ABRUPTO

4.2.06


COISAS SIMPLES


Edward Ruscha, Us

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EARLY MORNING BLOGS 714

Samuel Gardner

I who kept the greenhouse,
Lover of trees and flowers,
Oft in life saw this umbrageous elm,
Measuring its generous branches with my eye,
And listened to its rejoicing leaves
Lovingly patting each other
With sweet aeolian whispers.
And well they might:
For the roots had grown so wide and deep
That the soil of the hill could not withhold
Aught of its virtue, enriched by rain,
And warmed by the sun;
But yielded it all to the thrifty roots,
Through which it was drawn and whirled to the trunk,
And thence to the branches, and into the leaves,
Wherefrom the breeze took life and sang.
Now I, an under-tenant of the earth, can see
That the branches of a tree
Spread no wider than its roots.
And how shall the soul of a man
Be larger than the life he has lived?


Dow Kritt

Samuel is forever talking of his elm --
But I did not need to die to learn about roots:
I, who dug all the ditches about Spoon River.
Look at my elm!
Sprung from as good a seed as his,
Sown at the same time,
It is dying at the top:
Not from lack of life, nor fungus,
Nor destroying insect, as the sexton thinks.
Look, Samuel, where the roots have struck rock,
And can no further spread.
And all the while the top of the tree
Is tiring itself out, and dying,
Trying to grow.


(Edgar Lee Masters)

*

Bom dia!

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OBSERVAÇÕES PÓS-PRESIDENCIAIS



Não se ouviu até agora uma única palavra de crítica, reflexão, análise, seja lá o que for, por parte daqueles que patrocinaram ou deram cobertura à aventura de Mário Soares. O que todos eles estão a fazer é a bater em Alegre numa última manifestação de mau perder. O tardo-soarismo acha que não tem qualquer responsabilidade no que aconteceu, mesmo no resultado de Alegre.

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3.2.06


UMA DAS MINHAS CASAS FAZ CEM ANOS


lá estarei para comemorar.

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RETRATOS DO TRABALHO EM PORTUGAL


Limpador de janelas.

(Afonso Azevedo Neves)

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BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÕES, IMAGENS, SONS, PAPÉIS, PAREDES
(3 de Fevereiro de 2006)


___________________________

A história das caricaturas dinamarquesas é extremamente simples e começa e acaba numa linha: é uma questão de liberdade. Ou há, ou não há.

O que é novo e precupante são as toalhas de palavras e justificações que começam a ocultar o que devia ser absolutamente simples e onde qualquer palavra a mais é demais.

*

Novos problemas (da BBC News) :

"Libraries have warned that the rise of digital publishing may make it harder or even impossible to access items in their collections in the future. Many publishers put restrictions on how digital books and journals can be used. Such digital rights management (DRM) controls may block some legitimate uses, the British Library has said. And there are fears that restricted works may not be safe for future generations if people can no longer unlock them when technology evolves. The British Library spends £2m of its £16m annual acquisitions budget on digital material, mainly reference books and journals. "

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RETRATOS DO TRABALHO EM PORTUGAL



Ao ver as fotos que tem colocado do trabalho em Portugal, lembrei-me que aqui, no Arquivo Fotográfico Municipal da Figueira da Foz, temos uma quantidade de imagens relativas ao tema muito interessantes.Junto envio uma imagem relativa às Marinhas de sal de Lavos de 1942.

(Guida Cândido)

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CRISTIAN BARBAROSIE / ANCA-MARIA TOADER
POEMAS PROIBIDOS DA ROMÉNIA DOS TEMPOS DE CEAUSESCU


1

Lá fora está um gelo,
A minha casa está um gelo.
Abro a janela e grito:
"Agradeço ao Partido amado,
por me ter treinado !"

(Anónimo)

NOTA: Poema que circulava na altura de boca em boca.

2

Alexandru Andries - Drácula blues

Na corte do voivoda há grande reunião,
Estão fidalgos sentados, e alguns de pé estão, Analisam problemas, discutem o que incomoda, o que não vai bem; Em lugar de honra, sentado, está o próprio Drácula, O fidalgo Velea chama a presença e faz a contagem.

