ABRUPTO

27.3.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (80):
SÓ SE ABRE COM O CASO FREEPORT QUANDO A "NOTÍCIA" É FAVORÁVEL AO PRIMEIRO-MINISTRO.


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

A RTP tratou o artigo do bastonário da Ordem dos Advogados (que, em bom rigor, nada tem de novo em relação ao que já se sabe há vários anos e representa apenas uma reciclagem dos dados do processo que condenou um agente da Judiciária) como notícia de primeira página, com tratamento gráfico e uma longa entrevista ao próprio. Não acrescentou nada do que já se sabia sobre os eventos descritos pelo Bastonário, como se dele fosse a última palavra e interpretação, de que tudo se reduz a uma carta anónima, e tal pudesse ser sustentado com os factos que já se conhecem. O resultado é o de mais uma vez dizer-nos que foi tudo uma "campanha negra", tese que a RTP assume nas suas notícias com frequência. Nada teria contra esta primeira página no noticiário, se fosse uma prática habitual da RTP sempre que há novidades no caso Freeport. Só que nunca é. Agora foi.

ADENDA: Só que, por azar, o muito atacado Jornal Nacional da TVI abriu com a gravação do DVD em que Charles Smith acusa Sócrates de ser "corrupto", de viva voz, e explica os passos da "corrupção". Vale o que vale, mas como notícia vale muito. (Ferro Rodrigues e Jaime Gama mal foram acusados no caso Casa Pia processaram de imediato os seus acusadores. Vou contar os minutos até que Sócrates faça o mesmo a Charles Smith). No Público e no Diário de Notícias online já está, e bem, uma síntese do que a TVI revelou, obedecendo a critérios jornalísticos indiscutíveis. Na RTP ainda esperei que alguma coisa fosse dita sobre a notícia da TVI, já que se estava a falar do Freeport. Só silêncio.

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© José Pacheco Pereira
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