ABRUPTO

7.5.09


EARLY MORNING BLOGS

1551 - Ode on Dictionaries

A-bomb is how it begins with a big bang on page
one, a calculator of sorts whose centrifuge
begets bedouin, bamboozle, breakdance, and berserk,
one of my mother's favorite words, hard knock
clerk of clichés that she is, at the moment going ape
the current rave in the fundamentalist landscape
disguised as her brain, a rococo lexicon
of Deuteronomy, Job, gossip, spritz, and neocon
ephemera all wrapped up in a pop burrito
of movie star shenanigans, like a stray Cheeto
found in your pocket the day after you finish the bag,
tastier than any oyster and champagne fueled fugue
gastronomique you have been pursuing in France
for the past four months. This 82-year-old's rants
have taken their place with the dictionary I bought
in the fourth grade, with so many gorgeous words I thought
I'd never plumb its depths. Right the first time, little girl,
yet here I am still at it, trolling for pearls,
Japanese words vying with Bantu in a goulash
I eat daily, sometimes gagging, sometimes with relish,
kleptomaniac in the candy store of language,
slipping words in my pockets like a non-smudge
lipstick that smears with the first kiss. I'm the demented
lady with sixteen cats. Sure, the house stinks, but those damned
mice have skedaddled, though I kind of miss them, their cute
little faces, the whiskers, those adorable gray suits.
No, all beasts are welcome in my menagerie, ark
of inconsolable barks and meows, sharp-toothed shark,
OED of the deep ocean, sweet compendium
of candy bars—Butterfingers, Mounds, and M&Ms—
packed next to the tripe and gizzards, trim and tackle
of butchers and bakers, the painter's brush and spackle,
quarks and black holes of physicists' theory. I'm building
my own book as a mason makes a wall or a gelding
runs round the track—brick by brick, step by step, word by word,
jonquil by gerrymander, syllabub by greensward,
swordplay by snapdragon, a never-ending parade
with clowns and funambulists in my own mouth, homemade
treasure chest of tongue and teeth, the brain's roustabout, rough
unfurler of tents and trapezes, off-the-cuff
unruly troublemaker in the high church museum
of the world. O mouth—boondoggle, auditorium,
viper, gulag, gumbo pot on a steamy August
afternoon—what have you not given me? How I must
wear on you, my Samuel Johnson in a frock coat,
lexicographer of silly thoughts, billy goat,
X-rated pornographic smut factory, scarfer
of snacks, prissy smirker, late-night barfly,
you are the megaphone by which I bewitch the world
or don't as the case may be. O chittering squirrel,
ziplock sandwich bag, sound off, shut up, gather your words
into bouquets, folios, flocks of black and flaming birds.

(Barbara Hamby)

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6.5.09


COISAS QUE PARECEM SIMPLES


Clicar para ampliar.

(Carl Spitzweg)

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O BLOCO CENTRAL DOS JORNALISTAS (3)

dsc09681dsc09680A obsessão pela "novidade" (que pode não ter nenhum valor informativo) é um aspecto essencial da agenda dos jornalistas, que flui ao sabor de “novidades” reais ou inexistentes. Se não há “novidade” cria-se ex-nihilo ou, mais comummente, pela interpretação forçada até ao limite. A interpretação forçada é uma das práticas mais comuns do actual jornalismo político, muito para além do "sentido" que se pressupõe legítimo na voz dos próprios. Tudo se passa como se os jornalistas fossem os interpretadores de um mundo freudiano feito de lapsos, cujo sentido profundo só eles conhecem. O ruído é sempre mais forte do que a palavra, uma regra da lei da selva mediática em que se vive.

Enquanto perduram as “novidades” estas não se cansam de ser “novidades” mesmo quando não têm novidade nenhuma. Este surto de “bloco central” é para aí o terceiro nos últimos dois anos, quase sempre com a mesma mecânica, o mesmo desenvolvimento, a mesma ascensão e queda. E os mesmos actores. Voluntários nos jornais, involuntários na política. Depois dá-se o “cansaço” e perde-se a memória, até que o esquecimento torne de novo o tema apetecível dando-lhe "novidade". Nietzsche acharia bem este eterno retorno, sinal de irracionalidade.

