ABRUPTO

9.10.10


COISAS DA SÁBADO: VOTEM NO PALHAÇO E DEPOIS QUEIXEM-SE


Eu tenho a tese de que quem votou nas eleições brasileiras no palhaço Tiririca devia ser governado pelo tempo todo do mandato pelo Tiririca e só por ele. Depois se veria se “pior não fica”.

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE

  
Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)


Lisboa (ana).


Praia das Maçãs (Telmo Martins).

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COISAS DA SÁBADO: AS SOBREVIVÊNCIAS DO SALAZARISMO

Uma das práticas habituais nas polícias (incluíndo a PIDE) e nos tribunais do salazarismo era a utilização de alcunhas para diminuir os criminosos ou alegados criminosos na sua dignidade pessoal e assim os rebaixar em público. Não tinham sequer direito ao nome. Essa prática também não atingia todos os criminosos ou alegados criminosos, atingia preferencialmente só os das classes sociais mais pobres, camponeses, trabalhadores rurais, operários, populares. Essa tradição de rebaixamento é hoje prolongada por muita comunicação social, que se acha muito moderna, desempoeirada e nada salazarista. No dia em que escrevo isto, o Diário de Notícias em linha tem dois títulos salazsristas típicos: “Lei que vigorou dois anos pode beneficiar Bibi” e “Rei Ghob vai fazer testes psicológicos”. Carlos Silvino e Francisco Leitão não pertencem à classe certa, logo não tem direito ao nome.

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 EARLY MORNING BLOGS

1885 - Beloved, Let Us Once More Praise The Rain

Beloved, let us once more praise the rain.
Let us discover some new alphabet,
For this, the often praised; and be ourselves,
The rain, the chickweed, and the burdock leaf,
The green-white privet flower, the spotted stone,
And all that welcomes the rain; the sparrow too,—
Who watches with a hard eye from seclusion,
Beneath the elm-tree bough, till rain is done.
There is an oriole who, upside down,
Hangs at his nest, and flicks an orange wing,—
Under a tree as dead and still as lead;
There is a single leaf, in all this heaven
Of leaves, which rain has loosened from its twig:
The stem breaks, and it falls, but it is caught
Upon a sister leaf, and thus she hangs;
There is an acorn cup, beside a mushroom
Which catches three drops from the stooping cloud.
The timid bee goes back to the hive; the fly
Under the broad leaf of the hollyhock
Perpends stupid with cold; the raindark snail
Surveys the wet world from a watery stone...
And still the syllables of water whisper:
The wheel of cloud whirs slowly: while we wait
In the dark room; and in your heart I find
One silver raindrop,—on a hawthorn leaf,—
Orion in a cobweb, and the World.

(Conrad Aiken)

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8.10.10


COISAS DA SÁBADO: NO DIA 5 DE OUTUBRO, LEMBRANDO AS NOSSAS TROPAS



Mais de 700 portugueses e portuguesas das nossas Forças Armadas encontram-se fora de Portugal em missões de natureza diversa, mas nalguns casos muito arriscadas. Militares portugueses encontram-se no Kosovo, no Afeganistão, no Líbano, na Somália, e um muito pequeno número em Timor Leste, República Democrática do Congo e na Guiné Bissau. Para além destes militares que pertencem a contingentes estacionados nos respectivos países há mais um conjunto de militares em missões menos rígidas, em particular nos PALOPs. Ninguém os referiu nos discursos oficiais, como se a sua acção fosse coisa menor ou irrelevante.

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PARA QUE NÃO FIQUE IMPUNE

"Já Pacheco Pereira avançou com uma "inconfidência". Relatou à sua bancada a última reunião da Comissão de Negócios Estrangeiros, na qual participou Luís Amado. Nesta reunião, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros terá assumido que existe actualmente "uma falta de credibilidade do Estado que está a ser muito prejudicial ao País". A título de exemplo destas dificuldades de Portugal, o MNE terá frisado que "o facto de se não se ter conseguido nomear um diploma português como embaixador da União Europeia junto de nenhum dos PALOP".  (Diário de Notícias, 8-10-2010.) 


Isto é falso, não foi dito, não foi citado, pura e simplesmente não existiu. É uma construção de uma "fonte" que o jornal publica sem rigor nem verdade. Acontece todos os dias, mas como envolve terceiros precisa de ser desmentido liminarmente.

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE

  
Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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1884

Oh what a tangled web we weave,
When first we practise to deceive!

(Walter Scott)

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7.10.10


O DISCURSO REPUBLICANO

(dito na Assembleia da República, 6 de Outubro de 2010.)