Levanta-se Basil e diz: "Meu Voivoda,
Estamos bem com a produção de cereais e de carne, Ultrapassámos a planificação na indústria de resíduos E fui informado que já ninguem rouba; "Na produção de paus para empalar, Meu Voivoda, somos os primeiros no mundo Até ultrapassámos os americanos, sem receio, podemos dizê-lo!"

"Mas existem problemas mesmo na industria de paus!"
Levanta-se e diz o fidalgo Sulea Trepe.
"Já não temos madeira de plátano, a produção está parada desde óntem, E o carvalho, Dom Empalador, guardámo-lo para fidalgos, Por isso proponho que se façam os paus de madeira de ameixoeira!
Haverá menos bêbados e a madeira é razoavelmente boa ..."

"É uma boa proposta", diz Drácula, "Proponho que a partir de amanhã comece a produção com madeira de ameixoeira!
Que tudo corra bem, o pau de empalar que fique bom Que não desprezem o projecto de design, Que o pau seja esbelto, que satisfaça o cliente Que fique a condizer com o clima e o ambiente, Que enviem elementos do quadro para especialização, A poupança de madeira que não fique esquecida, Por um projecto judicioso que eliminem qualquer sofisma Do modo a que os pau resistem até em caso de sísmo!"

3

Alexandru Andries - Mercearia blues

Abriu a mercearia ao lado da minha casa ...
As prateleiras estão todas vazias,
A loja está cheia de gente !

Passada meia hora chega a carrinha,
Não sabemos o que trouxe, pois entretanto faltou a luz.

Ficamos todos na bicha duas horas e meia, Nós temos BIs, eles pedem passaportes !


NOTA - Nos anos 80, a capital Bucareste era melhor abastecida do que o resto do país. Como consequência, muitas pessoas se deslocavam frequentemente para a capital, com o único objectivo de comprar comida. Para contrariar este fenómeno, as autoridades introduziram a medida de em Bucareste apenas venderem alimentos a pessoas com residência na capital, pelo que era exigida a apresentação do BI. Quanto a passaportes, ninguém tinha, claro.

(Traduções originais)

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RETRATOS DO TRABALHO EM BUDAPESTE, HUNGRIA


A caminho do trabalho, Budapeste, 2002

(Paulo Azevedo)

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EARLY MORNING BLOGS 713

La passe




Deux mondes s’abouchent ici. Pour ici monter, quels obstacles ! quelle refoulée des caravanes ! quels gains répétés ! quels espoirs !

M'y voilà, dis-tu ? Souffle. Regarde : à travers l'arche de la Longue-Muraille, toute la Mongolie-aux-herbes déploie son van au bord de l'horizon.

C'est toutes les promesses : la randonnée, la course en plaine, l'ambleur à l'étape infinie, et l'évasement sans bornes, et l'envolée, la dispersion.

*

Tout cela ? Oui. Mais regarde une fois en arrière : l'âpre montée, le rocailleux désir, l'effort allègre et allégeant.

Tu ne le sentiras plus, la Passe franchie. Ceci est vrai.

(Victor Segalen)

*

Bom dia!

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BIBLIOFILIA: CAPAS DE POLICIAIS


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2.2.06


A LENTA DISSOLUÇÃO DOS PARTIDOS - FICÇÕES DE BAIXO



Era uma vez um partido político no Reino do Volfrâmio. Era e não era. Era porque era, mas também não era. Confuso, não é? Era um híbrido, meio partido político, meio outra entidade nova que se estava a formar, mutante. Um monstro pois, mas um monstro que não era único. Todos os partidos políticos do chamado Arco Constitucional do Reino eram idênticos, mais coisa, menos coisa.

Comecemos por analisar o que acontece "em baixo", no rank and file partidário, para depois irmos "para cima". Imaginem um dirigente de segunda linha desse partido, o chefe da organização num distrito, numa "província", numa região. À sua frente tinha uma débil máquina eleitoral, e uma corporação, agrupando os responsáveis políticos cujas carreiras eram reguladas pelas regras internas do partido, quase todas não escritas, e que se relacionavam num sindicato de interesses, esse sim poderoso.