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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O BLOCO CENTRAL DOS JORNALISTAS (2)

dsc09681dsc09680Mas porquê esta obsessão nos órgãos de comunicação social pelo Bloco Central?

Há um elemento complicado, meio subjectivo meio objectivo, e que tem a ver com a dominância de agendas interiores ao próprio meio, como efeito do pack journalism. Existe uma espécie de teimosia corporativa em manter temas de uma agenda própria, autónomas do espaço exterior político e social, o que acaba por ser muito revelador das próprias concepções políticas dos jornalistas. E há um grande efeito de imitação, que torna jornais e televisões muito iguais e previsíveis. Se um fala, todos falam. E uma vez presos na fala de todos, geram uma ortodoxia dessa fala.

O actual surto de “bloco central” é alimentado essencialmente pelos próprios órgãos de comunicação social em circuito fechado e as declarações políticas por livre iniciativa dos políticos no PS e no PSD são muito mais escassas. O tema vive de perguntas em série, da exploração das respostas, de debates sobre o tema, tudo dentro de uma agenda própria dos media que é mantida pelos próprios enquanto não perde a “novidade”.

(Continua.)

ADENDA: Num noticiário televisivo a propósito do Provedor, a notícia começava assim (ipsis verbis): "O Bloco Central não se entendeu..." Esta linguagem percebe-se no Bloco de Esquerda, mas não numa peça jornalística.

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EARLY MORNING BLOGS

1550

This triviality made him think of collecting many such moments together in a book of epiphanies. By epiphany -- a sudden spiritual manifestation, whether in the vulgarity of speech or gesture, or in a memorable phrase of the mind itself. He believed that it was for the man of letters to record these epiphanies with extreme care, seeing that the themselves are the most delicate and evanescent of moments.

(James Joyce)

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5.5.09


ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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O BLOCO CENTRAL DOS JORNALISTAS (1)

dsc09681dsc09680Para além dos partidos das franjas políticas da direita e da esquerda, para quem uma retórica “anti-Bloco Central” é identitária, como PP e o BE (com excepções quando se trata do financiamento partidário), ninguém parece mais obcecado por aquilo que chamam “Bloco Central” do que os jornais e os jornalistas. Será justo dizer que os empresários também fazem declarações de apoio a uma solução política desse tipo (traduzido em grosso: um governo PS – PSD ou PSD – PS) , mas na verdade dão-se bem com qualquer solução governativa que lhes assegure dinheiro do estado nos negócios e boas relações com os gabinetes governamentais.

Mas porquê esta obsessão nos órgãos de comunicação social por uma matéria de arranjo político puramente hipotético?

(Continua.)

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"A agressão a Vital Moreira" na Sábado em linha.

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EARLY MORNING BLOGS

1549 - Rules And Regulations

A short direction
To avoid dejection,
By variations
In occupations,
And prolongation
Of relaxation,
And combinations
Of recreations,
And disputation
On the state of the nation
In adaptation
To your station,
By invitations
To friends and relations,
By evitation
Of amputation,
By permutation
In conversation,
And deep reflection
You'll avoid dejection.
Learn well your grammar,
And never stammer,
Write well and neatly,
And sing most sweetly,
Be enterprising ,
Love early rising,
Go walk of six miles,
Have ready quick smiles,
With lightsome laughter,
Soft flowing after.
Drink tea, not coffee;
Never eat toffy.
Eat bread with butter.
Once more, don't stutter.
Don't waste your money,
Abstain from honey.
Shut doors behind you,
(Don't slam them, mind you.)
Drink beer, not porter.
Don't enter the water
Till to swim you are able.
Sit close to the table.
Take care of a candle.
Shut a door by the handle,
Don't push with your shoulder
Until you are older.
Lose not a button.
Refuse cold mutton.
Starve your canaries.
Believe in fairies.
If you are able,
Don't have a stable
With any mangers.
Be rude to strangers.

Moral: Behave.

(Lewis Carroll)

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4.5.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (91):
É SITUACIONISMO NÃO CONTRARIAR O PS NOS SEUS DIRE STRAITS


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Um exemplo: não referir que militantes do Bloco de Esquerda também tiveram um papel activo na agressão a Vital Moreira.

