ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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2.12.06
EARLY MORNING BLOGS
918 - Ajedrez I En su grave rincón, los jugadores rigen las lentas piezas. El tablero los demora hasta el alba en su severo ámbito en que se odian dos colores. Adentro irradian mágicos rigores las formas: torre homérica, ligero caballo, armada reina, rey postrero, oblicuo alfil y peones agresores. Cuando los jugadores se hayan ido, cuando el tiempo los haya consumido, ciertamente no habrá cesado el rito. En el oriente se encendió esta guerra cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra. Como el otro, este juego es infinito. (Jorge Luis Borges) * Bom dia! (url) 1.12.06
Alentejo? Não. Angola.Nazaré? Não. Mossâmedes. A capa e as gravuras fazem parte de uma brochura publicada pela Agência Geral das Colónias em 1930. É difícil ser mais claro no engano e no auto-engano (url)
SENTIMENTOS MISTURADOS
Uma das entrevistas da série que Rui Ramos fez para a RTP teve como "personagem" Jorge Silva Melo. Para além do interesse geral da entrevista, tudo nela me é demasiado próximo para não me sentir muitas vezes a falar pela sua voz, nós que somos da mesma geração e vivemos muito tempo, muita história, muita gente em comum. Pode-se dizer que somos velhos amigos, amigos "antigos" daqueles cujas amizades especiais não necessitam de muita fala (ou se calhar necessitam). Mesmo quando discordamos com veemência e com picardias mútuas, sabemos até que ponto fomos feitos pela mesma massa, pelo mesmo desgraçado país que é tão completamente o nosso. Na entrevista, Jorge Silva Melo fala do mundo que ambos conhecemos nos últimos anos da década de 60 em Lisboa, no movimento estudantil, na oposição, na Kulturkampf entre o neo-realismo e a pop, entre a Sylvie e os Beatles. Ainda havia "cidade", dizia Jorge Silva Melo, ainda havia bairros, ainda havia cafés, teatros, cinemas. Nos cafés, o lugar emblemático do convívio permitido no tardo-salazarismo, descreve-se o ambiente do Monte Carlo, da Grã-fina, do Vavá, com os seus grupos diferenciados e as suas hierarquias, a que podia somar nos mesmos precisos termos no Porto o Piolho, o Ceuta e o Majestic. Tudo me era familiar naquela conversa, a mesma nostalgia, os mesmos mixed feelings, os sentimentos misturados de um mundo ao mesmo tempo perdido na nossa juventude e tenebroso, porque era o mundo da ditadura, da censura e da PIDE. Nesses mesmos cafés estava a PIDE, como todos nos lembramos, numa mesa próxima, da qual ninguém se queria aproximar, mas que se aproximava de nós pelos ouvidos, e pelo ar improvável dos disfarces do agente em funções, meio amanuense, meio rufia, gente que o próprio salazarismo fino não queria por perto, mas que lhe fazia a sale besogne. Havia muita paranóia, mas, descontada toda a obsessão pela perseguição, sobrava um grão imenso de realidade violenta, bafienta, claustrofóbica, mesquinha e provinciana, que contaminava tudo. Quem o vive, não o esquece nunca. Jorge Silva Melo falou também desse momento único da experiência estudantil militante dos anos 60 que foi a tragédia das inundações, quando centenas de estudantes organizados pela Igreja e pelo movimento associativo foram ajudar as vítimas ainda a desgraça estava em curso, nas operações de salvamento, de recolha dos mortos, da ajuda aos vivos, de salvamento do pouco que sobrava entre a lama. Nessa intempérie, não muito diferente da que caiu a semana passada, morreu um número desconhecido de pessoas. A censura nunca permitiu que se soubesse o número exacto e muita gente desapareceu desde então. Jorge Silva Melo fala da