ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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29.1.11
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20:08
(JPP)
COISAS DA SÁBADO: A HISTÓRIA DOS CARTÕES DE ELEITORES É GRAVE (1) É tanto mais grave quanto a desresponsabilização é ostensiva e quase insultuosa. Pela primeira vez desde que há democracia as eleições correram mal, muito mal. Não podemos saber exactamente quantos eleitores deixaram de votar, mas podemos saber que o “problema” do número do eleitor atingiu dezenas de milhares de pessoas, a julgar apenas pelas mais de 20.000 que telefonaram num pequeno período de tempo de uma hora para saberem onde deviam votar, o motivo dado para o colapso do sistema informático e telefónico do MAI. (2) A verdade é que não só tudo correu mal, como é grave que tal aconteça em eleições em que se temia muita abstenção. E o modo como os serviços dependentes do MAI trataram as pessoas ainda é pior. O modo como alguns eleitores de idade e condição social para nunca terem usado um computador, foram corridos com desprezo – o “senhor vá à Net procurar” – é indigno de uma democracia. E se fossem e-educados, também não lhes serviria de muito, porque os sistemas tinham ido abaixo. (3) É suposto que tenha existido uma carta, mas não conheço ninguém que a tenha recebido (eu tenho cartão único, o meu cartão de eleitor antigo foi destruído junto com outros cartões quando o recebi, e também não recebi carta nenhuma). Vi aliás notícias contraditórias sobre a existência da carta. Vi também, quando tudo já corria mal por todo o lado, a CNE vir dizer que estava tudo bem e que, se algo não corria bem, a culpa é dos eleitores que não usavam o SIMPLEX, assim tendo mais trabalho e mais burocracia… E, no dia seguinte, vi o desplante dos responsáveis do MAI virem dizer que não tinham culpa nenhuma e iria haver um inquérito. Não, assim não, esta é uma responsabilidade que não pode ficar abafada, e quando as desculpas começam no Ministro, as culpas começam também aí. (url) ![]()
20:00
(JPP)
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18:33
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HOJE DE NOVO
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09:34
(JPP)
COISAS DA SÁBADO: A DERROTA DO BLOCO DE ESQUERDA
![]() Na verdade, o Bloco de Esquerda fez tudo errado. Não teve presença própria na campanha, nem apresentou candidato, numa altura em que o voto estava particularmente solto, e a mera sombra da sua existência na candidatura de Alegre, afastou eleitores a grande velocidade. E, como tem mau perder, “ganhou” e pôs-se de forcado diante do touro do dia seguinte. (url) ![]()
09:31
(JPP)
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09:27
(JPP)
(url) 28.1.11
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10:23
(JPP)
COISAS DA SÁBADO: O PEQUENO MILAGRE
Foi perfeita a campanha eleitoral de Cavaco Silva, ou mesmo a sua participação pessoal na campanha? Não foi. Porém o que conseguiu nestes tempos difíceis para qualquer político, e por isso também para ele, foi um capital único que ninguém tem na vida pública portuguesa, uma forte legitimidade pessoal para o exercício das suas funções. Ainda bem, o Presidente bem vai necessitar dessa autoridade acrescida, e o país também. E ter um ou dois por cento a mais ou a menos, é bem pouca coisa para o pequeno milagre de ter conseguido mais de metade dos votos dos portugueses numa altura destas. Pensando bem, em tempos de fúria contra os políticos, Cavaco Silva permanece desejado, muito desejado. E, por isso, bem podem maçar-se, destilar fúria e nojo, irritação e fastio, que o homem aí está para valer. (url) ![]()
10:20
(JPP)
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09:28
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COISAS DA SÁBADO: MAS QUE HORROR, QUE MAÇADA, QUE FASTIO, QUE NOJO, QUE IRRITAÇÃO, QUE FÚRIA, AQUELE HOMEM GANHOU AS ELEIÇÕES! ![]() (Continua.) (url) ![]()
09:22
