ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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7.12.08
RECONSTITUIÇÃO DAS IMAGENS PERDIDAS DO ABRUPTO (url) O QUE NUNCA CHEGA AOS JORNAIS No início desta semana João César das Neves publicou no Diário de Notícias um artigo muito crítico do jornalismo português. Contrariamente à habitual reacção corporativa, o artigo foi abafado num grande silêncio, como se as suas palavras queimassem de mais para serem sequer lembradas. Nele se escreviam estas verdades como punhos: "A nossa imprensa traz pouca informação. Muita análise, intriga, provocação, boato, emoção, combate, mas pouca informação (...). Assiste-se a uma verdadeira caça ao deslize, empolado até à hilaridade. (...) Aliás, relatar o sucedido é o que menos interessa. O jornalista vai ao evento para impor a agenda mediática que levou da sede. Não há semana que não forneça novos exemplos a esta degradação e muito do que acontece nem sequer é conhecido do público, ou porque não interessa aos jornalistas, ou porque eles não estão lá. Esta semana tive ocasião de assistir em directo e, de algum modo, participar num evento que ilustra de forma exemplar como se faz informação em Portugal. Convidado a participar no 2.º Encontro Nacional de Centros Novas Oportunidade, pude assistir ao modo como as coisas funcionam e como chegam (ou não chegam) ao conhecimento público. Saudei desde início o programa das Novas Oportunidades como uma política pública com relevo para um país como Portugal onde a baixa qualificação é um dos mais graves problemas nacionais. Os objectivos do programa foram definidos pelo primeiro-ministro: "A estratégia da Iniciativa Novas Oportunidades tem dois pilares fundamentais. Em primeiro lugar, fazer do ensino profissionalizante de nível secundário uma verdadeira e real opção, dando oportunidades novas aos nossos jovens. (...) O segundo pilar é o de elevar a formação de base dos activos. Dar a todos aqueles que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade, uma nova oportunidade para poderem recuperar, completar e progredir nos seus estudos."O arranque da iniciativa foi muito positivo e levou muitos portugueses a revalorizarem o saber, o ensino, a escola, que de há muito tinham abandonado e procurar uma certificação para que estavam habilitados. Embora o entusiasmo inicial tenha esmorecido, o que se compreende, a amplitude do trabalho já realizado merece reconhecimento e mérito, embora seja tempo de começar a medir-se os resultados. Na verdade, as boas intenções não chegam: o país já desbaratou milhões em programas de formação profissional com escasso resultado, como aconteceu com os cursos financiados pelo Fundo Social Europeu. Eu conhecia o programa oficial do encontro, onde participava num dos debates, só que, na verdade, o que aconteceu foi mais uma sessão preparada para que o primeiro-ministro tivesse a sua dose diária de televisão, num evento "positivo", com a vantagem de poder fazer um comício para 1500 pessoas, professores na sua esmagadora maioria, que tinham que lá estar por obrigação profissional. No programa oficial não há qualquer menção à presença do primeiro-ministro, devendo o encontro ser aberto pela ministra da Educação e pelo ministro do Trabalho. Só que se percebia de imediato, pelo aparato na rua, que ia haver um participante não anunciado, José Sócrates. Aliás, a comunicação social também fora prevenida, porque estava lá um batalhão de jornalistas, câmaras, carros de reportagem, etc. Este chegou com quase uma hora de atraso, sem qualquer pedido de desculpas, e tudo esperou por ele. Eu, que não gosto de ser "levado", ainda hesitei se continuaria ou não na sala, mas decidi continuar, caminhando para a última fila. As intervenções dos ministros da Educação e do Trabalho foram sóbrias e correspondentes ao espírito de um encontro de trabalho, como era suposto este ser. Só que depois veio o primeiro-ministro e, no meio da agitação dos jornalistas, fez o seu comício diário para a televisão, cheio de "paixões" e "desejos" e "intenções" e sentimentos vários a que, obviamente, só o seu Governo respondeu na história da nação. As Novas Oportunidades somaram-se a muitas outras "mais importantes" iniciativas do Governo. Em cada uma ele diz que é "a mais importante", mas ninguém dá pelo contra-senso. Nunca como ali me pareceu mais certeira a classificação que dei de "momentos Chávez" a essas intervenções. Chávez tem um espaço diário oficial na televisão e rádio, numa comunicação social governamental e típica dos generais Tapioca que pululam na América Latina. José Sócrates tem o mesmo, só que feito doutra maneira. Na agenda do seu dia há sempre um pequeno comício que as televisões, a começar pela RTP, cobrem obedientemente e ele, todos os dias, como Chávez, aparece