Depois, no dia seguinte, uma declaração ministerial, ou uma fuga de informações, anuncia a intenção do governo de proceder a uma nova vaga de austeridade moral, para combater os privilégios e repor a justiça social, que a neutra e preocupante estatística do dia anterior exigia. Não faltam exemplos, entre os quais os mais recentes se centram nos “estudos” que o primeiro-ministro disse ter sobre como é que o “estado social” beneficia em primeiro lugar os que menos precisam, e sobre o severo número de dias de subsídio de desemprego pagos na Europa, por comparação com os excessos sumptuários dos portugueses, o que é pura e simplesmente falso.
Já disse e repito outra vez: as armas da retórica do poder assentam nas velhas técnicas da omissão da verdade e da sugestão de falsidade, a que se soma a velhíssima mentira. É por tudo isto, e pela facilidade de circulação de tudo isto (como já se passava com as estatísticas optimistas de Sócrates) que o espaço público é um lugar muito mal frequentado em Portugal.
"Quando o
dinheiro da família acaba não se pode ir ao casino porque não tem
dinheiro para jogar." (Passos Coelho)
É sempre o mesmo. Num dia assiste-se á divulgação de um relatório qualquer, com algumas estatísticas selectivas, cuidadosamente sublinhadas, em muitos casos de organizações com uma agenda ideológica e politica, e noutros casos manipuladas de forma grosseira, quando não falsas. O conteúdo é invariavelmente o mesmo: Portugal é um país de privilegiados, os funcionários públicos são os que tem mais regalias na Europa, os operários os mais bem pagos, os dias de férias mais numerosos, os subsídios abundam, um estado social falido despeja a sua cornucópia de abundância sobre gente que não quer trabalhar e espera tudo do paternalismo estatal. É o casino.
Depois do resumo distribuído pela LUSA, ou passado ao Correio da Manhã, de tais alarmantes números e constatações, os blogues ligados ao poder, muitos escritos por assalariados directos do governo, explodem de indignação. Imaginem lá até as mamas implantadas recebem subsídios! O mundo estaria a acabar se não fosse a determinação de Passos Coelho, Gaspar, Borges e Relvas (este é citado mais prudentemente…) em corrigir os desmandos do “regabofe” que, de Cavaco a Sócrates, mais os vícios de dependência dos portugueses, levou o país á bancarrota.
Depois, a comunicação social divulga sem verificação, sem contraditório e sem ouvir quem sabe sobre essas matérias ou porque as estudou, ou as ensinou toda a vida, ou escreveu livros, essa forma anti-mediática de expressão que dá muito trabalho a ler em vez de uma rápida procura no Google. Muitas vezes, em debates fora do prime time, quem verdadeiramente sabe sobe pelas paredes acima para tentar repor a verdade, mas não vale a pena. O sistema foi feito para a mentira conveniente e uma série de profissionais dessa mentira, em nome do marketing e da assessoria de comunicação, estão aconchegados nos gabinetes ministeriais, para fazer essa sale besogne de nos enganar.
I
don't know how to say how I feel politely, or poetically, or without
the jugular and collapse of the immediate heart, so tonight, I won't say
anything at all. Just stare out the window at our stunned little
writhe. Hold back the strongest urge to knock out a few of the capitol's
most critical walls, replace its fiber optic cables with lightning
bugs, replace the investment bankers all with bunker busters. I lock
eyes with the capitol's bright and empty rooms and admit that,
sometimes, deep in my affluent, American cells, I miss my body carved to
projectile. I miss trebuchet shoulders and knuckles flaked to
arrowheads, miss my hands massive and molded from molten to the bolts of
ballistas. I miss blackjack and cudgel and quarterstaff and flintlock. I
miss pummel and pike and I am not proud of this. I know it's not a
healthy feeling. I try to un-arm, to un-cock. I try to practice my
breathing. I try The Master Cleanse, The Stationary Bike, The Bikram Sweat, The Contortion Stretch, The Vegan Meatloaf, The Nightly, Scorching Bath, The Leafy Greens and Venom Television, The Self-Mutilation of a Winter's Run, but we can only cleanse our bodies so much before we realize it's not our bodies that need detoxing.
Let us go in together,
And still your fingers on your lips, I pray.
The time is out of joint—O cursèd spite,
That ever I was born to set it right!
Nay, come, let's go together.