Os 100 anos da instauração da República, que comemoramos hoje, realizam-se numa altura difícil para os portugueses, que não estão muito voltados para comemorações, muito menos para aquelas que lhes podem parecer uma forma de legitimação de um estado de coisas nacional em que os mais pobres estão a ficar mais pobres e a maioria dos portugueses vê roubada a sua esperança no futuro.

Por isso, as comemorações da República, temos que o reconhecer, não foram um momento de grande participação popular, sem que isso signifique existir qualquer nostalgia pelo regime monárquico, cuja queda foi a principal consequência duradoura dos eventos de 5 de Outubro de 1910. Desse ponto de vista, a revolução republicana deixou os portugueses na plenitude dos seus direitos de escolherem quem os governe, sem que, por razões de casta, família ou sangue, não pudessem escolher o primeiro magistrado da nação. Os portugueses hoje podem eleger todos os responsáveis políticos, isso foi conquistado há 100 anos, e é um adquirido da nossa liberdade e democracia.

Tudo o resto dos tumultuosos dezasseis anos da Primeira República é, como todos os humanos regimes, matéria mais de repúdio do que de exemplo. Mas, se a mitificação da Primeira República é um erro, seria um erro ainda maior usar a sua crítica para abrir caminho à legitimação da ditadura.

O que é que podemos saber hoje com base nesses dezasseis anos de 1910 a 1926?

Primeiro, que os regimes acabam, que o que pensamos adquirido está bem longe de estar seguro. A liberdade política e uma débil democracia, construída em Portugal desde as lutas liberais, pôde acabar às mãos dos próprios demónios que soltou. Os republicanos, que eram positivistas, pensavam que o progresso era inelutável. Nós sabemos, depois das guerras do século XX e do Holocausto, que não é assim.

Segundo, que a democracia só subsiste se as instituições em que se baseia mantiverem um mínimo de legitimação popular. Nenhuma democracia sobrevive quando o povo a vê como um “sistema”, uma rede estabelecida de interesses, assente numa oligarquia que deles beneficia. A democracia não é um facto natural, mas uma escolha cultural e a sua legitimação vem da vontade popular. Sem essa vontade tem os dias contados, seja para uma nova ditadura, seja para formas modernas de populismo demagógico, para que muito do mediatismo espectacular hoje nos empurra.

Terceiro, das instituições políticas cuja saúde é mais crucial em democracia são os partidos. É neles, na pluralidade política e ideológica, na diversidade dos interesses representados, que se consubstancia o tónus da vida pública e do debate cívico. Infelizmente essa capacidade está rapidamente a desaparecer, com uma degradação acentuada do papel dos partidos, em particular dos partidos do poder, de exercerem a sua função cívica de representação, dominados apenas por uma lógica de exercício desse mesmo poder.
Os partidos políticos republicanos tiveram muita responsabilidade na queda da Primeira República. A Terceira República, em que vivemos, degenera também pela partidocracia, quando os partidos em vez de serem um elemento de representação dos cidadãos no poder, funcionam como uma barreira.

Quarto, em período de crise económica e social, nada envenena mais a democracia do que a corrupção e em particular a corrupção na desigualdade. Isto é tão evidente que não vale a pena acrescentar mais nada. É, aliás, tão evidente como perigoso.

Quinto, a economia de mercado e as finanças públicas são a chave do crescimento e do desenvolvimento social, tão relevantes num país que continua na cauda da Europa em termos de pobreza e desigualdade, e que conhece elevadas taxas de desemprego. A boa gestão da coisa pública, numa altura em que o Estado exige do cidadão muito do produto do seu trabalho, é outro elemento cuja deslegitimação destrói a solidez da nossa democracia. Lembremo-nos que Salazar chegou ao poder como “ditador das finanças”.

Sexto e por último, se o Estado se envolve num conflito com os corpos da sociedade, associados à nossa identidade e soberania, acaba sempre por perder, com enormes custos para todos. A Primeira República conduziu uma guerra contra a Igreja e perdeu-a. Convinha, perante uma Igreja hoje muito diferente, e que também compreendeu a liberdade que lhe dá a separação do Estado, não querer laicizar uma sociedade à força de leis, sob pena de se violentar sentimentos que não são só dos crentes, mas da sociedade em geral. E, num país onde as forças armadas são um exemplo de civilismo, contrariamente ao que acontecia nos anos da República, não se afrontam as questões de Estado, como as do seu armamento e eficácia operacional, como se de anedotas jocosas se tratasse ou de pretextos de ocasião.