A parte da máquina eleitoral era cada vez menos importante e a organização era mais eficaz para outros fins e objectivos do que para obter votos numa eleição. Funcionava para garantir a prova de vida do partido, como factor de identidade para meia dúzia de velhos militantes que tinham "amor à camisola" e já estavam por tudo. Os "idealistas", os que estavam "passados", os que era preciso "renovar" como diziam os "jovens", que tinham normalmente como programa garantir a "renovação geracional", ou seja, retirar aos mais velhos todos os cargos que eles ainda podiam manter, ou todos os obstáculos que colocassem a serem eles sozinhos a mandar.

O que era fundamental numa eleição eram as campanhas eleitorais, para que, gastando-se dinheiro, se alimentasse parte da corporação, que obtinha assim, em períodos de campanhas eleitorais, lucros excepcionais. Obtinha-os do lado dos financiamentos, quase todos feitos por debaixo da mesa e fora do controlo das leis, e que permitiam que alguma coisa ficasse pelo caminho. Mas igualmente importantes eram as oportunidades de despesas eleitorais, sempre exigidas como necessárias, mesmo quando era evidente que não havia qualquer correlação entre o dinheiro que se gastava e os resultados eleitorais. As despesas alimentavam muitos burocratas da corporação, que eram intermediários para compras de bens e serviços, "brindes", marketing, publicidade, tipografias, cartazes, fotografias, salas, cantores, grupos rock, carros e camionetas. Antigos funcionários do partido tinham saído dessa condição para criarem "empresas amigas" que obtinham essas contratações em períodos eleitorais e não só, e que forneciam, a preços acima do mercado e com qualidade inferior, os mesmos serviços que antigamente eram oferecidos ou pela militância gratuita ou pela actividade profissional. Pelo caminho ficava muita coisa: "jovens" que recebiam uma "gratificação" pela militância, paga por outros "jovens" que nunca tinham tido na mão tanto dinheiro para pagar a "equipas" cuja existência e actividades não eram controladas por ninguém. "Pais" que apareciam à porta das sedes para receber o "trabalho" dos filhos que tinham "andado na campanha com o compromisso de serem pagos", e entretanto desaparecera o dinheiro. Numa campanha distrital em que se gastou uma grande fortuna, no fim nem um prego sobrou. Por singular coincidência, todos os bens comprados eram perecíveis, ou desapareceram por milagre no dia seguinte: computadores, impressoras, telemóveis, etc., etc.

O que é que se esperava desse dirigente de segunda linha? Que ganhasse eleições? Longe disso, ganhar eleições era um resultado superveniente, que muitas vezes trazia complicações reforçando a independência do dirigente em causa, fazendo-o escapar ao controlo da burocracia corporativa. Esperava-se que actuasse da melhor maneira para gerir as carreiras políticas que dele dependiam, que alargasse o campo da empregabilidade para cada um e a sua família, fizesse um upgrade dos empregos e, em tempos infaustos, que não os perdesse. Esperava-se que fosse o chefe do sindicato de dentro, não o intérprete das esperanças de fora.

Havia nos livros do partido uns milhares de militantes, mas efectivamente estes não existiam como tal. Em cada secção do partido existiam cem, duzentos, mil inscritos, de que nem dez por cento frequentavam as sedes e as reuniões, e metade destes eram membros da nomenclatura partidária. A esmagadora maioria dos membros que apareciam como pagando cota efectivamente não as pagavam, mas sim o presidente da secção ou o presidente dos "jovens" que os tinham como massa de manobra eleitoral. O pagamento colectivo de cotas era uma maneira de manter o controlo político de secções, federações e distritais, ou de inflacionar o número de militantes para garantir mais poder de negociação e mais delegados em congresso. Numa secção, o número dos militantes habitual eram oitenta, mas na véspera de cada acto eleitoral duplicava pela mão do presidente, que depois os fazia desaparecer até à próxima vez. Assim poupava nas cotas e garantia a reeleição, ao mesmo tempo que atrasava as filiações novas, que metia numa gaveta.

