ABRUPTO

3.12.05


QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO:
2. CRISTO NO DESERTO (KRAMSKOY)



Um Cristo entre Hamlet e Dostoiewsky, atravessado pelos mesmos dilemas morais presentes na literatura russa da época. No país da Ortodoxia, do Pantocrator, este Cristo filosófico era uma revolução.

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LENDO / VENDO BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÃO E OUTROS MEDIA
(3 de Dezembro)



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Num dos meus sítios de estimação em Nova Iorque, à volta da estátua de Garibaldi, no Rocketboom pergunta-se a quem passa se prefere o Internet Explorer ou Firefox. Ganha de longe o Firefox. Seria a minha resposta. Há mais de um ano que uso o Firefox, cada vez com maior agrado.

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Gastronomia lisboeta:



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Objectos para livros no catálogo D-Mail :

"Dê um toque de originalidade e criatividade psicadélica à sua estante de livros: estes suportes em material plástico que dão apoio lateral aos livros mudam sucessivamente de cor e produzem fantásticos efeitos de luz! Se preferir, pode escolher e fixar uma única cor. Com a forma de um homem cujo enorme pé sustenta os livros, constituem, mesmo apagados, um divertido objecto de design. (...) Funciona com 4 pilhas AA, não incluídas. (A foto representa dois suportes nas duas posições possíveis, e foi graficamente processada: na realidade, as cores acendem-se uma de cada vez e não todas ao mesmo tempo.)"

e

"Um engraçado perfil de desenho animado, para acrescentar um toque de colorido e alegria à cozinha ou ao quarto das crianças!"

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A Bright Light in the Night, uma história do motel contada na rádio BBC Radio 4: "Imagine a stretch of road lit up by your favourite western dreams - log cabins, teepees and cowboy rodeo signs. Joe Queenan drives from Albuquerque to Las Vegas in pursuit of the history of the motel. The motel was born in December 1925. By the 1950s, there were 60,000 imitators spread across the United States."

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Não são só várias tecnologias as precursoras das páginas em linha e dos blogues. Todos os processos de auto-edição têm alguma coisa a ver com a individuação dos blogues. Um caso interessante é o dos postais feitos a partir de fotografias, um dos serviços da Kodak, no início do século XX. Na altura, os postais eram uma moda e havia muita gente que os coleccionava em grandes álbuns. Podem ver-se aqui os resultados desse serviço da Kodak e as magníficas fotografias que assim circulavam no correio, ou de mão em mão.



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Em Espanha, os partidos políticos ainda fazem manifestações de rua temáticas, prática a que ninguém hoje se abalança por cá, nem mesmo o PCP a não ser debaixo da bandeira sindical. Veja-se no El Pais, a notícia da manifestação do PP contra a aprovação do novo estatuto para a Catalunha.

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"Venho contribuir para o ramalhete de sugestões sobre a "rubrica" Lendo/Vendo... Com uma papoila e um malmequer: Corrente de bits (de dd/mm/aa); A sede de Heraclito (em dd/mm/aa)

(S)


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(...) uma vez que tem pedido sugestões de títulos para esta rubrica do seu blog, gostaria de lhe dizer que gosto bastante precisamente do titulo que usa neste momento! Pode parecer estranho mas de facto gosto mais do que das sugestões que refere no seu blog. Alem do mais, lanca uma pequena farpa a comunicação social ao por os blogues em primeiro lugar! (calculo que não tenha sido por acaso). E ja agora, se posso dar a minha opinião, também não mudaria a imagem.
(…)

(Joao Santos, estudante direcção orquestra do conservatório S.Petersburgo)

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"Navegando nos meios de comunicação"

(Manuel Beirão)

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“Mais um par de contributos para o re-baptismo em curso: "Media-meditações", "Meditando sobre Media"

(Luís Saramago)

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A propósito das sugestões para o nome da secção "Lendo/vendo blogues", julgo que noutros blogues (p. ex. aqui) começa a impor-se, para rubricas semelhantes, o termo "RADAR". parece-me um termo feliz, porque, no fundo, do que se trata é de andar por aí à roda da bologosfera, a sondar qualquer objecto interessante detectado na antena da nossa curiosidade.

(António Cardoso da Conceição)

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Sem querer ser pretenciosa, «curiosiar por aí» encaixa na perfeição.A minha avó falava isso quando eu remexia em livros e papeis a "meter o nariz".

(Margarida Tavares)

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Você precisa é de um MEDIATOR, um aparelhómetro que apanha essas coisas coisas todas que você mete no título do Lendo/Vendo...

