ABRUPTO

13.9.08


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ÁTOMOS E BITS

de 13 de Setembro de 2008

O PS prepara-se-se para as eleições.

Nos Açores, o Governo regional distribui o "kit autonómico" (fantástica designação):
Distribuído a pouco mais de um mês das eleições legislativas regionais, o "Kit Autonómico" é o exemplo acabado de uma campanha que é o culminar de quatro anos de propaganda que passou despercebida na comunicação social do Continente, sempre atenta à Madeira. A questão autonómica, que sempre concedeu a quem dela se socorreu dividendos políticos, tem agora honras de "Kit", com um CD com o Hino dos Açores, um Guia com as Insígnias Honoríficas Açorianas, dois autocolantes (para colocar no pára-brisas, presumo) e uma carta do Presidente do Governo Regional, Carlos César, que é o cabeça-de-lista do PS. Tudo com o dinheiro dos contribuintes açorianos, que não consta que "nadem em dinheiro".





(Rafael Hitlodeu)

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O lema “antes morrer livres que em paz sujeitos” por baixo de “Governo dos Açores” que aparece no fundo da primeira imagem que publicou é muito interessante, principalmente quando enquadrado no momento eleitoral e a meio do conflito institucional que decorre. Já tinha visto um comentário sobre a existência deste kit, mas pensei tratar-se de uma daquelas graçolas eleitorais. Está encontrado o bosão dos Açores, uma partícula desconhecida mas que se sabia existir, que une o possível ao imaginário e redefine completamente a noção de “infinito” e “big bang” da política.

(Paulo Loureiro)
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Na emigração, perante a indiferença geral (por cá, porque na emigração os protestos chovem), o PS prepara-se para acabar com o voto por correspondência, que nunca foi controverso, e é uma prática comum em vários países mais que democráticos para condições em que o voto presencial exige longas deslocações. Se se tiver em conta o encerramento de muitos consulados (e já agora, porque se está a lidar com um processo de má fé, que garantias temos que o encerramento dos consulados não obedece também a uma geografia eleitoral destinada a favorecer o PS?), isto significa que muitos emigrantes não vão poder votar a não ser que estejam dispostos a longas viagens. Como medida de integração dos emigrantes na vida política portuguesa é brilhante como se vê, mas parece que obedece ao cálculo de que cada deputado conta e na emigração onde o PSD tem peso eleitoral, há que diminuir as hipóteses do PS perder posições.

Encolhamos os ombros a isto, porque "não é a notícia do dia" , como ouvi na SICN, mais uma vez no excelente exercício de não julgar as coisas pelo seu conteúdo e mérito, mas apenas pela sua "oportunidade" mediática. O PS agradece.

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© José Pacheco Pereira
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