anglo-saxónico, menos intervencionista.

É natural que os governos, desde a direita à esquerda, dos socialistas ao PPE, estimem esse modelo construído para a glória da França de De Gaulle e Mitterrand, e que assenta na utilização da "cultura" como mecanismo de propaganda do poder, com a enorme vantagem de usar como instrumento uma realidade considerada intangível, intocável e aparentemente incontroversa, eficaz por isso mesmo. Este modelo tem duas consequências, ambas com muito "boa imprensa" e inúmeros e activos defensores com fácil acesso aos media. Uma é criar um establishment cultural dependente do Estado, muito para além da gestão patrimonial, com uma rede de "casas de cultura", animadores, agentes, produtores, "artistas", "trabalhadores" do cinema, do teatro, do circo, das marionetes, da "animação de rua", etc., etc. e toda uma "economia" à sua volta. Outra, e igualmente importante nos tempos que correm, é, através desses agentes, definir uma versão liofilizada politicamente da "cultura europeia" conforme com os paradigmas da UE.

A lógica dessa "economia" fortemente subsidiada não será a prazo muito diferente da "política agrícola comum", de quem toma, mesmo sem o saber, a linguagem que serve para o trigo, a manteiga e as batatas. A lógica é a protecção do emprego em nome da identidade "cultural" da Europa e, a nível mais vasto, o proteccionismo dos mercados europeus dos produtos alienígenas, em particular essa sinistra produção vinda de Hollywood de filmes populares que ameaçam matar a "cultura europeia". Do mesmo modo que os tenebrosos OGM servem de pretexto para proteger os agricultores principescamente subsidiados pela PAC da competição dos produtos agrícolas americanos, a "agenda cultural europeia" deve proteger uma miríade de produtos sem público e de qualidade duvidosa, subsidiados pelos contribuintes europeus das multidões que querem ver A Guerra das Estrelas. A reunião de Lisboa quer mais dinheiro para esta função.

http://www.arqueologos.org/IMG/jpg/128-s-sofia5.jpgO segundo aspecto, o de definir, por inclusão e exclusão, a "cultura europeia", é mais complicado e mexe em muito mais do que a economia. Tornar "europeia" a cultura das nações da Europa é uma tarefa difícil de levar a cabo, não muito diferente da de fazer um manual de "história europeia" que sirva de norma educativa nas escolas da Europa, também desejado pelos eurocratas. O problema é que, entendida nos seus genuínos factores de "unidade", a cultura europeia está bem longe de ser a versão iluminista, "progressista" e multicultural que a UE precisa para legitimar a sua cosmovisão olímpica. Como se viu com a discussão do Preâmbulo da defunta Constituição europeia, a definição de uma "cultura europeia", se for coerente com a história identitária da Europa (e não há outra, nem se decreta a identidade), ou está em choque com o islão, ou dá origem a sucessivas falsificações históricas para a moldar ao "politicamente correcto". Claro que este problema só existe, quando se quer ter uma "cultura" oficial que sirva uma "agenda".

É verdade que há uma herança greco-latina como factor de unidade, mas não se pode dar o salto do século de Augusto - a Roma que a UE gosta - para as Luzes - a filosofia que a UE gosta -, porque foi exactamente neste intervalo que a Europa se fez e essa Europa foi feita por uma religião que veio do Oriente, o cristianismo. Paulo trouxe o cristianismo do mundo dos judeus para o dos gentios, o que significou primeiro para os gregos e a filosofia grega, e depois para os romanos, para o direito romano. Desde que Constantino fez do cristianismo a religião do império, da Irlanda à Moscóvia, foi a religião que fez a Europa e essa religião defrontou desde cedo uma religião combatente, o islão.

