ABRUPTO

22.3.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (75):
O EGO À PROCURA DO ECO (2)



A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Vamos, no entanto, admitir que o "país não ouve Manuela Ferreira Leite". Nunca passa pela cabeça de quem escreve estas coisas que, mesmo que o título fosse verdadeiro, pudesse haver muitas outras razões para esse eventual facto. Por exemplo: que tal se possa dever a uma desproporção artificial de meios entre governo e oposição; que tal se possa dever à existência de uma informação "pública" que o governo manipula a seu favor agressivamente; que tal se possa dever a uma descredibilização do PSD pela sua experiência governativa do passado; que tal se possa dever às suas divisões no presente; que tal se possa dever a uma quebra de confiança nos grandes partidos, que se manifesta, no actual contexto, de forma mais aguda no partido da oposição que não tem poder e por isso nem "ajudar as pessoas" pode; que tal se possa dever a uma degradação da imagem do PSD como partido político que já vem de há muito tempo; que tal se possa dever a que Dias Loureiro faça mais mal ao PSD do que Manuela Ferreira Leite bem; que tal se possa dever à aversão à mudança em tempos de crise; que tal se possa dever a tudo isto combinado; ou, que tal se possa dever a uma predisposição hostil dos jornalistas que não gostam de Manuela Ferreira Leite porque ela representa tudo aquilo que eles abominam. Todas estas hipóteses parecem malditas, e a última então suscita fúria e bater no peito sobre a "isenção" da classe, que é o que nos sabemos. Não estou a dizer que não seja só isto e que não haja erros próprios de Manuela Ferreira Leite na equação dos resultados, certamente que há. Mas têm a certeza que são os que lhe apontam? Têm a certeza de que são tudo "erros" de comunicação?

(Continua.)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]