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ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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ÍNDICE DO SITUACIONISMO (90):
COMO LIDAR COM SONDAGENS QUE NOS CONTRARIAM (2)


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Situacionismo:

quando às 12h de hoje os Jornais anunciam:

PS fica aquém da maioria absoluta e PSD está a crescer (DN)

Sondagem: PS sem maioria absoluta (Portugal Diário)

O JN tem o título: Sondagem: PS não dá sinais de ceder

Uma vergonha!

(António Bettencourt)

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LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 4 de Maio de 2009

O verdadeiro clube dos fãs do Bloco central encontra-se hoje nos empresários e nas redacções dos jornais. Interessante.

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COMO SE FAZEM AS COISAS
(UMA FICÇÃO A PARTIR DE UMA NOTÍCIA REAL)




Fonte 1 (no Twitter)

@lucrocha estas a ver o crespo?
21:12 PM Apr 27th from TweetDeck

@popinha estou a adormecer
21:14 PM Apr 27th from TweetDeck

@b_baptista tambem eu
21:19 PM Apr 27th from TweetDeck

@lucrocha o henrique tambem esta a adormecer
21:19 PM Apr 27th from TweetDeck

@kiryl ah ah ah ah durmam bem. Twita-me amanha
21:22 PM Apr 27th from TweetDeck

@bap OK
21:24 PM Apr 27th from TweetDeck

@artista_circo o que interessa? aquilo é só palavreado. Amanha tenho votacoes
21:28 PM Apr 27th from TweetDeck

@fral desta vez não levou o colar
21:29 PM Apr 27th from TweetDeck

@jsousa2 ja não posso ver o colar
21:32 PM Apr 27th from TweetDeck

@ritinha_post nem tu nem ninguém
21:35 PM Apr 27th from TweetDeck

@b_batista quem te punha um colar era eu
21:40 PM Apr 27th from TweetDeck

@ritinha Poe-te a dizer essas coisas e ainda tens que dizer que ouve um pirata que te entrou no twitter
21:43 PM Apr 27th from TweetDeck

@b_batista :) :) :)
21:44 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali : )) leiam o jornal amanha
21:45 PM Apr 27th from TweetDeck

@lucrocha olha o artista por onde andas? A assembleia da-te muito trabalho?
21:46 PM Apr 27th from TweetDeck

@artista_circo estou aqui a comer uma pizza cinco estrelas quero la saber da velha para alguma coisa, Viste o r a enterrar-se e o post do pedro a gozar
21:50 PM Apr 27th from TweetDeck

@artista_circo com aquilo? mas que pizza! tens que ca vir. Fala-me amanha para a assembleia
21:55 PM Apr 27th from TweetDeck

@jsousa2 onde viste o restuanrante? Amanha á votações?
21:56 PM Apr 27th from TweetDeck

@artista_circo no Time Out. Não podes ficar a dormir.
22:02 PM Apr 27th from TweetDeck

@m_roogle por onde e que vais pegar no dn? O p manad-te um abraco
22:02 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali pelo bloco central claro. Vai ser um festival
22:12 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali o p n quer falar?
22:14 PM Apr 27th from TweetDeck

@m_roogle agora não pode para não dar pretextos para não ir para deputado. Só off
22:22 PM Apr 27th from TweetDeck

@b_cardoso ela já negou à Lusa
22:22 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali quero la saber
22:24 PM Apr 27th from TweetDeck

@popinha levas 5 de situacionismo
22:22 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali seis sete oito
22:24 PM Apr 27th from TweetDeck

@lucrocha ja viste o post do vd? Pega bem no assunto
22:32 PM Apr 27th from TweetDeck

@m_roogle o p diz para tu lhe telefonares que ele diz umas coisas para o artigo em off
22:35 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali ok também ja temos o engenheiro
22:38 PM Apr 27th from TweetDeck

@m_roogle e o milk também fala
22:42 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali não sou eu que faço mas vai ser demolidor. Viste a promo que te mandei?
22:45 PM Apr 27th from TweetDeck

@m_roogle vi. Esta bem. Vamos jantar na quarta?
22:47 PM Apr 27th from TweetDeck

@frali ok
22:48 PM Apr 27th from TweetDeck

Fonte 2 (ao telefone)

- "Senhor doutor, estou-lhe a telefonar como combinado para saber da sua opinião sobre a entrevista

- ... uma desgraça. Uma desgraça... De cada vez é pior.

- Posso citá-lo?

