ABRUPTO

3.8.13


O NAVIO FANTASMA (28): AS ATRIBULAÇÕES DESNECESSÁRIAS DOS DE BAIXO PELA NEGLIGÊNCIA DO GOVERNO


De uma carta recebida de A. C. S. :

Tenho 72 anos e vivo numa casa arrendada há mais de 40 anos. Com a saída da nova lei das rendas, o senhorio informou-me  da sua intenção de aumentar a renda.


Uma vez que não tenho rendimentos que me permitam pagar a renda, e para fazer prova desse facto, desloquei-me à repartição de finanças onde pedi a emissão do comprovativo do valor do rendimento anual bruto corrigido (RABC), tendo apresentado o requerimento em impresso provisório disponibilizado pelas finanças para o efeito. Duas semanas depois recebi das finanças uma declaração comprovativa de que eu havia pedido o documento comprovativo do meu rendimento RABC. Esse documento, referia ainda que a sua validade era de 90 dias após os quais devia eu requerer a emissão de novo documento comprovativo do valor do RABC.
 

Foi entretanto disponibilizado o formulário de pedido comprovativo do RABC. Hoje, voltei ás finanças para obter esse documento comprovativo de RABC tendo-me sido cobrados 6,50€ pela sua emissão.

Não imagina o tempo que perdi nas bichas nas finanças, onde estão outras pessoas como eu, doentes e com dificuldades. Quem me paga os transportes e o tempo perdido? 

Não há respeito.

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O NAVIO FANTASMA (27): GUERRA DOS SWAPS E O SENTIDO DE ESTADO

Na guerra dos swaps, os responsáveis do PS do governo Sócrates divulgam informações sobre os compromissos de governantes do PSD na venda dos swaps, os governantes  do PSD usam o acesso ao Estado para divulgar documentos prejudciciais aos ex-governantes do PS. Todos a usarem documentos e informações  reservadas, todos a usarem a comunicação social para "fugas" tendo como alvo os adversários e a desresponsabilização própria, todos com culpas e muitas culpas. Um exemplo típico da promiscuidade entre bancos nacionais e estrangeiros, gabinetes ministeriais, governantes, consultoras financeiras, assessores, todos dentro do círculo de ferro dos membros do establishment que mandam em Portugal e definem as políticas no PS e no PSD.

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OS AMANHÃS QUE CANTAM

Há uma obscena falta de vergonha incrustada no texto da moção de confiança que o Governo vai apresentar e que, por si só, é um retrato de uma política que, após as ingenuidades e ignorâncias iniciais, tem sido feita pelo dolo, para a manipulação e para o engano. Que haja intelectuais por detrás desta mistificação, faz-me confirmar uma velha desconfiança quanto à corrupção que a ambição traz ao pensamento. E mais: com esta moção, todos os membros do Governo passam a ser versões de Paulo Portas e a reverem-se no modelo de duplicidade sobrevivente do "irrevogável".

O que esta moção nos diz é uma completa mistificação desde a primeira letra. Diz-nos que havia um ciclo político pensado em duas fases: uma, o cumprimento do "programa", outra, o desenvolvimento e o crescimento. A crise governativa das últimas semanas foi o rito de passagem, a perda da pele da serpente, que permitiu abandonar a velha pele, para fazer reluzir a segunda. Ou seja, ainda bem que houve esta crise, catártica na sua bondade, para podermos, limpos e lustrais, apresentar um "novo ciclo" aos portugueses. Nada disto é verdade, nem o "programa" foi cumprido, bem longe disso, nem este "novo ciclo" estava previsto nestes termos na programação governativa, nem as vítimas da "austeridade" podem esperar qualquer alívio, nem as vítimas que se seguem, as da "reforma do Estado", podem escapar à desvalorização do seu trabalho e ao desemprego. O programa real continua, o virtual vem aí. Só que não é para os mesmos.