The image “http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/65/The_Battle_of_Lepanto_by_Paolo_Veronese.jpeg/250px-The_Battle_of_Lepanto_by_Paolo_Veronese.jpeg” cannot be displayed, because it contains errors.Se o factor religioso na identidade europeia parece atenuado, isso se deve a um conjunto de factores que prolongam, mais do que se pensa, a "guerra" que antes se fazia nos mares de Lepanto (ao lado Nossa Senhora de Lepanto de Veronese) ou nos arredores de Viena. Na verdade, o crescimento da descrença, o imperialismo e o colonialismo, e a decadência do império otomano apagaram a fractura pela religião, embora na realidade a tivessem apenas mudado - ou seja, o cristianismo só deixou de ser um factor forte de identidade da "cultura europeia" quando o islão perdeu o poder militar, abrindo caminho dentro de si a ideias oriundas da Europa, como o nacionalismo (com os "jovens turcos" e Atatürk), ou o "socialismo pan-árabe" (de Nasser, Assad e Saddam Hussein). Mas, como se vê, todas essas ideias, ocidentais na sua génese, estão em crise com o ascenso do islão fundamentalista. Indo ainda mais longe, uma parte do conflito que opõe a Europa ao islão, como seja a necessidade da secularização do Estado, a condição feminina, ou a valorização da liberdade religiosa, são frutos da história europeia que incorporam a capacidade de instituições como a Igreja coexistirem com um mundo laico.

Ora este interregno dos factores da identidade clássica da Europa, que leva os burocratas europeus a acreditarem no sucesso do "multiculturalismo", está a acabar pelo retorno de um islão combatente e fundamentalista. Por tudo isto, a tentativa de fundar uma "agenda cultural" inócua só pode ser feita por exclusão, com a mesma atitude que levou a UNESCO a não querer publicar a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, porque não correspondia ao "diálogo de civilizações" mítico da culpa do homem branco.

(No Público de 29 de setembro de 2007.)

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 6: GRUPOS E ENTOURAGE



Vamos assistir a muita coisa semelhante ao que aconteceu em 2004-5, até porque é gerada pelas mesmas causas, em particular por uma "pressa" do poder que é cega à realidade, do país e do estado do partido. Mas há diferenças essenciais, e algumas são para pior. Santana Lopes era um solitário, o seu grupo de fidelidades muito pequeno; Menezes tem uma entourage considerável e, para usar de um eufemismo, muito pouco recomendável. Eduardo Dâmaso descreve-a no Correio da Manhã como "uma verdadeira galeria de horrores, figuras cuja credibilidade já não é recuperável, mas é com eles que o PSD histórico e profundo vai ter de lidar". Pelos vistos ele tem memória, a mesma memória que falta ao Diário de Notícias, cujos artigos sobre o PSD não só parecem que são escritos por quem não sabe do que e de quem está a falar, como abundam de erros factuais. A memória vai ser importante, uma memória que está associada à série de escândalos que precipitaram o fim dos governos de Cavaco Silva e que o tornou tão frágil ao Independente. O PSD pode ser indiferente a esta memória e aos seus personagens. Eu não sou.

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 5: QUEM ANDA À CHUVA MOLHA-SE



Uma boa regra cá da casa é andar à chuva e, consequentemente, molhar-se. Em matérias que são essenciais não há "silêncios estratégicos" nem "benefícios da dúvida", que são só exercícios tácticos. O que vem aí está tão "escrito nas estrelas" como o que veio antes. Foi no Abrupto que tal se disse desde o primeiro dia de Santana Lopes, e as coisas aconteceram exactamente como se disse, no desastre de 2005. Muitos não gostaram, uns porque estavam do outro lado da crítica, o que ainda é uma atitude compreensível; outros porque cultivam a ambiguidade e a "moderação", o que serve sempre uma margem de manobra considerável para carreiras e "prestígios", e só falam quando já todos dizem o mesmo. Mas o que está em causa é demasiado importante para ser deixado ao silêncio.

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EARLY MORNING BLOGS
1116 -La Poule aux oeufs d'or

L'avarice perd tout en voulant tout gagner.
Je ne veux, pour le témoigner,
Que celui dont la Poule, à ce que dit la Fable,
Pondait tous les jours un oeuf d'or.
Il crut que dans son corps elle avait un trésor.
Il la tua, l'ouvrit, et la trouva semblable
A celles dont les oeufs ne lui rapportaient rien,
S'étant lui-même ôté le plus beau de son bien.
Belle leçon pour les gens chiches :
Pendant ces derniers temps, combien en a-t-on vus
Qui du soir au matin sont pauvres devenus
Pour vouloir trop tôt être riches ?