descoberta deste mundo de pobreza suburbana, que se acentuava no reverso do "milagre económico português" que estava em curso, levando milhares de portugueses a viver em bairros da lata e em habitações degradadas na faixa ribeirinha. As chuvas atiraram-nos para a morte e os estudantes que viam os bairros da lata e os esteiros pela primeira vez encontravam um mundo que não estava em nenhum manual. Sem conhecerem as fábricas, que eram uma reserva do PCP, os esquerdistas que nasciam como cogumelos daquela chuva voltavam-se para aquelas margens, como no exílio, encontravam na emigração nos bidonvilles.Uma nova massa, um novo campo de manobra. Mas Jorge Silva Melo está (como eu) entre dois mundos: o que gostamos é o que desgostamos. Nas suas memórias entrevistadas está uma contradição que não se sabe resolver. Ele gosta da "plebe", da "canalha" de Gomes Leal, da malta suburbana que fala o português do Kuduro, e queixa-se ao mesmo tempo de que ninguém vai ao teatro nesta "não-cidade" em que vivemos. “Eu vejo-a vir ao longe perseguida como de um vento lívido varrida cheia de febre, rota, muito além… - pelos caminhos ásperos da História – enquanto os reis e os deuses entre a glória não ouvem a ninguém. Ela vem triste, só, silenciosa, Tinta de sangue, pálida, orgulhosa, Em farrapos na fria escuridão… Buscando o grande dia da batalha. É ela! É ela! A lívida Canalha! Caim é vosso irmão. Eles lá vêm famintos e sombrios, Rotos, selvagens, abanando aos frios, Sem leite e pão, descalços, semi-nus… (…) São os tristes, os vis, os oprimidos (…) São os párias, os servos, os ilotas Vivem nas covas húmidas, ignotas (…) Eles vêm de muito longe, vêm da História. Frios, sinistros, maus como a memória Dos pesadelos trágicos e maus. (Gomes Leal, A Canalha) Claro que ninguém vai ao teatro, claro que acabaram os cafés (pelo menos em Lisboa), claro que se desertificaram os bairros, claro que acabou a Lisboa dos anos 60, tão íntima como provinciana, onde éramos os absolutos cosmopolitas, exactamente porque os filhos dos deserdados das cheias, os filhos dos operários do Barreiro, os filhos das criadas de servir, os filhos dos emigrantes de Champigny, os filhos da "canalha" anarco-sindicalista e faquista de Alcântara mandam no consumo e o mundo que eles querem é muito diferente. Eles entraram pelos cafés dentro e transformaram-nos em snackbars e em lanchonetes, entraram pelas televisões e querem os reality shows, entraram pela "cultura" e pela política e não querem o que nós queremos, ou melhor, o que nós queríamos por eles. O acesso das "massas" ao consumo material e "espiritual" faz o mundo de hoje, aquele que é dominado pela publicidade, pelo marketing, pelas audiências, pelas sondagens. É um mundo infinitamente mais democrático, mas menos "cultural" no sentido antigo, quando a elite, que éramos nós, decidia em questões de bom senso e bom gosto. E agora? Queríamos que "eles" tivessem voz e agora que a têm não gostamos de os ouvir quando o enriquecimento revelado por todos os indicadores económicos e sociais dos últimos 30 anos transformou muitos pobres na actual classe média, "baixa" como se diz na publicidade, nos grupos B e C das audiências. Nós queríamos que eles desejassem Shakespeare e eles querem a Floribella, os Morangos e o Paulo Coelho. E depois? Ou ficamos revoltados ou pedagogos tristes e ineficazes, ou uma mistura das duas coisas. Nós ajudámos a fazer este mundo de mais liberdade e mais democracia, que o é de facto. O 25 de Abril foi o que foi porque a geração de 60 o fez assim. Se os militares tivessem derrubado Salazar nos anos 40 ou Delgado o tivesse feito em 1958, o