na televisão. O momento-Chávez de hoje foi no anúncio do Hospital de Braga. Em maqueta.O caso é único na Europa, onde não se imagina uma prelecção diária de propaganda de Zapatero, Sarkozy, Merkel ou Gordon Brown. Estes aparecem no exercício das suas funções, mas de modo muito diferente de Sócrates. Os nossos jornalistas não se apercebem, ou apercebem-se bem de mais, do seu papel de instrumentos de propaganda, sem qualquer conteúdo informativo, e acham natural o que se passa. Terminado o comício, Sócrates saiu e com ele os jornalistas todos (se algum ficou não dei por ela). Quando resolvi ficar, decidi também que iria acrescentar à minha comunicação sobre as Novas Oportunidades, algo mais: uma referência à politização e governamentalização daquela iniciativa, e aos seus efeitos perversos bem visíveis, ouvindo-se o primeiro-ministro. Foi o que fiz, referindo como sinais dessa politização, que pode pôr em causa os objectivos das Novas Oportunidades, a obsessão pelas estatísticas e os números redondos (por muitos números redondos que se atirem, o objectivo apontado para 2010 de um milhão de participantes está muito longe de ser alcançado), a condição básica de exigência na certificação, e, por fim, a necessidade de medir os resultados do programa por uma avaliação externa e pelo seu impacto na empregabilidade e no aumento da produtividade nacional. Parece que referir esta necessidade de resultados mensuráveis, a prazo sem dúvida mais dilatado, incomoda muita gente, mas é inteiramente coerente com os objectivos da iniciativa, porque não se pode considerar que a "batalha da qualificação" se fica só pelos "saberes" mais ou menos intangíveis dos participantes ou por um diploma que não serve para nada. Que estas preocupações são partilhadas pelos formadores presentes na sala, que também não devem ter gostado muito do comício a que foram obrigados a assistir, está o facto de eu ter sido o único participante a receber palmas em plena intervenção e exactamente nas partes mais críticas para a governamentalização da iniciativa. Mas o que aconteceu foi mais um não-evento, como muitos outros que devem ocorrer pelo país fora, e que não encaixam no padrão comunicacional da subserviência ao poder. Eu sei que este meu artigo traduzido em "jornalistês" dá qualquer coisa como isto: ele quer comparar-se ao primeiro-ministro de Portugal no "critério jornalístico", e está danado por ter ido lá dizer coisas a despropósito, ninguém lhe ter ligado e não vir nos telejornais. Nem sequer precisam de se esforçar, porque eu sei o que as casas gastam. Se isto não vier nos jornais, vem nos blogues dos jornalistas. Mas, voltando ao sério, continuam para mim de pé as afirmações mais duras de César das Neves: "O actual Governo goza de clara benevolência jornalística. Apesar da contestação e inevitáveis 'gaffes', o tratamento não se compara com o dos antecessores. (...) Muitos dos que relatam o jogo participam nas equipas. Quando o jogo se suja, avolumam-se as suspeitas. Isto ainda não afecta o poder da imprensa, mas já degrada a classe."Os jornalistas sérios sabem que é assim, mas mesmo esses deviam fazer mais do que o que fazem para não pecarem por omissão. Também se vai para o Inferno por isso. (Versão do Público de 6 de Dezembro de 2008.) (url) (url) EARLY MORNING BLOGS 1446 - A ventura é traidora Tembra a que unha inmensa dicha
neste mundo te sorprenda; grorias, aquí, sobrehumanas, tran desventuras supremas. Nin maxines que pasan os dores como pasan os gustos na terra; ¡hai infernos na memoria, cando n'os hai na concencia! Cal arraigan as hedras nos muros, nalgúns peitos arraigan as penas, e unhas van minando a vida cal minan outras as pedras. Si; tembra, cando no mundo sintas unha dicha imensa; val máis que a túa vida corra cal corre a iaugua serena. (Rosalia de Castro) (url) 6.12.08
COISAS DA SÁBADO: A FORÇA DO PCP Olhe-se para aquele Congresso e a importância dos seus rituais de identidade, emotivamente sentidos, para se perceber que estamos perante um partido-comunidade, com a sua carga de “vida” toda (como os seus militantes mais velhos, e a idade pesa no PCP, diziam) , com uma história densa de sentido, muitas vezes para os delegados uma história familiar, familiar de família, familiar de terra, e um sentimento de pertença que supõe abandono de vantagens materiais, muitas vezes perseguições e prejuízos, ausência de carreira, “dedicação” a valores como o “partido”, em primeiro lugar, depois, à “revolução”, seja lá qual for o sentido que cada um atribui à palavra. É um partido que tem para os seus militantes uma carga não apenas política mas também moral, é um partido-moral, o “único” do sistema político português. Não importa que A ou B, dirigente, funcionário, militante, faça o mesmo que os membros dos partidos “burgueses”, seja