Havia casos em que os militantes nem sequer existiam, eram "fantasmas". Moravam todos numa única casa, para terem uma concentração numa secção quando era útil em termos de sindicato de voto "ganhar" aí as eleições. Falava-se de um talho, ou de um número numa rua que era um tapume, e onde "moravam" dezenas de militantes. O controlo dos cadernos eleitorais e dos registos de filiação, das listas de mailing e outras, eram essenciais para manipular eleições. Havia métodos sofisticados e primitivos. Uma vez um responsável dos "jovens" foi descoberto a assinar delegações de voto em série, cometendo o pequeno erro de o fazer em relação a um militante que entretanto tinha ido para a Austrália e deixado de dar notícias. Foi apanhado na falsificação, mas essa pequena circunstância não lhe impediu continuar uma carreira dentro do partido sem qualquer sobressalto. Aliás, nenhuma destas malfeitorias, conhecidas de todos e comentadas ao sabor das amizades e inimizades, tinha qualquer papel nas carreiras militantes.

Embora o partido fosse único, havia uma feroz competição entre três grupos organizados, que se aliavam, se separavam, se fundiam e distinguiam conforme as circunstâncias: os "jovens", os "trabalhadores" e os adultos. Através de mecanismos de inerências de voto, era possível potenciar a representação. Os adultos eram na sua maioria os que estavam lá como se aquela fosse a sua família, eram os do "amor à camisola", ou outros nunca lá iam a não ser quando se lhes pedia para ir votar no amigo, no familiar, no colega. Alguns eram antigos "jovens" e mantinham mecanismos a que chamavam de "solidariedade geracional", ou seja, organizavam-se entre si para manter uma transumância do poder à medida que iam dos "jovens" para adultos.

(Continua)

*

Sem partidos políticos, sem representação das "partes" políticas e ideológicas, não há democracia representativa, a única que conheço que existe como democracia. Mas destas máquinas de interesses e carreiras não precisamos. O autor é ingénuo e pensa que há partidos fora deste estado dos partidos no Reino do Volfrâmio? Pensa, o que pode ser a maior das ingenuidades.

(No Público)

*
Depois de ler o seu artigo lembrei-me, ainda, do livro de Anthony Sampson, Who runs this place?
"...(hoje) entram nos partidos como numa associação e vão subindo na hierarquia, sem necessitarem de outros conhecimentos. O resultado é um "paradoxo": quanto mais profissionais são os políticos menos representam os comuns eleitores. Os partidos deixam de representar ideais fixos, antes são uma coligação temporária de interesses...
"

Anthony Sampson, Who runs this place?: the anatomy of Britain in the 21st century, Ed. John Murray, 418 pg, 2004

(Nuno de Matos)

*

1.A realidade estatutária ao atribuir aos Presidentes das Distritais o poder de indicar os candidatos para deputados, para orgãos autárquicos, para empresas públicas, autárquicas e mesmo lugares da administração pública apurou uma raça que luta pela vida. Pela sua vida. Obviamente vencedora sobre os que trabalham e estão na politica por contributo civico e ideológico.

2. Assim a vida partidária reduziu-se à luta pelas distritais. Esta luta começa no controle das Secções. Apoia-me que eu te apoio agora e no futuro. Na lista do Eng.Carmona estão todos os Presidentes das secções de Lisboa do PSD.

3. Assim uma revisão estatutária para promover a regeneração do Partido precisa de retirar aqueles poderes às distritais.

4. Quanto às quotas é muito simples. Que o ter as quotas pagas deixe de ser uma exigência para se poder votar. Em contrapartida quem tiver as quotas por pagar ao fim de dois anos deve receber um aviso para as pagar em quinze dias, passados os quais deixará de ser, administrativamente, militante do partido.(Podendo eventualmente ser colocado num ficheiro de simpatizantes)

(António Alvim)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: MAU AMBIENTE



No seguimento de seu pertinente comentário de ontem na SIC-N relativo a eventuais contrapartidas ambientais para os previstos novos projectos que se avizinham para o Pais, penso ser extremamente oportuno que tome conhecimento da situação relativa ao controlo das emissões atmosféricas em fontes fixas industriais. De facto partir o passado dia 23 de Janeiro de 2006 uma portaria (em anexo) isenta cerca de 95% das empresas do Pais do cumprimento dos valores limites de emissão (VLE) e do autocontolo das suas emissões, dado o exagero que os caudais massicos minimos admissiveis passaram a ser .Embora provavelmente seja leigo nestas questões poderá verificar que com esta nova Portaria as empresas podem emitir sem qualquer tipo de problema e sem necessidade de autocontole (apenas um vez de 3 em 3 anos, que obviamente vão dar bem...) os seguintes valores:

Monoxido de carbono .120 Kg/dia por fonte(chaminé)
Particulas 12 Kg/ dia. chaminé
Dioxido de enxofre: 48 Kg/dia.chaminé
Oxidos de azoto: 48 Kg/dia .chaminé
Compostos organicos volateis: 48kg/dia. chaminé
etc.