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EARLY MORNING BLOGS 1956 - The New Poetry Handbook 1 If a man understands a poem, he shall have troubles. 2 If a man lives with a poem, he shall die lonely. 3 If a man lives with two poems, he shall be unfaithful to one. 4 If a man conceives of a poem, he shall have one less child. 5 If a man conceives of two poems, he shall have two children less. 6 If a man wears a crown on his head as he writes, he shall be found out. 7 If a man wears no crown on his head as he writes, he shall deceive no one but himself. 8 If a man gets angry at a poem, he shall be scorned by men. 9 If a man continues to be angry at a poem, he shall be scorned by women. 10 If a man publicly denounces poetry, his shoes will fill with urine. 11 If a man gives up poetry for power, he shall have lots of power. 12 If a man brags about his poems, he shall be loved by fools. 13 If a man brags about his poems and loves fools, he shall write no more. 14 If a man craves attention because of his poems, he shall be like a jackass in moonlight. 15 If a man writes a poem and praises the poem of a fellow, he shall have a beautiful mistress. 16 If a man writes a poem and praises the poem of a fellow overly, he shall drive his mistress away. 17 If a man claims the poem of another, his heart shall double in size. 18 If a man lets his poems go naked, he shall fear death. 19 If a man fears death, he shall be saved by his poems. 20 If a man does not fear death, he may or may not be saved by his poems. 21 If a man finishes a poem, he shall bathe in the blank wake of his passion and be kissed by white paper. (Mark Strand) (url) 27.1.11
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09:49
(JPP)
HOJE DE NOVO
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09:21
(JPP)
(url) 26.1.11
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10:32
(JPP)
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (126) : AO QUE LEVA O ÓDIO A JARDIM A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração. E, nalguns casos, de respiração assistida. Este título "Jardim nunca teve tantos votos como Coelho" num texto de Rosa Pedroso de Lima no Expresso online merecia um prémio ou de incompetência ou de desinformação, pela sua evidente sugestão de falsidade. É verdade que Jardim nunca teve tantos votos como Coelho pela simples razão que Coelho concorreu num universo de votos nacionais e Jardim apenas nos votos regionais da Madeira. O pior de tudo é que a jornalista anota a diferença de passagem, mas todo o artigo se baseia em comparações impossíveis de fazer com seriedade e que se destinam a "justificar" a falsidade do título. *
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10:16
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08:53
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EARLY MORNING BLOGS 1954 -The Unknown Citizen He was found by the Bureau of Statistics to be One against whom there was no official complaint, And all the reports on his conduct agree That, in the modern sense of an old-fashioned word, he was a saint, For in everything he did he served the Greater Community. Except for the War till the day he retired He worked in a factory and never got fired, But satisfied his employers, Fudge Motors Inc. Yet he wasn't a scab or odd in his views, For his Union reports that he paid his dues, (Our report on his Union shows it was sound) And our Social Psychology workers found That he was popular with his mates and liked a drink. The Press are convinced that he bought a paper every day And that his reactions to advertisements were normal in every way. Policies taken out in his name prove that he was fully insured, And his Health-card shows he was once in a hospital but left it cured. Both Producers Research and High-Grade Living declare He was fully sensible to the advantages of the Instalment Plan And had everything necessary to the Modern Man, A phonograph, a radio, a car and a frigidaire. Our researchers into Public Opinion are content That he held the proper opinions for the time of year; When there was peace, he was for peace: when there was war, he went. He was married and added five children to the population, Which our Eugenist says was the right number for a parent of his generation. And our teachers report that he never interfered with their education. Was he free? Was he happy? The question is absurd: Had anything been wrong, we should certainly have heard. (Auden) (url) 25.1.11
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11:16
(JPP)
