ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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25.2.08
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NUNCA É TARDE PARA APRENDER: A GUERRA DO IRAQUE COMO OPERAÇÃO MILITAR (4)
![]() A "velocidade" da máquina de guerra americana foi no entanto atrasada por formas pouco convencionais de guerra, entre a guerrilha e acções de guerra convencional, que se revelaram a seu modo eficazes e mostraram que havia grupos determinados e organizados para continuar a resistência, mesmo que o "centro" caísse. Não é no entanto líquido que, se a transição fosse melhor gerida, a "insurreição" do Baas e de alguns grupos sunitas não tivesse o sucesso que posteriormente veio a ter. O caos que se instalou quase de imediato com os saques generalizados mostrou as debilidades enormes da ocupação. Resultou de erros de julgamento sobre a possibilidade de manter a máquina do estado iraquiano a funcionar, associados à impossibilidade prática de controlar as cidades devido ao número muito pequeno de tropas, conforme a "economia de forças" defendida por Rumsfeld. Este estava convencido que as tropas americanas chegavam, viam e venciam e depois vinham-se embora. Nunca houve planos sérios para uma estadia muito superior aos seis meses, o que se veio a mostrar completamente irrealista. Alguns dos erros que hoje são evidentes, têm estado a ser, pouco a pouco, corrigidos, mas já num contexto muito mais hostil e com enormes dificuldades que podiam ter sido evitadas ou minimizadas. A melhoria das condições de segurança, ainda que ténue, parece consolidada, mas há ainda muito que fazer para "remendar" um país que Saddam quase destruiu, com colaboração dos erros e ilusões americanas. Mas a situação ainda é precária, pelo que não parecem ser outra coisa que demagogia as propostas de retirada de candidatos presidenciais como Hillary Clinton e Obama. Se o fizerem, os EUA sofrerão uma enorme derrota política no Iraque muito para além da vitória militar que obtiveram, com consequências gravosas para todo o mundo. Bush tem as suas responsabilidades, mas uma retirada unilateral imediata é do domínio do pesadelo para a segurança do mundo.
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© José Pacheco Pereira
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