E não, não me enganei ao referir kilos/dia, sendo que o que talvez seria de esperar nestes áreas seriam gramas ou miligramas/dia !......
Mais grave é o facto desta portaria ter sido elaborada (encomendada?) no governo de Nobre Guedes e um ano depois e embora alvo de contestações de empresas do sector com conhecimentos das reais e graves implicações da sua aplicação, nada tenho sido alterado nem nos tenha sido sequer dada a possibilidade de expormos o nosso ponto de vista neste claro retocesso ambiental contra tudo o que seria de esperar neste momento!


(Pedro Silva)

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INTENDÊNCIA

Actualizada a nota OS NOVOS CONSERVADORES.

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RETRATOS DO TRABALHO EM PORTUGAL


Trabalho na construção da Seca do Bacalhau em Lavadores V. N. de Gaia, nos anos quarenta.

(Francisco Bernardo)

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LENDO / VENDO /OUVINDO
(BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÕES, IMAGENS, SONS, PAPÉIS, PAREDES)
(2 de Fevereiro de 2006)


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Manuel Pinto no Jornalismo e Comunicação sobre o "caso Teresa e Lena":
"Desenvolvimentos desta linha de pesquisa vieram chamar a atenção para o facto de que, também a montante, o poder de agendamento se pode exercer. Ou seja, as fontes, por efeitos da sua crescente organização e profissionalização, ou em consequência de se terem socializado nos valores-notícia do jornalismo dominante, encontrariam, cada vez mais, formas de influenciar e marcar a agenda mediática.
O "caso Teresa e Lena" constitui, nos tempos mais recentes, um dos melhores exemplos desse poder de agendamento. E tem todos os ingredientes para pôr um certo jornalismo a salivar. Foi pensado para isso e vai seguramente conseguir o que projectou. Veremos."

*

Vidas e obras (neste caso obra): Harper Lee que escreveu To Kill a Mockingbird e que, gregarious for a day, aparece uma vez por ano.

*

As relações (ou a ausência delas) entre a filosofia ocidental e a oriental neste muito interessante artigo da Prospect:
"Kumarila claims that something that is called an "I" exists, established by the fact that an I is constantly present in thinking. Sankara, however, argues that this only shows that there is subjectivity —the presence of consciousness—not that there is an object named "I." The apparent existence of an objective self is an illusion, created by the logic of the grammatical use of "I" in language.

Strange names, certainly. Strange thoughts? Anybody who has read philosophy in the west will not think so—provided that Kumarila (7th century) is replaced with Descartes (17th) and Sankara (8th) with Kant (18th). The point is not the polemical one about whether it was Indians or Europeans who had these thoughts first (the ancient Greeks and early Islamic thinkers are also in the running). The point is not that the Indians deserve study because they thought like Europeans. The point is simply that, for many reasons, the Indian thinkers are unknown to contemporary western philosophy, and are likely to remain so. The same is true of Chinese thinkers."
*

Mistério dos blogues: estes dois, que apareceram a saudar a neve, continuam lá em baixo divertidos, ou param quando não os vemos? E nunca se cansam?

*

Bom, bom:
Post parido a meias com o JPH ( e mais uma data de gente)

-Com quantas mulheres já estiveste?
-Visits ou page views?
(No Mau Tempo no Canil, e com Mozart)

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RETRATOS DO TRABALHO NO BANGLADESH



No passado mês de Novembro tive a oportunidade de regressar um mês à Índia e ao Bangladesh como bolseiro da Fundação Oriente para fotografar e registar os "desmantelamentos de barcos" de grande porte nas praias. É um problema gravíssimo a dois níveis: social e ambiental. Neste momento preparo um artigo para ser publicado na revista da Fundação Oriente que descreve exactamente toda esta problemática, ou melhor, o trabalho publicado será fotográfico - o artigo será complementar para a percepção das imagens.

