ABRUPTO

29.1.08


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 29 de Janeiro de 2008


Substituir o Ministro da Saúde neste momento é um grande sinal de fraqueza do Primeiro-ministro. A Ministra da Cultura há muito que era irrelevante estar lá ou não, por isso não conta para nada. Na verdade, a remodelação é só de um ministro e dá um sinal aos outros que acabou o período em que o Primeiro-ministro era indiferente aos assobios e a Manuel Alegre. Os manifestantes da rua, os assobiadores da CGTP e Manuel Alegre é que fizeram a remodelação. Mau sinal.

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EXTERIORES: CORES DO DIA ENTRE ONTEM E HOJE

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver



8:45 horas, a caminho da cidade da Horta na ilha do Faial. (José Junqueira)



Feira em Algés. (António Cabral)



Covas do Monte. (José Manuel de Figueiredo)



Monserrate. (Rui Esteves)



Grafitos. (António Cabral)



Douro no Pinhão.



Zimbros em Moncorvo. (José Ribeiro)

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EARLY MORNING BLOGS


1215 - To a Republican Friend, 1848

God knows it, I am with you. If to prize
Those virtues, priz’d and practis’d by too few,
But priz’d, but lov’d, but eminent in you,
Man’s fundamental life: if to despise
The barren optimistic sophistries
Of comfortable moles, whom what they do
Teaches the limit of the just and true—
And for such doing have no need of eyes:
If sadness at the long heart-wasting show
Wherein earth’s great ones are disquieted:
If thoughts, not idle, while before me flow
The armies of the homeless and unfed:—
If these are yours, if this is what you are,
Then am I yours, and what you feel, I share.

(Matthew Arnold)

*

Bom dia!

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28.1.08


COISAS DA SÁBADO: MILHARES DE HISTÓRIAS DE VIDA

http://www.cfporto.net/style/logo_novas_oportunidades.JPG
No âmbito do programa “Novas Oportunidades” muitos milhares de pessoas estão a escrever a história da sua vida. A ideia é que para se perceber competências, esperanças e capacidades, em pessoas que há muito abandonaram o sistema escolar, a única verdadeira experiência a partir da qual se pode iniciar uma aprendizagem é a “vida”. “Vida” todos têm. A ideia tem vantagens e inconvenientes, mas vai deixar atrás de si muitos milhares de redacções pessoais que são um raro retrato sociológico e psicológico de uma parte do país que não costuma deixar muitos traços da sua vida registados. Não sei bem sob que forma, mas garantindo a privacidade, perguntando inclusive às pessoas se autorizam o seu arquivamento, de forma voluntária, guardado para se usar muitos anos depois, de forma anónima e com todas as reservas e cuidados, este material deveria ser preservado para estudo futuro do Portugal da segunda metade da primeira década do século XXI.

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EXTERIORES: CORES DO DIA ENTRE ONTEM E HOJE

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver








Visita da comunidade russa em Portugal ao Moskva.



Almoço num restaurante de bairro ao domingo. (RM)



Duas cabras, no Portal do Inferno (Serra de São Macário). (José Manuel de Figueiredo)



Perto de Évora. (Miguel Almeida)





Mondego, faina fluvial, porto da Figueira da Foz. (Pedro Pimentel)



Crepúsculo em Lisboa.



Estação da Fertagus no Fogueteiro, de passagem. (Ochoa)

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EARLY MORNING BLOGS


1214 - Professor Gratt

And why does Gratt teach English? Why, because
A law school felt he could not learn the laws.
"Hamlet," he tells his students, "you will find,
Concerns a man who can't make up his mind.
The Tempest? . . . um . . . the one with Ariel! . . .
Are there more questions now?" But one can tell
That all his will, brains, and imagination
Are concentrated on a higher station:
He wants to be in the Administration.
Sometimes at parties he observes the Dean;
He giggles, coughs, and turns aquamarine.
Yet some day we will hear of "Mr. Gratt,
Vice-President in Charge of This or That."
I heard the Dean remark, at tea and cakes,
Face stuffed and sneering, "Gratt has what it takes."

(Donald Hall)

*

Bom dia!

