ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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8.12.07
LENDO
VENDO OUVINDO ÁTOMOS E BITS de 8 de Dezembro de 2007 Será que algum jornalista de algum noticiário (vi o da SIC e parte da TVI, porque o "serviço público" está em maré de canções) me informa alguma coisinha, por minúscula que seja, sobre o que se passa na Cimeira UE - África, o que é que se está a resolver, que problemas existem, quem defende ou combate o quê, alguma coisinha de substantivo que não seja o trânsito de Lisboa, as idas e chegadas dos chefes de Estado, a segurança e as manifestações, os pratos do dia, e mais mil e um pormenores estereotipados destas coberturas jornalísticas em Portugal? Não é certamente o mais importante, pois não? A não ser que fique apenas o discurso oficial congratulatório de Sócrates e se tenha que ler a imprensa inglesa... * Sobre o processo de desindividuação (deindividuation) nos comentários nos blogues, o caso do New Scientist onde, desde que se introduziram comentários, apareceu "a stubborn minority that are rude, intentionally provocative, or just plain abusive. It seems people will say things online that they would never say face-to-face." * Pode-se sempre considerar que há uma nova estirpe de vírus a atacar os advogados, a julgar pelas peripécias à volta das eleições para a sua Ordem, com um show único ontem na SICN entre Júdice e Marinho Pinto, antigo e actual Bastonário. Nunca se sabe quando é que um vírus desenvolve este tipo de especialização profissional e começa a atacar desde cima, do homem do Bastão, que eles se encarregam de tornar ex-imponente. A mim parece-me que o vírus em causa é o mesmo que já atacou outros grupos profissionais e que tem causas: a "proletarização" de um grupo profissional até então de "elite" e, saindo da "elite", a sua entrada no mundo do espectáculo mediático, que quer sangue e lágrimas a rodos. Agora é preciso adaptarem-se, permitir a publicidade às claras e não em notícias encomendadas aos diários económicos, divulgar quanto custa um divórcio, um testamento, uma partilha, criar uma cultura de litigância como existe nos EUA, seguir o exemplo dos que abriram loja de porta aberta num centro comercial, mudar o nome à Ordem e transformá-la num Sindicato, etc., etc. Não será bonito de se ver, horrorizará os velhos profissionais, mas é o "espírito do tempo" a funcionar. Sejam bem-vindos ao mundo dos comuns mortais, à televisão popular, aos tablóides, ao vulgo. * Sim, é um velho problema (em anos de internet). Por isso é que Mena Trott da empresa Six Apart (que entre outras coisas desenvolveu o motor de blogues Movable Type) há um ano já dizia: "If you aren't going to say something directly to someone's face, then don't use online as an opportunity to say it". ( aqui) Etiquetas: Cimeira UE - África (url)
© José Pacheco Pereira
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