ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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31.8.11
(url) 30.8.11
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (140): TUDO TÃO PREVÍSIVEL, TUDO TÃO EVIDENTE, TUDO JÁ COZINHADO. E A COMISSÃO? A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. Publicados na Sábado no início deste mês e reproduzido no Abrupto a 13 de Agosto estes "Sinais": Se o caminho for vender um canal e manter uma RTP com um canal de informações público (o que interessa ao poder político) em sinal aberto, um dos sinais vai ser uma qualquer “reestruturação” que implique que, em vésperas da “privatização”, o governo injectará mais dinheiro na RTP. Não se compreende que, se há assim tanto interesse privado no canal a vender, os custos da operação de compra sejam minimizados pelo escasso dinheiro dos nossos impostos. No Público de hoje : O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, declarou hoje que o Estado irá pagar em antecipação cerca de 225 milhões de euros da dívida da RTP em 2012.
E já que estamos em "sinais", aposto dobrado contra singelo que a "grande aposta da empresa para o futuro mais imediato passará a ser, segundo o ministro, a RTP Internacional", é mais uma cortina de fumo. Para além do contra-senso desta "grande aposta", eu olharia com mais atenção os canais de informação. E já agora, ninguém se demite da Comissão que é suposto estar a estudar estas coisas para "aconselhar" o governo? (url) HOJE DE NOVO
(url) EARLY MORNING BLOGS 2094 - Fall Fall, falling, fallen. That's the way the season Changes its tense in the long-haired maples That dot the road; the veiny hand-shaped leaves Redden on their branches (in a fiery competition With the final remaining cardinals) and then Begin to sidle and float through the air, at last Settling into colorful layers carpeting the ground. At twilight the light, too, is layered in the trees In a season of odd, dusky congruences—a scarlet tanager And the odor of burning leaves, a golden retriever Loping down the center of a wide street and the sun Setting behind smoke-filled trees in the distance, A gap opening up in the treetops and a bruised cloud Blamelessly filling the space with purples. Everything Changes and moves in the split second between summer's Sprawling past and winter's hard revision, one moment Pulling out of the station according to schedule, Another moment arriving on the next platform. It Happens almost like clockwork: the leaves drift away From their branches and gather slowly at our feet, Sliding over our ankles, and the season begins moving Around us even as its colorful weather moves us, Even as it pulls us into its dusty, twilit pockets. And every year there is a brief, startling moment When we pause in the middle of a long walk home and Suddenly feel something invisible and weightless Touching our shoulders, sweeping down from the air: It is the autumn wind pressing against our bodies; It is the changing light of fall falling on us. (Edward Hirsch) (url) 29.8.11
EARLY MORNING BLOGS 2093 - Books How you loved to read in the snow and when your face turned to water from the internal heat combined with the heavy crystals or maybe it was reversus you went half-blind and your eyelashes turned to ice the time you walked through swirls with dirty tears not far from the rat-filled river or really a mile away—or two—in what you came to call the Aristotle room in a small hole outside the Carnegie library. (Gerald Stern) (url) 28.8.11
HOJE DE NOVO
