ABRUPTO

14.1.12


COISAS DA SÁBADO: MAÇONARIA E SEGURANÇA 


Os membros dos serviços de informação têm um sistema de escrutínio pessoal muito mais rigoroso do que um político, e que se estende aos familiares e amigos e envolve muitos aspectos da sua vida privada. É uma cópia do sistema de origem inglesa de vetting levado aos limites justificados pela sensibilidade particular dos documentos e das informações a que dá acesso. Aliás, o mesmo sistema é exigido pelas entidades nacionais e internacionais que certificam o acesso a documentos classificados, como por exemplo a OTAN. 

Não é concebível que a pertença à Maçonaria não faça parte das informações registadas nesse sistema de vetting, e que não o seja pelo vontade do próprio, que não é suposto ocultar, nos serviços de informação onde trabalha, a pertença a uma organização secreta ou discreta. Admitindo que isto foi feito no processo de recrutamento ou mesmo numa avaliação posterior, - e em muitos serviços estrangeiros essas avaliações são periódicas,  - também não é concebível que os responsáveis pelas verificações de segurança, os que têm a responsabilidade de inspecção e mesmo de contra-espionagem, não tenham encontrado razões para suscitar problemas devido ao elevado número de responsáveis dos serviços filiados em grupos maçónicos, nalguns casos nas mesmas lojas. A não ser que os inspectores, chamemos-lhes assim, sejam também de uma maçonaria, ou da mesma maçonaria dos inspeccionados. 

Como, quanto se saiba, nada disto aconteceu e nenhum alarme soou, mesmo depois da Sábado ter mostrado a profunda penetração de uma maçonaria em quadros superiores dos serviços de informação e das polícias, alguma coisa está muito mal no nosso establishment de segurança.

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]