ABRUPTO

16.5.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (92):
QUANDO NÃO PREJUDICA OS INTERESSES ELEITORAIS DE SÓCRATES ALEGRE É EXCELENTE



A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Na segunda nota desta série, intitulada ÍNDICE DO SITUACIONISMO (2): OS DEZ SINAIS o sinal número seis era o seguinte:
Manuel Alegre é uma "referência ética", a "consciência do PS", etc., até ao momento em que começa a falar de um novo partido, passando então a ser um "vaidoso" e um "irresponsável".
Hoje, no Diário de Notícias, artigo do director

Manuel Alegre fez o que tinha a fazer e geriu com inegável habilidade política os seus interesses. (...) terá dado um enorme desgosto a todos os que à sua volta acreditavam que Portugal poderia voltar a ter uma outra aventura do tipo da do PRD de Ramalho Eanes (ou, numa escala infinitamente menor e ainda mais retorcida, qualquer coisa de similar à Nova Democracia de Manuel Monteiro).

Um partido faz sentido por uma ideia, por um projecto de sociedade, e não como consequência de desavenças pessoais ou interesses solitários. Ora a esquerda já está suficientemente mobilada pelo PS, PCP e BE. Há espaço para a cidadania, mas não o há para projectos alternativos. À direita, sim, poderia discutir-se de forma diferente.

A aventura para a qual os mais entusiasmados apoiantes de Alegre o queriam empurrar seria movida pelo ressabiamento e teria um triste fim, mesmo que tivesse hipótese - e parece-me que tinha - de retirar ao PS qualquer possibilidade directa de maioria absoluta.


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© José Pacheco Pereira
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