ABRUPTO

30.8.11


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (140):   
TUDO TÃO PREVÍSIVEL, TUDO TÃO EVIDENTE, TUDO  JÁ COZINHADO.
E A COMISSÃO?

A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Publicados na Sábado no início deste mês e reproduzido no Abrupto a 13 de Agosto estes "Sinais":
Se o caminho for vender um canal e manter uma RTP com um canal de informações público (o que interessa ao poder político) em sinal aberto, um dos sinais vai ser uma qualquer “reestruturação” que implique que, em vésperas da “privatização”, o governo injectará mais dinheiro na RTP. Não se compreende que, se há assim tanto interesse privado no canal a vender, os custos da operação de compra sejam minimizados pelo escasso dinheiro dos nossos impostos. 
No Público de hoje : O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, declarou hoje que o Estado irá pagar em antecipação cerca de 225 milhões de euros da dívida da RTP em 2012.

Segundo Miguel Relvas, ouvido esta manhã na Comissão de Ética, Cidadania e Comunicação, o pagamento antecipado da dívida da RTP resulta de renegociações de empréstimos e sucede depois de, já neste ano, as finanças públicas terem adquirido o arquivo da empresa por 150 milhões. “Devemos, ou não, ter a responsabilidade de iniciar a reestruturação da empresa? Eu não tenho dúvidas nenhumas”, declarou, frisando que não se deve estar “agarrado a visões do passado”.

Esta manhã, o ministro apresentou algumas das medidas com que pretende reestruturar a empresa. Entre elas está a reestruturação dos canais regionais que, segundo o ministro, custam demasiado – 24,7 milhões de euros – e que deverão começar a emitir apenas quatro horas diárias, entre as 19h00 e as 23h00.

Segundo Miguel Relvas, são gastos 11,7 milhões de euros por ano na RTP Madeira e 13 milhões de euros na televisão açoriana, valor que não se justifica até porque os habitantes locais têm acesso às outras antenas da RTP “como os portugueses do continente”.

A grande aposta da empresa para o futuro mais imediato passará a ser, segundo o ministro, a RTP Internacional. “Queremos que a RTP Internacional seja a TV Portugal”, disse o governante. Actualmente decorrem estudos para criar uma nova assinatura e imagem para o canal, que, sustentou Miguel Relvas, deve contar com o “envolvimento dos operadores privados” para mostrar um “Portugal afirmativo” ao estrangeiro.
E já que estamos em "sinais", aposto dobrado contra singelo  que a  "grande aposta da empresa para o futuro mais imediato passará a ser, segundo o ministro, a RTP Internacional", é mais uma cortina de fumo. Para além do contra-senso desta "grande aposta", eu olharia com mais atenção os canais de informação.

E já agora, ninguém se demite da Comissão que é suposto estar a estudar estas coisas para "aconselhar" o governo?

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© José Pacheco Pereira
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