ABRUPTO

17.3.09


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (69): RESPEITINHO COM ANGOLA


A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Este Prós e Contras parece uma espécie de longo tempo de antena dos negócios angolano-portugueses e, por extensão, da política governamental em relação a Angola (como à Venezuela e como à Líbia, a triste trilogia dos nossos negócios externos). É um excelente exemplo de como o dinheiro solto, nu e cru mata a política, mata o pensamento e mata o jornalismo. Os despojos estão ali todos na RTP a falar. Há coisas destas em França (mais) no Reino Unido (menos), mas nenhuma se compara a esta subserviência institucionalizada, a este desprezo pela democracia, a este cínico fechar de olhos perante uma realidade que ninguém ali desconhece e ninguém ali nomeia.

O título absurdo deste programa é "o que é que Angola tem?". Devem ter passado horas a discutir como é que iam chamar a um programa que não tem contraditório e não podia ofender os irritáveis angolanos. "O que é que Angola tem?". Dinheiro, claro, nas mãos de uma classe dirigente que se reciclou do comunismo soviético, na sua mais cruel versão africana, para uma cleptocracia sem vergonha. Mas a pergunta certa, é "o que é que Portugal tem?", porque Portugal é que está doente na sua democracia, sem fôlego nem espírito de liberdade, a um canto, de chapéu na mão, atento, venerador e obrigado.

.SITUACIONISMO +5

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© José Pacheco Pereira
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