O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES GRAVE (em continuação daqui.) Foi profundamente divulgado nos jornais,TV e blogues o caso de dificuldade de acesso ao numero de eleitor. Eu enviei um Email ao MAI indicando que, caso não recebesse o numero em tempo útil, iria apresentar queixa ao Tribunal Constitucional por impedimento de exercer o meu direito de votar. Cerca de 5 minutos depois recebi o numero. No entanto, poucos estão familiarizados com os meandros informáticos. Eu vi filas muito longas na escola Delfim dos Santos, em S Domingos de Benfica/Lisboa. Pessoas idosas aguentaram o frio cortante que se fez e não houve tumulto nenhum: esta atitude revela um civismo muito invulgar pelo mundo fora, que deve ser salientado e motivo de orgulho. Passados 2 dias, a unica reacção foi ... informar que vai ser realizado um inquérito! Em todas as noites eleitorais os políticos manifestam preocupação pela abstenção. A incompetência e a mera produção de um relatório destinado a amarelecer num armário qualquer são um enorme contributo para essa mesma abstenção. Peco que exiga no Parlamento ao responsável máximo (ministro da Adm Interna ou o próprio primeiro-ministro) apresentar de forma simples e clara um pedido de desculpas. Ja' se viu a incompetência e a ma'-educação grassam. Ao menos, respeitem as pessoas idosas que sofreram desnecessariamente para poder exercer um dos direitos sagrados das sociedades livres e evoluídas. ---Crespo (url) ![]()
10:08
(JPP)
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10:03
(JPP)
EARLY MORNING BLOGS 1953 - When Earth's Last Picture Is Painted When Earth's last picture is painted And the tubes are twisted and dried When the oldest colors have faded And the youngest critic has died We shall rest, and faith, we shall need it Lie down for an aeon or two 'Till the Master of all good workmen Shall put us to work anew And those that were good shall be happy They'll sit in a golden chair They'll splash at a ten league canvas With brushes of comet's hair They'll find real saints to draw from Magdalene, Peter, and Paul They'll work for an age at a sitting And never be tired at all. And only the Master shall praise us. And only the Master shall blame. And no one will work for the money. No one will work for the fame. But each for the joy of the working, And each, in his separate star, Will draw the thing as he sees it. For the God of things as they are! (Rudyard Kipling) (url) 24.1.11
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23:39
(JPP)
DO QUE FALAMOS, QUANDO FALAMOS DE "CRISE DO REGIME" Tornou-se muito comum falar de "crise de regime", ou de "crise do sistema", em ambos os casos frases dotadas de muita ambiguidade, mas que a sensação de fim dos tempos torna cada vez mais comuns. De que é que falamos, quando falamos de "crise do regime"? Há várias hipóteses. Falamos de crise da democracia? Sim e não. Falamos de crise da democracia enquanto regime, no sentido em que esta pode vir a ser substituída por uma ditadura pessoal ou um regime autoritário? E existe um perigo real e imediato de isso acontecer? Parece-me pouco provável que seja esse o sentido, tanto mais que não se antevê qualquer movimentação que possa impulsionar um ditador, partido ou movimento, e não se vê qual seja o putativo ditador. Se formos ao século XX, nenhum ditador chegou de surpresa e quer Mussolini, Hitler, Primo de Rivera ou Salazar "fizeram-se" durante um período de tempo considerável e a sua ascensão podia ser detectada com antecedência. Mesmo na América Latina, homens como Péron, Batista, ou Pinochet não apareceram ao dobrar da esquina e quando apareceram emanaram de instituições, como as forças armadas, com tradição putschista conhecida. Mesmo no caso de Pinochet, ele emergiu num contexto próximo de uma guerra civil, e se o homem podia ter sido uma surpresa, o comportamento da instituição militar já o é menos. Na verdade, em Portugal, quando se fala de "crise do regime", a última coisa que se imagina é um golpe militar (de que emanou o civil Salazar, e quase todos os ditadores latino-americanos), o que a actual atitude civilista das forças armadas afasta de todo. No Portugal de 2011, mesmo no meio de uma grave crise económica e social, é implausível ver uma ameaça de golpe de Estado por parte das forças armadas. Então, em que sentido se pode falar de crise de democracia entendida como a "crise de regime"? Pode-se falar de crise das instituições democráticas, de per se, aqui já com muita mais razão de ser. Na verdade, o sistema de poder constitucional, quer a Presidência, o Governo, o Parlamento e os tribunais encontram-se numa enorme crise, quer do ponto de vista da sua legitimação, quer do ponto de vista da representatividade, no caso dos órgãos eleitos. Se deixarmos de lado a Presidência, a instituição menos atingida por esta crise, quer o Governo, quer o Parlamento, quer os tribunais conhecem uma crise com factores comuns, embora com raízes