(La Fontaine)

*

Bom dia!

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29.9.07


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: NOTÍCIAS DO PLANO TECNOLÓGICO


Determinado a ganhar 50€ numa aposta com Medina Ribeiro, tentei saber onde podia encontrar uma máquina NetPost em funcionamento em Portugal. Enviei uma mensagem aos CTT e após 5 dias de longa espera lá recebi uma mensagem que referia que as máquinas Netpost deram lugar às máquinas cttnet (que basicamente fazem pouco mais que as anteriores). Ou seja, não é por aqui que vou conseguir ganhar a aposta.

Esta questão levanta, no entanto, um problema preocupante: as máquinas NetPost foram co-financiadas, segundo sei, pelo Feder e pelo Programa Operacional para a Sociedade do Conhecimento. Pelo que me foi dado a saber, também as máquinas cttnet foram co-financiadas pelos mesmos incentivos. Numa semana em que foi noticiado que Portugal é o 3º país da UE com maior taxa de aplicação de fundos comunitários, com uma taxa de aplicação de 82%, é caricato saber que foram aprovados fundos para máquinas agora obsoletas, que foram substituídas por outras também financiadas pelos mesmos fundos.

Esta foi a saga Netpost. No mesmo dia enviei ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior uma mensagem a perguntar pelos quiosques Infocid. Se demorei 5 dias a obter uma resposta dos CTT, no caso do MCTES ainda nem isso aconteceu. Por isso, aguardemos pelas cenas do próximo capítulo...

(Pedro Tomás)

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 4: A ACEDIA



Na lista dos pecados mortais inclui-se a "preguiça" e muita gente pensa que o pecado é mesmo a preguiça. Não é: o pecado mortal é a acedia que é outra coisa bem diferente. Um dos textos mais interessantes da Summa Theologica de Tomás de Aquino é sobre a acedia e por ele se percebe por que razão é um dos pecados "espirituais" mais complexos da lista cristã. A acedia é a indiferença face ao mal, uma "tristeza" face ao bem (Tristitia de bono spirituali) que mata a acção, um torpor perante uma obrigação presumida.

Um dos grandes e eficazes eleitores de Menezes foi a acedia.

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ETNA 10





A estética dos Sopranos. Homens num casamento siciliano na região do Etna.

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 3: A FORÇA E A ANÁLISE



Como aconteceu quando Santana Lopes chegou a Primeiro-ministro, e recebeu os mais rasgados elogios vindos de quem não se esperava e um enunciar de virtudes e esperanças que não lhe era concedido na véspera, vamos ter o momento hegeliano de Menezes em que toda a gente vai dizer que ele é o que não é. É a Força que determina estes comentários e a força tem muita força. Mas a Força não altera a análise, nem se justifica a si própria.

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 2: A PRESSA PELO PODER



A outra razão pela qual Menezes ganhou, a mais importante para os votos que obteve, tem a ver com a incapacidade do PSD suportar mais tempo de oposição e ter "pressa" de chegar ao poder. Por isso acredita no Houdini, no milagre salvador que lhe dê esperança de, sem trabalho, nem reflexão, nem mudança, aparecer na manhã seguinte instalado em S. Bento.

É por isso que teria sido vitalmente necessário fazer uma análise sobre o que aconteceu com a experiência de Santana Lopes, cujo pressuposto "karma" eleitoral garantia vitória sobre vitória, até ao desastre final. Ninguém a quis fazer e agora paga o preço dessa omissão. O que a eleição de Menezes revela é que o PSD não aprendeu nada sobre o que se passou em 2004-5, e comportou-se exactamente da mesma maneira como quando deu a Santana Lopes um aplauso unânime para se tornar no "menino-guerreiro". Agora está a repetir o mesmo e terá os mesmos resultados.

O PSD tinha até ontem uma crise de afirmação, mas estava a atenuar a crise de credibilidade. Hoje voltou em pleno à crise de credibilidade, e vai continuar a ter a crise de afirmação.