Cumpriu-se o "programa", apesar de nenhum dos números do défice e da dívida ter sido atingido? Podemos "regressar aos mercados"? Obtiveram-se os resultados miraculosos do "ajustamento"? Bem pelo contrário, o que Passos, Gaspar, Moedas e outros pensavam, em completa consonância com a troika, é que após uma varredela para o lixo da economia "ultrapassada", após o desmantelamento do Estado social, após a inversão das relações de poder na legislação laboral, após o fim dos "direitos adquiridos", depois da "libertação" da sociedade do Estado, após o "ajustamento" dos portugueses a viverem "de acordo com as suas posses", muito poucas, aliás, a economia exportadora, a economia desenvolvida tecnologicamente, a sociedade dinâmica dos "empreendedores" esmagasse os "piegas", sem que o Estado tivesse qualquer outro papel do que garantir a ordem pública e a hierarquia social estabelecida. O "arranque" viria da sociedade "libertada", e nunca jamais, em tempo algum, o Estado voltaria a ser "desenvolvimentista". 

Ora isto não aconteceu, nem podia acontecer, houve demasiadas "surpresas" e estes homens ficaram presos nas ruínas do seu discurso, arrastando-o, já não para construir o seu modelo utópico, mas para encobrir e remediar os estragos do que tinham feito. Já há algum tempo que as medidas sucessivas de austeridade se destinam não a qualquer "ajustamento", mas a tapar a ineficácia das anteriores. Gaspar percebeu isto e percebeu que o primeiro-ministro já estava a hesitar com o partido e eleições, e como precisava de uma determinação absoluta, foi-se embora. 

Passos ficou no ar, entre um discurso cuja simplicidade e "economês", feito de algumas leituras sobre Singapura, lhe era atractivo e as pressões partidárias e atribulações governativas. Continua no ar, lançando mais confusão do que clareza -, o discurso partidário de ruptura das conversações é o oposto do texto da moção de confiança e só passou uma semana - mas, como sempre disse, nunca me convenceram pessoas que se tornam ideólogos de uma coisa, quando essa coisa está na moda. E por isso, o Passos desenvolvimentista e socrático contra Manuela Ferreira Leite pode regressar a qualquer momento, até porque não foi assim há muito tempo. 

Não é hoje tão fácil fazer estas inflexões quando se tem o lastro dos desastres cometidos, mas não é impossível. No fundo, todos eles são Paulo Portas. A verdade é que Passos aprovou uma moção de confiança que, se tomada a sério, é uma crítica dura aos seus desvarios de engenharia utópica. Substituir Gaspar por Maduro, ambos tendo influência por via da insegurança académica de Passos, a mesma que o faz entrar mudo e sair calado dos Conselhos Europeus, pode ser reconfortante como mentor, mas não chega. E, por isso, o discurso governamental vai-nos dizer à saciedade que saímos de uma encruzilhada "má" para uma estrada "boa". Com a capacidade que tem a comunicação social para reproduzir a linguagem do poder, esta propaganda vai ser repetida sem prudência. Até ao dia em que tombará e o contrário será a norma. Tem sido sempre assim, com Sócrates e Passos, não vai ser diferente.

Claro que haverá algumas "medidas", nos impostos para as empresas, no IVA da restauração, na concertação social, com uma UGT desejosa de voltar ao "consenso", com um PS cujo compromisso real com este "novo ciclo" desconhecemos. E vamos admitir que há mesmo "sinais" de alguma recuperação da economia, como nos diz a propaganda governamental, seleccionando para o efeito os indicadores positivos e não falando dos negativos. Vamos admitir que estamos na véspera de uma "mudança", de "uma segunda oportunidade", de "uma nova fase". Vamos admitir isso tudo, mas não vamos admitir que nos digam que isso significa o que nos querem dizer que significa.

Vamos admitir que o "pior já passou", mesmo que se trate apenas de bater no fundo. Claro que há-de haver uma altura - não sei se ainda esta -, em que, estando tudo mal, já não se pode piorar. Na verdade, não é bem assim, pode-se sempre piorar, basta a passagem do tempo para o fazer. Um ano de empobrecimento não é a mesma coisa que três e quatro, e estar desempregado a única dinâmica que conhece é o passar do tempo, para pior.

Olhando estes "sinais", as perguntas que temos que fazer são duas. Uma, o que é que ficou para trás destruído sem recuperação, cujos restos estão por todo o lado, e como é que eles vão envenenar o presente e o futuro? Outra, bem mais importante e "subversiva", é que, se houver "recuperação", quem é que dela beneficia? A resposta politicamente correcta é que beneficia a todos. A resposta verdadeira é que a poucos, muito poucos, e aos mesmos de sempre. Talvez umas migalhas cheguem aos de baixo, ou nem isso, porque eles podiam lembrar-se de comprar electrodomésticos e lá se vão os números das importações.

