ABRUPTO

6.3.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 6 de Março de 2007


Perceber a Europa pelas suas notícias:

- O governo socialista cede a uma greve de fome de um etarra De Juana Chaos, condenado por múltiplos assassinatos, e provoca manifestações por todo o lado em Espanha. Tema: como se combate o terrorismo à europeia e à Zapatero.

- Na Dinamarca, a internacional informal dos okupas, representada em Portugal pelo BE, provoca tumultos violentos. Tema: não são só os neo-nazis...

- Na Rússia, manifestações anti-Putin são dissolvidas à força. Tema: a liberdade na Rússia de Putin a que fechamos os olhos.

. Lembrando o massacre de Srebrenica, fala-se timidamente dos capacetes azuis holandeses que permitiram o massacre, e ainda mais timidamente dos comandos europeus que não fizeram nada para o impedir. Tema: como se faz guerra "humanitária" à europeia e se cumprem as obrigações militares no terreno.

- A BBC, o protótipo elogiado do orgão de comunicação público, não pode falar dos negócios com a "venda das honras", a concessão de títulos reais por troca de favores políticos e outros. Tema: como ser "público" garante a independência.

- Em Itália, Prodi volta aos bons velhos tempos da instabilidade governativa. Tema: perceber porque razão Berlusconi pareceu apetecível a muitos italianos.

Etc., etc.

Na verdade, pouca coisa muda. Esta é a velha Europa de sempre.

*

Mais para "pensar os jornais":

(...) provavelmente pela primeira vez (e logo nos seus 17anos), o PÚBLICO tinha a palavra "lol" escrita na sua capa: "Como é ter hoje 17 anos ou viver a felicidade... lol" É um sinal dos tempos mas não deixa de surpreender os leitores.

(Fausto Ferreira)

*
Eu que gosto de desporto em geral e de futebol em particular, que sou fã do ideal do atleta que dá o seu melhor, que vence ou que tenta vencer, que cria num momento de inspiração um gesto de espectáculo como um artista ou que batalha com coragem como um herói clássico, eu que sou capaz de ficar colado à televisão a ver horas de bilhar transmitido brilhantemente pela BBC ou a ver um jogo de basket da NBA, eu que me orgulho quando Obikwelu vence com as nossas cores, que vibro quando vejo Federer continuar invencível nos cortes de ténis, que admiro profundamente uma jogada de Ronaldinho ou uma tacada de Woods... revolto-me profundamente com os nossos jornais desportivos, que dia após dia com as suas capas e conteúdos ferem o espírito desportivo, ferem o jornalismo e a imparcialidade.

(Filipe Pinto da Silva)

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