ambicioso, invejoso dos seus “camaradas”, se aproveite das suas funções para abusar, meta a mão na caixa, cometa todas as aleivosias, que o “partido” como “colectivo” está acima dessas coisas, permanece intacto no imaginário dos comunistas. O texto de Cunhal sobre a “superioridade moral dos comunistas” é para esta comunidade a fundamental afirmação da diferença. A FORÇA DE JERÓNIMO DE SOUSA Jerónimo de Sousa é feito desta massa e nunca ninguém como ele soube perceber tão bem que o “partido” precisava de uma injecção de adrenalina identitária, em tempos de dissolução e dúvida, Nem Cunhal se relacionou assim com os militantes. Cunhal era respeitado, idolatrado, mas permanecia acima de cada militante. Cunhal passou toda a vida a simular que era um deles, mas nunca foi um deles. Na sua juventude usava roupas proletárias, forçou-se sempre a uma modéstia de vida que não era inteiramente natural, mas intencional: ele, o intelectual, o teórico, o dirigente, o resistente, vindo da classe acima, vivia como os operários, sem luxos, nem prebendas. Todos diziam dele que era um homem “simples”, que imediatamente se oferecia para os trabalhos mais humildes, mas todos compreendiam que essa atitude, não sendo uma expiação, porque Cunhal era um homem de fé, era uma proclamação de que, sendo diferente, desejava ser igual. Jerónimo de Sousa não precisa de nada disso e trouxe ao PCP, a ecologia política que com Carvalhas estava a embaciar-se, ou seja aquilo que se chama cá fora, “ortodoxia”. Não se importa em falar de trabalhadores como os comunistas falam de trabalhadores, não se importa de pela primeira vez ter trazido os comunistas à rua com as bandeiras do PCP, sem o manto diáfano da CDU, fala de revolução, de combate ao capitalismo, de internacionalismo proletário, de comunismo sem o cálculo político (de Cunhal) que levou ao abandono da “expressão” (e só da expressão) de “ditadura do proletariado”. Por ele, não haveria problema nenhum em usa-la, nem para os milhares de militantes que se ergueram em uníssono quando Odete Santos disse uma coisa parecida. Outro aspecto interessante deste Congresso foi o discurso de Jerónimo de Sousa em que este teoriza, numa “análise de classe” marxista-leninista, sobre o Bloco de Esquerda e sobre a ala esquerda do PS. Desde Cunhal que tal não se ouvia em Congressos do PCP, acompanhando aliás alguns artigos do Avante! sobre o Bloco de Esquerda que não são só as tradicionais peças de exorcismo. Também aqui o PCP apanha o BE pela esquerda, fornecendo uma interpretação, “ortodoxa”, face a uma organização eclética, sem teorização nem sequer ao nível político mais básico e dependente dos adjectivos moralistas com que Louça enfatiza o discurso. RITUAL E REALIDADE Claro que esta identidade “revolucionária” é mais ritual do que real. Pode introduzir alguma radicalidade nas lutas sociais, como já se vê nos professores, alguma tensão política, mas estamos longe de considerar que o PCP toma a sua retórica a sério. É o quadro da luta social e eleitoral a que esta “revolucionarização” anti-capitalista vai desembocar, não à “revolução”. É boa para fazer o pleno dos militantes comunistas e recuperar votos perdidos nos últimos anos, e, funcionando como manifestação de força, influencia sectores da esquerda. Mas não estou a ver o PCP a organizar-se clandestinamente, a preparar grupos armados, a fazer agitação revolucionária nas forças armadas, ou seja a cumprir as velhas determinações da Internacional para não se cair no “cretinismo parlamentar”.
(url) 5.12.08
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COISAS DA SÁBADO: VALE A PENA FAZER ALGUMA COISA DE SÉRIO NA POLÍTICA?
Valer, vale, mas é em grande parte inútil, porque fica desconhecido, tem o décimo do efeito, e não chega sequer aos seus destinatários. Os jornalismo político que se faz hoje precisa de mostrar sempre uma mesma imagem dos políticos, entre o jongleur inábil e o carreirista cínico e dominado pelo interesse próprio. Sempre que alguém faz diferente é ignorado para não estragar o estereotipo. Um excelente artigo de João César das Neves colocava estes problemas do jornalismo dos dias de hoje e o seu papel na produção da irrelevância. Na semana passada houve um magnífico exemplo. O modo como os jornalistas, trataram uma das iniciativas mais sérias da vida política portuguesa dos dias de hoje, o trabalho do Instituto Francisco Sá Carneiro (podem julgar por vós próprios aqui ), capaz de desmoralizar o mais determinado cidadão que acha que a política se deve fazer de forma séria e com trabalho, Procurem nos jornais do dia seguinte com uma lupa qualquer notícia, apesar da sala estar pejada de jornalistas, curiosos apenas por ver se havia alguma gaffe nos discursos. (url) EARLY MORNING BLOGS 1445 - Primeiras chuvas de inverno.
