ABRUPTO

9.10.10


COISAS DA SÁBADO: AS SOBREVIVÊNCIAS DO SALAZARISMO

Uma das práticas habituais nas polícias (incluíndo a PIDE) e nos tribunais do salazarismo era a utilização de alcunhas para diminuir os criminosos ou alegados criminosos na sua dignidade pessoal e assim os rebaixar em público. Não tinham sequer direito ao nome. Essa prática também não atingia todos os criminosos ou alegados criminosos, atingia preferencialmente só os das classes sociais mais pobres, camponeses, trabalhadores rurais, operários, populares. Essa tradição de rebaixamento é hoje prolongada por muita comunicação social, que se acha muito moderna, desempoeirada e nada salazarista. No dia em que escrevo isto, o Diário de Notícias em linha tem dois títulos salazsristas típicos: “Lei que vigorou dois anos pode beneficiar Bibi” e “Rei Ghob vai fazer testes psicológicos”. Carlos Silvino e Francisco Leitão não pertencem à classe certa, logo não tem direito ao nome.

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© José Pacheco Pereira
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