ABRUPTO

20.3.09


COISAS DA SÁBADO: PCP E BLOCO DE ESQUERDA

Se estivermos atentos à manifestação, percebe-se que mesmo que fosse verdade o número de 200.000 manifestantes, que todos repetem como papagaios sem qualquer confirmação, se trata de uma “imensa minoria”. Olha-se para os operários de uma empresa, debaixo de uma bandeirola. Estão lá trinta numa empresa de 200. Mas a verdade é que dezenas e dezenas de empresas estão lá com trabalhadores, vindos de Bragança ou de Olhão, e esses 30 multiplicam-se em milhares. Vistos caso a caso, são uma minoria, mas essa minoria é decisiva (delegados sindicais, activistas do PCP, do PS e do BE, gente de esquerda e, no actual contexto, não só) e é essa minoria que molda o movimento sindical e muita da esquerda que não se revê no PS, que molda mesmo Alegre, o BE, e a chamada “esquerda independente”. À esquerda não há verdadeira autonomia do tandem CGTP-PCP quando se trata do “trabalho”.

Por isso, a manifestação da CGTP mostra uma diferença abissal entre o BE e o PCP que muitos jornalistas “amigos” do BE (e são muitos) preferem ignorar, e que as sondagens muitas vezes escondem por sub-representação do PCP: aquela manifestação mostra o grau de eficácia do PCP, como estrutura nacional, como capacidade de mobilização e organização. Ao pé daquilo, Louçã e um infante.

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© José Pacheco Pereira
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