ABRUPTO

5.12.09


COISAS DA SÁBADO: ...A FAVOR DA MAGIA



(Segue-se a isto e isto.)

Pensando assim da política, não admira que depois acreditem em milagres. Um deles acredita, por exemplo, que uma série de mensagens por SMS em vésperas de eleições, ao exemplo das que derrubaram Aznar, podem fazer a maioria dos portugueses votar pela liberalização do desemprego, pelo fim do Rendimento Social de Inserção, pelo abaixamento dos salários da função pública, pelo corte de despesas no Serviço Nacional de Saúde, por aí adiante. Outro acha que o “medo” fará as pessoas apoiar políticas de restrição da despesa. Ele queria dizer o “susto”, o susto de adormecer à noite em Portugal e acordar de manhã na Argentina, falida, com os depósitos volatilizados, com o dinheiro real inacessível, e tumultos na rua. Reconheço que o “susto” pode bem vir a acontecer, duvido é que dê origem ao plano liberal que nos propõe, mesmo sob a forma de uma qualquer “ditadura das finanças”.

É. Em democracia só há uma maneira de defrontar a crise, é olhar para a política e para os partidos com outros olhos e, acima de tudo, com outra disponibilidade e outra compreensão. Sabendo que o que lá está não é bonito, não seria aceitável nos salões, lá não abundam as boas companhias, é tudo demasiado “messy” e a probabilidade de receber muito salpicos da lama é real. Mas é lá que está a solução. Em democracia, claro.

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© José Pacheco Pereira
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