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27.1.08


MEMÓRIAS

Durante uma visita que fiz à Argélia, fiquei alojado numa casa de hóspedes do Estado em Argel, uma casa magnífica numa colina sobranceira à cidade. De manhã, saía do quarto, abria a porta da varanda e era de parar a respiração, a outra "cidade branca" desdobrava-se junto ao mar, tão mediterrânica que doía de história. De noite era a mesma coisa, ficava ali a ver as luzes, o calor tépido, os sons, os barcos no porto. Um dia, de manhã, tomava o pequeno almoço com um quadro histórico da FNLA, um velho daqueles que vira tudo, tão europeu como patriota, que falava um francês límpido e um árabe menos límpido, entrecruzado com palavras francesas como era habitual em Argel, radical de esquerda, laico e incréu, quando um homem entrou na sala. Era um velho de cabelos brancos, alquebrado e de muletas, acompanhado de um grupo de jovens que se percebia serem guarda-costas. O meu interlocutor e os outros argelinos na sala levantaram-se com imenso respeito, beijaram-no ao modo tradicional e trouxeram-no para a mesa, com um grande cuidado com a sua dificuldade de andar. Era al-Hakim, o doutor.

Apresentaram-me, mas não o apresentaram, e seguiu-se uma conversa de um quarto de hora, de que tenho notas algures, sobre Portugal e as relações com o mundo árabe. Nem uma palavra sobre a Palestina, mas eu tinha reconhecido George Habash e lembro-me de ter pensado na estranheza daquele encontro com um homem procurado por meio mundo e, ao olhar para a grande vidraça da sala, que ficava debaixo dos quartos, pensar o que seria entrar por ali um comando israelita. Se fosse hoje, seria um míssil cruzeiro, mas na altura a tecnologia das armas inteligentes, ficava-se pelos homens. Na época, estar ali com Habash era o equivalente a estar hoje a tomar chá em Tora Bora com Osama bin Laden.

Depois, saí para um compromisso qualquer, e lá ficou o "doutor", que tinha aquela delicadeza de trato que várias vezes vi nos palestinianos educados, falava baixo, gestos muito limitados pela sua fragilidade física, a quem todos mostravam admiração. Na verdade, a Argélia estava, e penso que ainda está, em estado de guerra com Israel. Habash era um herói dessa guerra.

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A NOVELA VENEZUELANA



Eu não sei se são incompatibilidades, se são prevenções, mas mais vale começar por aqui do que ficar sujeito àqueles "hum, bem te entendo, não gostas dos tipos e depois dizes isto...", tão português e tão cúmplice do "são todos iguais". Na verdade, se houvesse alguma memória, nem sequer era preciso dizer "isto", tão antigo, público e documentado está. É só ir à Internet e aos arquivos dos jornais, muito anteriores à "novela venezuelana" e, no entanto, a encaixar-se perfeitamente nela. Mas isso dá trabalho e obscurece a novidade jornalística que tem que nascer todos os dias como o sol.

O "isto" são três coisas: uma é que acho que Menezes é um desastre para o PSD, disse-o solitário e em bom tempo e os factos encarregam-se do o mostrar; segundo, que Cunha Vaz, que encontrei uma única vez e ainda por cima para o defender (de Carrilho), já teve ocasião, numa carta insultuosa, de explicar que não tem por mim "estima e consideração, nem mesmo respeito pessoal", jurando aliás que"o dr. Luís Filipe Menezes não tem agência":
"O dr. Luís Filipe Menezes teve a colaboração da minha agência durante a campanha eleitoral interna para a liderança do PSD. Neste momento, ou melhor, desde que o congresso do seu partido terminou, a Cunha Vaz & Associados não trabalha com o PSD, com o seu líder ou com qualquer outra estrutura político-partidária. Nunca o fez. Nunca trabalhou com qualquer governo ou instituto público, nunca serviu qualquer partido."
E a terceira e mais importante, porque penso de há muito e já várias vezes o escrevi, que a relação entre políticos e agências de comunicação, publicitários e técnicos de marketing é um dos sintomas da degradação da política contemporânea. Acrescento a este último ponto que o problema é em primeiro lugar dos políticos; os outros vão para onde estiver o mercado e, quando muito, defendem o alargamento do mercado mostrando a indispensabilidade dos seus serviços e protegendo os políticos que os empregam, em detrimento dos antiquados que desconfiam da "comunicação" profissional. Para não me estar a repetir mais uma vez, aqui fica o que escrevi a propósito de Cunha Vaz e o PSD em Novembro de 2007:
"Continuo a achar que não se deve substituir a política por técnicas de comunicação, nem as comissões políticas por agências de comunicação. Mas esta crítica é aos políticos e não às agências."
E também aqui sobre o "partido-empresa" "A questão de fundo é que também este tipo de aconselhamento especializado está longe de ser administrativo ou burocrático, mas sim um problema político, porque o que rompeu a ligação do partido à sociedade, aos grupos profissionais, de onde viria toda a informação e aconselhamento necessário foi a crise de credibilidade partidária agravada pela última experiência governativa do PSD. Para além disso, não há aconselhamento, por capaz que ele seja, que supere as deficiências da produção de políticas pelos órgãos próprios (comissão política e permanente) e da sua "locução", por exemplo, no Parlamento, onde escasseiam competências em muitas áreas cruciais do debate público, como se pôde ver na recente discussão parlamentar.