(url) COISAS DA SÁBADO: POBREZA Nas nossas televisões pensa-se que a pobreza, é representada pelas famílias da pequena burguesia que, de chinelos e calções, ao sol algarvio, dizem que antes iam mais ao restaurante e hoje vão menos, antes ficavam quinze dias de férias, hoje só dez. Essas famílias estão a perder muito do seu status social, e, num certo sentido, a empobrecer, na presunção de que o que dizem é verdade porque o “politicamente correcto” diante de uma câmara de televisão é fortíssimo. Mas são tudo menos pobres: têm férias, o que significa que tem trabalho; podem deslocar-se de automóvel trezentos quilómetros pelo menos, o que significa que tem automóvel e dinheiro para gasolina; estão num hotel, apartamento, andar, casa alugados, o que significa que tem dinheiro para o pagar. E pelos vistos, não tinham e ainda não tem o hábito de cozinhar em casa, porque isso “não é férias”, em particular para a mulher do casal. Podem começar a ter dificuldades, mas não são pobres. Os pobres são “porcos, feios e maus”, velhos, mal tratados, e habitam em pseudo-casas onde um alguidar está ao lado do fogão, e há sempre roupa suja numa pilha. Não são bonitos nem televisivos nem estão no Algarve, na grande transumância nacional de Agosto. E as senhoras jornalistas, que o sexismo das estações atira para as reportagens “sociais”, não acham muito agradável ir ao bairro, ou ao prédio degradado, ou a Setúbal, ou ao Cerco do Porto, a não ser que haja qualquer cena de pancadaria com a polícia para relatar. (url) EARLY MORNING BLOGS 2093 - To the Film Industry in Crisis Not you, lean quarterlies and swarthy periodicals with your studious incursions toward the pomposity of ants, nor you, experimental theatre in which Emotive Fruition is wedding Poetic Insight perpetually, nor you, promenading Grand Opera, obvious as an ear (though you are close to my heart), but you, Motion Picture Industry, it's you I love! In times of crisis, we must all decide again and again whom we love. And give credit where it's due: not to my starched nurse, who taught me how to be bad and not bad rather than good (and has lately availed herself of this information), not to the Catholic Church which is at best an oversolemn introduction to cosmic entertainment, not to the American Legion, which hates everybody, but to you, glorious Silver Screen, tragic Technicolor, amorous Cinemascope, stretching Vistavision and startling Stereophonic Sound, with all your heavenly dimensions and reverberations and iconoclasms! To Richard Barthelmess as the "tol'able" boy barefoot and in pants, Jeanette MacDonald of the flaming hair and lips and long, long neck, Sue Carroll as she sits for eternity on the damaged fender of a car and smiles, Ginger Rogers with her pageboy bob like a sausage on her shuffling shoulders, peach-melba-voiced Fred Astaire of the feet, Eric von Stroheim, the seducer of mountain-climbers' gasping spouses, the Tarzans, each and every one of you (I cannot bring myself to prefer Johnny Weissmuller to Lex Barker, I cannot!), Mae West in a furry sled, her bordello radiance and bland remarks, Rudolph Valentino of the moon, its crushing passions, and moonlike, too, the gentle Norma Shearer, Miriam Hopkins dropping her champagne glass off Joel McCrea's yacht, and crying into the dappled sea, Clark Gable rescuing Gene Tierney from Russia and Allan Jones rescuing Kitty Carlisle from Harpo Marx, Cornel Wilde coughing blood on the piano keys while Merle Oberon berates, Marilyn Monroe in her little spike heels reeling through Niagara Falls, Joseph Cotten puzzling and Orson Welles puzzled and Dolores del Rio eating orchids for lunch and breaking mirrors, Gloria Swanson reclining, and Jean Harlow reclining and wiggling, and Alice Faye reclining and wiggling and singing, Myrna Loy being calm and wise, William Powell in his stunning urbanity, Elizabeth Taylor blossoming, yes, to you and to all you others, the great, the near-great, the featured, the extras who pass quickly and return in dreams saying your one or two lines, my love! Long may you illumine space with your marvellous appearances, delays and enunciations, and may the money of the world glitteringly cover you as you rest after a long day under the kleig lights with your faces in packs for our edification, the way the clouds come often at night but the heavens operate on the star system. It is a divine precedent you perpetuate! Roll on, reels of celluloid, as the great earth rolls on! (Frank O'Hara) (url) 27.8.11
