ABRUPTO

26.8.11


COISAS DA SÁBADO
PARA QUE SERVE A COMISSÃO DESTINADA A DEFINIR O SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO?

Vou ter, como o engenheiro Álvaro de Campos, “um gesto largo, liberal e moscovita” e dar como resposta a esta pergunta: depende da própria Comissão. Na verdade, tendo sido constituída no contexto em que foi e quando já se sabia o que o governo pretende fazer da RTP (e já agora por que é que ninguém fala dos "canais" da antiga  RDP?) , sabendo-se dos compromissos já assumidos, às claras ou na obscuridade, tudo indica que essa comissão aceitou “comissionar” sem efectiva liberdade. Ou seja, se eu não for liberal nem moscovita, a resposta é: a Comissão não serve para nada, ou pior, serve de caução a uma decisão que já estava tomada antes e que vai ajudar a assinar de cruz. A razão por que ainda permaneço “liberal e moscovita” é porque tenho em conta as posições públicas de alguns dos seus membros que são frontalmente contrárias ao destino que o governo quer dar à RTP. E esse destino começa a perceber-se: vender a RTP1 a um comprador já conhecido, fechar meia dúzia de ademanes secundários do gigantesco grupo e ficar com um canal noticioso, provavelmente a RTPN, para usar como canal oficioso do governo, considerando que a “informação” é que é o “serviço público”. É quase a mesma coisa que José Manuel Fernandes-director do Público entender que seria bom o estado possuir o Diário de Notícias  para garantir que haja “jornalismo de serviço público”. 

Por isso, para mim, a chave da questão está em saber se a Comissão justifica que exista qualquer razão de interesse público para o estado ter um órgão de comunicação social televisivo, pago pelos nossos impostos e com um director nomeado por Miguel Relvas. Tudo o resto é palha.

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© José Pacheco Pereira
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