país seria certamente muito diferente. O Jorge Silva Melo acha que permanece fiel aos idos de 1968 no seu trabalho teatral, nos Artistas Unidos, no PREC, no Abril em Maio. Eu também. Só que eu penso que não é nem a nostalgia, nem a pedagogia, nem a "animação cultural" para as "massas" que resolvem o dilema. Deixo de bom grado a "animação cultural" filha de Malraux-Lang para os ministérios da indústria e comércio, e se calhar ele também deixa. O que sobra? Uma nova forma de elitismo, a única que salva, no sentido bíblico: a criação. Mas isso é toda uma outra conversa a ter. Entretanto, lá que estamos enredados nas mesmas linhas estamos. (No Público, de 30 de Novembro de 2006, corrigidas umas gralhas resultantes de uma certa forma de vontade própria que os erros acabam por ter ; onde estava (pensado) "as chuvas atiraram-nos para a morte", eu enganei-me e escrevi "as chuvas atiraram-nos para a norte" e a máquina final escreveu "as chuvas atiraram-nos para o Norte". Na verdade foi para o Sudoeste, para a foz do rio.) Etiquetas: anos sessenta, cultura, Jorge Silva Melo, Maio 1968 (url)
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 1 de Dezembro de 2006 Esadof! Como é grande o poder do capitalismo para fazer dissolver os bons velhos costumes, tementes à Obra, do Millenium BCP, fazendo-o, esadof!, falar assim para vender uns servicinhos à malta do dito... (url)
INTENDÊNCIA
Actualizada a nota LENDO / VENDO / OUVINDO / ÁTOMOS E BITS de 28 de Novembro de 2006. (url)
COISAS DA SÁBADO: MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS
Há gente que se deve lembrar mais alto quando morre. Para justiça e ilustração alheia. Há gente que o melhor que se pode fazer é ficar silencioso perante a enxurrada de vozes adventícias que falam por obrigação da vénia, a quem nunca a teve e acima de tudo nunca a desejava. Cesariny escreveu e viveu em uníssono, mesma vida, mesma voz. Ter-se-ia rido imenso do que agora está para aí a ser dito. Convém não o levarem para o Panteão porque o seu fantasma ainda se vai deitar noutro túmulo qualquer. E a gente que lá está é muito respeitável e ele não. Etiquetas: Mário Cesariny de Vasconcelos (url) EARLY MORNING BLOGS 917 - Seaside Swiftly out from the friendly lilt of the band, The crowd's good laughter, the loved eyes of men, I am drawn nightward; I must turn again Where, down beyond the low untrodden strand, There curves and glimmers outward to the unknown The old unquiet ocean. All the shade Is rife with magic and movement. I stray alone Here on the edge of silence, half afraid, Waiting a sign. In the deep heart of me The sullen waters swell towards the moon, And all my tides set seaward. From inland Leaps a gay fragment of some mocking tune, That tinkles and laughs and fades along the sand, And dies between the seawall and the sea. (Rupert Brooke) * Bom dia! (url) 30.11.06
IMAGENS POLITICAMENTE INCORRECTAS 8 Um malvado turco ferido assassina um enfermeiro grego que o cuidava. No Le Petit Journal, o tablóide da época, em 17 de Novembro de 1912. (url)
O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: A NECESSIDADE DA MEMÓRIA
Relembrando... «(...) o cenário de ruptura (...) da Segurança Social não se coloca de todo, e mesmo as dificuldades de financiamento (...) apenas deverão surgir em meados da década de 30 (...)» Saborosa proclamação proferida pelo actual ministro Vieira da Silva na Assembleia da República, em 11 de Julho de 2002 - como pode ser confirmado, p.ex., nesta página. - (C. Medina Ribeiro) (url) 28.11.06
(url) CAÇA E RECOLECÇÃO 2 Lá longe, há muito tempo, numa galáxia distante, Camilo escrevia assim...
