ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
27.3.09
COISAS DA SÁBADO: O MUNDO-QUE- PARECE E O MUNDO-QUE-APARECE Vivemos no Mundo-que-Parece que mantém uma relação espelhar com o Mundo-que-Aparece. Ou seja, é porque Aparece que Parece. Se eu fosse filósofo alemão, haveria que encontrar aquelas magníficas palavras compostas que permitem criar um termo para cada pequena nuance das coisas e dar-lhe a dignidade de um conceito teórico. Assim não, estamos condenados a remendar as palavras com hífens e ainda por cima ter que as explicar sem hífenes. O Mundo-que-Aparece é o que Aparece na televisão. Não é o mesmo na RTP, na SIC, na TVI, embora tenha pontos de contacto entre si. A RTP tem uma Ordem, pertence às forças da Ordem, a SIC está no meio, a TVI é uma emanação diabólica da Desordem. Os magos do Parece produzem todos um evento para Aparecer todos os dias. Na agenda do mago principal, o nosso Primeiro-ministro, está marcado com uma estrela o momento da declaração do dia, preparada por ele e pelos magos acessórios, com um cuidado que não parece abundar em todas as outras coisas, a começar pela governação. Aí eles usam a cabeça toda, na governação tem uma tendência para usar mais o joelho, para fazer as coisas no joelho. Vejam o Magalhães. Tudo feito sobre o joelho. Vejam o magnífico anúncio da energia das marés que teve direito a barco de guerra. Em terra, avariado, e parece que definitivamente. Vejam os painéis solares que o mago principal e a sua comitiva propagandearam esta mesma semana e que são apenas “uma bomba de calor accionada a electricidade com apoio secundário em energia solar e não de um painel solar térmico”. "A pretexto de vender energia solar, [a Energie] vende mais electricidade", diz um especialista a propósito da fábrica visitada pelo Primeiro-ministro. Todos os dias é isto. Já o disse, há muito que não se governa em Portugal, é tudo arranques e travagens, medidas avulsas e muito, muito engano. (Continua.) (url)
© José Pacheco Pereira
|