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (139): RECADOS A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. A comunicação social está sempre a dizer que não passa "recados", que não é um pé de microfone. E no entanto, jornais, rádios e televisões estão cheios todos os dias de "recados", operações várias, mensagens que interessam ao emissor, ajustes de contas, fugas, tudo convenientemente preparado pelos "especialistas" de serviço e "passado" sem ruído, limpo, claro e manipulador. Aqui está um exemplo do Expresso de hoje. Se a frase fosse dita por um interlocutor governamental, Passos Coelho, ou Relvas, e citada com o autor, muito bem. Assim anónima e sem atribuição é um típico "recado", uma mensagem que se quer transmitir e que recebe um título por prémio. (url) (url) 26.8.11
COISAS DA SÁBADO: PARA QUE SERVE A COMISSÃO DESTINADA A DEFINIR O SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO? Vou ter, como o engenheiro Álvaro de Campos, “um gesto largo, liberal e moscovita” e dar como resposta a esta pergunta: depende da própria Comissão. Na verdade, tendo sido constituída no contexto em que foi e quando já se sabia o que o governo pretende fazer da RTP (e já agora por que é que ninguém fala dos "canais" da antiga RDP?) , sabendo-se dos compromissos já assumidos, às claras ou na obscuridade, tudo indica que essa comissão aceitou “comissionar” sem efectiva liberdade. Ou seja, se eu não for liberal nem moscovita, a resposta é: a Comissão não serve para nada, ou pior, serve de caução a uma decisão que já estava tomada antes e que vai ajudar a assinar de cruz. A razão por que ainda permaneço “liberal e moscovita” é porque tenho em conta as posições públicas de alguns dos seus membros que são frontalmente contrárias ao destino que o governo quer dar à RTP. E esse destino começa a perceber-se: vender a RTP1 a um comprador já conhecido, fechar meia dúzia de ademanes secundários do gigantesco grupo e ficar com um canal noticioso, provavelmente a RTPN, para usar como canal oficioso do governo, considerando que a “informação” é que é o “serviço público”. É quase a mesma coisa que José Manuel Fernandes-director do Público entender que seria bom o estado possuir o Diário de Notícias para garantir que haja “jornalismo de serviço público”. Por isso, para mim, a chave da questão está em saber se a Comissão justifica que exista qualquer razão de interesse público para o estado ter um órgão de comunicação social televisivo, pago pelos nossos impostos e com um director nomeado por Miguel Relvas. Tudo o resto é palha. (url) (url) (url) 22.8.11
EARLY MORNING BLOGS 2090 - Concord Hymn By the rude bridge that arched the flood, Their flag to April's breeze unfurled, Here once the embattled farmers stood, And fired the shot heard round the world, The foe long since in silence slept, Alike the Conqueror silent sleeps, And Time the ruined bridge has swept Down the dark stream which seaward creeps. On this green bank, by this soft stream, We set to-day a votive stone, That memory may their deed redeem, When like our sires our sons are gone. Spirit! who made those freemen dare To die, or leave their children free, Bid time and nature gently spare The shaft we raise to them and Thee. (Ralph Waldo Emerson) (url) 21.8.11