(Recortes de um folhetim de Camilo de 1858, encontrados dentro de um maço de escrituras de terrenos. Clique sobre a imagem para a aumentar.) (url) (url)
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 28 de Novembro de 2006 O melhor que se pode dizer da série mais recente dos Prós e Contras é verificar que alguns dos mais importantes debates sobre a nossa vida pública só aconteceram ali. Várias coisas se conjugam para os debates terem sido um sucesso: em primeiro lugar, a escolha dos interlocutores certos, seja pelos seus lugares, seja pelo seu saber, seja pela frontalidade com que exprimem a sua opinião. E depois, porque há tempo, esse bem precioso para deixar que a racionalidade, mesmo envolvida ne emotividade e no empenho, se desenvolva. Foi o caso do debate de ontem sobre o ensino superior: estando-se atento percebia-se tudo, percebia-se todo um grupo de fracturas, essencialmente políticas no sentido de envolverem políticas, que nunca antes tinham estado presentes no debate público, a começar pelo sítio onde já podiam e deviam ter sido discutidas como é o caso do Parlamento. Houve momentos decisivos, como quando Mariano Gago, numa rara intervenção emotiva, falou como nenhum ministro até hoje tinha falado da resistência da nossa universidade à inovação e competição, o seu desdém pela formação académica no estrangeiro, o seu corporativismo no favorecimento de carreiras interiores, sem avaliação e competição, o bloqueio à investigação. Para combater estes males percebe-se que Mariano Gago actua ao modo jacobino, centraliza e manda, como dava para ver pelas queixas dos reitores a propósito da forma como foram feitos os acordos com o MIT. Mas há que reconhecer que o ministro ao usar uma linguagem dura e directa foi mortífero para os seus críticos. Isso não significa que muitas das críticas feitas à actual política governamental não devam ser ouvidas com muita atenção porque elas revelam riscos reais e erros, mas foram quase sempre feitas a partir de uma posição encurralada, defensiva, de quem perante a enorme tempestade que lhe caiu em casa descobrisse que não cuidou dela como devia. Ser preciso que seja um debate televisivo a mostrar as fracturas de interesses e posições institucionais numa área central das políticas públicas, mostra o desfasamento dos partidos da oposição, em particular o PSD, do conhecimento de realidades para além do poder local, da macroeconomia, da justiça, da política institucional. Áreas inteiras da acção pública, como a cultura, a educação, a universidade, a investigação, só são entendidas pelas notícias da comunicação social e não por um conhecimento interior, permanente, atento e cuidado, o que exige que se fale com quem sabe e estude os problemas. Como seriam diferentes os debates políticos e parlamentares, sobre questões como os acordos com o MIT ou o subfinanciamento das universidades, se se soubesse mais e melhor... * Prós e Contras/Ensino Superior- sindicatos excluídos & etc. João Cunha Serra, da Fenprof/Ensino Superior escreve que "os sindicatos foram excluídos do debate dos Prós e Contras de ontem (segunda-feira), na RTP, sobre o Futuro de Ensino Superior – os reitores não representam os docentes e o Prof. Moniz Pereira apenas se representa a si próprio". Aqui fica registado. * Até agora, em vários noticiários, a RTP tem gasto bem o dinheiro de todos nós na sua cobertura da viagem do Papa à Turquia. Os seus jornalistas no local têm procurado informar-se com correcção, têm visitado os locais certos com os comentários certos, feito entrevistas elucidativas mesmo quando são entrevistas de rua, têm evitado generalizações superficiais e politizadas, em suma, um caso exemplar de utilização dos recursos públicos para fazer bom jornalismo. (url) EARLY MORNING BLOGS
916 - Mobilier scolaire L'école était charmante au temps des hannetons, Quand, par la vitre ouverte aux brises printanières, Pénétraient, nous parlant d'écoles buissonnières Et mettant la folie en nos jeunes cerveaux, Des cris d'oiseaux dans les senteurs des foins nouveaux ; Alors, pour laid qu'il fût, certes ! il savait nous plaire Notre cher mobilier si pauvrement scolaire. A grands coups de canif, travaillant au travers Du vieux bois poussiéreux et tout rongé des vers, Nous creusions en tous sens des cavernes suspectes, Où logeaient, surveillés par nous, des tas d'insectes : Le noir rhinocéros, qui porte des fardeaux, Le taupin, clown doué d'un ressort dans le dos, Le lucane sournois, mais aimable du reste, Le charançon, vêtu d'or vert, et le bupreste... J'oubliais l'hydrophile avec le gribouri. (Paul Arène) * Bom dia! (url) (url) 27.11.06
