ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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28.2.14
MAIS UMA VEZ, MEUS AMIGOS, O TEMPO NÃO ESTICA...
...pelo que vos peço paciência para as
respostas atrasadas, pouco atempadas e, às vezes, ultrapassadas na
oportunidade, a muitas solicitações, pedidos de intervenções,
conferências, debates, apresentações, etc. que mereceriam
certamente aceitação e resposta rápida. O mesmo se passa com o correio,
um mal histórico por estes lados, que deixa muitas vezes por responder
as mensagens que mais exigiam resposta. De facto, o tempo não estica...
(url) 17.2.14
A ABJECÇÃO DAS PRAXES
Ver NOTA
É-me pessoalmente repugnante o espectáculo que se
pode ver nas imediações das escolas universitárias e um pouco por todo o
lado nas cidades que têm população escolar, de cortejos de jovens
pastoreados por um ou dois mais velhos, vestidos de padres, ou seja, de
“traje académico”, em posturas de submissão, ou fazendo todo o género de
humilhações em público, não se sabe muito bem em nome de quê.
Há índios com pinturas de
guerra, meninas a arrastarem-se pelo chão, gente vestida de orelhas de
burro, prostrações, derrame de líquidos obscuros pela cabeça abaixo, e
uma miríade de signos sexuais, e gestos de carácter escatológico ou
coprológico, que mostram bem a fixação dos rituais da praxe numa idade
erótica que o dr. Freud descreveu muito bem.
Talvez pelas alegrias
de ser vexado, o objectivo do coma alcoólico é muito desejado e o mais
depressa possível. De um modo geral está quase tudo em adiantado estado
de embriaguez, arrastando-se ao fim do dia pelos sítios mais
improváveis, bebendo aquelas bebidas como os shots que são o
atestado de que não se sabe beber, um álcool forte seja ele qual for,
absinto, vodka ou cachaça e um licor ou sumo ultradoce para ajudar a
engolir. Os nomes dos shots, do popular “esperma” ao “orgasmo”,
passando pelo B-52, “bomba atómica”, "vulcão”, “bomba”, “Singapura”,
“broche”, “inferno”, “chupa no grelo”, "Kalashnikov”, “levanta-mortos”
ao “vácuo” (muito apropriado), fazem parte da cultura estudantil da
Queima e da praxe. Por cima disso tudo, hectolitros de cerveja, a bebida
que o nosso diligente ministro da Economia conseguiu retirar da
proibição de servir bebidas alcoólicas a menores, um exemplo do que
valem as ligações políticas de um gestor no seu sucesso como
empreendedor.
A praxe mata, já tem matado, violado e agredido,
enquanto todos fecham os olhos, autoridades académicas, autoridades,
pais, famílias e outros jovens que aceitam participar na mesma abjecção.
Já nem sequer é preciso saber se os jovens que morreram na praia do
Meco morreram nalguma patetice da praxe, tanto mais que parece terem
andado a seguir uma colher de pau gigante, fazendo várias momices, uma
das quais pode ter-lhes custado a vida. Eu escreveria, como já escrevi
noutras alturas, o mesmo, houvesse ou não houvesse o caso do Meco.
(Aliás, é absurdo e insultuoso para a dignidade de quem morreu o
espectáculo de filmes de telemóvel e entrevistas que as televisões têm
passado, mas isso é outro rosário, da nossa estupidificação colectiva…)
Tenho
contra a praxe todos os preconceitos, chamemos-lhe assim, para não
estar a perder tempo, da minha geração. A praxe quando estava na
faculdade era vista como uma coisa de Coimbra, um pouco antiquada e
parola, de que, felizmente, no Porto e em Lisboa não havia tradição. No
Porto, onde estudava, havia um cortejo da Queima das Fitas e a
percentagem de estudantes vestidos de padres com capa e batina aumentava
por uma semana, mas durante o ano era raro ver tal vestimenta. A
situação era variável de escola para escola, mas a participação em
actividades ligadas com a praxe era quase nula. Aliás, qualquer ideia de
andar a “praxar” os estudantes do primeiro ano era tão exótica como a
aparição de um disco voador na Praça dos Leões. Infelizmente muitos anos
depois, apareceu uma verdadeira flotilha. Em Lisboa, muito menos, nada.