Junto envio fotografias minhas referentes a este trabalho, que fazem parte do "lote" revelador do fenómeno socio-ambiental do shipbreaking [mais especificamente nas praias de Chittagong, no Bangladesh] tão desconhecido por estes lados. Estas fotos já foram apresentadas na televisão [na :2] em Janeiro, num programa sobre os bolseiros da F. O. e para além disso também estão online no meu blog nos arquivos do mesmo mês.

Ver também
Post publicado no meu blog de arquitectura.

(Pedro Duarte Bento)

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RETRATOS DO TRABALHO EM MOÇAMBIQUE



Ntaluma, um escultor Makonde (Norte de Moçambique).

As esculturas Makonde são bastante elaboradas e interessantes e são normalmente vendidas a turistas e coleccionadores.

(Jaime Machado)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: TUDO É NOME DE BLOGUE

- Mãe, Mãe como é que é o pretérito mais que perfeito do verbo CUMPRIR?

- Não sei. Deixa-me pensar, o pretérito perfeito é eu cumpri, o imperfeito eu cumpria ... mas o mais que perfeito não estou a ver ....

- E eu esqueci-me da gramática na escola.

- Huuummm e se fôssemos ao Google?

- Aposto em como não dá nada. Ou é um nome de um blogue.

- Vamos ver ....

... dez segundos: olha, olha: É "Eu cumprira"!

- Vês? A internet é o máximo, podemos aprender TUDO!

- Ó Mãe podíamos fazer um blogue os dois, chamado "Pretérito mais que perfeito", um blogue para miúdos e graúdos! Eu escrevia palavrões e a Mãe escrevia sobre o Sócrates! E ganhávamos imenso dinheiro!

(R.)

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COISAS SIMPLES


David Smith, Carta

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EARLY MORNING BLOGS 712

Class-Mates

Bob Briggs went in for Government,
And helps to run the State;
Some day they say he'll represent
His party in debate:
But with punk politics his job,
I do not envy Bob.

Jim Jones went in for writing books,
Best sellers were his aim;
He's ten years younger than he looks,
And licks the heels of Fame:
Though shop-girls make a fuss of him
I do not envy Jim.

Joe Giles went in for grabbing gold,
And grovelled in the dirt;
He, too, looks prematurely old,
His gastric ulcers hurt:
Although he has a heap of dough.
I do not envy Joe.

I've neither fame nor power nor wealth,
I fish and hunt for food;
But I have heaps of rugged health,
And life seems mighty good.
So when my class-mates come to spend
A week-end in my shack,
With lake and wood at journey's end
--They envy Jack.


(Robert William Service)

*

Bom dia!

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1.2.06


OS NOVOS CONSERVADORES



É-me bastante indiferente esta polémica sobre o casamento para homossexuais, que não penso que toque nada de importante quer no que se adquiriu de tolerância na sociedade, quer no que não se adquiriu. E aqui tolerância é o direito de cada um viver como entende.

Mas, poucas coisas conheço mais conservadoras do que reivindicar o “casamento” para os homossexuais. Nem mais nem menos do que o “casamento”, essa sobrevivência na lei do mandamento cristão-católico. Se a reivindicação fosse feita à Igreja, para um acto religioso por parte dos crentes, ainda se entendia. Mas exigi-lo ao Estado, dá como resultado reforçar-se ainda mais a centralidade da instituição “casamento” nas relações afectivas, e isso parece-me conservador, para não dizer outra coisa. O que é que se espera no “casamento” que não se tem na união de facto? A obrigação contratual de “fidelidade”?

Sou avesso a que o Estado legisle muito sobre intimidades, afectos e modos de vida. Isto de se valorizar a diferença, de se andar a dizer “todos diferentes, todos iguais”, só tem sentido quando de facto valorizamos a diferença e não quando queremos que se normalize a sociedade, se mate a diversidade. E quanto aos argumentos legais, se é assim, então por que não se aceita a poligamia na ordem jurídica? Mormons e muçulmanos não têm direito à sua visão do mundo? Podem ser discriminados por razões religiosas? Não é contra a Constituição?