CAÇA E RECOLECÇÃO (Telegrama de Baldur von Schirach, dirigente da Juventude Hitleriana) Não é todas as semanas que, na actividade habitual de caça e recolecção se volta com presas como autógrafos de Sidónio Paes, Bernardino Machado, Rei D. Luís, Teófilo Braga, Cardeal Cerejeira, folhetins originais de Camilo, correspondência de Brito Camacho, Egas Moniz e Júlio Dantas, núcleos documentais sobre as comemorações do centenário de Alexandre Herculano, reparações da guerra de 1914-18, movimentos de leigos ligados à Igreja em Angola, manuscritos e originais relativos ao MUD, panfletos clandestinos do PCP, CGT, republicanos, FPLN, etc., etc. Este etc. é grande porque ainda não vi tudo com olhos de ver, distraído com o que já entrevi. Um núcleo documental é particularmente interessante. Oriundo de Virgílio Canas Martins (1909-1973), professor de agronomia, que esteve como bolseiro na Alemanha na segunda metade da década de trinta e que foi representante da Mocidade Portuguesa junto da Juventude Hitleriana. Numa primeira análise, não só a série de correspondência entre Canas Martins, a MP em Lisboa e a Juventude Hitleriana é uma fonte decisiva para o estudo dessas relações, como são muito interessantes alguns documentos em anexo, relacionados com o seu trabalho em instituições científicas alemãs, ligadas à genética e à biologia, na altura bem pouco pacíficas. Há semanas assim, em que a fada madrinha de quem quer salvar papéis velhos, nos coloca a mão em cima, ou a varinha, ou seja lá o que for. (url) RETRATOS DO TRABALHO EM SANTA CRUZ DE TENERIFE, ILHAS CANÁRIAS, ESPANHA Enviamos uma foto da fabulosa "Artesania", feira internacional do artesanato que abriu ontem à tarde em Santa Cruz de Tenerife. Entre os 300 representantes, escolhemos este latoeiro que, orgulhosamente, nos dizia "adoro a globalização, com ela tenho a oportunidade de promover o meu trabalho junto de Portugueses como vocês ou junto dos Ingleses que acabaram de me pagar 50 euros por peça" (António Marques) Etiquetas: trabalho - retratos (url)
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 27 de Novembro de 2006 Será interessante acompanhar o nascimento, evolução (e, se se mantiver a tendência do passado, a morte por inanição) de blogues políticos que, pelos seus meios profissionais, se percebe terem financiamentos próprios cuja origem é desconhecida. É um fenómeno novo que mostra a importância crescente da blogosfera e do qual não vem nenhum mal, se existir um pouco mais de transparência. No fundo, trata-se de política pura e dura e não de qualquer actividade amadora e lúdica pelo que saber quem paga é relevante. Relevante e instrutivo. * Chega ao Natal e começa a troca de presentes na blogosfera na forma muito portuguesa do fishing for cumpliments . É um costume do "respeitinho" lá fora, é um costume do "respeitinho" cá dentro. Todos nomeiam na esperança de serem nomeados. Dá uma lei da blogosfera. * A ler os elementos sobre o "andar", para cima, para baixo, para o lado e... para a frente da blogosfera portuguesa nas sínteses cronológicas anuais da Memória Virtual. Etiquetas: blogosfera (url) EARLY MORNING BLOGS 915 - Ordem social, hierarquia e progresso The greatest length or breadth of a full grown inhabitant of Flatland may be estimated at about eleven of your inches. Twelve inches may be regarded as a maximum. Our Women are Straight Lines. Our Soldiers and Lowest Class of Workmen are Triangles with two equal sides, each about eleven inches long, and a base or third side so short (often not exceeding half an inch) that they form at their vertices a very sharp and formidable angle. Indeed when their bases are of the most degraded type (not more than the eighth part of an inch in size), they can hardly be distinguished from Straight lines or Women; so extremely pointed are their vertices. With us, as with you, these Triangles are