COISAS DA SÁBADO: ARDEM OS PRÉDIOS E AS CABEÇAS No primeiro dia dos incidentes em Londres, antes de se formar a vaga maciça de repúdio pelos seus autores, – também, meus amigos, em si mesma um “movimento social” –, uma menina da televisão portuguesa falava da “indignação” da “população” londrina contra os cortes nos programas sociais, em particular para a ocupação dos jovens, motivo tido como próximo dos tumultos. Durante os dias seguintes, a mesma jornalista manteve um tom próximo do inicial, oferecendo-nos aquilo que podia bem ser a visão do Bloco de Esquerda britânico (existe e são trotsquistas) resistindo mesmo a um mínimo bom senso nos relatos que fazia. Depois, mudou, com a onda, mas percebia-se que o seu entusiasmo esmorecera. Pelos vistos a “população” que se tinha “indignado” contra a polícia, dedicava-se a roubar plasmas e telemóveis. Deveria estar mais atenta aos trabalhistas britânicos, cujos deputados eleitos nos bairros onde começaram os tumultos foram dos primeiros a condenar violentamente o que se estava a passar e a pedir punição exemplar. Eles sabiam muito bem o que é que os seus eleitores pobres, étnicos, trabalhadores, pensavam da “população” que tanto entusiasmava a jornalista. (url) (url) (url) 20.8.11
COISAS DA SÁBADO: UM MONUMENTO À HIPOCRISIA OCIDENTAL: OS AVIÕES DA OTAN NÃO VOARÃO SOBRE DAMASCO Com as forças da OTAN do lado dos revoltosos, que recebem hoje todos os apoios necessários, consultores no terreno, armas, logística, suporte diplomático, tudo isto complementado pela melhor força aérea do mundo, é natural que a queda de Kadhafi seja uma questão de tempo. Não deixará saudades, mas o modo como foi derrubado, – por uma decisão política de regime change europeia –, permanecerá como um monumento à hipocrisia ocidental. Basta ler o texto da resolução das Nações Unidas para saber que a intervenção da OTAN vai muito para além dos termos internacionalmente acordados. Basta compreender o terreno para se perceber que, diferentemente do que aconteceu em muitos países árabes, não há uma insurreição vagamente democrática, mas uma guerra civil tribal. Basta olhar para a indiferença com que a comunidade internacional actua com a Síria, para se perceber que se se estiver noutra geografia, e noutra geopolítica, pode-se “atacar o seu próprio povo”, de forma violenta, continuada, sangrenta, muito mais sangrenta do que Kadafi fez antes da intervenção ocidental, sem nenhumas consequências. Os aviões da OTAN não voarão sobre Damasco. (url) (url) EARLY MORNING BLOGS 2088 "The money powers prey upon the nation in times of peace and conspire against it in times of adversity. It is more despotic than a monarchy, more insolent than autocracy, and more selfish than bureaucracy. It denounces as public enemies, all who question its methods or throw light upon its crimes. I have two great enemies, the Southern Army in front of me and the Bankers in the rear. Of the two, the one at my rear is my greatest foe.. corporations have been enthroned and an era of corruption in high places will follow, and the money powers of the country will endeavor to prolong its reign by working upon the prejudices of the people until the wealth is aggregated in the hands of a few, and the Republic is destroyed." (Abraham Lincoln) (url) 19.8.11
(url) (url) 17.8.11