Depois, outro enxame de discos voadores com padres de capa e batina.
Quando se deu a crise em Coimbra em 1969, a contestação à praxe acentuou-se, embora algumas “autoridades” da praxe, como o dux veteranorum, tenham
apoiado a luta estudantil. Se em Coimbra a Queima das Fitas foi
contestada, porque violava o “luto académico”, no Porto, as tentativas
de a manter acabaram em cenas de pancadaria com grelados e fitados até
que progressivamente desaparecerem do mapa. Tornava-se então evidente
que o nascente conflito sobre a Queima no Porto se tinha tornado
politizado entre uma universidade que as autoridades da ditadura cada
vez menos controlavam e a tentativa de encontrar, por via da praxe, uma
forma de resistência ao movimento associativo e estudantil. As últimas
lutas mais importantes no Porto, como a contestação do Festival dos
Coros, com as suas prisões em massa, tinham colocado as praxes e a
Queima das Fitas do lado do regime e provocaram um longo ocaso das suas
manifestações. Até um dia.
Eu participei nessas escaramuças políticas, mas também culturais, e escrevi alguns panfletos, incluindo um, Queimar a Queima,
que circulou pelas três universidades em várias versões e edições. Mas,
na luta contra a praxe, tornava-se cada vez mais evidente já nessa
altura que estava em causa não apenas a conjuntura desses anos de brasa
estudantis, mas também uma recusa da visão lúdica e irresponsável da
juventude, e que, se se tratava de um rito de passagem, era para a
disciplina da ordem e da apatia política. Rallies, touradas,
bailes de gala, beija-mão ao bispo na bênção das pastas – tudo
acompanhado pelas autoridades académicas muito contentes com a
“irreverência” dos “seus” jovens, quando ela se manifestava naquelas
formas – eram muito mais uma introdução à disciplina do que o despertar
de qualquer consciência crítica. No fundo, o que se pretendia era que
houvesse uma “explosão” de inanidades, a que depois se seguiria a
disciplina da vida adulta, casamento, emprego, família e filhos, ordem
social e hierarquia.
Ao institucionalizar a obediência aos mais
absurdos comandos, a humilhação dos caloiros perante os veteranos, a
promessa era a do exercício futuro do mesmo poder de vexame, mostrando
como o único conteúdo da praxe é o da ordem e do respeito pela ordem,
assente na hierarquia do ano do curso. Mas quem respeita uma hierarquia
ao ponto da abjecção está a fazer o tirocínio para respeitar todas as
hierarquias. Se fores obediente e lamberes o chão, podes vir a mandar,
quando for a tua vez, e, nessa altura, podes escolher um chão ainda mais
sujo, do alto da tua colher de pau. És humilhado, mas depois
vingas-te.
Nos dias de hoje continua para mim evidente o papel
deste tipo de rituais na consolidação de uma vida essencialmente amorfa e
conservadora, desprovida de solidariedade e intervenção social e
política, subordinada a todos egoísmos e disponível para todas as
manipulações. Aliás, a evidente ausência do movimento associativo
estudantil da conflitualidade dos dias de hoje e a fácil proliferação
das “jotas” nessas estruturas, tanto mais eficaz quanto diminui a
participação dos estudantes em qualquer actividade que não seja lúdica
(numa recente eleição na Universidade do Porto para um universo de 32000
estudantes participaram 2000, em contraste com uma muito maior
mobilização dos professores num processo eleitoral do mesmo tipo),
acompanham a generalização da submissão à praxe. De facto, a praxe mata,
às vezes o corpo, mas sempre a cabeça.
