ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
27.1.08
![]() MEMÓRIAS ![]() Apresentaram-me, mas não o apresentaram, e seguiu-se uma conversa de um quarto de hora, de que tenho notas algures, sobre Portugal e as relações com o mundo árabe. Nem uma palavra sobre a Palestina, mas eu tinha reconhecido George Habash e lembro-me de ter pensado na estranheza daquele encontro com um homem procurado por meio mundo e, ao olhar para a grande vidraça da sala, que ficava debaixo dos quartos, pensar o que seria entrar por ali um comando israelita. Se fosse hoje, seria um míssil cruzeiro, mas na altura a tecnologia das armas inteligentes, ficava-se pelos homens. Na época, estar ali com Habash era o equivalente a estar hoje a tomar chá em Tora Bora com Osama bin Laden. Depois, saí para um compromisso qualquer, e lá ficou o "doutor", que tinha aquela delicadeza de trato que várias vezes vi nos palestinianos educados, falava baixo, gestos muito limitados pela sua fragilidade física, a quem todos mostravam admiração. Na verdade, a Argélia estava, e penso que ainda está, em estado de guerra com Israel. Habash era um herói dessa guerra. (url)
© José Pacheco Pereira
|