ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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26.12.09
![]() (url) ![]() (url) ![]() COISAS DA SÁBADO: EM VEZ DE INFORMAÇÃO, ENCENAÇÃO ![]() Aquela reunião da protecção civil com o ministro engravatado e com meia dúzia de pessoas retiradas das camas a meio da noite, para abrir os noticiários matinais ao lado das notícias do sismo, teve tudo de encenação e nada de operação. Aos jornalistas pede-se mais do que ir lá filmar a encenação, pede-se que nos digam qual a utilidade da reunião, o que foi lá decidido que não o podia ser doutra maneira, mais eficaz e com menos aparato, e se tudo correu como devia correr antes da reunião, ou se apareceram falhas que seriam trágicas se o sismo tivesse más consequências. ADENDA: Por que razão, dias depois, quando do temporal que atingiu várias zonas do país, não houve idêntica encenação "logo a seguir", como diz a prestimosa RTP? Por que desta vez era a sério e ainda agora, mais de 48 horas depois, continua a haver zonas do país sem electricidade. (url) ![]() EARLY MORNING BLOGS
![]() 1708 - The Waste Land (fragmento) (...) Who is the third who walks always beside you? When I count, there are only you and I together But when I look ahead up the white road There is always another one walking beside you Gliding wrapt in a brown mantle, hooded I do not know whether a man or a woman -- But who is that on the other side of you? What is that sound high in the air Murmur of maternal lamentation Who are those hooded hordes swarming Over endless plains, stumbling in cracked earth Ringed by the flat horizon only What is the city over the mountains Cracks and reforms and bursts in the violet air Falling towers Jerusalem Athens Alexandria Vienna London Unreal (...) (T. S. Eliot) (url) 25.12.09
![]() (url) 24.12.09
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O que é que o PS conta ganhar com a guerra que está a fazer ao Presidente da República? O que é que o PS conta ganhar com a guerra ao Parlamento? Quem é que o PS conta enganar distraindo-nos com iniciativas “fracturantes” que nunca passariam em qualquer consulta popular? Será que o PS e José Sócrates ainda não perceberam que por muito mal que ande a instabilidade governativa, os portugueses nunca mais lhe darão uma maioria absoluta?
(url) ![]() My spirit is too weak—mortality
Weighs heavily on me like unwilling sleep, And each imagined pinnacle and steep Of godlike hardship tells me I must die Like a sick eagle looking at the sky. Yet ’tis a gentle luxury to weep That I have not the cloudy winds to keep Fresh for the opening of the morning’s eye. Such dim-conceived glories of the brain Bring round the heart an undescribable feud; So do these wonders a most dizzy pain, That mingles Grecian grandeur with the rude Wasting of old time—with a billowy main — A sun—a shadow of a magnitude. (John Keats) (url) 21.12.09
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(url) ![]() MEMÓRIA VIVA DE SÁ CARNEIRO ![]() ![]() Por isso, do ponto de vista ideológico, a tentativa de aproximação à Internacional Socialista não foi apenas pragmática ou "oportunista", por razões de procura de legitimidade política no ambiente radicalizado de 1974-5. Bem pelo contrário. A adesão à Internacional Socialista era para Sá Carneiro (e para sectores ainda mais "socialistas" como era então a JSD) uma política consistente, fortemente desejada e considerada de grande importância, e prosseguida com grande vigor e muitos esforços. Sá Carneiro via aí também um travão a que o partido se deslocasse para a direita. O principal factor dessa deslocação era o anti comunismo, um factor comum nesta elite fundadora, mas ainda mais importante naquilo a que se viriam a chamar as "bases". Esta elite partidária, que depois, já de forma perversa e já na sua própria decadência, veio a ser qualificada de "barões", não estava acantonada num partido separado da governação. Bem pelo contrário, há um simbiose perfeita entre a direcção política partidária e a participação do PPD/PSD na governação, inclusive institucionalizada em órgãos como a Comissão Permanente para os Assuntos Governativos. Ou seja, a direcção do partido conduz politicamente a governação sem ambiguidades, e discute as grandes opções políticas e as prioridades legislativas, como é normal numa democracia parlamentar e partidária. A separação de águas entre partido e governo, feita pela exclusão do partido, foi típica dos anos de Cavaco Silva, e desertificou os órgãos de topo e deixou-o entregue apenas à política local e à partilha dos lugares de poder. É verdade, diga-se em favor de Cavaco Silva, que os órgãos de topo do partido, a Comissão Política em particular, tornou-se inconfiável devido às fugas de