ABRUPTO

30.1.12


SÓ PARA LEMBRAR O QUE ESCREVI HÁ VÁRIAS SEMANAS NA SÁBADO E QUE ENTRETANTO TEM VINDO A SER CONFIRMADO EM VÁRIAS NOTÍCIAS SUCESSIVAS E IGUALMENTE CONFIRMADO PELOS SEUS DESMENTIDOS QUANDO LIDOS COMO DEVEM SER


NÃO DEVIA SER SURPRESA PARA NINGUÉM, ESTÁ CÁ TUDO, MENOS AS CONSEQUÊNCIAS
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REPRODUZIDO  "PINTADO" COM DESTAQUES E SUBLINHADOS

A explicação de que se trata de um conflito de lojas contra lojas e maçonarias contra maçonarias oculta o pano de fundo político de toda esta questão. E esse pano de fundo remete para o projecto de fusão dos dois serviços de informação, para os seus mentores “discretos”, e para o plano até agora gorado, mas que está em curso, de criar uma chefia comum do serviço unificado ligada ao actual poder político. 
O jornal i relatou em Agosto em linhas gerais o que se conhece do plano:
Jorge Silva Carvalho, o ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) que está no centro do furacão que atinge as secretas portuguesas, aproximou-se do PSD no Verão do ano passado quando rebentou o escândalo das escutas a Belém.(…) Jorge Silva Carvalho chegou a estar muito próximo do PS. (…) Em Novembro de 2010 Silva Carvalho bate com a porta, nas vésperas da importante cimeira da NATO em Lisboa. O gesto foi tudo menos inocente. Em trânsito na Ongoing de Nuno Vasconcellos, Jorge Silva Carvalho tinha a esperança de regressar aos serviços de informações pela porta grande. Defensor da fusão do SIED com o Serviço de Informações de Segurança (SIS), pensava que seria o eleito pelo governo de Passos Coelho para pai dessa reforma importante e ao mesmo tempo transformar-se no grande patrão das secretas portuguesas. 
O que aconteceu nos últimos dois anos ainda está longe de ser esclarecido, desde a história do e-mail roubado ao Público e que comprometeu o Presidente, o modo como a questão foi gerida com grande prejuízo para a campanha de Manuela Ferreira Leite, o aproveitamento que José Sócrates fez dos serviços e algumas iniciativas que tomou no limiar da legalidade, a actuação de personagens ligadas ao poder económico muito dependentes nos seus negócios das informações, nacionais e internacionais e, por fim, o modo como a previsível mudança de poder político começou a mover peças em serviços muito fragilizados quer pelos cortes orçamentais, quer pela ligação dos seus dirigentes ao poder político. 
Tudo isto está longe de ser esclarecido e não é matéria póstuma, está bem viva e em curso. Um efeito perverso de ter feito gorar o plano original, de que Jorge da Silva Carvalho era a peça principal, com as fugas de informação que o comprometeram, foi permitir o saneamento de todos os que se lhe opunham nos serviços, moldando assim ainda mais o terreno para um takover político. O resultado de tudo isto é a progressiva destruição dos nossos nascentes e ainda frágeis serviços de informação, ou seja, os portugueses ficam ainda mais inseguros. 
Ah! E ainda há outra coisa, mas que em Portugal ninguém liga e que não tem consequências: muitas destas coisas são pura e simplesmente ilegais.

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© José Pacheco Pereira
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