Não são assessores que fornecem um conselho político, sob forma "profissional", quer dizer assalariada, que podem remendar uma crise de credibilidade que rompeu a relação do PSD com os sectores mais dinâmicos da sociedade e dos grupos profissionais, como não são cibercafés que dão um toque tecnológico às sedes do PSD, nem carros pretos que dão a imagem de Estado."
Por tudo isto, a "novela venezuelana" de que Menezes fala a propósito das aventuras da agência de comunicação que trata da sua "imagem" é exemplar da política dos dias de hoje e merece atenção muito para além dos seus "protagonistas". A interessante designação de "novela venezuelana" é mais certeira do que parece. Menezes queria referir-se às interpretações que os jornais e os seus críticos fazem da bicefalia com Santana Lopes, mais uma vez a funcionar mal, acabando-se sem saber se a Cunha Vaz & Associados vai fazer a "comunicação" do grupo parlamentar ou arrumar os arquivos, tarefa que deve ficar um pouco cara de mais para entregar aos profissionais de uma agência de comunicação.

Menezes, que diz que não se importa "de arrostar com as críticas mais vis" por razões patrióticas, nem mais nem menos que "em nome de Portugal e dos portugueses", quer convencer-nos que está tudo bem entre ele (e Cunha Vaz), e Lopes (sem Cunha Vaz). E, como é uma "novela venezuelana", há também um terceiro homem, Ribau (e Cunha Vaz). Não está. E basta ler comparativamente o blogue de Santana Lopes e a página pessoal de Menezes para se perceber o que partilham, mas também as diferenças entre ambos e os seus projectos. Espero que, ao falar sobre isto não esteja a violar nenhum boudoir, dado que ambos, dentro do espírito da "novela venezuelana", consideram que é matéria de "intimidade". Esqueceram-se foi de dizer isso a Cunha Vaz.
Há aqui também um outro problema de incompatibilidades de que não se falou até agora. Quando vi na televisão Cunha Vaz a abrir a porta ao carro em que Carlos Santos Ferreira chegava a uma reunião no BCP, perguntei-me como é que este mesmo homem e a sua empresa podem garantir uma boa "comunicação", ou seja, sucesso nas suas "mensagens", ao mesmo tempo ao atirador e ao alvo, a Menezes, crítico da solução CGD-PS no BCP, e a Carlos Santos Ferreira que Cunha Vaz, solícito, acompanhava e a quem a estratégia do PSD de o acusar de partidarizar o BCP para o PS não interessa de todo. Como é possível aconselhar estratégias eficazes a um e a outro sem se sofrer de doença bipolar, presumindo que nenhum problema ético está presente (e obviamente tem que estar)?
A página pessoal de Menezes é claramente pensada pelos profissionais da agência e substitui o seu antigo blogue, feito por um assessor da Câmara da Gaia, que copiava e assinava em nome de Menezes textos da Wikipédia sobre Bergman e Antonioni para dar um tom cultural à coisa. O blogue de Lopes, a quem a forma de blogue calha bem com a personalidade, é essencialmente sobre aquilo que ele pensa que é. E ninguém melhor que o próprio para lhe dar o tom narcísico absoluto da personagem dentro daquilo que é a sua ecologia do gosto. A página de Menezes é sobre aquilo que Cunha Vaz acha que Menezes deve parecer que é. E por isso é muito mais de plástico.





