Fanfare of northwest wind, a bluejay wind announces autumn, and the equinox rolls back blue bays to a far afternoon. Somewhere beyond the Gorge Li Po is gone, looking for friendship or an old love's sleeve or writing letters to his children, lost, and to his children's children, and to us. What was his light? of lamp or moon or sun? Say that it changed, for better or for worse, sifted by leaves, sifted by snow; on mulberry silk a slant of witch-light; on the pure text a slant of genius; emptying mind and heart for winecups and more winecups and more words. What was his time? Say that it was a change, but constant as a changing thing may be, from chicory's moon-dark blue down the taut scale to chicory's tenderest pink, in a pink field such as imagination dreams of thought. But of the heart beneath the winecup moon the tears that fell beneath the winecup moon for children lost, lost lovers, and lost friends, what can we say but that it never ends? Even for us it never ends, only begins. Yet to spell down the poem on her page, margining her phrases, parsing forth the sevenfold prism of meaning, up the scale from chicory pink to blue, is to assume Li Po himself: as he before assumed the poets and the sages who were his. Like him, we too have eaten of the word: with him are somewhere lost beyond the Gorge: and write, in rain, a letter to lost children, a letter long as time and brief as love.
COISAS DA SÁBADO: O MAL DOS DEMAGOGOS POPULISTAS COMO CHÁVEZ
…é que são perigosos, muito perigosos. Podem ser engraçados, podem ser ridículos, podem ser muito cómicos e dar bons vídeos para o You Tube. Mas são muito, muito perigosos. Acabados os ricos para expropriar, acabadas as empresas para nacionalizar, acabados ou depauperados os proventos que a natureza colocou debaixo do chão do seu país, precisam de entrar em guerra com alguém. Com os vizinhos a sério, com o “imperialismo ianque” a prudente distância. A retórica cada vez mais beligerante de Chávez é um exemplo desta necessidade de um inimigo externo para obter alguma coesão interna. Pobre Venezuela que nasceu para o lado torto e sem culpa de Bolivar!
When times were hard, no work on the railroad, no work down on the farm, some of my ancestors took to preaching. It was not so much of what was said as the way in which it was said. “The horn shall sound and the dog will bark and though you be on the highest mountain or down in the deepest valley when the darkness comes then you will lie down, and as the day follows the night you will surely rise again. The Lord our God hath made both heaven and earth. Oh, my dear brothers and sisters we know so well the ways of this world, think then what heaven must be like.” It required a certain presence, a certain authority. The preacher was treated with respect and kept at a bit of a distance, like a rattler. There wasn’t much money in it but it was good for maybe a dozen eggs or a chicken dinner now and then.
... tem gerado em vários países, Portugal é um deles, um surto de imbecilidade considerável. À falta de anticlericalismo popular, há agora uma nova forma de anticlericalismo intelectual de parte da esquerda « fracturante ». Enquanto não houver um Papa que seja mulher, lésbica, negra, de preferência não crente, e que vote nos EUA no Obama, os Papas, em particular este, são alvos preferenciais. E este acirra os ânimos de forma muito especial porque é branco, alemão, conservador, teólogo, e conhece bem demais a impregnação da doutrina cristã pelas variantes na moda desde os anos sessenta de « progressismo » esquerdizante. A absurda intolerância dos « fracturantes » exerce-se então em toda a sua amplitude.
Ay, such a pleasure as incaged birds Conceive when after many moody thoughts At last by notes of household harmony They quite forget their loss of liberty.