(José Nunes)

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E se o LENDO/VENDO... se transforma em "O ABRUPTO ESPREITA OS OUTROS"?

Francisco Teixeira (português e "leitor famélico" da blogosfera portuguesa).

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Simple is beautiful...(Stream/Fluxo....). Como traduzir - ou pedir aos seus leitores para traduzir, por exemplo - o "bull´s eye" do magnífico post Os anéis de Einstein do (/no) Jet Propulsion Laboratory...? Só poderia resultar numa tradução prosaica de um evento único.

Sugiro, por isso, um prosaico TRANSFERÊNCIAS para Lendo / Vendo (etc., título abrangente - e que, mesmo que alterado, vai ficar na memória colectiva dos seus bloguistas - embora dispensasse o media depois de "outros").

Transferências de tudo/todos os meios/todos (theory of everything of a sorts).

Tranferências - Emana. Gosto-absorvo. Não gosto-transfiro. Mas ambas acções passam por si/outros, por que sou tocada, e por mim. Sejam quais forem os media. E até os ana(lógicos) (coitada da ana, tratada como "loura burra" - quando só recentemente se tornou antiga).

(Luisa A. Vieira)

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Sugestão para o título: que tal "Sempre a abrir ..."

(John Calaveras)

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Não tenho sugestões a dar-lhe para novo nome da rubrica «Lendo / vendo blogues, jornais, televisão e outros media». Venho apenos dizer-lhe que, dentro do género, o meu nome favorito é o de uma rubrica do jornal Le Canard Enchaîné chamada «À travers la presse déchaînée».

(José Carlos Santos)

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1
"por este rio acima: papel e silício"

Este nome e' excelente mas talvez um pouco grande. Caso seja escolhido proponho um eventual acronimo: PAPELICIO, uma mistura de papel e silicio que tb evoca subtilmente o suplicio que por vezes e' ler certos jornalistas . So' nao me satisfaz porque nao evoca tb o prazer que e' ler outros jornalistas. Quer dizer so' se formos de forma mais indirecta e associarmos a palavra papelicio com uma outra... mas qual? fe-fe-fe felicio? felino! Sim, certos jornalistas escrevem/reportam de forma elegante e inteligente como os felinos! Hummm , talvez PAPELICIO afinal sempre sirva o papel, o silicio, o suplicio e o felino prazer de quem se aninha enroscado junto a uma fonte de calor (neste caso o calor seria a boa peça jornalistica ).

2

so' agora e' que li mais abaixo e reparei que voce pretende que a sugestao sugira a ideia de lentidao e correnteza... prazer demorado no papel e circuitos electricos acelerados no ecra...
Pois bem, eu acho que Papelicio tb aqui e' redondo. Papelicio lembra os antigos fenicios. Lembra, quer dizer, lembra-se o cerebro na sua forma natural de associar ideias ao desbarato que tanto nos ajudou no tempo das cavernas. Mas papelicio tb pode ser vito como uma variante apressada da palavra papel e e' ai que se comeca a evocar a correnteza. Papelicio, cinco silabas, nove letras, entoacao em montanha, ascendente ate' ao LI' e depois em escorrega ate ao final que soa como "u".
p-a-p-e-l-i-c-i-o
Como dizem os Turcos "it's a maybe".
Esta minha explicacao/justificacao aqui em cima vem-me comprovar uma coisa de que ja' ha' tempos ando a suspeitar. Atraves das palavras pode sempre justificar-se tudo. Qualquer coisa e o seu contrario podem receber uma racional explicacao se usarmos as palavras adequadas. Ora isto e' uma armadilha perigosa. Mas tendo conciencia da ratoeira ja' nao se poe la' o dedo. Quer dizer, a nao ser que o isco seja tao grande, tao grande que o impulso de o agarrar seja mais veloz do que o nosso cerebro a acender a luz vermelha. Basicamente parece-me que tudo (e o seu contrario) pode ter uma explicacao logica e racional. Porque as palavras usam-se depressa e em contextos limitados. Normalmente, as nossas pequenas explicacoes do dia-a-dia nao tem que resistir a prova do tempo e as subtilezas que so' este revela.

(Verónica Neves, PhD student)

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EARLY MORNING BLOGS 655

There Was A Young Lady Of Russia

There was a Young Lady of Russia,
Who screamed so that no one could hush her;
Her screams were extreme,—
No one heard such a scream
As was screamed by that Lady from Russia.

(Edward Lear)

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Bom dia!