NOTA:
(url) ACORDO ORTOGRÁFICO:ACABAR JÁ COM ESTE ERRO ANTES QUE FIQUE MUITO CARO
O acordo ortográfico é uma decisão política e como
tal deve ser tratado. Não é uma decisão técnica sobre a melhor forma de
escrever português, não é uma adaptação da língua escrita à língua
falada, não é uma melhoria que alguém exigisse do português escrito, não
é um instrumento de cultura e criação.
É um acto político falhado
na área da política externa, cujas consequências serão gravosas
principalmente para Portugal e para a sua identidade como casa-mãe da
língua portuguesa. Porque, o que mostra a história das vicissitudes de
um acordo que ninguém deseja, fora os governantes portugueses, é que
vamos ficar sozinhos a arcar com as consequências dele.
O acordo
vai a par do crescimento facilitista da ignorância, da destruição da
memória e da história, de que a ortografia é um elemento fundamental, a
que assistimos todos os dias. E como os nossos governantes, salvo raras
excepções, pensam em inglês “economês”, detestam as humanidades, e
gostam de modas simples e modernices, estão bem como estão e deixam as
coisas andar, sem saber nem convicção.
O mais espantoso é que muitos do que atacaram o “eduquês” imponham este português pidgin,
infantil e rudimentar, mais próximo da linguagem dos sms, e que nem
sequer serve para aquilo que as línguas de contacto servem, comunicar.
Ninguém que saiba escrever em português o quer usar, e é por isso que
quase todos os escritores de relevo da língua portuguesa, sejam
nacionais, brasileiros, angolanos ou moçambicanos, e muitas das
principais personalidades que têm intervenção pública por via da
escrita, se recusam a usá-lo. As notas de pé de página de jornais
explicando que, “por vontade do autor”, não se aplicam ao seu texto as
regras da nova ortografia são um bom atestado de como a escrita “viva”
se recusa a usar o acordo. E escritores, pensadores, cronistas,
jornalistas e outros recusam-no com uma veemência na negação que devia
obrigar a pensar e reconsiderar.
Se voltarmos ao lugar-comum em
que se transformou a frase pessoana de que a “minha pátria é a língua
portuguesa”, o acordo é um acto antipatriótico, de consequências nulas
no melhor dos casos para as boas intenções dos seus proponentes, e de
consequências negativas para a nossa cultura antiga, um dos poucos
esteios a que nos podemos agarrar no meio desta rasoira do saber, do
pensar, do falar e do escrever, que é o nosso quotidiano.
Aos
políticos que decidiram implementá-lo à força e “obrigar” tudo e todos
ao acordo, de Santana Lopes a Cavaco Silva, de Sócrates a Passos Coelho,
e aos linguistas e professores que os assessoraram, comportando-se como
tecnocratas – algo que também se pode ter do lado das humanidades,
normalmente com uma militância mais agressiva até porque menos
"técnicas" são as decisões –, há que lembrar a frase de Weber que sempre
defendi como devendo ser inscrita a fogo nas cabeças de todos os
políticos: a maioria das suas acções tem o resultado exactamente oposto
às intenções. O acordo ortográfico é um excelente exemplo, morto pelo
“ruído” do mundo. O acordo ortográfico nas suas intenções proclamadas
de servir para criar uma norma do português escrito, de Brasília a Díli,
passando por Lisboa pelo caminho, acabou por se tornar irritante nas
relações com a lusofonia, suscitando uma reacção ao paternalismo de
querer obrigar a escrita desses países a uma norma definida por alguns
linguistas e professores de Lisboa e Coimbra.