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ORNITHORHYNCHUS PARADOXUS 1



Uma coisa que morreu ontem: os últimos restos do processo de refiliação de Rui Rio, os últimos restos de alguma moralização da vida interna para garantir a democracia dentro do partido. A partir de agora algumas das pessoas que andavam aos saltos na candidatura de Menezes vão-se encarregar de garantir que aquilo que sempre souberam fazer nas suas secções se vai estender a todo o partido. A blindagem contra surpresas futuras vai ser total, porque eles não brincam em serviço. Se alguém pensa que Manuelas Ferreira Leite, Rios, Relvas, ou seja lá quem for podem ganhar alguma vez contra alguns daqueles profissionais, está bem enganado. Terão que fazer alianças com eles.

Uma das razões porque Menezes ganhou foi porque assumiu o papel de sindicalista do aparelho do partido, como já tinha sido com Valentim Loureiro contra as propostas de Rio. Não foi a única razão, mas foi importante. prometeu-lhes todos os despojos de guerra, os lugares de deputados, do Parlamento Europeu, das autarquias, empregos, tudo. Isto foi uma força em campanha, mas vai ser uma fraqueza no deliver. É que agora vai-se defrontar com a escassez, não há lugares para todos.

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O BLOGUE DO MAU PERDER



Em matéria do PSD este é o blogue do mau perder. Direi mais ainda, do péssimo perder. E continuará assim até a bandeira ficar direita, se é que alguma vez fica direita.

Por três razões: pelo país, e eu sei que parece um rodriguinho, mas não é; pela oposição, que garantiu ontem de papel passado um longo período de poder ao PS; e por último, pelo PSD enquanto movimento social e político, que se calhar já só é aquilo que é e sou eu que me iludo.

Continuemos. Porque uma coisa não há por aqui, a acedia dos "notáveis". Voltaremos à acedia.

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EARLY MORNING BLOGS
1115 - The Platypus

http://www.nature.ca/notebooks/images/platypus.gifY child, the Duck-billed Platypus
A sad example sets for us:
From him we learn how Indecision
Of character provokes Derision.
This vacillating Thing, you see,
Could not decide which he would be,
Fish, Flesh or Fowl, and chose all three.
The scientists were sorely vexed
To classify him; so perplexed
Their brains, that they, with Rage at bay,
Called him a horrid name one day,--
A name that baffles, frights and shocks us,
Ornithorhynchus Paradoxus.

( Oliver Herford)


*

Bom dia!

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POBRE PAÍS

o nosso.

(bis)

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28.9.07


DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO (36)


Se houver grande participação eleitoral, e qualquer votação nas dezenas de milhares é muito boa nos dias de hoje num partido político, mesmo com caciquismo, mesmo com vários Joãozinhos das Perdizes que há em muitas secções, essa participação contém um príncipio de regeneração positivo. O PSD tem de facto massa crítica e não está morto. Vistas bem as coisas, o PS não tem os espasmos do PSD, mas está mais para o lado do morto.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

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A caminho de Montevideu. (João Almeida)



Hoje. Lua no Funchal. (Carlos Oliveira)



Hoje. Não chovia há 3 meses e 11 dias, na Côte d'Azur.
Os Alpes do Sul, mostram o seu manto de neve sobre Cagnes sur Mer.

(José Rego)

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OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: VESTA E CERES E O ABRUPTO

Dawn spacecraft rising above a cloud-filled horizon












Boa viagem Dawn! Por todas as razões e mais uma: o nome do Abrupto vai lá dentro num microchip.

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DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO (35)


Uma vitória teve Menezes: foi ele que definiu o tom da campanha. A campanha foi o que Menezes desejava que fosse. Aliás uma lição desta campanha é que num confronto entre dois candidatos (seria diferente com três candidatos equilibrados) o que assume o tom mais agressivo, impõe as regras da campanha e não há nada a fazer. Esse tom agressivo condiciona o tratamento comunicacional, e o outro candidato não pode escapar.

*
A opção por nem os Estatutos, nem o Regulamento, considerarem a hipótese de uma segunda volta caso nenhum dos candidatos obtivesse 50 % dos votos visa claramente dificultar a existência de uma terceira candidatura. O candidato C seria logo apontado como divisor do campo dos “bons” podendo com isso dar a vitória ao Candidatos B, o candidato dos “maus”

O elevado número de subscrições necessárias para se ser candidato dificulta também a entrada de quem é outsider à máquina do partido. Quem se candidata só o consegue ser ficando refém da máquina.