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2.12.05


OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: SEM PALAVRAS


"Nebulosa" do Caranguejo.

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QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO:
1. A ESTRADA VLADIMIRKA DE LEVITAN



Um amigo de Levitan conta que, numas férias do pintor, este se emocionou com a delicadeza deste caminho na terra, numa tarde de chuva, junto a um velho ícone esquecido e apagado pela água. O sentido da paisagem que Levitan tem, muito parecido na sua tristeza poética, delicada e alusiva, com a obra do seu amigo Chekov, levou-o a querer pintar, como fizera noutros casos, este risco direito e perdido no horizonte da vastidão russa. E então lembrou-se que esta não era uma estrada como as outras, esta era a Vladimirka, a estrada que os deportados tinham que seguir para ir para a Sibéria, uma estrada de sofrimento. Aqui está ela.

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O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES:
ORGULHO E PRECONCEITO... SUECO



O tsunami de 26 de Dezembro de 2004 matou mais de 500 suecos, dos 20 a 30 mil que então estavam de férias na Tailândia. Desde essa data as críticas à lentidão e ineficácia da reacção do governo sueco têm sido muitas, e severas. Ontem foi publicado o relatório da comissão de inquérito que analisou a resposta do governo sueco à catástrofe, e o governo não foi poupado. Desorganização, falta de preparação, graves erros individuais, havia de tudo. O responsável último é o primeiro-ministro, mas outros ministros, sobretudo a dos negócios estrangeiros, e vários altos funcionários, foram duramente criticados. Resta agora saber se vamos ver consequências práticas antes das eleições do próximo ano.

Isto passa-se na Suécia, que é aquele país nórdico que se considera (e é por muitos considerado) desenvolvido, bem organizado, exemplar, etc. Na comparação feita com a reacção de outros governos europeus de países que também tinham turistas nas áreas afectadas pelo tsunami, quem levou a palma foi... a Itália! O chefe da Protecção Civil italiana, Guido Bertolaso, que dirigiu com rapidez e eficácia as operações de salvamento/repatriamento italianas, esteve aliás há umas semanas na Suécia, numa conferência, em que explicou como se organizava uma resposta eficaz a catástrofes desde género.

Tanto pior para o orgulho, e para os preconceitos...

(Madalena Ferreira Åhman)

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LENDO / VENDO BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÃO E OUTROS MEDIA
(2 de Dezembro)


Os filósofos não precisam de demonstrar a complexidade do mundo com palavras alemãs compósitas. A complexidade do mundo está dentro de cada jornal, num humilde encarte que convém não deitar fora. É o catálogo da D-Mail. Há de tudo para todos. Os blogues literatos em vez da andarem com grandes citações deviam por os olhos na simplicidade narrativa destes folhetos, cada frase um verdadeiro tratado sociológico, cada frase um genuíno programa de vida para todos os animais de Deus, incluindo os humanos e os telemóveis. Para os gatos: "o seu gato nunca lhe perdoará se não encomendar isto!", ou seja , "uma confortável plataforma em tecido de tipo "pele de carneiro". O gato que há em todos nós, está presente nesta "almofada de pelúcia macia", com "uma vibração emitida por um mecanismo interno". Terá que comprar as pilhas, lembra o catálogo.




Como o objecto que mais ama merece uma consideração especial, não se esqueça da "mini-poltrona "dálmata" para telemóvel", onde ele pode ficar "bem instalado". Assim mesmo. Como o gato, como os pés. Mas o clímax, apropriado nome, são os "aventais sexy homem/senhora", "um divertidíssimo conjunto de aventais com peitilho para ele e para ela", maravilhosa solução para "jantares e serões com amigos [que] vão ser especialmente picantes e diferentes". O que é que eu faço quando alguém me aparecer assim? Fujo desvairado, fico de pedra e cal, já não quero sair dali, escrevo à Miss Manners para saber qual a etiqueta apropriada?

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Um bom exemplo dos mecanismos de excesso/esquecimento mediático encontra-se no eclipse da ribalta da gripe das aves . Acabou? Na imensa China progride, passo a passo, a darwiniana luta entre o vírus e a vacina. Como não tem novidade, não se fala. Bom, fala-se no New York Times.