Numa sociedade em que se agravaram os factores de exclusão e em que uma parte importante - classe média, desempregados, "novos pobres", mundo do trabalho desprotegido - perdeu todo o poder, os frutos de qualquer tímida "recuperação" seguirão as linhas de água profunda cavadas pela ruptura social na sociedade portuguesa e correrão para onde sempre correram. 

Este óbvio facto, de que ninguém que levou com a "crise" em cima vai beneficiar dos "sinais" em tempo da sua vida, é ocultado por um discurso político que foi reduzido nestes últimos anos ao "economês". Esse discurso não se vai embora apenas porque passamos a ter uma retórica política que fala do "crescimento" em vez do "rigor orçamental". Bem pelo contrário, pode até reforçar-se, moldando o modo como se vai ver a "recuperação" e os seus frutos, legitimando a continuação da austeridade para os mesmos e "libertando" alguns de impostos, regulações, limitações, leis. Leis, no limite da Constituição, um dos programas escondidos das "negociações" com o PS. 

O "novo ciclo" do Governo, naquilo que não é pura sobrevivência eleitoral, mas discurso de feiticeiro, serve para reciclar a linguagem do poder aos mesmos interesses de sempre. Mas a sua fragilidade é a mesma do discurso do "rigor orçamental". É mais agradável de ouvir, mais enleante, leva o PS à ilharga, foge da agressividade militante da engenharia utópica Passos-Gaspar, mas destina-se a manter o mesmo círculo de ferro que captura a democracia portuguesa por um establishment financeiro e de grandes empresas nacionais (cada vez menos) e estrangeiras, e de uma elite que aceita servi-las e aceita os seus limites de fogo daquilo que se pode ou não fazer. 

Visto de longe, sanitariamente de longe, este Governo, para se manter, fez todos os tratos com Cassandra e abriu todas as caixas de Pandora. É só esperar pelos resultados do "novo ciclo".

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EARLY MORNING BLOGS  
2343

Tempora mutantur, et nos mutamur in illis.

(Ovidio)

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2.8.13


“COMO OS POBREZINHOS” 


A dama Espírito Santo que disse ao Expresso que os da sua laia, os ricos, iam para a Comporta “brincar aos pobrezinhos”, também vale pelo que vale. Zero. Mas já que a dama gosta de brincar “aos pobrezinhos”, então vamos brincar a sério. Vamos atribuir casa no Barreiro à dama, num dos dormitórios lisboetas que ali se fizeram há vinte anos, dar-lhe, vá lá, mais do que o salário mínimo nacional, 600 euros brutos, por exemplo, dar-lhe um emprego em Lisboa, num lar da Misericórdia, numa cantina, que é o que faz quem ganha esta fortuna, um marido a preceito, talvez funcionário da Câmara, mil euros brutos, dois filhos que está bem para a natalidade da classe dos ricos, agora a brincar aos pobrezinhos. Depois, acordamos todos os dias a dama, às 6 da manhã, merenda para os meninos, barco, autocarro, oito horas de trabalho, mais autocarro e barco e fazer o jantar. Aturar o marido, os filhos, limpar a casa. No dia seguinte, a mesma coisa, no dia seguinte, a mesma coisa. Um ano a “brincar aos pobrezinhos”, e aos “pobrezinhos de cima, porque os pobrezinhos de baixo estão na limpeza e no desemprego. Um ano. Sem Xanax. Ao fim do ano, volta para a Comporta. As mãos não são as mesmas. O cabelo não é o mesmo. A roupa não é a mesma. O marido e os filhos não são os mesmos. A cabeça? Não sei. Mas também não deve estar na mesma. Um ano a 600 euros não ajuda a querer “brincar aos pobrezinhos”. Agora já podem dar-lhe o Xanax, o Valium, o que quiser. Vai precisar.