NATIONS GROWN CORRUPT (2) O mal destes hábitos de frequentar os antigos, é ser-se dado à analogia. A UE está hoje muito parecida com a Liga de Delos, a união das cidades gregas do Egeu contra os persas, tendo como hegemon Atenas. No início, enquanto havia um inimigo comum, a Liga teve um papel fundamental em garantir a "liberdade" (era esse mesmo o termo usado) dos gregos, depois foi-se pouco a pouco tornando num instrumento imperial de Atenas. Quando Thasos pretendeu manter o controlo das minas que estavam no seu território, o novo poder imperial usou os recursos militares da Liga para impor a ordem, entregar as minas a Atenas, destruir as muralhas da polis e impor submissão e tributo a Atenas. Foi uma clara manifestação da mudança de carácter da Liga de Delos e, convém lembrar aos desprevenidos, um dos primeiros sinais de que vinha aí uma grande guerra, a Guerra do Peloponeso, e a decadência dos gregos. (url) NATIONS GROWN CORRUPT Os versos de Milton aqui em baixo não estão lá por acaso. Aliás nada está aqui por acaso. Estão aqui porque uma nação que não se sente humilhada e ofendida pela cena da conferência de imprensa Sarkozy - Merkel sobre o "governo económico da Europa" que abre os noticiários nos últimos dias e já começou a receber palmas dos europeístas por convicção (uma minoria) e dos europeístas por necessidade (hoje uma enorme maioria), está profundamente corrompida. Tudo nessa conferência, é mau: o tom, com Sarkozy balbuciando umas coisas que parece notoriamente não conhecer bem, e Merkel ameaçando Portugal e a Grécia; e o conteúdo, um diktat de dois países da União com um anúncio de medidas à margem de qualquer dos tratados que regem a União Europeia. Dizem o que vão fazer os dois, criam uma instituição (uma a mais que não vem nos Tratados), nomeiam o seu presidente e fazem imposições constitucionais a todos os membros da União. Bastava esta última imposição, que atinge o coração da soberania dos estados membros, para percebermos que já não há União, mas uma Europa servil a amos mais fortes. O que está em causa, tenho-o dito, é a soberania. Estas imposições constitucionais já não atingem somente a soberania, mas também a liberdade. É que a autonomia constitucional, na sua raiz parlamentar, está no cerne da liberdade dos povos. (url) (url) 16.8.11
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (138): ONDE É QUE JÁ OUVIMOS ISTO? A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. Uma típica fórmula usada quando alguma coisa não corre bem, corre mal, ou não corre como devia (repare-se que eu não digo quando alguma coisa é errada, embora também se aplique) é dizer que isso se deve a um "erro de comunicação". É uma típica fórmula escapatória, e muito, muito situacionista. Diz-nos que tudo está bem em si, só falhou a encenação, a coreografia. (url) (url) (url) 15.8.11
HOJE DE NOVO
(url) POEIRA: UMA MORTE Hoje, há mil duzentos e trinta e oito anos, em Roncevaux, o conde Rolando, ferido de morte, descarrega a sua fúria sobre uma pedra cinzenta: Ço sent Rollant la veúe ad perdue*; Met sei sur piez, quanqu'il poet, s'esvertuet; En sun visage sa culur ad perdue.Dedevant lui ad une perre byse: .X. colps i fiert par doel e par rancune. Cruist li acers, ne freint, [ne] n'esgruignet. «E!» dist li quens, «sainte Marie, aiue! E! Durendal, bone, si mare fustes! Quant jo mei perd, de vos n'en ai mais cure. Tantes batailles en camp en ai vencues. E tantes teres larges escumbatues, Que Carles tient, ki la barbe ad canue! Ne vos ait hume ki pur altre fuiet! Mult bon vassal vos ad lung tens tenue: Jamais n'ert tel en France l'asolue.» Rollant ferit el perrun de sardónie. Cruist li acers, ne briset ne n'esgrunie. Quant il ço vit que n'en pout mie freindre, A sei meïsme la cumencet a pleindre: «E! Durendal, cum es bele, e clere, e blanche! Cuntre soleill si luises e reflambes! Carles esteit es vals de Moriane, Quant Deus del cel li mandat par sun a[n]gle, Qu'il te dunast a un cunte cataignie: Dunc la me ceinst li gentilz reis, li magnes. Jo l'en cunquis Namon e Bretaigne, Si l'en cunquis e Peitou e le Maine; Jo l'en cunquis Normendie la franche, Si l'en cunquis Provence e Equitaigne E Lumbardie e trestute (r)Romaine; Jo l'en cunquis Baiver e tute Flandres, E Burguigne e trestute