O problema é que
sobra para nós, os aplicantes solitários da ortografia do acordo. O
acordo, cuja validade na ordem jurídica nacional é contestável, que
nenhum outro país aprovou e vários explicitamente rejeitaram, só à força
vai poder ser aplicado. A notícia recente de que, nas provas – que
acabaram por não se realizar – para os professores contratados, um dos
elementos de avaliação era não cometerem erros de ortografia segundo a
norma do acordo mostra como ele só pode ser imposto por Diktat, como suprema forma de uma engenharia política que só o facto de não se querer dar o braço a torcer explica não ser mudado.
Porém, começa a haver um outro problema: os custos de insistirem no acordo. A inércia é cara e no caso do acordo todos os dias fica mais cara. A ideia dos seus defensores é criar um facto consumado o mais depressa possível. É esta a única força que joga a favor do acordo, a inércia que mantém as coisas como estão e que implica custos para o nosso défice educativo e cultural.
É o caso dos nossos editores de livros
escolares que começaram a produzir manuais conforme o acordo e que
naturalmente querem ser ressarcidos dos seus gastos. Mas ainda não é um
problema insuperável e, acima de tudo, não é um argumento. Passado um
período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica
vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com
as PPP e os contratos swaps, e muita da “má despesa”. Porque
será isso que o acordo será, se não se atalhar de imediato os seus
estragos no domínio cultural.
O erro, insisto, foi no domínio da
nossa política externa com os países de língua portuguesa, e esse erro é
hoje mais do que evidente: os brasileiros, em nome de cuja norma
ortográfica foram introduzidas muitas das alterações no português
escrito em Portugal, nunca mostraram qualquer entusiasmo com o acordo e
hoje encontram todos os pretextos para adiar a sua aplicação. No Brasil
já houve vozes suficientes e autorizadas para negar qualquer validade a
tal acordo e qualquer utilidade na sua aplicação. Os brasileiros que têm
um português dinâmico, capaz de absorver estrangeirismos e gerar
neologismos com pernas para andar muito depressa, sabem que o seu
“português” será o mais falado, mas têm a sensatez de não o considerar a
norma.
Nós aqui seguimos a luta perdida dos franceses para a sua
língua falada e escrita, também uma antiga língua imperial hoje em
decadência. Querem, usando o poder político e o Estado, manter uma norma
rígida para a sua língua para lhe dar uma dimensão mundial que já teve e
hoje não tem. Num combate insensato contra o facto de o inglês se ter
tornado a língua franca universal, legislam tudo e mais alguma coisa, no
limite do autoritarismo cultural, não só para protegerem as suas
“indústrias” culturais, como para “defender” o francês do Canadá ao
Taiti. Mas como duvido que alguém que queira obter resultados procure no
Google por “logiciel”, em vez de “software”, ou “ordinateur”, em vez de “computer”, este é um combate perdido.
Está
na hora de acabar com o acordo ortográfico de vez e voltarmos a nossa
atenção e escassos recursos para outros lados onde melhor se defende o
português, como por exemplo não deixar fechar cursos sobre cursos de
Português nalgumas das mais prestigiadas universidades do mundo, ter
disponível um corpo da literatura portuguesa em livro, incentivar a
criatividade em português ou de portugueses e promover a língua pela
qualidade dos seus falantes e das suas obras. Tenho dificuldade em
conceber que quem escreve aspeto – o quê? – em vez de aspecto, em
português de Portugal, o possa fazer.
(url) 7.2.14
MODUS OPERANDI
Um dos processos de investigação do crime é a análise do modus operandi, da assinatura involuntária ou voluntária que o criminoso deixa no local do crime. Isto permite não só elaborar um perfil mais detalhado do criminoso, como associar crimes que pareciam ter autores distintos, mas que tem a mesma mão por trás. É o caso.