COISAS DA SÁBADO: FALAR DE NADA QUANDO NÃO SE PODE FALAR DE TUDO
Os discursos do 25 de Abril na Assembleia da República são um bom exemplo do dilema que atravessa a política portuguesa: não se pode falar do que verdadeiramente interessa e tem que se falar de vacuidades ou de coisas laterais. Se se fala a verdade, há sempre o risco de os “mercados”, essa nossa Nemesis, nos caírem em cima, se se mente, idem aspas. Por isso, existe uma espécie de interdito não escrito sobre a situação do país e, por isso, fala-se de nada. É verdade que o PCP falou da situação social, e o Bloco contra o PEC, mas isso nos nossos dias é pouco mais do que nada. O PP fez o habitual discurso de tandem: eu só falo do 25 de Abril se falar do 25 de Novembro e toda a minha fúria vai para o PREC e quase nada para os quarenta e oito anos de ditadura. Um pouco desequilibrado, convenhamos. O PSD fez um discurso bizarro entre António Sardinha, Sérgio Godinho, Lenine e Rosa Luxemburgo, citada numa frase sua “de 1920” quando já estava morta desde início de 1919. Cavaco Silva, aquele de quem se poderia esperar uma eventual prevenção quanto ao curso do país, era também aquele que tinha menos liberdade de falar. Ou não. Por isso discorreu sobre os ordenados dos gestores, referindo-se indirectamente a Mexia ao descrever uma empresa que só pode ser a EDP, e depois falou sobre o mar e sobre um Porto que me pareceu demasiado abstracto e by the book. O mar é uma daquelas coisas de que se pode sempre falar sem dizer nada. Já sabemos tudo e já sabemos que fazemos muito pouco do tudo de que falamos. Quanto ao Porto, agrada-me sempre que o Presidente fale da minha terra, que tem aliás razões de queixa sólidas, mas “aquele Porto” é muito de assessor que escreve sem imaginação a partir de redacções estandardizadas sobre modernices. Como seja, está na moda falar da moda. Até uma referência presidencial ao “vanguardismo” estético lá apareceu.
Foi pena. Valia mais ter-se dito a pura e dura verdade sobre o impasse em que estamos mergulhados. Assim, o que fizemos foi, contra a nossa vontade, gritar esse mesmo impasse nos fracos discursos desse dia. Chassez le naturel, il revient au galop.
COISAS DA SÁBADO: SEM LEI, NEM ORDEM – UM TESTEMUNHO PESSOAL
Há dias vinha de carro na A1 por volta de Leiria quando o para-brisas foi atingido por aquilo que pensei ser areia ou pequenas pedras, projectadas pelo autocarro laranja de dois pisos que ia à minha frente. Mas logo percebi que era outra coisa: uma garrafa de vidro tinha sido atirada do autocarro para um carro que o estava a ultrapassar e os estilhaços tinham atingido o meu. Verifiquei então que qualquer carro que tentava ultrapassar o autocarro era bombardeado com garrafas de cerveja, latas e outros objectos, tudo isto a velocidades de autoestrada, mais ou menos à volta de 120 quilómetros hora. Vários carros ziguezaguearam na estrada e quase atingiram o separador, o que significaria um acidente muito grave, com muito possível invasão da faixa contrária. Telefonei de imediato à GNR, identificando o autocarro com a matrícula, em que área da autoestrada isto estava acontecer e insistindo no perigo em que todos estavam. Informei também que vira um carro da polícia na área de serviço imediatamente atrás e que não seria difícil interceptar o autocarro. Depois mantive-me atrás e pude assistir impotente a vários carros atingidos por garrafas e latas, um deles que só por milímetros não perdeu o controlo. Passado algum tempo vi o autocarro estacionar numa zona de repouso existente, que não faz parte de nenhuma área de serviço. A polícia estava à entrada e vários carros atingidos tinham parado a protestar com o que se estava a passar, perante a pasividade policial que estava mais preocupada em que os carros que pararam voltassem à autoestrada do que em dirigir-se ao autocarro que, entretanto, tinha parado mais à frente, na maior das normalidades. Parei e falei com os agentes da GNR e com o graduado e fiquei surpreendido pela indiferença geral que mostravam, como se fosse a coisa mais habitual do mundo. Disse-lhes que tinha testemunhado o que se passara e que estaria disposto a fazer queixa, embora os danos tivessem sido pequenos. Mais indiferença, como se nada se passasse.
Resolvi seguir em frente mas, em vez de sair de imediato para a autoestrada passei junto do autocarro de onde dezenas de pessoas tinham saído. Sem haver um único agente perto e como se a paragem fosse normal e logo a seguir partissem de novo, o que muito provavelmente foi o que aconteceu. Apercebi-me então que se tratava de uma claque de futebol. Vários dias passados não vi nenhuma notícia sobre o que se passou, e todos me dizem que é comum acontecerem coisas deste tipo na mais total impunidade. Um dia morre alguém e quero ver as explicações que nos vão ser dadas.