informação. No tempo de Sá Carneiro já havia fugas, mas não se compara à destruição do papel dos órgãos dirigentes do partido pelas sistemáticas fugas de informação dos seus membros. Este processo enfraqueceu o PSD, e os governos do PSD. O partido ficava entregue a uma agenda menor muito ligada à partilha do pequeno poder e o governo perde dimensão e condução política. ![]() E depois há "povo laranjinha" que, nestes anos turbulentos, se mobilizava pelo anticomunismo no Norte, e ao lado da Igreja e da sociedade local, e que via os partidos mais à esquerda, PCP e MDP, tomarem todos os poderes por via "administrativa" com o apoio do MFA. Esse "povo" comunicava com idêntico "povo" socialista na defesa dos valores tradicionais postos em risco pelo PREC, em particular, nos meios camponeses, a propriedade privada. Mas uma parte dele desenvolveu rapidamente uma ligação "orgânica" com essa elite urbana e a sua expressão local, mais as "forças vivas", os self made man, que eram na sua maioria expressão do comércio ou da pequena indústria local, ou de uma nova burocracia que se começava a formar naquilo que viria a ser designado "poder local". Estas eram as "bases" originais. Esse "povo" não precisava de aparelho para se mobilizar e enquadrar, e constituiu uma força sempre ao dispor dos dirigentes nacionais do PSD até à Aliança Democrática. É provável que tenha sido a AD, um verdadeiro rolo compressor político, a última expressão deste PPD/PSD inicial. Por fim, há a política e a ideologia. Basta ler um discurso de Sá Carneiro para se perceber a enorme distância que existe entre o que o preocupava e motivava politicamente e o que passa por ser "política" na actualidade. Os seus papéis mostram uma contínua presença de questões ideológicas nos debates internos, e em particular as pastas sobre as dissidências que levaram à criação da ASDI revelam que, para além dos antagonismos pessoais, havia questões ideológicas e políticas de fundo. Mas, mais do que isso, mesmo em documentos que poderiam ser entendidos como conjunturais, existe uma ideia do ethos da política que impregnava a acção destes homens. Um documento interno como o "Memorando sobre as Negociações para a Constituição do II Governo Constitucional" começava com a seguinte frase: "Para o PSD, o traçado de uma nova política assume prioridade em relação ao mero problema do exercício do poder." Quem diria hoje isto com verdade? De facto, não era a carreira nem o "protagonismo" que motivava estes homens que fundaram o PSD. Tal não significava que fossem perfeitos e que não tivessem vaidades, ambições, presunções, mas como não eram de plástico, nem feitos por especialistas de "comunicação" e marketing, tinham profissões e sólido prestígio social, ganho fora e não dentro do partido, pensavam diferente, actuavam diferente, e o seu exemplo, tão importante em instituições como os partidos na sua génese, mobilizava de forma diferente, gente diferente. Nestes dias de aridez política e de muito oportunismo à solta, os papéis de Sá Carneiro continuarão a ser a melhor companhia para o militante do PSD que assina este artigo. (Versão do Público, 19 de Dezeembro de 2009.) (url) ![]() EARLY MORNING BLOGS
![]() 1706 - Le tombeau d'Edgar Poe Tel qu'en Lui-même enfin l'éternité le change, Le Poëte suscite avec un glaive nu Son siècle épouvanté de n'avoir pas connu Que la mort triomphait dans cette voix étrange! Eux, comme un vil sursaut d'hydre oyant jadis l'Ange Donner un sens plus pur aux mots de la tribu Proclamèrent très haut le sortilège bu Dans le flot sans honneur de quelque noir mélange. Du sol et de la nue hostiles, ô grief! Si notre idée avec ne sculpte un bas-relief Dont la tombe de Poe éblouissante s'orne Calme bloc ici-bas chu d'un désastre obscur, Que ce granit du moins montre à jamais sa borne Aux noirs vols du Blasphème épars dans le futur. (Stephane Mallarmé) (url) 20.12.09
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(url) ![]() (url) ![]() (url) ![]() The solitary huntsman No coat of pink doth wear, But midnight black from cap to spur Upon his midnight mare. He drones a tuneless jingle In lieu of tally-ho: “I’ll catch a fox And put him in a box And never let him go.” The solitary huntsman, He follows silent hounds. No horn proclaims his joyless sport, And never a hoofbeat sounds. His hundred hounds, his thousands, Their master’s will they know: To catch a fox And put him in a box And never let him go. For all the fox’s doubling They track him to his den. The chase may fill a morning, Or threescore years and ten. The huntsman never sated Screaks to his saddlebow, “I’ll catch another fox And put him in a box And never let him go.” (Ogden Nash) (url)
© José Pacheco Pereira
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