- Assim não, mas pode dizer que me preocupa a inconsistência do partido e que é preciso clarificação.

- Já tomei nota. Só isso?

- Já falou com M.? Devia falar.

- Vou falar. O X. também me disse que ele presta declarações.

- O senhor doutor acha que isto vai provocar muita reacção no partido?

- Vai, vai. O que é que Z., M2, J. disseram?

- Não vou poder falar com todos porque já é tarde e o jornal tem que fechar. Mas os meus colegas dizem-me que estão todos contra e que foi uma gaffe monumental.

- Foi, foi. Leia-me lá o que vai publicar para ver se está certo.

- O senhor doutor "está preocupado com a inconsistência do partido e é preciso haver uma clarificação".

- Está bem. Obrigado, boa noite.

- Boa noite, senhor doutor."

Título do jornal no dia seguinte: "O partido demarca-se das palavras da líder."



São citados em on o doutor, o engenheiro, o economista, todos conhecidos e activos opositores da liderança. São referidos "vários militantes" sem nome. Diz-se que nas redes interactivas "a entrevista foi muito criticada". No seu conjunto, nem dez pessoas estão envolvidas, todas "conviviais" ou nos restaurantes ou em linha no Twitter, todas hostis. São jornalistas, deputados, empregados em agências de comunicação. No jornal eles são apresentados como "o partido". Deles sabe-se que posições têm, dos jornalistas não. Para o que fazem, 140 caracteres chegam.

É mesmo assim? É muitas vezes pior. Repito o que já uma vez disse: se as pessoas soubessem como são feitas as "notícias" em Portugal, deixavam de ler os jornais a não ser como pura ficção.

(Versão do Público, 2 de Maio de 2009.)

*
Escreveu que «se as pessoas soubessem como são feitas as "notícias" em Portugal, deixavam de ler os jornais a não ser como pura ficção.» Isto faz lembrar a célebre frase de Bismark: «As leis são como as salsichas. O melhor é não se saber como é que foram feitas.» Era só uma questão de se substituir «leis» por «notícias». Só que, é claro, era desejável que se soubesse como é que foram feitas.

(José Carlos Santos)

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EARLY MORNING BLOGS

1548 - ... in order to see into Space you ought to have an eye...

I. (...) would he deign to satisfy the curiosity of one who would gladly know whence his visitor came?

Stranger. From Space, from Space, Sir: whence else?

I. Pardon me, my Lord, but is not your Lordship already in Space, your Lordship and his humble servant, even at this moment?

Stranger. Pooh! what do you know of Space? Define Space.

I. Space, my Lord, is height and breadth indefinitely prolonged.

Stranger. Exactly: you see you do not even know what Space is. You think it is of Two Dimensions only; but I have come to announce to you a Third -- height, breadth, and length.

I. Your Lordship is pleased to be merry. We also speak of length and height, or breadth and thickness, thus denoting Two Dimensions by four names.

Stranger. But I mean not only three names, but Three Dimensions.

I. Would your Lordship indicate or explain to me in what direction is the Third Dimension, unknown to me?

Stranger. I came from it. It is up above and down below.

I. My Lord means seemingly that it is Northward and Southward.

Stranger. I mean nothing of the kind. I mean a direction in which you cannot look, because you have no eye in your side.

I. Pardon me, my Lord, a moment's inspection will convince your Lordship that I have a perfectly luminary at the juncture of my two sides.

Stranger: Yes: but in order to see into Space you ought to have an eye...

(Edwin A. Abbott, Flatland)

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3.5.09


ESPÍRITO DO TEMPO: HOJE



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)



Festa do Homem do Mar - Nazaré. (António Balau)



Barcos na Trafaria. (ana)







“Maios” na estrada de S. Brás para Estói e cortejo da “Festa da Pinha” em Estói. (MJ)



Esta manhã na praia do Furadouro. (José Carlos Santos)

ONTEM



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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EARLY MORNING BLOGS

1547 - blessing the boats

(at St. Mary's)

may the tide
that is entering even now
the lip of our understanding
carry you out
beyond the face of fear
may you kiss
the wind then turn from it
certain that it will
love your back may you
open your eyes to water
water waving forever
and may you in your innocence
sail through this to that

(Lucille Clifton)

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© José Pacheco Pereira
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