*

Durante algum tempo após o 25 de Abril de 1974, apesar de miúdo, lembro-me bem que nessa época se dizia que, os ricos, á cautela, mantinham então os seus mercedes e jaguares nas respectivas garagens, evitando assim ostentações embaraçosas. Essa prudência de então, contrasta com a situação que hoje vivemos. 
Presentemente, as excitações desbragadas dessa e de outras damas, assim como de alguns valetes, revelam um profundo desrespeito pelos de baixo, e um particular desprezo pelos mais pobres, postura que só acontece por sentirem um ambiente favorável para o fazerem, de outro modo, as suas bocas, assim como outrora as suas garagens, manter-se-iam fechadas. De facto, estamos a viver um período sem precedentes. A forma acintosa como alguns concidadãos são vilipendiados pelo poder instituído – os funcionários, os professores, os reformados, entre outros – cria uma atmosfera propícia para as mais diversas dissertações, acerca de quem nestes últimos anos, dizem, viveu além das suas posses, e  agora tem de ser castigado. A única conveniência que esses discursos revelam é sabermos exactamente, quem pensa o quê. Sem qualquer espécie de dúvida, quem neste momento detém o poder, tem uma missão a cumprir, e se as nossas vidas não estão muito pior, é apenas por incompetência dos protagonistas, e da resistência, por parte de alguns, a quem o poder apelida de malfeitores.
Resumindo, os de cima nunca se sentiram tão por cima, sendo que os debaixo sentem exactamente o inverso
 
(Telmo Martins)
*
Acerca de ricos que querem saber, ao vivo, como é a vida de pobre, sugere-se a leitura do "clássico" «A Sopa dos Ricos», de Santos Fernando.
 

(C. Medina Ribeiro)



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  “A UNIÃO NACIONAL” 

Não vale a pena fazer muitas ondas com o uso da expressão “união nacional” por Passos Coelho, ainda por cima enunciando que a escolhera em detrimento de outra, a de “unidade nacional”. A ignorância de Passos da história portuguesa recente não é novidade, mesmo em quem apresenta dados “antifascistas” na sua “biografia” ficcional e foi da JCP. Também importa pouco o facto de ele mesmo já ter usado e recusado a mesma expressão” união nacional”. Como aquilo é tudo colado a cuspo, não admiram estas flutuações. Passos não é salazarista, é indiferente ao salazarismo. No fundo, Passos quer dizer a mesma coisa com a sua “união nacional”, que Cavaco com a “salvação nacional”. Ambos comparticipam de uma cultura política que menospreza o valor da diferença, das “partes” em democracia, das ideias e das políticas como interpretações distintas da mesma realidade social, ambos ocultam o papel dos interesses e das ideias em democracia, tudo aquilo que faz com que duas pessoas “igualmente informadas” não cheguem às mesmas conclusões. 

 O problema não é pois o uso da expressão, mas sim o pensamento que está por detrás dela: o de que o seu programa é “natural”, é a “realidade” e só gente pervertida pela “porca” da política, o pode recusar. A expressão é um apelo a que o PS se junte à “realidade”, àquilo que é a política do governo, entendida como não tendo alternativa. A pulsão pelo Único é que é preocupante, os termos e o seu uso, são apenas ignorância.

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"Quem só dá aos particulares, diminui o poder, porque se faz senhor de poucos."
 
(Padre António Vieira) 

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31.7.13


O NAVIO FANTASMA (26): A OFENSIVA DA PROPAGANDA


Os briefings do governo "abertos" revelam a sua natureza de aumento do tempo de antena do governo. O objectivo é criar uma segunda "primeira impressão", favorável ao governo. A transmissão em directo desses briefings, sem edição, elimina o papel do jornalismo. Tem sentido transmitir em directo comunicações governamentais de relevo, mas este tipo de briefings, destinados formalmente apenas à comunicação social, não podem ser conhecidos sem o trabalho de edição. O discurso, como se vê,  é de carácter puramente propagandístico, não tendo aliás nenhuma sofisticação especial. Destina-se a repetir, repetir, repetir e recolher os efeitos da repetição. Que existem.

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30.7.13


O NAVIO FANTASMA (25)
  
 
Auto-elogio, orgulho desmedido, arrogância, mistificação. Tudo num só discurso.  Gente perigosa. Registem.