distintas. Essa crise é grave e é essa crise que justifica que se fale de "crise de regime". Os tribunais, o sistema de justiça, não é percebido pela esmagadora maioria dos cidadãos como garantia de justiça. É entendido como mais uma burocracia do Estado que não funciona bem, ou melhor, que funciona muito mal, e onde os cidadãos não recorrem para se fazer justiça, nem confiam como instrumentos do Estado de direito. Bem pelo contrário, consideram-no um obstáculo à existência dessa mesma justiça, e juízes, magistrados do Ministério Público e advogados aparecem como uma burocracia hostil, muitas vezes perigosa e corrupta, incapaz de perseguir os criminosos e que usa os seus privilégios para perseguir os fracos e proteger os ricos. O funcionamento da justiça, lento, ineficaz, muitas vezes incompetente e discricionário, corporativo, é a prova dos nove para esta percepção pública, que tem vindo a agravar-se de forma exponencial nos últimos anos. O jogo de culpas e ambições entre juízes, magistrados, advogados e políticos, cada um usando sindicatos, órgãos de Estado, ordens, e fazendo uma utilização intensa da comunicação social, ainda mais agrava esta percepção, que encontra na realidade de todos os dias muitos casos para se consolidar. O Governo aparece como uma entidade igualmente hostil, mais ao serviço dos seus membros e dos partidos do que da governação do país. Ou é visto como uma sucessão de sinecuras entregues por cunha, favor ou dinheiro, ou como um lugar onde se não manda nada, e nada se faz. A crescente incompetência de ministros e secretários de Estado, a preponderância de gabinetes e assessores envolvidos numa teia obscura de negociações e interesses e que não é escrutinada pelo voto, dá do poder executivo a pior das imagens e, infelizmente, a imagem não está longe da realidade. A suicidária criação de sucessivos órgãos de "peritos" e "sumidades" que, não indo a votos, se pronunciam sobre a governação, tudo isto ainda esfarela mais o poder executivo, tornando-o mais um centro de gestão de interesses desirmanados do que um órgão coerente de poder. Com medo dos jornais do dia seguinte, vivendo de manobras mediáticas, para que são mobilizadas agências de comunicação e recursos vultuosos em publicidade, a governação tornou-se uma arte de "aparecer" mais do que de fazer, praticada por políticos fracos, muitas vezes incompetentes, produzidos pela fábrica partidária, ou trazidos por adorno das universidades e dos grupos económicos, actuando num limbo onde a crise económica e financeira faz desaparecer qualquer dinheiro e onde o que existe se esvai num mar de areia que parece sugar recursos sem resultados. Nos últimos anos, mesmo sentada em cima de milhares de milhões de euros, pedidos emprestados ou vindos da Europa, a governação parece (e é) mais uma sucessão de anúncios publicitários do que de realizações. É por isso que, quando se pergunta quem manda em Portugal, a resposta seja um banqueiro "do regime" e não um governante. O Parlamento, e a representação que ele deveria garantir, é visto como um corpo inútil, igualmente corrupto, e cujas despesas são sempre entendidas como sumptuárias e desnecessárias. Se se perguntasse aos portugueses se deveria haver Parlamento, ou se pelo contrário bastava existir um governo de técnicos, legitimados apenas pelo seu presumido saber, duvido muito que a resposta pudesse ser outra não fosse "não", não é preciso um Parlamento. Nenhuma instituição mostra mais a "crise do regime", até porque o Parlamento é a instituição mais próxima do comum dos cidadãos, aquela que retrata melhor as forças e fraquezas da sociedade civil, mas também a única que em democracia representa a diferença de opiniões. Em períodos de "crise do regime", a diferença de opiniões tem pouco valor, e, na cultura "consensual" que 48 anos de ditadura deixaram em Portugal, muita gente pensa que um governo tecnocrático de "competentes" substituiria bem o Parlamento. Por detrás de muita da crise do Estado está o modo como os partidos políticos evoluíram nos últimos anos e o modo como "se movem" entre o poder local e o poder nacional. Nos grandes partidos políticos de poder, PS e PSD, o aparelhismo é hoje a regra do poder e os partidos "viraram-se ao contrário", ou seja, funcionam para dentro, geram poder apenas dentro, constituem uma barreira para qualquer mecanismo de representação que venha da sociedade para o Estado, sem o mediar pelos interesses dos seus membros do aparelho. O tráfico de influências e lugares, o