ABRUPTO

8.12.07


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



Ponte à noite.



Antenas no fim do dia.



Cimeira UE - África - os que não participam.



África em Lisboa. (MJ)



Dióspiros em Rio, Fregim, Amarante. (Helder Barros)



Passagem do tempo por um banco do jardim de S. Amaro. (RM)

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LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 8 de Dezembro de 2007


Será que algum jornalista de algum noticiário (vi o da SIC e parte da TVI, porque o "serviço público" está em maré de canções) me informa alguma coisinha, por minúscula que seja, sobre o que se passa na Cimeira UE - África, o que é que se está a resolver, que problemas existem, quem defende ou combate o quê, alguma coisinha de substantivo que não seja o trânsito de Lisboa, as idas e chegadas dos chefes de Estado, a segurança e as manifestações, os pratos do dia, e mais mil e um pormenores estereotipados destas coberturas jornalísticas em Portugal? Não é certamente o mais importante, pois não? A não ser que fique apenas o discurso oficial congratulatório de Sócrates e se tenha que ler a imprensa inglesa...

*

Sobre o processo de desindividuação (deindividuation) nos comentários nos blogues, o caso do New Scientist onde, desde que se introduziram comentários, apareceu "a stubborn minority that are rude, intentionally provocative, or just plain abusive. It seems people will say things online that they would never say face-to-face."

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Pode-se sempre considerar que há uma nova estirpe de vírus a atacar os advogados, a julgar pelas peripécias à volta das eleições para a sua Ordem, com um show único ontem na SICN entre Júdice e Marinho Pinto, antigo e actual Bastonário. Nunca se sabe quando é que um vírus desenvolve este tipo de especialização profissional e começa a atacar desde cima, do homem do Bastão, que eles se encarregam de tornar ex-imponente.

A mim parece-me que o vírus em causa é o mesmo que já atacou outros grupos profissionais e que tem causas: a "proletarização" de um grupo profissional até então de "elite" e, saindo da "elite", a sua entrada no mundo do espectáculo mediático, que quer sangue e lágrimas a rodos. Agora é preciso adaptarem-se, permitir a publicidade às claras e não em notícias encomendadas aos diários económicos, divulgar quanto custa um divórcio, um testamento, uma partilha, criar uma cultura de litigância como existe nos EUA, seguir o exemplo dos que abriram loja de porta aberta num centro comercial, mudar o nome à Ordem e transformá-la num Sindicato, etc., etc. Não será bonito de se ver, horrorizará os velhos profissionais, mas é o "espírito do tempo" a funcionar. Sejam bem-vindos ao mundo dos comuns mortais, à televisão popular, aos tablóides, ao vulgo.

*
Sim, é um velho problema (em anos de internet). Por isso é que Mena Trott da empresa Six Apart (que entre outras coisas desenvolveu o motor de blogues Movable Type) há um ano já dizia: "If you aren't going to say something directly to someone's face, then don't use online as an opportunity to say it". ( aqui)
E eu concordo, mas não é exercício fácil no malabarismo entre teclado e rato. Muitas vezes arrependo-me de escrever ao mesmo tempo que clico no "send".

(José Rui Fernandes)

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EARLY MORNING BLOGS


1174 - Du faux

On est faux en différentes manières. Il y a des hommes faux qui veulent toujours paraître ce qu'ils ne sont pas. Il y en a d'autres, de meilleure foi, qui sont nés faux, qui se trompent eux-mêmes, et qui ne voient jamais les choses comme elles sont. Il y en a dont l'esprit est droit, et le goût faux. D'autres ont l'esprit faux, et ont quelque droiture dans le goût. Et il y en a qui n'ont rien de faux dans le goût, ni dans l'esprit. Ceux-ci sont très rares, puisque, à parler généralement, il n'y a presque personne qui n'ait de la fausseté dans quelque endroit de l'esprit ou du goût.

Ce qui fait cette fausseté si universelle, c'est que nos qualités sont incertaines et confuses, et que nos vues le sont aussi; on ne voit point les choses précisément comme elles sont, on les estime plus ou moins qu'elles ne valent, et on ne les fait point rapporter à nous en la manière qui leur convient, et qui convient à notre état et à nos qualités. Ce mécompte met un nombre infini de faussetés dans le goût et dans l'esprit: notre amour-propre est flatté de tout ce qui se présente à nous sous les apparences du bien; mais comme il y a plusieurs sortes de biens qui touchent notre vanité ou notre tempérament, on les suit souvent par coutume, ou par commodité; on les suit parce que les autres les suivent, sans considérer qu'un même sentiment ne doit pas être également embrassé par toute sorte de personnes, et qu'on s'y doit attacher plus ou moins fortement selon qu'il convient plus ou moins à ceux qui le suivent.