A página de Menezes é pessoal e não partidária, como a de Lopes. Ambas estão intituladas com o nome próprio: "Pedro Santana Lopes" é o nome do blogue e "Luís Filipe Menezes" é o nome da página e ambas têm a fotografia, Lopes sorrindo prazenteiro, Menezes esboçando um sorriso forçado, esmagado pela dignidade do Estado. Na página de Menezes, não há a mínima referência ao PSD no layout feito por uma empresa profissional, a 4Best, presumindo-se que seja paga pelo próprio, visto que a página tem copyright (© Luís Filipe Menezes) e pertence-lhe pessoalmente e não ao partido. O PSD, a sua cor, a sua bandeira, são cuidadosamente omitidos e a palavra PSD só aparece na primeira página (no momento em que a estou a ver) num título lateral de material de arquivo sobre as eleições de Setembro de 2007. Menezes aparece contra um fundo evanescente das quinas da bandeira de Portugal, num tom vermelho escuro e negro, ao lado do artigo inaugural escrito pelo príncipe Hamlet e que diz "mudar ou não de opinião: eis a questão". Como diria o José Magalhães, eis uma página grávida de interesse nacional, mas estéril quanto ao PSD. Metem-se comigo por causa das bandeirinhas ao contrário, mas aqui é muito mais grave: Menezes (e Cunha Vaz) dizem aos portugueses que para se ser bom homem de Estado e candidato a primeiro-ministro, o PSD deve ser escondido cuidadosamente como uma mulher de má fama ou um parente louco. Em Menezes isto não soa a falso, soa a falsíssimo.

Esta página de Menezes mostra o problema de a política se subordinar a tecnologias de comunicação e não o contrário. A esquizofrenia que daqui vem resulta numa coisa contraproducente, num híbrido construído em laboratório, nem carne, nem peixe. Desse ponto de vista percebe-se bem a recusa de serviços de Cunha Vaz por Santana Lopes, porque híbrido ele não é. E já percebeu na pele que, quando o tentou ser, como no discurso de posse, dá sempre para o torto. Mas Menezes não é Santana Lopes e isso é que é a essência da "novela venezuelana" ou da shakespeareana questão com que ele inaugura a página: mudar ou não de face, eis a questão. Só que não dá e a "novela venezuelana" vai acabar mal para Menezes, Ribau e Cunha Vaz, enquanto Lopes, que atingiu uma stasis que lhe permite passar pelos intervalos da chuva, vai ainda passar para o próximo episódio. O problema é que também não dá para o PSD, a oposição e, imaginem, o país das quinas que esvoaçam atrás de Menezes.

(Versão do Público, 26 de Janeiro de 2008.)

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EARLY MORNING BLOGS


1213 - Forgetfulness

The name of the author is the first to go
followed obediently by the title, the plot,
the heartbreaking conclusion, the entire novel
which suddenly becomes one you have never read,
never even heard of,

as if, one by one, the memories you used to harbor
decided to retire to the southern hemisphere of the brain,
to a little fishing village where there are no phones.

Long ago you kissed the names of the nine Muses goodbye
and watched the quadratic equation pack its bag,
and even now as you memorize the order of the planets,

something else is slipping away, a state flower perhaps,
the address of an uncle, the capital of Paraguay.

Whatever it is you are struggling to remember
it is not poised on the tip of your tongue,
not even lurking in some obscure corner of your spleen.

It has floated away down a dark mythological river
whose name begins with an L as far as you can recall,
well on your own way to oblivion where you will join those
who have even forgotten how to swim and how to ride a bicycle.

No wonder you rise in the middle of the night
to look up the date of a famous battle in a book on war.
No wonder the moon in the window seems to have drifted
out of a love poem that you used to know by heart.

(Billy Collins)

*

Bom dia!

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26.1.08


EXTERIORES: CORES DO DIA DE HOJE

Clicando na fotografia fica na boa dimensão. Para se ver





Pela noite de Lisboa. (Ochoa)



O Sol pôs-se assim, hoje, na serra do S. Macário! (José Manuel de Figueiredo)



Montras na Figueira da Foz.



Montras em Mesão Frio. (Sofia Jorge Ferreira)



15. 00 horas. Cafetaria do Centro Paul Klee, Berna. (João Cavas)



Hoje à tarde. Preliminares dos Campeonatos Distritais de Jovens Escalão Sub08 Brandoa.
(Lina Nunes)

.


Hoje de manhã, estrada para o aeroporto internacional de Keflavik, o que serve Reykjavic. O nevão que caiu fechou a zona a tráfego rodoviário e aéreo, e os voos só recomeçaram, com atrasos de 10 horas, ao início da noite. Com todas as ligações internacionais perdidas, claro.

(Fernando Correia de Oliveira)



Hoje de manhã. Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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COISAS DA SÁBADO:
E JÁ AGORA, A PRETEXTO DO FRASCO QUE PAROU MEIA CIDADE...