nepotismo, mesmo já com uma componente familiar, o rígido controlo burocrático, a criação de carreiras profissionalizadas no poder interno, a corrupção, tudo isto faz com que os partidos políticos sejam hoje o lugar que mais justifica a ideia de "uma crise de regime". Resumindo e concluindo: se quisesse identificar os três mais importantes factores da "crise de regime" em Portugal, eles seriam a crise da justiça, a crise da representação (partidos e Parlamento) e a crescente subordinação do poder político ao poder económico, com fragilização acentuada do poder executivo. Não custa compreender como tudo isto encaixa perfeitamente no pano de fundo de uma comunicação social muito superficial e dominada pelo espectáculo e que produza um surto crescente de populismo. Já não falta muito para se exigir que os "políticos" tenham que usar uma estrela amarela na roupa para serem identificados como os pestíferos que são. Então a "crise do regime" estará claramente instalada como crise da democracia. (Versão do Público de 22 de Janeiro de 2011.) (url) ![]()
12:50
(JPP)
HOJE DE NOVO
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09:20
(JPP)
EARLY MORNING BLOGS 1952 - A Clock stopped A Clock stopped— Not the Mantel's— Geneva's farthest skill Can't put the puppet bowing— That just now dangled still— An awe came on the Trinket! The Figures hunched, with pain— Then quivered out of Decimals— Into Degreeless Noon— It will not stir for Doctors— This Pendulum of snow— This Shopman importunes it— While cool—concernless No— Nods from the Gilded pointers— Nods from the Seconds slim— Decades of Arrogance between The Dial life— And Him— (Emily Dickinson) (url) 23.1.11
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15:07
(JPP)
GRAVE Grave é o que se esta a passar um pouco por todo o país em que muitos eleitores não conseguem votar devido a incompetência do governo, que não previu os efeitos práticos das mudanças com o número de eleitor nos novos documentos de identidade. Esta situação vai manchar estas eleições. E é pura e simplesmente fugir à responsabilidade dizerem que se pode ir a Net (experimentem) telefonar (experimentem) e usar o sms (experimentem).Há eleitores idosos perplexos quando os mandam para a Net e outros a saírem furiosos das mesas de voto sem votarem. E a CNE diz que nada de grave se esta a passar...
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* A minha mulher dirigiu-se ao local de voto dos últimos 20 anos. Encontrou uma fila enorme para as pessoas perceberem onde iam votar por causa dos cartões do cidadão. Havia um (repito, um) funcionário a dar informações. Nas salas de votos, as habituais quatro ou cinco pessoas sem nada para fazer. Uma vergonha. Mas pior, a informação que o dito funcionário dava não era onde as pessoas deviam deslocar-se, mas sim que o local de voto não era ali. Ouvida a mesma, a minha mulher veio embora e, sem saber onde se dirigir, começou uma pequena saga. Site do STAPE, da CNE, do Governo, do recenseamento e nada. Envio de sms para o número fornecido e nada. Chamada para o número fornecido e nada. Plano B: consulta no site da internet relativo à nossa junta de freguesia para ve se havia alguma informação, mas não. Plano C: procurar aí mesmo se existiam informações antigas em eleições antigas. Sorte: os locais de voto estavam indicados no âmbito das eleições europeias de 2009. Assim sendo, existiam três locais possíveis. Arriscámos o maior. Sorte, era lá. Pura sorte, no entanto. E isso fomos nós, pessoas com acesso a informação, informadas, com meios e capacidade para reagir. Mas pergunto-me sobre as milhares e milhares de situações idênticas em que todas essas milhares de pessoas ficaram coarctadas nesse seu direito soberano, afinal o direito que define a própria democracia. Existirão responsáveis? Duvido, até porque o efeito da abstenção não servirá de bode expiatório para os resultados finais e só em caso contrário se tentariam explicações. Rui Esperança É de justiça dizer que o problema com o n.º de eleitor foi resolvido, na Assembleia de Voto onde votei (uma freguesia da Amadora), com a brevidade possível e a mobilização dos presentes: Votei faz agora 1 hora, e, de facto, na minha freguesia, Lamaçães, concelho de Braga, onde só existem 3 secções de voto, as secções não tinham fila para votar, mas encontravam-se cerca de 10 pessoas no balcão de informações da Junta, com o cartão de cidadão na mão, por isso, suponho que estivessem a ter problemas sobre o local onde votam.
