ABRUPTO

26.1.08


COISAS DA SÁBADO:
E JÁ AGORA, A PRETEXTO DO FRASCO QUE PAROU MEIA CIDADE...



... o que é feito dos equipamentos especiais de protecção biológica e nuclear que a demagogia de muitos e a fraqueza do governante fizeram Guterres comprar quando do surto de especulação jornalística sobre o urânio empobrecido das munições na Bósnia? Para além da carta ridícula à OTAN a perguntar se havia munições radioactivas – carta que muita gente na OTAN queria responder lembrando ao senhor Primeiro-ministro português, que sim, que havia, e se chamavam bombas atómicas...-- e mandar uma equipa com uns contadores Geiger para medir a radiação de umas crateras de bombas. Como as pessoas sensatas e conhecedoras disseram na altura, não havia prova de que essas munições fossem responsáveis por qualquer efeito nas tropas, mas, mesmo assim, para impressionar o vulgo e calar os críticos, Guterres comprou uns equipamentos caros e com prazo de validade. Ainda esperei vê-los em Lisboa, à volta do ISCTE, mas o prazo já deve ter expirado. Podem sempre emprestá-los para uma rave ou para o Carnaval.

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«o que é feito dos equipamentos especiais de protecção biológica e nuclear que a demagogia de muitos e a fraqueza do governante fizeram Guterres comprar?»

Vou tentar explicar, embora tudo se deva resumir a uma simples equação - «desorganização e irresponsabilidade» congénitas da nossa gente, dos chefes. De memória - Anos 90:

a) A Força Aérea dispôs (dispõe?) na BA 6 no Montijo, de um Kit de combate a incêndios para ser operado pelo Hércules C-130. Terá chegado a intervir, até que deixou de ser solicitado à FA (governo Guterres/Vara). Por ordem da tutela do MAI! Seguramente a bem do aluguer anual de equipamentos para o efeito! O equipamento já terá apodrecido!!!

b) O Exército investe dezenas de milhares de contos em equipamentos electrónicos de ajuda à navegação aérea, numa base abandonada pela Força Aérea (BA3, Tancos), entretanto ocupada pelo ramo terrestre, com a justificação do reforço rápido da NATO - o que a gente inventa! Não consultaram ninguém da FA! Não equacionaram qualquer tipo de manutenção! Quando detectado o problema e posto a Lisboa, pedindo uma intervenção da FA ou do mercado civil, nada – não havia dinheiro. Resultado: nada! A saber, já terão apodrecido!!!

c) De há muito - comprados 40 F-16 para duas esquadras aéreas, vem rapidamente a descobrir-se a necessidade de os modernizar! De tal modo caro, que em vez de duas esquadras a 20 aviões cada, se aponta agora para duas esquadras a 12. Com a modernização a conta-gotas e até que algum país queira alguns F-16 em revenda!

Mas quando um CEMFA (chefe da FA) me justificava a necessidade dos 40 aparelhos, percentagem x parada em manutenção, uma parelha em voo permanente... como reagir senão «quem sou eu?» para o rebater?

Para não falar nos dois submarinos de agora (Paulo Portas), de utilidade mais que duvidosa.

José B. Monteiro (coronel páraqª-R)

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