*

Há dias, as duas lésbicas que pretendem casar-se foram entrevistadas por um canal de televisão e, no decorrer da entrevista, uma delas deu como motivo para se quererem casar o desejo de terem os mesmos direitos que os casais heterossexuais. Por sua vez, a sua leitora Ana Mouta enviou-lhe um e-mail com uma lista de direitos dos casais que não estão em vigor no caso das uniões de facto.

O que me impressiona nestes dois casos é que só se discutam os direitos ao mesmo tempo que se ignoram totalmente os deveres. Mas num casamento também há deveres. Com efeito, o Código Civil declara que «[o]s cônjuges estão reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência». Ou será que o que se pretende aqui é que as uniões de facto tenham os mesmos direitos que o casamento mas nenhuns deveres?

Nada tenho contra o casamento entre homossexuais, desde que se trate efectivamente de um casamento, ou seja, com os mesmos direitos e deveres que o casamento entre heterossexuais.

(José Carlos Santos)
*
Parece-me completamente errado atribuir às uniões de facto uma quase equivalência ao casamento. O que é que fazem duas pessoas que querem viver juntas sem os compromissos, direitos e deveres inerentes ao casamento? Por este andar já nem sequer podem optar por uma união de facto, pois ficam automaticamente quase casados! Não se podem tratar aos adultos como crianças. Quem não se casa tem obrigação de saber que a sua situação é, por definição e segundo a lei, menos "estável" do que quem resolve "assinar os papéis". Tal como num contrato de outra espécie qualquer, a informalidade tem vantagens e inconvenientes. Deixemos as pessoas escolherem o que querem para si, sem lhes tentarmos impingir um quase-casamento à força de uma lei super-protectora.

(Tiago Fernandes)
*
Quando diz, no post "Os novos conservadores", "O que é que se espera no “casamento” que não se tem na união de facto? A obrigação contratual de “fidelidade”?", posso dar-lhe alguns exemplos:
-O direito de visita, enquanto familiar, nos hospitais e nas prisões; -Direitos sucessórios, nomeadamente a possibilidade de herdar património comum; -As actuais leis de imigração portuguesas são restritivas dos direitos. A União de Facto não é útil, pelo menos de forma directa, para os processos de legalização, visto que a Lei das Uniões não prevê o direito ao reagrupamento familiar; -Da mesma forma não está previsto o reconhecimento em Portugal de uniões de facto celebradas noutros países, nem sequer no âmbito da UE; -A forma de pôr fim à União de Facto não está regulamentada.
(Fonte: Portugal Gay)

O conceito de "casamento civil" não é mais do que uma "união de facto" com todos os direitos, não tem nada de conservador.

(Ana Mouta)
*

Já Foucault defendia que os homossexuais deviam aproveitar a situação em que se encontravam para construírem "relações outras", em que as relações de poder/resistência encontrassem novas dinâmicas. Poderiam assim criar transformar uma limitação que sobre eles pesava numa oportunidade mais ou menos revolucionária. A ideia é apelativa e tem muitos seguidores no seio do que hoje se chama "queer theory".

Mas nem todos os gays serão assim tão revolucionários. A maioria será até tão conservadora quanto aqueles que os cercam, pois é nessa comunidade que a sua felicidade é, ou não, possível. Não admira portanto que queiram aceder de pleno direito às mesmas instituições que lhes são apresentadas como normativas. Ora em Portugal ninguém quer aceder ao direito de ser poligâmico, pela simples razão de que esse direito não existe para ninguém, logo o princípio da igualdade não é violado.

(Octávio Gameiro)

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RETRATOS DO TRABALHO NA INDONÉSIA


Estivadores em Jacarta. "O descarregamento de teca do Bornéu no velho porto de Sunda Kelapa, onde ainda abundam estas fantásticas "escunas de Macassar".

(Madalena Ferreira Åhman)


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OUVINDO GATES



hoje de manhã. Gates demorou quinze segundos a chegar ao tema principal. O tema foi a propaganda da Microsoft, precedida de um anúncio publicitário em filme. Ele faz muito bem, vende o que tem para vender. Nós é que somos muito provincianos, tratando a sessão de publicidade como uma conferência.