Se as quotas não contassem para as votações e um militante com dois anos de quotas por pagar fosse riscado automaticamente dos ficheiros se nos quinze dias após da carta de aviso as não regularizasse, não só evitava este imbróglio das quotas como assim se fazia a actualização automática dos Ficheiros do PSD sem se ter que recorrer a complexas refiliações e se acabavam com os sindicatos de voto. (Só as eleições despertam este bom sentimento de pagar quotas a terceiros)

(António Alvim)

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DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO (34)

Tinha também muita curiosidade em saber que aconselhamento na campanha de Luis Filipe Menezes foi dado pela agência de comunicação que contratou. Sendo uma campanha claramente ofensiva e agressiva, inédita dentro de um partido português, foi a agência ou o candidato que deu o tom à campanha?

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DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO (33)


Por falar em gastos convinha que as candidaturas, vencedora e perdedora, explicassem a origem dos avultados fundos que utilizaram. Uma das candidaturas deve ter gasto centenas de milhares de euros, a outra pareceu mais modesta nas despesas, mas as observações "a olho" às vezes enganam. De qualquer modo, o volume de gastos em campanhas internas partidárias coloca um problema novo de transparência na vida pública.

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DIÁRIO DA CRISE NO PSD ESCRITO EM RONGORONGO (32)


Hoje é um bom dia para os operadores de telemóveis. Vão fazer fortunas com os milhares de telefonemas que estão a ser feitos por todo o país.

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27.9.07


EARLY MORNING BLOGS
1114 - Stone Villages

The stone-built villages of England.
A cathedral bottled in a pub window.
Cows dispersed across fields.
Monuments to kings.

A man in a moth-eaten suit
sees a train off, heading, like everything here, for the sea,
smiles at his daughter, leaving for the East.
A whistle blows.

And the endless sky over the tiles
grows bluer as swelling birdsong fills.
And the clearer the song is heard,
the smaller the bird.

(Joseph Brodsky)

*

Bom dia!

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26.9.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 26 de Setembro de 2007 (2)

Por uma vez concordo com Pedro Santana Lopes: interromper uma entrevista política com um não-evento, sem notícia, nem conteúdo, merece esta resposta.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Lua em Lisboa. (RM)





Último Sol e primeira Lua de hoje em Armação de Pera. (Vasco Louro)



Poente em Setúbal, agora. (Ochoa)

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LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 26 de Setembro de 2007


É tão portuguesa esta obsessão de bater em quem está em baixo. Tão portuguesa como a subserviência com quem está em cima.

*

http://www.mnarqueologia-ipmuseus.pt/images/2007.03.004a.m_net.jpg
Parece que a revista História está em risco de acabar. Nela publiquei alguns (poucos) artigos nas suas diversas séries e não tenho muitas razões para me sentir próximo de uma revista que ignorou, por razões que me são obscuras (ou demasiado claras), a publicação, por exemplo, do terceiro volume da biografia de Cunhal em contraste com a maioria das revistas e dos jornais, académicos ou não. Mas isso vem pouco ao caso, para o maior mal de acabar a única revista popular de história, a única que apela a um público mais geral de interessados e curiosos pela história. Parece que lhe falta pouco mais de 10000 euros ano para sobreviver. Não defendo subsídios do estado mas será que não há algum mecenas que gasta muito mais a comprar álbuns de luxo para o Natal, que possa dar uma contribuição menos gloriosa e mais eficaz para a cultura popular, onde a história tem um papel importante?

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MOMENTOS EM TEMPO REAL

Hoje, um pouco por todo o lado. Usando o Abrupto como janela.

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Uma exposição. (Manuela Reis)



Vista do Pico. (Claúdio Almeida)



Composição do Escultor José Rodrigues: Nos Jardins do Convento de SanPayo.

(Ochoa)

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STROMBOLI 5



"Porto" de Stromboli.

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EARLY MORNING BLOGS
1113 - Il n'y a pas de travail ici?