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Miguel Sousa Tavares no "desligado" Público:

"Mas há pior e bem mais grave. Eu, por exemplo, parto do princípio, hoje como no tempo da PIDE, de que o meu telefone está sob escuta. Não porque seja suspeito de qualquer crime ou tenha qualquer lição de ética a receber da polícia ou do Ministério Público. Mas apenas porque eu, pelo meu lado, suspeito que o que era fatal que acontecesse qualquer dia está a acontecer: as escutas tornaram-se também um instrumento político nas mãos das corporações judiciais. Escutam-se não apenas os suspeitos de crimes, mas também os políticos que podem contrariar as posições e interesses dos magistrados, os jornalistas que os podem comprometer, os fazedores de opinião que os possam contradizer. Se dúvidas houvesse, o recente episódio em que escutas telefónicas feitas a dirigentes do PS e do PP, e cujo tema era a demissão do procurador-geral da República, foram feitas, prosseguidas, transcritas, arquivadas em processo (como se de crime se tratasse!), e posteriormente enviadas para publicação num jornal, são a prova cabal do uso da devassa telefónica como arma de chantagem política."

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EARLY MORNING BLOGS 654

Oh as Casas as Casas as Casas

Oh as casas as casas as casas
as casas nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
respirei – ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas


(Ruy Belo)

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Bom dia!

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1.12.05


ELEVADOR-BIBLIOTECA


Num hotel.

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QUADROS DE UMA EXPOSIÇÃO

A grande exposição de arte russa da segunda metade do século XIX que está no Museu d'Orsay é muito desigual no que mostra, mas nem por isso menos excepcional. Não tem muitos quadros, e está longe de dar uma ideia da riqueza enorme da arte russa na época. A parte de fotografia é bem mais completa. Mas os quadros que lá estão são absolutamente de tirar a respiração (quero lá saber do lugar comum!). De tirar a respiração, de tirar tudo. Fica-se ali sempre, à russa. No tempo russo, no espaço russo.

Alguns já tinham sido reproduzidos no Abrupto, mas voltam de novo. Escolhi dez que nenhum adjectivo chega perto de os "dizer". Alguns resultam bem na reprodução, outros (como os quadros de Kuinji, com as suas delicadas variações cromáticas para pintar um dos mais difíceis temas de sempre, a paisagem nocturna; ou o quadro gigantesco de Repin da procissão de Kursk) são impossíveis de reproduzir, mesmo nos livros de arte com melhor qualidade. Só vendo-os, devagar.

Aqui estão os meus dez preferidos, que depois comentarei em separado. Um Cristo hamletiano de Kramskoy,
, duas paisagens de Kuinji , dois Levitan , quatro Repin e um Vereshchagin.

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LENDO / VENDO BLOGUES, JORNAIS, TELEVISÃO E OUTROS MEDIA
(1 de Dezembro)




Prefácio de E. O. Wilson a textos de Darwin no Harvard Magazine: "Great scientific discoveries are like sunrises. They illuminate first the steeples of the unknown, then its dark hollows."

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Teoria do underdog para as eleições presidenciais no Rocketboom.

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Nota de Eduardo Prado Coelho sobre o padre Manuel Antunes no Público (que é "desligado" como se sabe):
"O padre Manuel Antunes era uma pessoa extraordinária, mas a sua existência entre a vida de jesuíta e a de investigador, professor e escritor, davam-lhe uma espécie de visão abstracta da realidade. Falava das suas estadias em Paris, apenas para se referir ao facto de passar dias inteiros na Bibliothèque Nationale, "as vezes comendo apenas à hora de almoço uma maçãzita que levara de casa". E lembro-me dos momentos de entusiasmo em que dizia de determinado vocábulo: "Esta palavra fala grego." E desfiava uma etimologia interminável.

Ensinou-me várias coisas. A palavra "acribia", que designa o empenhamento que pomos numa tarefa, foi com ele que a aprendi (nunca a uso, porque poucos a reconhecem). E num trabalho que lhe apresentei observou que não era "impacto", mas "impacte" que se devia dizer.

Era um homem extremamente escrupuloso. Quando o meu pai lhe emprestou um livro, ele telefonou a perguntar se podia ler as notas que o meu pai escrevera nas margens.
(...)
Padre Manuel Antunes - este nome fala grego. Mas ouve-se e lê-se em português."

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AR PURO


Arkhip Kuinji, O Mar. A Crimeia.

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EARLY MORNING BLOGS 653

Animula vagula blandula
Hospes comesque corporis
Quae nunc abibis in loca
Pallidula rigida nudula
Nec ut soles, dabis iocos.

(Adriano)

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Bom dia!

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30.11.05


DE REGRESSO

Em breve, notícias russo-francesas, venezianas e luso-portuguesas.

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© José Pacheco Pereira
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