distinguished from others by being called Isosceles; and by this name I shall refer to them in the following pages. Our Middle Class consists of Equilateral or Equal-Sided Triangles. Our Professional Men and Gentlemen are Squares (to which class I myself belong) and Five-Sided Figures or Pentagons. Next above these come the Nobility, of whom there are several degrees, beginning at Six-Sided Figures, or Hexagons, and from thence rising in the number of their sides till they receive the honourable title of Polygonal, or many-Sided. Finally when the number of the sides becomes so numerous, and the sides themselve so small, that the figure cannot be distinguished from a circle, he is included in the Circular or Priestly order; and this is the highest class of all. It is a Law of Nature with us that a male child shall have one more side than his father, so that each generation shall rise (as a rule) one step in the scale of development and nobility. Thus the son of a Square is a Pentagon; the son of a Pentagon, a Hexagon; and so on. (Edwin A. Abbott, Flatland. A romance of many dimensions ) * Bom dia! (url) 26.11.06
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LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 26 de Novembro de 2006 "O notário não defende os interesses de uma parte: a sua função é a de conciliar todas as partes. " diz-se no texto. Tivessem eles notários... Tanta ignorância, tanta auto-ilusão, tanta confusão, tanta mistura de coisas muito diferentes (Staline e Hitler juntos com Churchill como se todos tivessem o mesmo papel no fomentar da guerra). Será que alguém explica à Ordem dos Notários e aos seus publicitários que este anúncio é uma pedrada à história, à política, ao bom senso, e ... aos notários? Notários e gente muito próxima de notários, não faltaram nem a Hitler, nem a Churchill, nem a Staline (à moda dele). Alguns deles foram excelentes executores do aparelho de extermínio do Holocausto, ao modelo do pacífico burocrata Eichmann. O anúncio é de facto despropositado e assenta em incorrecções de vária ordem. Não só pelas razões já apontadas, mas também pelo que me parece ser uma imprecisão na definição das funções notariais. A principal função do Notário é a de conferir fé pública a documentos. Ao Notário compete ainda informar as partes do alcance legal dos documentos que outorgam. * Anteontem, no Telejornal das 20h, o correspondente da RTP1, no Porto, informou-nos: «...estamos na preia-mar». Mas logo de seguida receando, porventura, que o vulgo não percebesse terminologia tão erudita, explicou: «... ou seja: na maré-baixa». (C. Medina Ribeiro) (url) (url) EARLY MORNING BLOGS 914 - To Autumn Season of mists and mellow fruitfulness, Close bosom-friend of the maturing sun; Conspiring with him how to load and bless With fruit the vines that round the thatch-eves run To bend with apples the moss'd cottage-trees, And fill all fruit with ripeness to the core; To swell the gourd, and plump the hazel shells With a sweet kernel; to set budding more, And still more, later flowers for the bees, Until they think warm days will never cease, For summer has o'er-brimm'd their clammy cells. Who hath not seen thee oft amid thy store? Sometimes whoever seeks abroad may find Thee sitting careless on a granary floor, Thy hair soft-lifted by the winnowing wind; Or on a half-reap'd furrow sound asleep, Drowsed with the fume of poppies, while thy hook Spares the next swath and all its twined flowers: And sometimes like a gleaner thou dost keep Steady thy laden head across a brook; Or by a cider-press, with patient look, Thou watchest the last oozings, hours by hours. Where are the songs of Spring? Ay, where are they? Think not of them, thou hast thy music too,-- While barred clouds bloom the soft-dying day, And touch the stubble-plains with rosy hue; Then in a wailful choir the small gnats mourn Among the river sallows, borne aloft Or sinking as the light wind lives or dies; And full-grown lambs loud bleat from hilly bourn; Hedge-crickets sing; and now with treble soft The redbreast whistles from a garden-croft, And gathering swallows twitter in the skies. (John Keats) * Bom dia! (url)
© José Pacheco Pereira
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