Primeiras chuvas de inverno. Até o macaco quer um guarda chuva. (Matsuo Basho) (url) 4.12.08
RECONSTITUIÇÃO DAS IMAGENS PERDIDAS DO ABRUPTO (url) (url) EARLY MORNING BLOGS 1444 —Anda, hijo —replicó don Quijote—, y no te turbes cuando te vieres ante la luz del sol de hermosura que vas a buscar. ¡Dichoso tú sobre todos los escuderos del mundo! Ten memoria, y no se te pase della cómo te recibe: si muda las colores el tiempo que la estuvieres dando mi embajada; si se desasosiega y turba oyendo mi nombre; si no cabe en la almohada, si acaso la hallas sentada en el estrado rico de su autoridad; y si está en pie, mírala si se pone ahora sobre el uno, ahora sobre el otro pie; si te repite la respuesta que te diere dos o tres veces; si la muda de blanda en áspera, de aceda en amorosa ; si levanta la mano al cabello para componerle, aunque no esté desordenado... Finalmente, hijo, mira todas sus acciones y movimientos, porque si tú me los relatares como ellos fueron, sacaré yo lo que ella tiene escondido en lo secreto de su corazón acerca de lo que al fecho de mis amores toca: que has de saber, Sancho, si no lo sabes, que entre los amantes las acciones y movimientos exteriores que muestran cuando de sus amores se trata son certísimos correos que traen las nuevas de lo que allá en lo interior del alma pasa. Ve, amigo, y guíete otra mejor ventura que la mía, y vuélvate otro mejor suceso del que yo quedo temiendo y esperando en esta amarga soledad en que me dejas. —Yo iré y volveré presto —dijo Sancho—; y ensanche vuestra merced, señor mío, ese corazoncillo, que le debe de tener agora no mayor que una avellana, y considere que se suele decir que buen corazón quebranta mala ventura, y que donde no hay tocinos, no hay estacas; y también se dice: «Donde no piensa, salta la liebre». Dígolo porque si esta noche no hallamos los palacios o alcázares de mi señora, agora que es de día los pienso hallar, cuando menos los piense; y hallados, déjenme a mí con ella. —Por cierto, Sancho —dijo don Quijote—, que siempre traes tus refranes tan a pelo de lo que tratamos cuanto me dé Dios mejor ventura en lo que deseo. (Cervantes, Don Quijote de la Mancha. Capítulo X - Donde se cuenta la industria que Sancho tuvo para encantar a la señora Dulcinea.) (url) 3.12.08
NUM BLOGUE PERTO DE SI, NUMA GALÁXIA MUITO LONGE NESTES DIAS, COISAS RARAS E VARIADAS LENDO / VENDO / OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 1 de Dezembro de 2008 + novos comentários. (url)
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 3 de Dezembro de 2008 As declarações "optimistas" do Primeiro-ministro José Sócrates feitas hoje, de que a diminuição dos juros dos empréstimos devido à descida da Euribor, o abaixamento do preço da gasolina, e outros sinais de deflação significam "um aumento do rendimento das famílias", roçam pela sua demagogia o insulto aos portugueses. Tudo o que referiu são efeitos da crise que se vive e não resultado de qualquer benemérita política do governo e vem no mesmo pacote do desemprego, do recuo dos salários, do aumento da pobreza generalizado, das falências. * Clicando fica na boa dimensão. Para se ver Esta velha anedota de 1929 mostra como nunca faltou quem achasse que "basta dizer que tudo está bem para que tudo esteja bem"... (url) RECONSTITUIÇÃO DAS IMAGENS PERDIDAS DO ABRUPTO
Anjo e demónio em Nova Iorque. Ets Haim (A Árvore da Vida). Damasqueiro. Morandi. (url) (url) 2.12.08
EARLY MORNING BLOGS 1443 - Mis libros Mis libros (que no saben que yo existo) son tan parte de mí como este rostro de sienes grises y de grises ojos que vanamente busco en los cristales y que recorro con la mano cóncava. No sin alguna lógica amargura pienso que las palabras esenciales que me expresan están en esas hojas que no saben quién soy, no en las que he escrito. Mejor así. Las voces de los muertos me dirán para siempre. (Jorge Luis Borges) (url) 1.12.08
* Da página do Observatório Astronómico de Lisboa: (url) No Ribatejo (RM); no Marão com neve (Helder Barros): no Porto (José Carlos Santos).
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© José Pacheco Pereira
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