ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
13.1.12
COISAS DA SÁBADO: O PRINCIPAL PROBLEMA É POLÍTICO E DE SEGURANÇA
Na actual polémica sobre as maçonarias, os serviços de informação e o poder político, há um efeito de ocultação. Na sua essência está uma questão de poder e uma questão de segurança, as maçonarias são apenas um aspecto instrumental, relevante, mas instrumental. A explicação de que se trata de um conflito de lojas contra lojas e maçonarias contra maçonarias oculta o pano de fundo político de toda esta questão. E esse pano de fundo remete para o projecto de fusão dos dois serviços de informação, para os seus mentores “discretos”, e para o plano até agora gorado, mas que está em curso, de criar uma chefia comum do serviço unificado ligada ao actual poder político.
O que aconteceu nos últimos dois anos ainda está longe de ser esclarecido, desde a história do e-mail roubado ao Público e que comprometeu o Presidente, o modo como a questão foi gerida com grande prejuízo para a campanha de Manuela Ferreira Leite, o aproveitamento que José Sócrates fez dos serviços e algumas iniciativas que tomou no limiar da legalidade, a actuação de personagens ligadas ao poder económico muito dependentes nos seus negócios das informações, nacionais e internacionais e, por fim, o modo como a previsível mudança de poder político começou a mover peças em serviços muito fragilizados quer pelos cortes orçamentais, quer pela ligação dos seus dirigentes ao poder político.
Tudo isto está longe de ser esclarecido e não é matéria póstuma, está bem viva e em curso. Um efeito perverso de ter feito gorar o plano original, de que Jorge da Silva Carvalho era a peça principal, com as fugas de informação que o comprometeram, foi permitir o saneamento de todos os que se lhe opunham nos serviços, moldando assim ainda mais o terreno para um takover político.
O resultado de tudo isto é a progressiva destruição dos nossos nascentes e ainda frágeis serviços de informação, ou seja, os portugueses ficam ainda mais inseguros.
Ah! E ainda há outra coisa, mas que em Portugal ninguém liga e que não tem consequências: muitas destas coisas são pura e simplesmente ilegais.
(url)
© José Pacheco Pereira
|