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RETRATOS DO TRABALHO EM PORTUGAL





Trabalho na oficina de restauro do Museu Nacional de Machado de Castro, em Coimbra, actualmente encerrada para remodelação mas sempre em trabalho de manutenção. (2005)




Operárias da Medinfar, em Condeixa-a-Nova. (2006)

(Paula Alexandra Almeida)

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DE REGRESSO

muito em breve. A caminho.

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30.1.06


EARLY MORNING BLOGS 711


This is the first thing

This is the first thing
I have understood:
Time is the echo of an axe
Within a wood.

(Philip Larkin)

*

Bom dia!

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29.1.06


RETRATOS DO TRABALHO EM SETÚBAL


Peixeiro no Mercado do Livramento em Setúbal (vulgo Praça)

(Simão dos Reis Agostinho)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: COISAS SIMPLES



Maria, leitora do Abrupto, 11 anos.

"Ó mãe vais mandar para o Abrupto, não vais?" Eu tentei explicar-lhe que aquele blogue não é meu, que quem manda nele não sou eu, e que ela tinha que perceber que pobre dono do Abrupto entraria em crise se todas as mães e pais mandassem as pinturas dos filhos para lá para além de provavelmente entupir a sua caixa de correio."

(Mãe da Maria)

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: VAZIO



Não é “fantasticamente” deprimente que, se hoje não tivesse nevado, e se não tivessem feito leituras às radiações emitidas pelos telemóveis nos centros comerciais (?), não tinham havido os Jornais da uma, os jornais da tarde e os jornais da noite?

(Sofia Silveira)

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RETRATOS DO TRABALHO NO CAMBODJA E NO VIETNAM


Vendedor de patos em Hanói.


Sucateiros em Phnom Phen.

(M.L.)

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DIA RARO E INCOMUM 4


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DIA RARO E INCOMUM 3


Acabou de nevar, levantou-se o céu, está azul e branco. Os gatos não sabem como andar na terra. Tiram e pousam as patas, escorregam. O que é que aconteceu? Que mundo é este? Os limões e as laranjas têm um pequeno chapéu branco. Nalguns sítios escondidos, a água virou vidro.

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INTENDÊNCIA

Actualizada a nota AS COTERIES E OS BENS ESCASSOS.

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DIA RARO E INCOMUM 2

Tudo branco. Está a nevar e a neve está a pegar.


BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
– Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.


(Augusto Gil)

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DIA RARO E INCOMUM

Está a nevar.

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RETRATOS DO TRABALHO EM NIASSA, MOÇAMBIQUE


Transportador de bambu em Cuamba, no Niassa, Norte de Moçambique.

(Carmo Pupo Correia)

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RETRATOS DO TRABALHO EM SINTRA, PORTUGAL (INÍCIO DO SÉCULO XX)



(Enviado por Ricardo de Carvalho.)

*
Curiosa a fotografia, pois retrata - se não estou em erro - uma actividade hoje já praticamente extinta devido, fundamentalmente, à expansão urbana do concelho, mas tb aos erros da legislação vitivinícola e à evolução do próprio mercado do vinho: a plantação da vinha de Colares (casta "Ramisco") em "chão de areia". Feita a uma certa profundidade, onde, depois de escavada a camada arenosa, as raízes da videira encontravam terreno firme, isso fez com que resistisse à filoxera no final do séc. XIX. Durante o séc. XX foi, por isso, a única região em Portugal Continental, para além de pequenas vinhas localizadas, onde o cultivo da vinha se continuou a fazer a"pé franco", isto é, sem recurso a pés de videira americana resistentes à filoxera que são depois enxertados na casta europeia. Os custos de mão de obra foram, claro, tb uma causa importante para o seu desaparecimento.

(João Cília)

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EARLY MORNING BLOGS

Salmo 73


Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.

Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos.

Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.

Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.

Não se acham em trabalhos como outros homens, nem säo afligidos como outros homens.

Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno.

Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o coração podia desejar.

São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.

Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.

Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?

Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.

Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência.

Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.

Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geraçäo de teus filhos.

Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;

Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.

Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição.

Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.

Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles.

Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins.

Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei como um animal perante ti.

Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita.

Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.

Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.

A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.

Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti.

Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras.



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Bom dia!

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© José Pacheco Pereira
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