É verdade que houve de 1910 a 1926, instabilidade, violência política, guerra civil, intolerância, repressão, manipulação eleitoral, actuação anti-operária e anti-sindical, censura, mas também é verdade que muitos republicanos, depois de afastados do poder, mostraram o melhor de si próprios.

Quando, depois de 1926, foram perseguidos, exilados, presos, impedidos de exercer a sua profissão, afastados das forças armadas, desempregados, insultados e agredidos, muitos republicanos, incluindo os chefes partidários, permaneceram fiéis a uma resistência tenaz, tanto mais valorosa quanto durou quatro décadas, em que muitos podiam ter-se acomodado e desistido. Em muitas terras de Portugal, e não só nas cidades, eles fizeram sempre a melhor propaganda que há, a propaganda pelo exemplo.

Talvez por isso, mais do que a Primeira República de 1910 a 1926, comemoramos hoje a sua imagem na resistência nos anos do salazarismo e do marcelismo, quando se via, como eu vi, nas romagens aos túmulos das vítimas do 31 de Janeiro no Porto, alguns velhos a chorarem quando gritavam emocionados “viva a República”. A revolução republicana já pouco dizia à minha geração, mas essa emoção dizia quase tudo. Esse “viva à República” era um puro acto de liberdade em tempos de servidão. E esse grito de liberdade merece todas as comemorações.

Disse.

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5.10.10


PONTO / CONTRAPONTO

 

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MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (6)


O PSD parece ter perdido a memória no momento em que mais precisava dela. Não se percebe esta amnésia, nem sequer parcial, mas total, com que a direcção do PSD se esquece das posições do partido nos anos de 2008 e 2009, quando Manuela Ferreira Leite disse sozinha as verdades que eram necessárias, e isso é um património que nenhum outro partido político tem face à crise. Por isso custa ver a sistemática omissão do seu papel e das suas posições, que eram as do PSD, pelos actuais protagonistas do partido, quer na direcção do PSD, quer no Parlamento, diante de um Sócrates e de um PS que a afrontaram quando tinha a razão toda. É um comportamento mesquinho, que enfraquece o PSD na sua razão contra Sócrates.

(Continua.)

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MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (5)


Quando um dia se conhecer melhor o modo como a partir dos gabinetes ministeriais, e em particular o do primeiro-ministro, se conduzem operações de informação, contra-informação e desinformação, usando técnicas dos serviços secretos, alguém terá que pedir contas por tal abuso democrático. Do mesmo modo que veio a saber-se das operações para controlar a TVI, os seus protagonistas e os seus métodos, o país perceberá com que tipo de pessoas tem estado a lidar e o modo como se pratica todos os dias um abuso do poder, no limite da lei senão para além da lei.

Um exemplo é o blogue anónimo Câmara Corporativa, o blogue profissionalizado feito dentro do Governo, com meios públicos, por assalariados com dinheiro dos impostos dos portugueses, e que é uma típica operação de informações, muito provavelmente ilegal, ao usar meios e recursos pagos pelos contribuintes.

(Continua.)

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MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (4)


Sócrates no Parlamento atinge uma espécie de paroxismo da pior política. O país está na crise que está e ele mostra-se apenas disposto à politiquice. Recusa-se sempre a responder a qualquer pergunta, - como aconteceu quando perguntado sobre o que é que correra mal para depois do PEC2 ter sido necessário um PEC3 -, e quando o interlocutor está a confrontá-lo com algo que não lhe convém gasta, logo que pode, todo o seu tempo com auto proclamações elogiosas para poder ter o pretexto da falta de tempo. Quando vê uma oportunidade para fugir de uma questão disparando sobre os seus adversários, mesmo quando os temas e a gravitas da situação exigem outra atitude, agarra-se a qualquer trivialidade ou mesmo a coisas sérias, sem dignidade e sentido de Estado. É o "animal feroz" da irrelevância, no que é apoiado por uma comunicação social que gosta é destas coisas. Veja-se como se agarrou ao submarino para fugir de explicações sobre a execução orçamental, ao melhor estilo do Bloco de Esquerda. Para quem tenha um mínimo de sentido patriótico e sofra pela miséria em que o país está, este comportamento incomoda. Ele não tem vergonha, temos nós por ele.

(Continua.)

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE

 Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)


Hastear da bandeira no 5 de Outubro numa aldeia portuguesa. (A.)

