ABRUPTO

4.10.08


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES: "MAGALHÃES" (4)


(Primeira; segunda, terceira parte.)

(...) concordo inteiramente com a sua opinião de que temos neste momento uma comunicação social seguidista a um nível quase "Américo Thomaz". Como sou da área informática, segui ainda com mais interesse o seu debate na televisão e as suas posições sobre o Magalhães, e as contribuições dos leitores. Há uma em especial muito reveladora, a de Nuno Ferreira.

Gostava de dar mais uma contribuição, sobre um aspecto pouco abordado, e que se relaciona com a visita de Steve Balmer, Presidente da Microsoft, e que teve direito a uma recepção de gala a celebrar a Parceria com a Microsoft para o Magalhães, do tipo "Deus está connosco".

O facto é que o Magalhães, na sua versão portuguesa, é um sistema duplo, com Windows e com o sistema operativo Linux Caixa Mágica [1], como aliás se pode ouvir no vídeo disponível no site do Plano tecnológico [2]

Contudo a empresa portuguesa Caixa Mágica não teve direito a televisões e contrato assinado com o Primeiro Ministro. Parece que temos vergonha das pequenas empresas nacionais. Nem a JP Sá Couto teve este tratamento. Será que para fingir que o governo nada tem a ver com a empresa?

Outro facto que foi escamoteado, é a de que ao contrário do que se pretendeu fazer crer, a Microsoft não tem nada a ver com a exportação dos Magalhães... A primeira, a de 1 milhão de computadores para a Venezuela, não inclui um único programa da Microsoft - não tem Windows, não tem MS Office. Os computadores a serem vendidos para a Venezuela serão equipados únicamente [3] [4] com o sistema operativo Linux Canaíma [5]

Donde Steve Balmer foi o convidado errado. O governo português deveria antes ter agradecido a Linus Torvalds, criador do sistema operativo Linux [6]

Talvez a razão seja a onda de protocolos assinada entre o governo português e a Microsoft [7], que ignora concursos públicos, que faz tábua rasa da impracialidade que o estado deveria ter, e que está a fortalecer ainda mais em Portugal o monopólio de uma única empresa no sector do software, em vez de promover a pequena mas crescente indústria nacional de software [8]. É históricamente sabido que sistemas únicos de pensamento conduzem à estagnação, e que só sistemas concorrenciais vibrantes levam ao desenvolvimento. Creio firmemente que a nível tecnológico estamos a seguir caminho errado em Portugal.

Paulo Costa

[1] http://www2.caixamagica.pt/pag/f_notc00.php?id=213
[2] http://www.planotecnologico.pt/
[3] http://www.portatilmagalhaes.com/mundo/magalhaes-o-portatil-portugues-que-aguenta-bombardeamentos/#more-55
[4] http://www.portatilmagalhaes.com/mundo/venezuela-vai-mesmo-importar-o-magalhaes/
[5] http://canaima.softwarelibre.gob.ve:8080/canaima_cms
[6] https://netfiles.uiuc.edu/rhasan/linux
[7] http://www.microsoft.com/portugal/presspass/press/2008/out08/10-02ms_gov_mou.mspx
[8] http://www.esop.pt

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]