Idalina Mendes É, de facto, muito grave pois a data das eleições foi marcada só há três meses (11 Outubro 2010)! *
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06:43
(JPP)
EARLY MORNING BLOGS 1951- Political Poem Luxury, then, is a way of being ignorant, comfortably An approach to the open market of least information. Where theories can thrive, under heavy tarpaulins without being cracked by ideas. (I have not seen the earth for years and think now possibly “dirt” is negative, positive, but clearly social. I cannot plant a seed, cannot recognize the root with clearer dent than indifference. Though I eat and shit as a natural man ( Getting up from the desk to secure a turkey sandwich and answer the phone: the poem undone undone by my station, by my station, and the bad words of Newark.) Raised up to the breech, we seek to fill for this crumbling century. The darkness of love, in whose sweating memory all error is forced. Undone by the logic of any specific death. (Old gentlemen who still follow fires, tho are quieter and less punctual. It is a polite truth we are left with. Who are you? What are you saying? Something to be dealt with, as easily. The noxious game of reason, saying, “No, No, you cannot feel,” like my dead lecturer lamenting thru gipsies his fast suicide. (Amiri Baraka / LeRoi Jones) (url) 22.1.11
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09:44
(JPP)
HOJE DE NOVO
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09:13
(JPP)
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09:10
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EARLY MORNING BLOGS 1950 - Prodigy I grew up bent over a chessboard. I loved the word endgame. All my cousins looked worried. It was a small house near a Roman graveyard. Planes and tanks shook its windowpanes. A retired professor of astronomy taught me how to play. That must have been in 1944. In the set we were using, the paint had almost chipped off the black pieces. The white King was missing and had to be substituted for. I’m told but do not believe that that summer I witnessed men hung from telephone poles. I remember my mother blindfolding me a lot. She had a way of tucking my head suddenly under her overcoat. In chess, too, the professor told me, the masters play blindfolded, the great ones on several boards at the same time. (Charles Simic) (url) 21.1.11
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22:13
(JPP)
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09:44
(JPP)
COISAS DA SÁBADO: O GOVERNO POR DETRÁS DA CAMPANHA CONTRA CAVACO
Como já disse várias vezes, o pseudo-blogue “Câmara Corporativa” é um produto directo dos círculos mais próximos da governação à volta do Primeiro-ministro e pago com os nossos impostos. A sua função é conhecida pelo menos nos seus aspectos mais grosseiros (produção e distribuição de argumentário, campanhas de ataque pessoal aos inimigos do PM, etc.) . Os aspectos mais subtis e “negros” são da ordem da desinformação profissionalizada e essa está para além do attention span habitual nos meios dos blogues e do jornalismo. Mas o que de lá vem é sempre revelador, apoiado por uma base de dados também profissional e material informativo e fotográfico muito para além do que está acessível na Internet. E pelos boys anónimos da Câmara Corporativa se percebe muito bem como a campanha do BPN contra Cavaco não veio de Alegre, mas directamente do governo e de Sócrates. Eles sabem que Cavaco vai ganhar as eleições, não querem saber de Alegre para nada, mas querem um Cavaco fragilizado no seu segundo mandato presidencial. Percebe-se muito bem porquê. (url) ![]()
09:37
(JPP)
EARLY MORNING BLOGS 1949 - Odysseus to Telemachus My dear Telemachus, The Trojan War is over now; I don't recall who won it. The Greeks, no doubt, for only they would leave so many dead so far from their own homeland. But still, my homeward way has proved too long. While we were wasting time there, old Poseidon, it almost seems, stretched and extended space. I don't know where I am or what this place can be. It would appear some filthy island, with bushes, buildings, and great grunting pigs. A garden choked with weeds; some queen or other. Grass and huge stones . . . Telemachus, my son! To a wanderer the faces of all islands resemble one another. And the mind trips, numbering waves; eyes, sore from sea horizons, run; and the flesh of water stuffs the ears. I can't remember how the war came out; even how old you are--I can't remember. Grow up, then, my Telemachus, grow strong. Only the gods know if we'll see each other again. You've long since ceased to be that babe before whom I reined in the plowing bullocks. Had it not been for Palamedes' trick we two would still be living in one household. But maybe he was right; away from me you are quite safe from all Oedipal passions, (Joseph Brodsky) (url)
© José Pacheco Pereira
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