(La Rochefoucault )

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Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



Ponta Delgada à noite. (António Cabral)



Anoitecer em Setúbal.



Tarde na Rua da Corredoura, Tomar. (Ochoa)



O Outono no carvalho-português ou cerquinho (Quercus faginea) no centro do país. (Luis Reino)



Novo placard do Clube de Ténis de Setúbal - a dar para a rua. (Ochoa)



Abertura matinal do comércio em Lisboa. (RM)

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7.12.07


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 7 de Dezembro de 2007


O problema não está em Mugabe vir à Cimeira UE - África. As relações internacionais assentam em relações entre estados e nos interesses que os aproximam ou afastam, não em afinidades políticas ou ideológicas ou em posturas morais. Não se pode querer "falar" com África sem ser interlocutor da sucessão de horrores que passam por ser os "chefes de estado" africanos.

O problema está na deliberação de 2002 que impediu Mugabe de vir à Europa. Se foi considerada necessária e correcta, então devia ter sido levada a sério, e só havia cimeira com quem aceitasse a exclusão de Mugabe. Se a UE respeitasse as suas proclamações de boa moral universalista e se respeitasse a si mesma, teria sido assim. Mas como acontece com muita política externa da UE, esta é uma mera retórica moralista, boa para as consciências correctas, que nos momentos de apuro económico e de encolhimento do "espaço" comercial, como é este com os chineses a implantarem-se em África, é imediatamente substituída por mais "realismo". No seu conjunto, é má diplomacia, mostra de fraqueza e de indecisão.

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CAPAS: MEMORABILIA DO SALAZARISMO (1)



Agora que vivemos numa espécie de reconstrução nostálgica do salazarismo, estas capas permitem dar a dimensão do salazarismo real face ao imaginário. Desde a "direcção política única" aos três rapazinhos representando o camponês, o estudante e o operário, ao lado da muralha com as quinas, este era o mundo simbólico dos anos de claustrofobia, miséria, hipocrisia e violência do homem que apertava os cobertores da sua "pupila" Micas num gesto que hoje certamente despertaria todas as suspeições. Felizmente que os tempos mudaram.

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CAPAS: MEMORABILIA DO SALAZARISMO (2)



(Clicar para aumentar)

Um jornal da época escreveu que este livro e poemas como este eram obras "de génio".

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COISAS DA SÁBADO: A OPORTUNIDADE DE OURO FALHADA DO PP



Perante os sucessivos compromissos do PSD com o PS, o PP podia ter uma oportunidade de ouro para crescer num espaço político que está em crise de representação. Alguns dos temas actuais do PP, como a denúncia dos abusos e prepotências do fisco, são acertados e correspondem a um crescente sentimento de revolta nos mais pequenos, nos contribuintes mais remediados, nas mais pequenas empresas. Mas, mesmo apesar disso, o PP não crescerá porque a figura do seu líder Paulo Portas será sempre a garantia que o partido permanecerá um pequeno grupo. Por muito que isso custe a muitos próceres do PP é Paulo Portas que impede o partido de crescer, condenando-o ao limite cada vez mais apertado da sua própria figura. Reduzindo o PP à sua imagem e semelhança, ao seu estilo entre o pomposo e o arrogante, envolvido em sucessivos casos que ficam sempre por esclarecer e por explicar, Portas é bom para um grupusculo de fiéis assente no culto da personalidade, mas péssimo para um partido nacional. Com ele o PP é apenas isto que já é e nada mais.

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EARLY MORNING BLOGS


1173 -"Red Sea," indeed! Talk not to me

"Red Sea," indeed! Talk not to me
Of purple Pharaoh—
I have a Navy in the West
Would pierce his Columns thro'—
Guileless, yet of such Glory fine
That all along the Line
Is it, or is it not, divine—
The Eye inquires with a sigh
That Earth sh'd be so big—
What Exultation in the Woe—
What Wine in the fatigue!

(Emily Dickinson)

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Bom dia!

