ABRUPTO

7.6.12


COISAS DA SÁBADO:
O QUE SE VAI SABENDO, MESMO QUANDO JÁ SE SABIA (2)

Os círculos são os habituais: os lugares de estado capturados pela ganância, os círculos políticos movidos pela influência e pelo acesso a informações, gabinetes e pessoas; sociedades discretas e secretas que funcionam como locais de concentração e distribuição de poderes, cargos e dinheiros; empresas que prosperam numa zona obscura entre Angola, Cabo Verde, Portugal, onde generais e familiares dos governantes corruptos africanos se tornam “grandes empresários” e enviam param Portugal milhões para lavagem, coisa que prestimosos bancos de famílias com nome, se prestam sem pestanejar a fazer; ou então empresas que vivem da decisão política, seja de governantes seja de autarcas, e que por singular coincidência são as empresas onde trabalham mais políticos, ex-políticos e futuros políticos. Ambiente, resíduos, energias renováveis, obras públicas, etc., etc., E os jornalistas, que de há muito tempo chamo a atenção de que são, - salvo honrosas excepções, mas excepções, - parte deste contínuo de poder “médio”, quer através da promiscuidade com políticos que os chamam como assessores, os devolvem depois às redacções e os nomeiam para cargos na comunicação social do estado ou em entidades reguladoras, quer através de serviços prestados a agências de comunicação social, cuja relação com os profissionais da comunicação social é tudo menos transparente. No meio disto tudo, abundam políticos, assessores, jornalistas, “consultores”, com acesso aos nossos frágeis corredores do poder, ocupados por gente igual, quando não circulante entre funções que fazem parte do mesmo contínuo. 

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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