Dans la plaine rase, sous la nuit sans étoiles, d'une obscurité et d'une épaisseur d'encre, un homme suivait seul la grande route de Marchiennes à Montsou dix kilomètres de pavé coupant tout droit, à travers les champs de betteraves. Devant lui, il ne voyait même pas le sol noir, et il n'avait la sensation de l'immense horizon plat que par les souffles du vent de mars, des rafales larges comme sur une mer, glacées d'avoir balayé des lieues de marais et de terres nues. Aucune ombre d'arbre ne tachait le ciel, le pavé se déroulait avec la rectitude d'une jetée, au milieu de l'embrun aveuglant des ténèbres.

L'homme était parti de Marchiennes vers deux heures. Il marchait d'un pas allongé, grelottant sous le coton aminci de sa veste et de son pantalon de velours. Un petit paquet, noué dans un mouchoir à carreaux, le gênait beaucoup; et il le serrait contre ses flancs, tantôt d'un coude, tantôt de l'autre, pour glisser au fond de ses poches les deux mains à la fois, des mains gourdes que les lanières du vent d'est faisaient saigner. Une seule idée occupait sa tête vide d'ouvrier sans travail et sans gîte, l'espoir que le froid serait moins vif après le lever du jour. Depuis une heure, il avançait ainsi, lorsque sur la gauche, à deux kilomètres de Montsou, il aperçut des feux rouges, trois brasiers brûlant au plein air, et comme suspendus. D'abord, il hésita, pris de crainte; puis, il ne put résister au besoin douloureux de se chauffer un instant les mains.

Un chemin creux s'enfonçait. Tout disparut. L'homme avait à droite une palissade, quelque mur de grosses planches fermant une voie ferrée; tandis qu'un talus d'herbe s'élevait à gauche, surmonté de pignons confus, d'une vision de village aux toitures basses et uniformes. Il fit environ deux cents pas. Brusquement, à un coude du chemin, les feux reparurent près de lui, sans qu'il comprit davantage comment ils brûlaient si haut dans le ciel mort, pareils à des lunes fumeuses. Mais, au ras du sol, un autre spectacle venait de l'arrêter. C'était une masse lourde, un tas écrasé de constructions, d'où se dressait la silhouette d'une cheminée d'usine; de rares lueurs sortaient des fenêtres encrassées, cinq ou six lanternes tristes étaient pendues dehors, à des charpentes dont les bois noircis alignaient vaguement des profils de tréteaux gigantesques; et, de cette apparition fantastique, noyée de nuit et de fumée, une seule voix montait, la respiration grosse et longue d'un échappement de vapeur, qu'on ne voyait point.

Alors, l'homme reconnut une fosse. Il fut repris de honte: à quoi bon? il n'y aurait pas de travail. Au lieu de se diriger vers les bâtiments, il se risqua enfin à gravir le terri sur lequel brûlaient les trois feux de houille, dans des corbeilles de fonte, pour éclairer et réchauffer la besogne. Les ouvriers de la coupe à terre avaient dû travailler tard, on sortait encore les débris inutiles. Maintenant, il entendait les moulineurs pousser les trains sur les tréteaux, il distinguait des ombres vivantes culbutant les berlines, près de chaque feu.

- Bonjour, dit-il en s'approchant d'une des corbeilles.

Tournant le dos au brasier, le charretier était debout, un vieillard vêtu d'un tricot de laine violette, coiffé d'une casquette en poil de lapin; pendant que son cheval, un gros cheval jaune, attendait, dans une immobilité de pierre, qu'on eût vidé les six berlines montées par lui. Le manoeuvre employé au culbuteur, un gaillard roux et efflanqué, ne se pressait guère, pesait sur le levier d'une main endormie. Et, là-haut, le vent redoublait, une bise glaciale, dont les grandes haleines régulières passaient comme des coups de faux.

- Bonjour, répondit le vieux.

Un silence se fit. L'homme, qui se sentait regardé d'un oeil méfiant, dit son nom tout de suite.

- Je me nomme Etienne Lantier, je suis machineur... Il n'y a pas de travail ici?

(Emile Zola, Germinal)

*

Bom dia!

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25.9.07


STROMBOLI 4



Stromboli em acção.

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© José Pacheco Pereira
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