Puillanie, Costentinnoble, dunt il out la fiance, E en Saisonie fait il ço, qu'il demandet; Jo l'en cunquis e Escoce e Vales Islonde, E Engletere, que il teneit sa cambre; Cunquis l'en ai païs e teres tantes, Que Carles tient, ki ad la barbe blanche. Pur ceste espee ai dulor e pesance: Mielz voeill murir qu'entre paiens remaigne. Deus! Perre, n'en laise(i)t hunir France!» Rollant ferit en une perre bise, Plus en abat que jo ne vos sai dire. L'espee cruist, ne fruisset, ne ne brise, Cuntre ciel amunt est resortie. Quant veit li quens que ne la freindrat mie, Mult dulcement la pleinst a sei meïsme: «E! Durendal, cum es bele e seintisme! En l'oriet punt asez i ad reliques: La dent seint Perre e del sanc seint Basilie, E des chevels mun seignor seint Denise, Del vestement i ad seinte Marie. Il nen est dreiz que paiens te baillisent; De chrestiens devrez estre servie. Ne vos ait hume ki facet cuardie! Mult larges teres de vus avrai cunquises, Que Carles les tent, ki la barbe ad flurie. E li empereres en est ber e riches.» Ço sent Rollant que la mort le tresprent, Devers la teste sur le quer li descent. Desuz un pin i est alet curant, Sur l'erbe verte s'i est culcet adenz, Desuz lui met s'espee e l'olifan (en sumet); Turnat sa teste vers la paiene gent; Pur ço l'at fait que il voelt veirement Que Carles diet e trestute sa gent, Li gentilz quens, qu'il fut mort cunquerant. Cleimet sa culpe e menut e suvent; Pur ses pecchez Deu (recleimet) en puroffrid lo guant. . Ço sent Rollant de sun tens n'i ad plus. Devers Espaigne est en un pui agut; A l'une main si ad sun piz batud: «Deus, meie culpe vers les tues vertuz De mes pecchez, des granz e des menuz Que jo ai fait des l'ure que nez fui Tresqu'a cest jur que ci sui consoüt!» Sun destre guant en ad vers Deu tendut: Angles del ciel i descendent a lui. Li quens Rollant se jut desuz un pin; Envers Espaigne en ad turnet sun vis. De plusurs choses a remembrer li prist: De tantes teres cum li bers conquist, De dulce France, des humes de sun lign, De Carlemagne, sun seignor, kil nurrit. Ne poet muer n'en plurt e ne suspirt. Mais lui meïsme ne volt mettre en ubli, Cleimet sa culpe, si priet Deu mercit: «Veire Patene, ki unkes ne mentis, Seint Lazaron de mort resurrexis, E Daniel des leons guaresis, Guaris de mei l'anme de tuz perilz Pur les pecchez que en ma vie fis!» Sun destre guant a Deu en puroffrit; Seint Gabriel de sa main l'ad pris. Desur sun braz teneit le chef enclin; Juntes ses mains est alet a sa fin. Deus tramist sun angle Cherubin, E seint Michel del Peril; Ensembl'od els sent Gabriel i vint. L'anme del cunte portent en pareïs. O arcanjo sabia o que fazia. A Europa não será muçulmana. (*) Texto em francês moderno: Alors, Roland sent qu'il perd la vue, Il se relève, il fait autant d'efforts qu'il le peut ; La couleur de son visage s'en est allée. Devant lui il y a une pierre grise : Il frappe dix grands coups pleins de colère et de rage. L'acier grince, il ne se rompt pas, il ne s'ébrèche même pas. « Eh ! dit le Comte, Sainte Marie, aide-moi ! Eh ! Durendale, ma bonne, un tel malheur n'est jamais arrivé ! Maintenant que je vous quitte, j'ai bien des soucis à me faire pour vous. J'ai remporté tant de batailles d'homme à homme avec vous, J'ai combattu et remporté tant de grandes terres, Que Charles possède, lui qui a la barbe chenue. Que jamais un homme qui fuit devant son ennemi ne vous tienne ! C'est un fort bon vassal qui vous a portée pendant tout ce temps, Il n'y en aura plus jamais de tel dans notre libre France. » Roland frappe sur la pierre grise : L'acier grince, il ne se brise pas, il ne s'ébrèche pas. Quand le Comte voit qu'il ne peut pas fendre son arme , Il commence à se lamenter en lui-même : « Eh ! Durendale, que tu es claire et blanche ! Le