ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
20.1.10
![]() (url) ![]() Dia após dia a mesma vida é a mesma. O que decorre, Lídia, No que nós somos como em que não somos Igualmente decorre. Colhido, o fruto deperece; e cai Nunca sendo colhido. Igual é o fado, quer o procuremos, Quer o 'speremos. Sorte Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa Forma alheio e invencível. (Ricardo Reis) (url) 19.1.10
![]() EARLY MORNING BLOGS
![]() 1725 - Chanson Philosophique The nominalist in me invents A life devoid of precedents. The realist takes a different view: He claims that all I feel and do Billions of others felt and did In history’s Pre-me period. Arguing thus, both voices speak A partial truth. I am unique, Yet the unceasing self-distress Of desire buffets me no less Than it has other sons of man Who’ve come and gone since time began. The meaning, then, of this dispute? My life’s a nominal/real pursuit, Which leaves identity clear and blurred, In which what happens has occurred Often and never—which is to say, Never to me, or quite this way. (Timothy Steele) (url) 18.1.10
![]() (url) ![]() (url) ![]() seeker of truth
follow no path all paths lead where truth is here (e. e. cummings) (url) 17.1.10
![]() Os tempos de Sócrates estão a acabar, esgotados, encurralados, perdidos na nuvem de arrogância do "animal feroz", na amoralidade da sua política, na mentira total em que transformou toda a actividade governativa, na impotência face a uma crise nacional que agravou e uma crise internacional que ignorou, adiou e, por isso mesmo, também agravou. Entrando num novo ciclo político após as eleições, estragou todas as oportunidades, numa cegueira que vem da sua incontestável força anímica, e que se transformou numa dupla recusa: recusa de reconhecer a perda da maioria absoluta e recusa em mudar. Entrou numa nova situação com um governo velho e cansado, habituado a pôr e a dispor no Parlamento, e sem outra política que não fosse continuar a fazer o mesmo, mesmo que para isso tivesse que provocar novas eleições. ![]() O programa para 2010 era gastar e continuar a gastar, até a crise grega e as quebras e ameaças de baixa nos ratings das agências internacionais terem exigido fazer em 2010 aquilo que era apenas para 2013. Quem viesse a seguir que pagasse a crise, e quem vem a seguir no fim da década e na próxima década já tem garantida uma vultuosa conta deixada pelo Governo actual, que faz as obras para os que vêm a seguir pagarem os custos. Mas a crise grega fez soar os alarmes todos e então a esquizofrenia aumentou: cada inauguração, hospitais, creches, pontes, linhas de caminho-de-ferro, soa agora como um passo na direcção da "situação explosiva" de que o Presidente falou e de que Manuela Ferreira Leite fala solitária há ano e meio. Pois é, o virtual é socrático, o real cavaquista e leitista. E quanto mais Sócrates se enterra na negação do real, mais este lhe bate à porta. Até o próprio parece começar a aperceber-se disto, e a responder a este fim dos tempos numa fuga em frente obstinada, porque é da sua natureza, mas confusa e caótic ![]() Não sei se isto vai acabar com um bang ou com um ping, mas que já está no fim tenho poucas dúvidas. Isso não significa que todos os dias esta degenerescência do pensamento no poder não faça os seus estragos. Em que país um ministro das Obras Públicas pode pensar com esta superficialidade assustadora sobre os méritos de um TGV que era para nos unir à Europa e vai ficar em Madrid? Veja-se frase toda: "Lisboa pode-se transformar, por exemplo, na praia de Madrid, em termos de condições turísticas, as condições que nós temos para desportos novos como o surf ou se nós pensarmos na articulação que Lisboa pode ter com Setúbal, com Cascais, com Sintra."Não há uma ideia certa , desde a "praia de Madrid", aos "desportos novos como o surf", à "articulação que Lisboa pode ter com Setúbal, com Cascais, com Sintra". É tudo asneira. Mas há mais: em que país um ministro das Obras Públicas pode ver assim a inovação tecnológica? E de novo vale a pena transcrever a frase toda: "Quando o comboio foi introduzido no século XIX, provavelmente as carroças que eram puxadas a cavalos caíram e, se calhar, na altura, os agentes económicos que estavam ligados à exploração das carroças, e que levavam as pessoas, ficaram extremamente tristes e todas as indústrias que estavam associadas, a indústria da palha, por exemplo. Reparem os industriais que estavam preocupados com o abastecimento da palha para os cavalos, ficaram preocupadíssimos porque, de facto, a sua indústria caiu."Outra vez, é tudo asneira. "Indústria da palha"? Comboios competindo com carroças? Com um ministro que vê assim, em jargão de "choque tecnológico", o século XIX e a história e o impacto económico dos caminhos-de-ferro, não podemos senão ter um enorme receio sobre o modo como estes governantes vêem o TGV e o seu impacto económico. ![]() (Versão do Público de 16 de Janeiro de 2010.) (url) ![]() (url) ![]() (url) ![]() EARLY MORNING BLOGS
![]() 1723 - Getting Information Out of Pa My pa he didn’t go to town Last evening after tea, But got a book and settled down As comfy as could be. I’ll tell you I was offul glad To have my pa about To answer all the things I had Been tryin’ to find out. And so I asked him why the world Is round instead of square, And why the piggies’ tails are curled, And why don’t fish breathe air? And why the moon don’t hit a star, And why the dark is black, And just how many birds there are, And will the wind come back? And why does water stay in wells, And why do June bugs hum, And what’s the roar I hear in shells, And when will Christmas come? And why the grass is always green, Instead of sometimes blue, And why a bean will grow a bean And not an apple, too? And why a horse can’t learn to moo, And why a cow can’t neigh? And do the fairies live on dew, And what makes hair grow gray— And then my pa got up an’ gee! The offul words he said, I hadn’t done a things, but he Jest sent me off to bed. (Anónimo.) (url)
© José Pacheco Pereira
|