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6.12.07


MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES
Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



Cais do Sodré. (António Cabral)



Infante, Porto. (Paulo Alves)





Centro de Guimarães. (Rui Cruz)



Eixo Norte-Sul. (António Cabral)



Traineiras em Peniche, na Ribeira, enquanto existem traineiras… (Bernardo Ribeiro Costa)



Corrida virtual do jogo Project Gotham Racing 4 para a Xbox 360, na cidade de São Petersburgo, com passagem junto à Catedral de Nosso Salvador do Sangue Derramado.

(Vitor Alexandre Leal)

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1172 - Le Rat qui s'est retiré du monde.

Les Levantins en leur légende
Disent qu'un certain Rat, las des soins d'ici-bas,
Dans un fromage de Hollande
Se retira loin du tracas.
La solitude était profonde,
S'étendant partout a la ronde.
Notre ermite nouveau subsistait la dedans.
Il fit tant, de pieds et de dents,
Qu'en peu de jours il eut au fond de l'ermitage
Le vivre et le couvert: que faut-il davantage?
Il devint gros et gras: Dieu prodigue ses biens
A ceux qui font voeu d'être siens.
Un jour, au dévot personnage,
Des députés du peuple rat
S'en vinrent demander quelque aumône légère:
Ils allaient en terre étrangère
Chercher quelque secours contre le peuple chat;
Ratapolis était bloquée:
On les avait contraints de partir sans argent,
Attendu L'état indigent
De la république attaquée.
Ils demandaient fort peu, certain que le secours
Serait prêt dans quatre ou cinq jours.
"Mes amis, dit le Solitaire,
Les choses d'ici-bas ne me regardent plus:
En quoi peut un pauvre reclus
Vous assister? que peut-il faire
Que de prier le Ciel qu'il vous aide en ceci?
J'espère qu'il aura de vous quelque souci."
Ayant parle de cette sorte,
La nouveau saint ferma sa porte.

Que désigné-je, à votre avis,
Par ce Rat si peu secourable?
Un moine? Non, mais un dervis:
Je suppose qu'un moine est toujours charitable.

(Jean de la Fontaine)

*

Bom dia!

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4.12.07


NOTAS SOBRE A CULTURA BLOGUE



Putin é muito mais perigoso do que Chávez, mas Chávez é muito mais folclórico e engraçado, Putin é sinistro e não tem humor. Chávez dá para se "ser" da "esquerda" e da "direita", Putin não. Chávez é muito da cultura blogue, Putin não.

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)



Acesso à VGama do lado de Montijo.



Catamaran da Transtejo a sair de Montijo e entrar no nevoeiro. (António Cabral)



Prcta Manuel Nunes Almeida em Setúbal a libertar-se da neblina matinal. (Ochoa)

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1171 - Le Censeur (fragmento)

On me disait : il est temps d' être sage ;
au pinde aussi l' on change de drapeaux.
Tentez la gloire, et, dans un grand ouvrage,
pour le théâtre abdiquez les pipeaux.
De mes refrains j' ai repoussé le livre ;
mais, quand j' invoque et Thalie et sa soeur,
leur voix me crie : ah ! Que Dieu nous délivre,
nous délivre au moins du censeur.
La liberté, nourrice du génie,
voit les beaux-arts pleurant sur son cercueil :
qui va d' un joug subir l' ignominie
a de son vers d' avance éteint l' orgueil.
Réponds, Corneille, oserais-tu revivre ?
Et toi, Molière, admirable penseur ?
Non, dites-vous ; ou que Dieu vous délivre,
vous délivre au moins du censeur.

(P.-J. de Béranger)

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Bom dia!

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MOMENTOS EM TEMPO REAL: EXTERIORES

Ontem e hoje. Usando o Abrupto como janela.



(Susan Sontag, On Photography)

Hoje.



Nevoeiro matinal em Setúbal. (Ochoa)

Ontem.



Luzes na noite de Lisboa. (António Cabral)



Nuvens em Setúbal ao anoitecer. (Ochoa)









Crepúsculo visto do outro lado do Tejo. (António Cabral)



Luz do fim do dia nas janelas.







Marés vivas no Molhe da Foz. (Paulo Loureiro)



Clínica de sexologia em Deli. (LM)



Livro de Lídia Jorge numa livraria em Saintes, França. (António Marques)



Luz matinal em Liboa. (RM)

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© José Pacheco Pereira
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