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 EARLY MORNING BLOGS

1883 - October

O hushed October morning mild,
Thy leaves have ripened to the fall;
To-morrow's wind, if it be wild,
Should waste them all.
The crows above the forest call;
To-morrow they may form and go.
O hushed October morning mild,
Begin the hours of this day slow,
Make the day seem to us less brief.
Hearts not averse to being beguiled,
Beguile us in the way you know;
Release one leaf at break of day;
At noon release another leaf;
One from our trees, one far away;
Retard the sun with gentle mist;
Enchant the land with amethyst.
Slow, slow!
For the grapes' sake, if they were all,
Whose leaves already are burnt with frost,
Whose clustered fruit must else be lost—
For the grapes' sake along the wall.

(Robert Frost)

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4.10.10


MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (3)


O que aconteceu ao primeiro-ministro islandês, que vai ser julgado pela maneira como procedeu na crise bancária que levou o país à falência, devia acontecer cá. E não me venham meter no mesmo saco toda a gente dizendo que todos são responsáveis pela situação actual, a terminar no próprio povo (na versão de Almeida Santos), que é a melhor maneira de desresponsabilizar José Sócrates e o PS. O que aconteceu desde 2008, data já caridosa e benevolente, só tem um responsável. Pode ter havido e houve muitos erros de governação, alguns dos quais de responsabilidade do PSD e do CDS (que governaram, convém não esquecer, apenas dois anos para mais de quinze do PS), mas nada se compara a esta governação subordinada à vaidade e à prepotência de um homem que não se enxerga na sua irresponsabilidade. É de facto criminoso.

(Continua.)

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MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (2)


O primeiro-ministro fez o que fez, primeiro para ganhar as eleições de 2009 e depois para não ter que se pôr em causa na sua arrogância de melhor governante do mundo, cujas desgraças lhe são alheias: foi a tenebrosa conspiração dos bancos americanos, depois a malfeitoria das agências de rating e por fim o "submarino que anda por aí". Arranjou sempre desculpas, como arranja agora, para não ter feito o que devia, porque na sua vaidade não queria aparecer aos portugueses como alguém que falhou. Essa vaidade custou demasiado caro a um país já no limite da sua capacidade de sofrer e vai custar aos portugueses sacrifícios sem fim.

(Continua.)

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MAIS NOTAS SOBRE OS DIAS DE LIXO (1)


Esta semana ficámos todos mais pobres. Na verdade, já estávamos mais pobres, mas agora começamos a sentir essa pobreza na pele. E não é para um ano, é para uma década. Um governo e um primeiro-ministro completamente irresponsáveis acrescentaram aos factores de crise internacional (que não são de sua responsabilidade) uma gestão da crise incompetente e feita com dolo, pelas piores razões, cujo custo em termos de sacrifícios dos portugueses é agora muito maior do que seria se tivessem sido tomadas medidas no tempo próprio. E não há sequer a desculpa de que houve um qualquer erro de avaliação, por boas razões mesmo que erradas, no que fez o Governo. Bem pelo contrário, há dolo, engano, mistificação, irresponsabilidade, falha de qualquer sentido de Estado e sentimento nacional.

(Continua.)

(Versão do Público de 2 de Outubro de 2010.)

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE

 
Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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1882

Escargot de Bourgogne
Montre-moi tes cornes,
Dis-moi si demain il fera beau. 

(Anónimo.)

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3.10.10

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O COSTUME


Primeiras chuvas, cortes sucessivos de electricidade. Nem sequer é preciso esperar por qualquer temporal. É logo que chove. Desde a manhã já vai em seis cortes. Alarmes, máquinas, ligações, trabalhos em curso, tudo aos soluços. E está cada vez pior. Muito obrigada EDP.

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 EARLY MORNING BLOGS

1881 - Chant d’automne

I

Bientôt nous plongerons dans les froides ténèbres ;
Adieu, vive clarté de nos étés trop courts !
J’entends déjà tomber avec des chocs funèbres
Le bois retentissant sur le pavé des cours.

Tout l’hiver va rentrer dans mon être : colère,
Haine, frissons, horreur, labeur dur et forcé,
Et, comme le soleil dans son enfer polaire,
Mon coeur ne sera plus qu’un bloc rouge et glacé.

J’écoute en frémissant chaque bûche qui tombe ;
L’échafaud qu’on bâtit n’a pas d’écho plus sourd.
Mon esprit est pareil à la tour qui succombe
Sous les coups du bélier infatigable et lourd.

Il me semble, bercé par ce choc monotone,
Qu’on cloue en grande hâte un cercueil quelque part.
Pour qui ? - C’était hier l’été ; voici l’automne !
Ce bruit mystérieux sonne comme un départ.

(Charles Baudelaire)

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© José Pacheco Pereira
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