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29.7.13


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"Como no estás experimentado en las cosas del mundo, todas las cosas que tienen algo de dificultad te parecen imposibles. "

(Cervantes, Don Quijote de la Mancha)

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O NAVIO FANTASMA (24):  

  FORÇA E FRAQUEZA 

Passos Coelho sai da crise mais forte (no governo e no establishment que conta), Portas sai da crise muito fragilizado, de rastos. Aparentemente o mais fraco vai ter um incremento significativo de poderes, em detrimento do mais forte, e é por essa contradição que vai continuar a crise. Admito que o instinto de sobrevivência torne ambos muito cautelosos, ou seja, capazes de engolir tudo e fazer um ar hirto, mas isso não chega.

 Embora esta crise tenha sido muito mais grave, – bastava a saída de Gaspar para lhe dar outro carácter, – ela é um remake da anterior que levou a uma cena surrealista de reuniões entre os dois partidos num hotel e a comunicados conjuntos. Ah! E a uma comissão destinada a coordenar a coligação, que, nunca existiu nem funcionou. Mas a linguagem, as juras, as promessas, a propaganda de como “saímos disto mais fortes”, nada disto é novo. Já se ouviu exactamente o mesmo que se está a ouvir agora. 

No entanto, esta crise foi muito pior: o medo pânico de eleições penetrou no âmago dos dois partidos, e o desequilíbrio entre Passos e Portas é agora abissal. Se a linguagem gestual diz muito, é só ver Portas a fazer de conta que tira notas, quando já tem o discurso todo escrito, a limpar a fronte, a olhar para baixo, reduzido a uma sombra do que foi e à mãe de todas as sombras daquilo que queria ser. Só que as coisas são o que são e Portas é o elo fragilíssimo do poder, cheio de títulos e responsabilidades, que tentará usar em primeiro lugar para se salvar e escapar da imagem “irrevogável”. 

Só que cada sucesso de Portas, e Portas vai tentar desesperadamente ter algum a curto prazo, seja real, seja virtual, será muito perturbador para o resto do governo, e cada fracasso uma colecção de sorrisos, e afiar de fracas. Por isso, passadas as juras de fidelidade e afirmação de força da coligação, a sua doença interior, a praga que a rói por dentro, vai ser pior. Portas pode ter ido a Vice-Primeiro Ministro, mas nem Secretário de Estado é. Se quiser ser mais do que isso, todos o vão impedir. E ele não pode fazer nada.

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O NAVIO FANTASMA (23): 
PENSAMENTO DE ESTADO: "IR FAZER ALGUMA COISA PARA OUTRO LADO"

Passos Coelho hoje em campanha eleitoral:

“Para que isso não volte a acontecer [resgate], temos de fazer uma hierarquia do que é realmente importante e o que não for tem de deixar de ser feito. As pessoas que faziam aquilo que era menos importante têm que ser afectas a fazer outras coisas que são mais importantes e, se não for preciso tanta gente para fazer isso, essas pessoas têm de ir fazer alguma coisa para outro lado”, salientou. Não pode, acrescentou, “o Estado ficar-lhes a pagar eternamente para fazer o que não é preciso - isto é assim em qualquer país desenvolvido do mundo”.(do Público)

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28.7.13


HOJE DE NOVO NO 

 

28.07.13 (5)


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O NAVIO FANTASMA (22)

Estão em pleno vapor as grandes manobras de propaganda. Propaganda, desinformação, manipulação. Por exemplo, alguém tem mesmo a certeza de que é a troika que está completamente inflexível com os cortes dos 4.700 milhões, ou é o governo que anda a dizer isso?  Percebe-se muito bem que faz toda a diferença, ou porque pode abrir caminho a uma "vitória" negocial se outro valor mais baixo ficar acordado, e a troika não estava assim tão "inflexível" como se diz; ou porque é o governo que deseja esses cortes (ou se comprometeu indevidamente com eles, ou vai usá-los como moeda de troca para outras benesses) e não quer prejudicar a sua nova "imagem", com uma medida tão Gaspar e "velho ciclo"   e tão pouco Portas e "novo ciclo". Como a comunicação social se farta de transmitir recados do governo, destinados a manipular a opinião pública (aqui no Abrupto há vários exemplos), a "notícia" só tem sentido se vier da troika e não daqueles que "sopram" aos jornais "as posições da troika".

Infelizmente, a partir de agora, estas manobras estarão no centro da acção do governo. Como se irá ver, muito mais do que a "economia" será a propaganda que vai sair reforçada da remodelação, aquilo que alguns chamam a "comunicação política".

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© José Pacheco Pereira
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