... o que é feito dos equipamentos especiais de protecção biológica e nuclear que a demagogia de muitos e a fraqueza do governante fizeram Guterres comprar quando do surto de especulação jornalística sobre o urânio empobrecido das munições na Bósnia? Para além da carta ridícula à OTAN a perguntar se havia munições radioactivas – carta que muita gente na OTAN queria responder lembrando ao senhor Primeiro-ministro português, que sim, que havia, e se chamavam bombas atómicas...-- e mandar uma equipa com uns contadores Geiger para medir a radiação de umas crateras de bombas. Como as pessoas sensatas e conhecedoras disseram na altura, não havia prova de que essas munições fossem responsáveis por qualquer efeito nas tropas, mas, mesmo assim, para impressionar o vulgo e calar os críticos, Guterres comprou uns equipamentos caros e com prazo de validade. Ainda esperei vê-los em Lisboa, à volta do ISCTE, mas o prazo já deve ter expirado. Podem sempre emprestá-los para uma rave ou para o Carnaval.

*
«o que é feito dos equipamentos especiais de protecção biológica e nuclear que a demagogia de muitos e a fraqueza do governante fizeram Guterres comprar?»

Vou tentar explicar, embora tudo se deva resumir a uma simples equação - «desorganização e irresponsabilidade» congénitas da nossa gente, dos chefes. De memória - Anos 90:

a) A Força Aérea dispôs (dispõe?) na BA 6 no Montijo, de um Kit de combate a incêndios para ser operado pelo Hércules C-130. Terá chegado a intervir, até que deixou de ser solicitado à FA (governo Guterres/Vara). Por ordem da tutela do MAI! Seguramente a bem do aluguer anual de equipamentos para o efeito! O equipamento já terá apodrecido!!!

b) O Exército investe dezenas de milhares de contos em equipamentos electrónicos de ajuda à navegação aérea, numa base abandonada pela Força Aérea (BA3, Tancos), entretanto ocupada pelo ramo terrestre, com a justificação do reforço rápido da NATO - o que a gente inventa! Não consultaram ninguém da FA! Não equacionaram qualquer tipo de manutenção! Quando detectado o problema e posto a Lisboa, pedindo uma intervenção da FA ou do mercado civil, nada – não havia dinheiro. Resultado: nada! A saber, já terão apodrecido!!!

c) De há muito - comprados 40 F-16 para duas esquadras aéreas, vem rapidamente a descobrir-se a necessidade de os modernizar! De tal modo caro, que em vez de duas esquadras a 20 aviões cada, se aponta agora para duas esquadras a 12. Com a modernização a conta-gotas e até que algum país queira alguns F-16 em revenda!

Mas quando um CEMFA (chefe da FA) me justificava a necessidade dos 40 aparelhos, percentagem x parada em manutenção, uma parelha em voo permanente... como reagir senão «quem sou eu?» para o rebater?

Para não falar nos dois submarinos de agora (Paulo Portas), de utilidade mais que duvidosa.

José B. Monteiro (coronel páraqª-R)

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NOVOS DESCOBRIMENTOS: AS PEDRAS LÁ DE CIMA



Aqui está ele, o asteróide 2007 TU24, a pedra de 250 metros de diâmetro que vai passar mais perto da terra do que qualquer outra pedra até ao fim do próximo século. É também o asteróide que mais perto passa há 2000 anos para cá. Bom, dos que conhecemos, porque há muitos desconhecidos lá por cima. Os andares de cima são muito, muito habitados, e estamos longe de conhecer todos os vizinhos. Esperemos que não se portem mal.

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EARLY MORNING BLOGS


1212 - The Need of Being Versed in Country Things

The house had gone to bring again
To the midnight sky a sunset glow.
Now the chimney was all of the house that stood,
Like a pistil after the petals go.

The barn opposed across the way,
That would have joined the house in flame
Had it been the will of the wind, was left
To bear forsaken the place's name.

No more it opened with all one end
For teams that came by the stony road
To drum on the floor with scurrying hoofs
And brush the mow with the summer load.

The birds that came to it through the air
At broken windows flew out and in,
Their murmur more like the sigh we sigh
From too much dwelling on what has been.

Yet for them the lilac renewed its leaf,
And the aged elm, though touched with fire;
And the dry pump flung up an awkward arm:
And the fence post carried a strand of wire.

For them there was really nothing sad.
But though they rejoiced in the nest they kept,
One had to be versed in country things
Not to believe the phoebes wept.

(Robert Frost)

*

Bom dia!

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25.1.08


BIBLIOFILIA: GRANDES CAPAS



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© José Pacheco Pereira
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