soleil brille sur toi et se reflète ! Charles était dans la vallée de Morienne Quand Dieu du ciel lui envoya son ange lui demander De te donner à un Comte valeureux : Donc ce noble roi, ce grand roi, me l'a mise au côté. Avec elle je lui ai conquis l'Anjou et la Bretagne, Je lui ai conquis le Poitou et le Maine, Avec elle je lui ai conquis la libre Normandie, Je lui ai conquis la Provence et l'Aquitaine Et la Lombardie et toute la Romagne ; Avec elle je lui ai conquis la Bavière et toutes les Flandres, Et la Bulgarie et toute la Pologne, Constantinople, dont il a reçu le respect, Et la Saxe, où il fait selon sa volonté. Avec elle je lui ai conquis l'Écosse et l'Irlande, Et l'Angleterre, où il avait son domaine. J'en ai tant conquis pour lui de ces royaumes et de ces terres, Pour Charles qui en est maître et qui porte barbe blanche. Pour cette épée j'ai le coeur lourd, j'ai de la peine, Je préférerais mourir plutôt que de la laisser entre des mains païennes ! Dieu le père, ne laissez pas la France dans une telle honte ! » Roland frappe sur une pierre grise. Il frappe plus de coups que je ne saurais vous dire. L'épée grince, mais elle ne se tord pas, elle ne se brise pas, Elle rebondit vers le ciel. Quand il voit qu'il n'arrivera pas à la fendre, Roland se lamente doucement en lui-même : « Eh ! Durendale, comme tu es belle et très sainte ! Dans ton pommeau d'or il y a maintes reliques : Une dent de Saint Pierre et du sang de Saint Basile, Et des cheveux de Monseigneur Saint Denis, Et un morceau du vêtement de Sainte Marie. Il n'est pas convenable que des païens te possèdent : C'est par des chrétiens que vous devez être servie. Que jamais l'homme qui vous tient ne soit un couard ! J'aurai, grâce à vous, conquis beaucoup de vastes terres Que Charles possède, lui qui a la barbe fleurie, Et l'empereur en est puissant et riche. » Alors Roland sent que la mort le travaille, Qu'elle lui descend de la tête jusque dans le corps. Il a couru jusque sous un pin, Il se couche sur l'herbe verte, face contre terre, Dessous lui il met son épée et son olifant. Il tourne le visage vers la gent païenne. Il fait cela car il veut surtout Que Charles dise, ainsi que tous ses gens : « Le noble Comte est mort en conquérant. » Il se frappe la poitrine, à petits coups, plusieurs fois. Pour demander le pardon de ses péchés il tend son gant vers Dieu. Alors Roland sent que son temps est terminé. Il est là, sur un sommet pointu, qui regarde vers l'Espagne. Il se frappe la poitrine d'une main : « Dieu, pardonne-moi, au nom de tes vertus, Pour mes péchés, les grands et les petits, Tous ceux que j'ai commis depuis l'heure de ma naissance Jusqu'à ce jour où je suis ainsi frappé ! » Il tend son gant droit vers Dieu. Les anges du ciel descendent à lui. Le comte Roland est allongé sous un pin. Il a tourné le visage vers l'Espagne. Le souvenir de maintes choses lui vient, De tant de terres qu'il a vaillamment prises, De sa douce France, des hommes de son lignage, De Charles, son seigneur, qui l'a nourri. Roland ne peut manquer de pleurer, de soupirer, Mais il ne veut pas oublier sa propre personne. Il se frappe la poitrine, il demande pitié à Dieu : « Vrai Père, toi qui jamais n'a menti, Et qui as rappelé Saint Lazare de la mort, Et qui as protégé Daniel des lions, Préserve mon âme de tous les dangers, Malgré les péchés que j'ai pu commettre au cours de ma vie ! » Il a offert son gant droit à Dieu ; Saint Gabriel l'a pris par la main. Roland incline la tête sur son bras ; Il part à sa fin les mains jointes. Dieu lui envoie son ange chérubin, Et Saint Michel du Péril de la Mer ; Et Saint Gabriel vient se joindre à eux. Ils emportent l'âme du comte au paradis. (url)
© José Pacheco Pereira
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