MODUS OPERANDI: MUITA GENTE A FALAR AO MESMO TEMPO
Quando sai um número que pode ser interpretado como positivo, mesmo que muito fora do contexto, como aconteceu com a pequena baixa da percentagem de desemprego, há seis ministros e secretários de estado que vem todos falar no mesmo dia. Há um efeito multiplicador, quando os órgãos de comunicação social, em particular a televisão, passam uma atrás da outra a mesma declaração preparada pelos assessores de comunicação do governo. Gera-se assim uma impressão de unanimidade e indiscutibilidade, que a comunicação social acaba por repetir como um adquirido. Quando sai um número considerado negativo, como o facto de a dívida estar muito acima do que se previa e estava acordado com a troika, há um silêncio mortal. Assim, quem falar estará sempre solitário, parecendo remar contra a maré. A comunicação social pode dar-lhe voz, mas isola essa voz. É assim que se fazem as coisas,
MODUS OPERANDI: MÁ FÉ
O senhor A, funcionário público, pede a reforma em Janeiro de 2013. Consultou a secretaria da sua repartição e pediu uma simulação sobre quanto viria a receber de reforma. Já era muito menos do que esperava, mas tinha receio que se esperasse mais iria ainda ser menos. O senhor A pediu por isso a reforma nas condições a que tinha direito à data do seu pedido. Entretanto, o governo alterou as regras da reforma, tornando-a muito mais gravosa para as reformas futuras. E acrescentou, de soslaio, uma regra que diz que as reformas pedidas em 2013, se entretanto não estiverem ainda concedidas, o que depende apenas do processo burocrático, já se farão segundo as regras em vigor em 2014, ou 2015, ou 2016, dependendo da data em que o processo de reforma for concluído. O senhor A não vai por isso reformar-se nas condições em que pediu a reforma, mas nas condições na data em que esta for aprovada. Piores. Entretanto, como por milagre, as reformas conhecem um considerável atraso no seu processamento. É assim que se fazem as coisas.
MODUS OPERANDI: MIRÓ
1) Os quadros de Miró, nacionalizados junto com o BPN, “pertencem” ao Ministério das Finanças através da Parvalorem:
2) Esta, olhando para eles viu umas dezenas de milhões de euros para entrar no orçamento (se um dia olhar para os Jerónimos acaba por ver o mesmo):
3) Então contactou uma grande leiloeira internacional para os vender fora de Portugal;
4) No intervalo deve haver alguns intermediários, mas não se sabe quais;
5) Como os quadros de Miró não são para o Ministério das Finanças património cultural, mas o mesmo que barras de ouro, tirou-os de Portugal sem qualquer consulta, nem autorização das autoridades que pelo menos nominalmente deveriam ser consultadas e autorizar;
6) A tenebrosa oposição e os mal-intencionados suscitaram a questão da saída de património cultural para fora de Portugal;
7) Aos responsáveis governamentais do património deu-lhes um sobressalto de responsabilidade e da independência, que deve nortear a função pública, e vieram esclarecer que a saída das obras não tinha autorização, logo era ilegal;
8) Como acontece com quase tudo foi parar a tribunal, não porque exista qualquer “judicialização da política”, mas pura e simplesmente porque o governo actua muitas vezes de forma ilegal, tornando o recurso à justiça, a única forma de lhe por travão;
9) Mal se soube que os juízes iam decidir, o Ministério das Finanças fez o costume: ameaçou os juízes de que o cumprimento da lei custa uns milhões de euros, de indemnização à leiloeira e outros custos e por isso deve pactuar com qualquer ilegalidade;
10) O Tribunal aceitou um argumento burocrático e abstruso de que "não estamos perante uma decisão administrativa, mas sim um acto de gestão de uma sociedade anónima alheio ao uso de qualquer poder de autoridade pelo que não pode tal acto ser imputado à primeira entidade requerida, o Ministério das Finanças". Essa sociedade é a Parvalorem, cujo único detentor de capital é o estado por via do Ministério das Finanças.
11) Toda esta história não vai terminar aqui, como é habitual*. Mas é assim que se fazem as coisas.
(*) Escrito logo a seguir à decisão do Tribunal, antes de se saber da decisão da leiloeira e dos desenvolvimentos posteriores.
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© José Pacheco Pereira
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